Diários do Vampiro
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Mensagem por Luzita Dom Abr 17, 2011 2:50 pm

- Os documentos que me pediu – disse-lhe entregando a massa de papéis uniformes que estavam comigo.
- Pegue o mais importante, por favor? – seu olhar encontrou o meu por cima dos óculos.
- E... – logo notei que era um teste, eu deveria saber qual era o papel mais importante.
Olhei para a pilha que antes estava tão próxima a mim, agora, apoiada na mesa á minha frente, parecia sorrir de minha hesitação. Meus olhos subiam e desciam de modo tão comum, uma pilha de papéis, nada mais.
Arrisquei tocá-la, mas minhas mãos morreram, caindo inertes antes de fazê-lo. Não queria invadir a privacidade imaculada daqueles papéis, aqueles olhos de sobrenatural verde brilharam.
- Vamos, preciso do papel mais importante – ele fazia questão de ressaltar aquela palavra que martelava em minha mente, todos eram incrivelmente iguais, como poderia selecioná-los sem conhecê-los?
Uma ponta vermelha se destacava ao lado direito, o papel grosso parecia-me aveludado, as pontas de meus dedos formigavam por tocá-lo e sentir a textura do caro papel. Seria aquele? Enquanto debatia-me sobre ser aquele papel ou não, algo em minha mente ressoou como uma campainha: “Seu discreto tio usando um papel carmim para guardar informações importantes? Sério?!”
Revirei os olhos, mais um teste.
Algumas folhas acima, um novo papel se destacava, suas bordas estavam gastas e possuía orelhas viradas para cima, vincada por ter sido tantas vezes dobrado e desdobrado. Peguei o velho papel entre os dedos, podia sentir que se fosse muito brusca ele se tornaria pó. Por toda a sua extensão existiam manchas seculares e amareladas, marcas d’água percorrendo as linhas quase visíveis.
Entreguei á pequena figura o papel que continuava ternamente repousado entre meus dedos. Sabia que tinha acertado.
- Muito bem, agora, explique-me... Como? – ele parecia genuinamente curioso.
- Importante e velho, destoava do resto dos relatórios – tão novos e brancos alguns ainda pareciam possuir o calor da impressão – desgastado, bordas amassadas e orelhas, estava todo vincado de tão dobrado. Ele deve ter lhe trazido grande felicidade, para você sentir a necessidade de lê-lo repetidas vezes durante os anos... Mas... Sei que não é isso, ele apenas lhe trouxe tristeza, não é verdade? – minha afirmação mais parecia uma pergunta, dava-lhe a liberdade de contrariar-me, ele não o fez – Essas marcas, circulares e borradas, você chorou por ele, em cima dele... – minhas palavras morriam ao final da frase.
- Sim, ainda fico impressionado com sua sensibilidade – ele sorria, mas não alcançava seus olhos.
- O que houve?
- Leia – disse-me simplesmente, seus olhos vagaram para longe, além do horizonte e do tempo.
Minhas mãos tremiam enquanto lutava com o autocontrole para ler as palavras, a tinta borrada e as letras intrincadas dificultavam-me, mas pude notar a essência daquelas linhas:
“Amor eterno amor, incompleto nos versos da saudade – e ao fim, havia uma data – 1936”
Quase apagada pelo tempo, ao verso estava uma foto, os lábios e uma rosa.
A magnitude daquela imagem me arrebatou, levando-me para longe; a beleza daquela lágrima não exposta estava viva no rosto que agora me parecia tão distante; nenhum dos dois quebrou o silêncio.
Batidas na porta nos levou rapidamente de volta á realidade.
Minha cabeça latejava novamente, pedi-lhe que me deixasse ir para casa, seus olhos pareceram preocupados, acompanhando a palidez que me consumira subitamente, os tremores de minhas mãos, a urgência de meus olhos.
“Tome cuidado... Precisa de carona?” – ele já se adiantava pegando o casaco.
Agradeci da melhor forma que pude e sai dali a largas passadas.


Última edição por Luzita em Dom Abr 17, 2011 2:59 pm, editado 1 vez(es)

Luzita

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Mensagem por bikatriz Dom Abr 17, 2011 2:53 pm

Sério Luzita, eu sou apaixonada por vampiros, eu leio todos os livros e vejo todas as series sobre vampiros, vc tem algum blog onde se possa ler o livro???
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Mensagem por bikatriz Dom Abr 17, 2011 2:59 pm

Amei Luzita, o capitulo está d+!
Muito sentimental....
Por vezes quase nos faz chorar!!!
bikatriz
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Mensagem por Luzita Dom Abr 17, 2011 3:01 pm

Bikatriz - Não tenho blog ou coisa parecida... Vou ponderar a ideia de ir postando ele por partes aqui, mas antes, preciso terminar essa fic =D~

Obrigada pelo apoio!

Beijos de poesia nos seus corações Very Happy

Luzita

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Mensagem por Luzita Dom Abr 17, 2011 3:03 pm

bikatriz escreveu:Amei Luzita, o capitulo está d+!
Muito sentimental....
Por vezes quase nos faz chorar!!!

Mas já descobriram minhas intenções do mal?! Evil or Very Mad


Espero que vocês continuem gostando, logo logo teremos momentos calientes por aí Twisted Evil

Luzita

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Mensagem por Lys Weasley Salvatore Dom Abr 17, 2011 4:56 pm

quero +, Luzita
vc é uma das melhores Very Happy
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Mensagem por Bonnie Seg Abr 18, 2011 1:24 pm

MOMENTOS CALIENTESSS *danca q nem loka*

ADOGOOOOO Twisted Evil
fic perfeita como sempre Luzita Wink
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Mensagem por Luzita Seg Abr 18, 2011 8:04 pm

Logo teremos mais =D~

Luzita

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Mensagem por bikatriz Qua Abr 20, 2011 9:23 am

Então Luzita? Onde esta o capitulo???
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Mensagem por Luzita Qua Abr 20, 2011 8:47 pm

Desculpem meu amores... Acabei ficando soterrada de coisas pra fazer e o tempo curto, o mais rápido possível eu volto!

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Mensagem por Luzita Qua Abr 20, 2011 10:02 pm

4. Indecisa

Passara-se uma semana, nada havia acontecido: nenhuma visita inesperada, vozes ou alucinações.
Parte de mim ansiava por aquela voz, mas tudo o que meus ouvidos podiam alcançar era o vazio de minha mente.
Sentia-me tola, o que estava esperando? Um jantar á luz de velas? Bombons e um quente beijo de boa noite? Idiota – a palavra ecoava no vazio.
Do lado de fora – de minha insolente mente – tudo estava ás escuras, as sombras consumiam as poucas luzes que ousavam resistir; o sol apagando –se amarelo, vermelho e laranja no horizonte, tons violetas ocupavam o ar em meus pulmões.
Meu banho fora lento, preciso e propositadamente demorado, não gostaria de enfrentar a solitária cama que hoje, parecia exageradamente grande – faltava-me algo e temia o que.
Meus olhos varreram o diminuto banheiro, sentia-me confortável ali, quem sabe aconchegada em sua falta de espaço. Tudo tinha o seu lugar e me sentia incrivelmente deslocada. A água quente esfriara em contato á minha pele e nada fiz para adiar tal fato, incomodada, busquei a toalha com dedos.
Pingos de água cristalina escorriam de meus braços erguidos, meus olhos demoraram em acompanhá-los, fiquei extasiada por alguns segundos, admirando a luminiscência de uma gota, piscando vagamente, passei a felpuda toalha retirando toda aquela magia. Enrolei meu corpo, havia muito perdido o tal hábito, jamais me imaginara em companhia de alguém... E por que haveria de mudar? Com um aceno de cabeça, deixei que a toalha escoresse por meu corpo, senti-me ainda mais boba quando notei que ruborizava... Quando me acostumaria com minha própria nudez?! Pelo amor de Deus, suspirei saindo do ambiente nublado.
O ambiente repentinamente novo e frio fez meu corpo arrepiar-se numa resposta involuntária, automática.
Encontrei meu robe estendido sobre a cama, a seda vermelha se destacava nos tecidos claros – creme e branco – da coucha que a recobria, quando havia o colcoado ali mesmo? Não me lembrava e pouco importava agora, sentei-me na beirada jogando por sobre os ombros o robe que cobriu meu corpo parcialmente. Cruzei uma perna sob a outra e a deixei pendente para fora.
- Por que você sumiu? – minha voz era sussurrada, sofrida e temerosa. O que eu temia? Uma resposta... Ou a falta dela? – Sinto-me uma lunática falando sozinha, lutei muito para parar com tais manias, você está me fazendo regredir – tentei sorrir, ansiosa demais para pensar em quanto estava sendo tola.
“ Você me pediu...” – a voz vinda de algum lugar naquele quarto, tão próxima, fez meu corpo se arrepiar novamente, mas agora não era por frio.
- Você pode ao menos entender como me sinto? Estou ouvindo vozes, talvez até mesmo tendo alucinações!?
“ Serei uma alucinação se assim você quiser que seja...” – sua voz era divertida.
Encolhi-me visivelmente – afinal – o que eu queria?
“ Voltarei quando souber responder... Espero que continue vestida assim...” – o riso que se seguiu me fez corar.
Olhando para baixo vi que o robe deixava á mostra meu seio direito.
- Volte... – não houve resposta, senti-me culpada, enquanto arrumava meu robe para a frente, disse num fio de voz – Por favor...?
“ Estou aqui, mas decepcionado com o fato de você ainda tentar se esconder de mim.”
Puxei o robe mais fortemente, amarrando-o novamente em torno de minha cintura.
- Acho que mereço respostas... Por favor?
“ Aprende rápido” – ele sorria novamente.
- Ora, vamos, não seja tão prepotente! – eu bufafa de raiva, estava me controlando, por que ele não poderia fazer o mesmo? – Quem é você? O que é você? Onde você está?
“ Sou seu melhor sonho. Sou o vento. Estou em todo lugar. Mais alguma dúvida?” – minha expressão era cética.
- Não acha mesmo que eu vou acreditar nis...
“ É tão mais fácil pensar que está ficando louca?”
- Sim – disse sem pensar.
“ Tenho certeza de que você sabe que não é verdade. Você gostaria que fosse?” – era uma pergunta, agora era minha vez de responder.
- Gostaria de perder essa sensação de insanidade, bastaria para mim.
“ Acredite em mim. ”
Ri daquela simplicidade, não me espantaria se viesse dos lábios de uma criança, mas lá estava eu, discutindo a minha própria sanidade.
- O vento é? Confesse, é dificil de acreditar...
“ Como pode ter tanta certeza assim?” – o vento soprava-me as palavras como delicados beijos nas maçãs de meu rosto, meu pescoço, meu colo; fechei meus olhos sentindo o calor daquelas palavras, tão cheias de promessas, e então, abri meus olhos para a realidade.

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Mensagem por Luzita Qua Abr 20, 2011 10:03 pm

Aproveitem =D~

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Mensagem por Luzita Sex Abr 22, 2011 11:19 am

Precisava senti-la, saber que me conheceria como algo real, palpável e... humano? Minha necessidade de ser reconhecido era algo incomum e infantil, mas ignorava essa parte dos fatos.
Meus olhos vagaram pela enorme fila, ela parecia ansiosa enquanto contava cada dezena de pessoas que a acompanhavam na espera, com um som definitivo, viu-se presa no apertado coletivo, abarrotado de pessoas. Algo em meu ser vibrava, precisava auxiliá-la em algo, ela precisava de mim.
Um pouco mais de esforço para manter o ar circulando entre as pessoas, todos pareciam incrivelmente agradecidos por minha presença, notando a sutil diferença, mas não ela, pensei ranzinza.
Seus olhos buscavam os vidros da janela, por vezes perdendo-se no lado de fora e voltando sofridos para lá.
Em um piscar de olhos e notei a alteração em sua fisionomia, seu rosto estava contorcido de ansiedade e o peito inflava-se perceptivelmente em busca de ar, ela engasgava.
Com um leve sopro, um pedido gentil ao ouvido ao seu lado e a pequena sombra de uma mulher se levantara de onde havia se sentado, vagando o lugar ao lado dela.
Pude notar com um resquício de consciência as pessoas resmungando ao meu redor, mas não me ative a esses murmúrios, o único som que me prendia era o leve ruído que seus pulmões faziam.
“Você está bem?” – sabia a resposta mesmo antes dela responder.
Precisava ajudá-la, pouco a pouco pude notar enquanto ela respirava a leve brisa que mandava em sua direção, ela sorria levemente.
Uma explosão eclodia em mim, sentia-me incrível em poder ajudá-la, aquele era meu lugar, ao seu lado e em nenhum outro.


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Mensagem por Luzita Sex Abr 22, 2011 8:07 pm

5. Decidida

Não poderia encontrar as palavras que descreveriam o que se avolumava em meu peito. Soluços e lágrimas pareciam digladiar com meu desejo e minha curiosidade.
Insanidade, tão próxima á mim, permiti-me saborear a saciedade de minhas questões resolvidas, mas o medo da realidade me arrebatar para longe de um sonho acabou chocando-me.
Olhei para o vazio, os beijos haviam cessado e pude notar a apreensão no ar á minha volta. Meus lábios se abriram, o que iria dizer? Fechei meus olhos e deixei que as palavras saíssem quase sem controle sobre elas. Após escutar o que havia saído de meus lábios, notei o enorme passo em direção á um hospício que acara de dar.
- Mostre-se, quero sentir se você é tão real quanto quer que eu acredite – seria realmente isso o que queria? Algo em mim dizia que sim.
“Está pronta? Realmente pronta? Imaginar que sou fruto de sua imaginação é completamente diferente de perceber que sou tão real quanto você...” – em sua voz a tonalidade do medo era presente.
- Sim...? – jamais mentiria julgando ter certeza seria um erro maior do que admitir ter medo ou insegurança.
Ouvi um riso vindo de perto... Muito perto.
- Feche os olhos.
Bufei ruidosamente.
- Por favor? – ele tentou novamente.
- Você aprende rápido – disse-lhe com ironia exposta.
- Assim – antes que pudesse entender o sentido de suas palavras, mãos se comprimiram sobre meus olhos, temporariamente no escuro, ponderei o tamanho da burrice que havia cometido, eu tremia – Acalme-se, assim chega a ser difícil mantê-la parada.
Algo em meu íntimo despertou, talvez um instinto de sobrevivência á muito abandonado, relaxei da melhor forma possível.
- Assim está melhor – ele sorria.
- Jura que não ganharei tapinhas na cabeça? Ao menos um petisco para recompensar meu bom comportamento! – minha voz era chorosa.
- Poderei lhe tratar do jeito que quiser, mas não acho que devamos começar nossa relação na cama. Não acha?
Seu tom sério fez meu corpo tremer novamente, estava quente por desejo e rubor, se tornando grandezas proporcionais.

- Não creio que isso tenha sido uma pergunta real... Pareceu-me mais um...
- Pensamento? Sim, um pensamento ou algo equivalente.
- Por que sua voz mudou?
- Ela mudou? – seu ceticismo mal encoberto me fez rir.
- Sim, antes ela era... distante?
- Hum... Podemos dizer que não estamos... distantes não é mesmo?
- Ern... Sim, mas...
- Mas? – ele parecia genuinamente curioso, não consegui explanar meus pensamentos.
- Um chamado...
- Um chamado?
- Sim, soava como um chamado: urgente e longe.
- Mas agora estou aqui... E você está aqui, não existe mais a necessidade de chamá-la, pois você já me atendeu.
- Parece uma boa desculpa.
- Está arrependida? Ainda dá tempo para você ver o que está perdendo.
- Mesmo? Você não me parece muito ansioso em me deixar olhá-lo... Seria seu rosto desfigurado? Quem sabe um corpo flácido? Quarenta anos talvez?
Ele ria alto desta vez.
- Apenas gostaria de estar mais apresentável á você, não que deixe me orgulhar de meu corpo, só não queria chocá-la.
- Me chocar? Como assim me choc... – minhas palavras minguaram ainda dentro da boca.
A mão que antes estava fielmente depositada sobre meus olhos se afastara com uma lentidão enervante, ele não se encontrava á minha frente como havia imaginado, mas atrás de mim.
Virei-me, o medo pulsava alto em meus ouvidos e podia sentir minha pulsação atrás dos joelhos.
Por um momento fiquei prisioneira daqueles olhos tão escuros, todos os meus medos estavam escondidos ali, minha visão estava embaçada e abaixei a cabeça ainda aturdida pela pressão que aqueles olhos possuíam sobre mim.
Com os olhos arregalados e a boca entreaberta notei que ele se encontrava completamente nu. No meio do meu quarto e... Nu!
- Deus! – exclamei enquanto jogava as mãos para o alto, protegendo os olhos de sua virilidade.
Sua risada ecoou novamente pelo pequeno cômodo – quando achara meu quarto pequeno? Isso deve ter mudado no exato momento em que vi aquele homem de dois metros e um montante de músculos ocupando quase todo o espaço vago... É, acho que deve ter sido nessa hora, pensei com ironia.
Retirei as mãos de meu rosto para poder responder-lhe com toda a rispidez que gostaria, mas meu olhar logo vagou de seus olhos que estavam curiosamente claros para suas pernas longas e torneadas... Obriguei-me a subir o olhar, mas não pude impedi-lo de se demorar no abdômen plano, definido, os ombros largos e os braços firmes cruzados sob o peito; em seu rosto estava mortalmente acampado um sorriso nos cantos da boca carnuda e desenhada.
Balancei a cabeça enquanto lutava para me esquecer daquele corpo, dos contornos do queixo quadrado, os cabelos caindo em cachos negros e desorganizados pela testa, o sorriso maroto e os olhos brincalhões.
O descreveria como incrivelmente sarcástico pelo olhar, mas aquela boca tinha nuances de brincadeira e sensualidade, como imaginara, as mãos eram incrivelmente enormes, dedos longos, tão cheios de promessas; balancei a cabeça novamente e olhei para o lado, recusando-me a acompanhá-lo com o canto dos olhos.
- Você conseguiu... – não tive chance de terminar a frase, sendo cortada por ele.
- Mesmo? Mas ainda nem começamos... – ele sorria malicioso – Mostrei-me real o suficiente para você agora?
Meu íntimo gritava que sim, como alguém poderia ousar o contrário?
- Não – meus olhos vagaram em sua direção, meu queixo estava erguido em aberto desafio.
- Temo que tenha de mudar sua opinião... – enquanto sorria, ele se aproximava.

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Mensagem por Luzita Sáb Abr 23, 2011 1:13 pm

Spoiler:

Estava com pressa, andando rapidamente sem captar detalhes, os rostos borrados que passavam por mim tinham a mesma expressão vazia, os cheiros se dividiam em: difíceis ou não de respirar.
O vento que sacudia meus cabelos não possuía a essência a qual já acostumara, a sensação de proteção se dissipara como uma nuvem varrida dos céus.
Apenas resquícios de sol conseguiam alcançar as escuras ruelas, os obscuros prédios filtrando-as á pequenos feixes.
Minhas pernas queimavam, meu corpo ardia resfolegando e engasgando ás duras passadas, estava cansada e suada, mas não podia simplesmente me deixar parar, quando isso acontecesse desmoronaria.
Meus olhos buscavam a linha do horizonte quase inexistente nessa parte da cidade, tão corrompida pela urbanização, ao meu lado direito uma praça jazia esquecida em meio ao concreto. Apenas dois pares de bancos, um canteiro ressequido de flores e ervas daninhas que circundavam uma esquelética árvore, sentei á sua diminuta sombra e olhei para cima, uma das poucas folhas se desprendeu e roçou meu rosto como se tentasse me consolar.
Minha mente vagava intermitente para meu próprio jardim que estava abandonado desde aquele dia. Não ousara olhá-lo, muito menos admirá-lo como sempre fazia, limitei-me a limpar os destroços, retirar pedregulhos e lavar todo o resquício de lama das paredes, sacos enormes e escuros ficaram do lado de fora, esperando a busca dos “lixeiros”; do lado de fora jazia apenas uma pétala vermelha que parecia ter sido a única a manter-se inteira, todas as outras possuíam marcas, cicatrizes e falhas. Guardei-a comigo.
Estava me sentindo sozinha, da forma que a muito não me sentia. Nada havia mudado, mas por que sentia como se algo houvesse se perdido?
Por dias ficara nesse torpor, buscando o ar que já não me satisfazia e o sono já não descansava meu corpo tremeluzente como uma chama, o riso seco machucava as paredes de meu peito, desisti dele.
Olhei profundamente para o que estava me tornando, uma planta que se alimenta o suficiente para manter-se viva e continua assim, levando sua existência como rotineira e sem escapatória, obrigatória.
Por dias, quando voltava para casa, sentia que encontraria algo que nunca estava lá.
Precisa dele! Será tão difícil admitir? – ignorei esse pensamento o máximo que pude, tinha de aceitar, estava enlouquecendo e pior; adorando isso.


6. Temerosa

Ele vinha em minha direção, à mão estendida para meu braço que já se arrepiava antecipando seu toque, o sorriso malicioso permanecia nos cantos dos olhos.
- Você deve entender – primeiro – que eu jamais a agarraria á força e precisa admitir – em segundo lugar – que deseja me tocar, me sentir e confirmar que sou real.
Bufei e cruzei os braços fortemente sob o peito – prepotente – por que eu iria querer tocá-lo?
Por que você simplesmente quer... Precisa de mais?
Minhas mãos já se encaminhavam para ele, seu olhar era intenso e incrivelmente pálido, seu corpo tremia levemente, estaria com frio? Inclinei minha cabeça para o lado e admirei seu corpo.
Apesar do espanto em meus olhos, em meus lábios estava um sorriso aberto quando seus dedos se fecharam em meu pulso e me puxaram para ele.
Minha mão livre pousou em seu ombro, espalmada em seus músculos rijos. Ele era realmente enorme, poderia dobrar-se sobre mim.
Mordi o lábio, o que estava fazendo ali? Não era assim, simplesmente minha vida não era assim, cheia de suspense ou paixão, na verdade a monotonia me era em vinda, quando isso havia mudado? Jamais teria me apaixonado por aquilo tudo... Teria? É realmente difícil pensar e ainda mais raciocinar enquanto ele me olha desse jeito.
- Linda... – sua voz estava rouca, seu corpo tenso, podia sentir seu esforço para se controlar.
- Sinceramente... Não sei o que estou fazendo aqui.
- Pronta para descobrir? – ele sorria.
- Deixe-me ver... – minhas mãos deslizavam pelo peito largo, sentindo toda a imponência daqueles músculos, firmes.
Ele tremia sob minha palma o que me fez rir.
- Eu não faria isso se não quisesse que...
- Que...?
- Esqueci, e você é a culpada – seu rosto se contorceu em um falso sofrimento.
Passei a língua pelos lábios, ele se concentrava em casa movimento do meu corpo.
Seus braços rodearam minha cintura, erguendo-me do chão, um grito surpreso saiu de meus lábios, agora quem sorria era ele.
- Minha...
- Somente sua... – não havia mais motivos para negar.
Ele beijou minha boca selando aquele acordo, nossos desejos pulsando juntos, nossos corpos colados e dedos entrelaçados.
Caímos sobre a cama, seu corpo fazia uma pressão bem vinda ao meu.
- Eu te amo – ele sussurrou em meu ouvido fazendo-me gemer.
- Eu também... Não sei quando e nem por que, mas sei que te amo.
- Se entregue a mim... – sua voz era rouca, sofrida.
- Venha buscar-me – sem fôlego senti sua boca em minha nuca, meus ombros, meus seios, meu ventre.
Ele estava em todo lugar, o ar ao nosso redor possuía o cheiro dele, o desejo como a nenhum outro.
Gritamos e gememos juntos, cavalgando unidos e subindo aos céus como dois amantes de alma pura. Podia senti-lo fundindo-se a mim, nossos cheiros, nossos corpos, nossas almas.
Finalmente estava completa, finalmente encontrara meu lugar, nos braços daquele a quem amo e nenhum outro.

Luzita

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