Diários do Vampiro
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Mensagem por Luzita Qua Abr 13, 2011 6:50 pm

Estávamos novamente no abafado apartamento á beira mar, a visão ampla da janela completamente aberta era praticamente nossa única ligação com o ar e a maresia.
Sentada em uma rede – branca com rendas vermelhas – permaneci imóvel enquanto meu corpo era balançado levemente, o embalo deixando-me sonolenta. Antes mesmo que pudesse abrir os olhos já estava deitada, minha respiração regular.
Passos me despertaram e notei ainda de olhos fechados que logo estariam atrás de mim, a porta de vidro correu para o lado fazendo um leve chiado do metal contra o vidro, o som veio me abrandar novamente enquanto a porta era fechada.
Um leve assobio e abri meus olhos.
- Não queria te acordar – ele parecia sincero e envergonhado ao ser pego me olhando “dormir”.
- Tudo bem, estava te esperando mesmo – meu sorriso alcançava facilmente meus olhos.
Abaixando-se ele me beijou a testa e sorriu com seu hálito fazendo cócegas em meu rosto.
Fechei os olhos por um momento, e quando os abri, ele não estava mais ali.
Por um momento ouvi seu riso divertido ao notar meu ceticismo ao vê-lo “desaparecer”.
A rede estava balançando caoticamente enquanto ele se sentava ao meu lado, agarrei as bordas rendadas tentando me manter no lugar entre risos. Ele também sorria.
Quando finalmente encontramos o equilíbrio necessário para os dois permanecerem estáveis na traiçoeira rede, ficamos alguns minutos nos encarando e acariciando.
Meus dedos faziam os contornos de seu rosto, ainda mantia o bronzeado avermelhado que os dias no litoral trouxeram, seus lábios eram fartos e os olhos maliciosos, a testa se vingava de forma tão natural que não conseguia imaginá-lo sem elas.
Suas mãos estavam quentes e ainda continham resquícios de areia que faziam meu rosto arder levemente – tudo parecia conter areia naquele lugar, tudo mesmo, mas estava feliz demais para me importar, até mesmo minha ironia havia arrefecido.
Seu sorriso mostrava uma fileira de dentes brancos e levemente afiados.
O ar em meus pulmões logo desapareceu quando ele me beijou.
Deixei meus pensamentos se aprofundarem juntamente com aquele beijo, o amor que eu sentia nos unindo como homem e mulher, e então... Tudo desaparecia.
Estava cedo, o dia mal começava a ser esgueirar para a guarda da escuridão, tão desprotegido...
Nas mãos uma pasta repleta de folhas e relatórios que me esforcei para terminar mais cedo – uma surpresa, pensei exultante – quando estava quase saltitando pela distorcida rua que me levava ao meu derradeiro fim lembrei-me do que trazia aninhado ao peito com o auxílio da mão livre, uma garrafa de vinho francês.
Enquanto acariciava o delicado vidro desenhado com videiras e cachos de uvas, lembrei-me do preço que havia pagado naquilo... Valeria á pena, sabia disso, mas ainda sofria por ter gasto quase metade de meu salário em uma garrafa de vinho qualquer.
Ele sempre fora fã de vinhos, sabia que reconheceria aquele seja pela aparência, o gosto ou o aroma, e sorri prevendo seu rosto admirado.
O caminho pareceu-me menor, andava rápido demais, impaciente e ligeiramente presunçosa.
O alto prédio se destacava entre os demais, sendo alguns tantos andares maior; meus olhos se demoraram varrendo o comprimento imponente, as luzes artificiais que o faziam lembrar-me de uma árvore de natal gigante, por um segundo me encolhi ao lembrar de quando havia lhe contado sobre esse tolo pensamento – eu só podia estar enlouquecendo mesmo ao tentar comparar aquele sonho arquitetônico com um pinheiro artificial com luzes coloridas e enfeites empoeirados, as palavras rudes ainda martelavam em minha mente – hoje não seria um dia para más lembranças, iríamos comemorar e nos divertir como há muito fazíamos, esquecer do trabalho e das responsabilidades; finalmente tomara iniciativa e exigira um sábado de folga... Quando ficara um sábado em casa...? Não me lembrava, devia fazer muito tempo.
Ao perceber onde estava, faltavam apenas alguns poucos degraus para que eu alcançasse o penúltimo andar, onde encontraria uma imponente porta de cor escura e números em destaque – dourados – vasculhei os bolsos atrás de minhas chaves, demorei alguns minutos para encontrá-las – desastrada, ele vivia ressaltando que qualquer hora me perderia no caminho para o banheiro, afastei mais essa lembrança – as chaves finalmente estavam gélidas e firmes entre meus dedos, vasculhei rapidamente no molho e encontrei aquela que procurava conseguindo colocá-la na fechadura com uma desenvoltura desconhecida para mim até então.
A porta fora aberta de forma silenciosa, quase sorrateira.
Tentando pegá-lo de surpresa, encostei a imensa massa de madeira ao batente sem fechá-la realmente, indo em direção á cozinha, apoiei as chaves em cima de um caminho de mesa, o baque surdo do metal alcançando o tecido grosso, meus passos inaudíveis pela ausência de meus sapatos que jaziam jogados próximos á porta.
Uma bancada era tudo o que me separava daquela cena.
Naquela noite, tive uma experiência fora do corpo, enquanto permanecia imóvel e calma em minha mente, meus braços se agitavam com ferocidade enquanto bradava aos quatro ventos toda uma sorte de xingamentos e palavrões, entre uns e outros soltava ocasionais ameaças de morte, decepamento de membros e torturas das mais variadas – todas retiradas de filmes que adorávamos assistir... juntos?!
Ele estava ali, paralisado no tempo, perdido entre duas dimensões diferentes, seus quadris erguidos enquanto fora interrompido em mais uma arremetida, a figura esguia e incrivelmente pálida que estava logo abaixo dele ainda lutava para controlar a respiração – duvidava que fosse por minha causa – os cabelos loiros estavam molhados de suor, grudando-se no peito largo dele.
Podia sentir que finalmente – o meu outro eu – perdia o controle, debatia-me entre lágrimas, soluços e maldições aos dois, ás suas famílias e focava-me deliberadamente nos sexos que deveriam arroxear e cair, pútridos, impróprios para o prazer.
Quando ele finalmente pode lembrar-se de como movimentar as pernas e como funcionavam seus braços, tratou de correr atrás de mim, gritando meu nome, pedindo perdão, dizendo que cometera um erro... Logo eu não mais ouvia aquela voz que me dava ânsia e uma vontade inumana de esmurrar ao algo até senti-lo quebrar.
Na pressa de meu desejo de sumir dali, de esconder-me onde ele jamais me machucaria novamente, apertei o botão do elevador que se abriu – ameaçador – logo em seguida ao meu toque. O que eu estava pensando em fazer? Entrar ali e torcer para morrer sufocada antes de chegar ao térreo?
- Você enlouqueceu? Onde pensa que vai entrando num elevador?! – sua voz era histérica e possuía uma pitada de descrença.
Olhei profundamente em seus olhos e antes mesmo que eu pudesse entender, estava gritando apontando um dedo naquele nariz de batata:
“Se eu estou enlouquecendo? Não se julgue tão importante!” – saí batendo os pés descalços no piso liso e impecavelmente branco.
Pouco antes das portas de aço grosso se fechassem mirei a garrafa de vinho no meio daquela boca que mentira tantas vezes para mim:
“Aproveite a noite!” – as portas se fecharam e dois segundos depois eu estava em movimento, pude ver em um relance rápido que não havia acertado, ele fora mais rápido e tinha se abaixado com o rosto pálido, horrorizado.
Lembrar disso fez meu coração desacelerar um pouco, não queria ser acusada de homicídio; mas logo novo pensamento ocupou minha mente, não me sentiria tão culpada se tivesse acertado – um riso seco, cheio de escárnio ecoou de minha garganta enquanto meus olhos ardentes continuaram a produzir novas lágrimas.



Tudo pelo qual havia lutado estava se aglomerando em minha mente, a vergonha, a humilhação, o sofrimento. Deixei de ser humana no dia em que tivera de voltar aquele apartamento para pedir permissão para buscar minhas coisas – tornara-me algo inferior á um animal – Prometi a mim mesma que jamais me sentiria assim novamente e não deixaria que aqueles olhos “sinceros” me comovessem.
Empurrei aquela sombra – que reconheceria em qualquer lugar apesar da baixa luz – um tapa estalado soou em sua bochecha fazendo seu rosto se virar, seus olhos inicialmente estavam chocados, assim como estiveram no dia em que tentara acertá-lo com uma garrafa, mas após o choque inicial, uma raiva que me assustara se instalou no rosto que conhecia tão bem.
Pude sentir meu corpo se recolhendo, meus olhos se fecharam e minha cabeça se virou para o lado, pronta para receber o impacto, fiquei imóvel, esperando.
Minutos se passaram e o medo de levantar o olhar ainda não me abandonara, precisava ver – nem que pela última vez – as rosas pelas quais trabalhei tão arduamente para cultivar. Quando abri meus olhos, a luz estava incrivelmente brilhante, como jamais estivera; isso me incomodou um pouco, mantive a visão ligeiramente cerrada, tentando me acostumar ao novo ambiente.
Á minha frente, uma destruição que fizera meu peito arder e se comprimir me esperava, o delimitado caminho de pedras e mato rasteiro se confundia em uma mistura de folhas, raízes e terra, as flores pisoteadas, arrancadas precocemente, botões que jamais iriam florescer.
Meus olhos percorreram os arbustos desfolhados, as marcas de pés e terra chapinhada nas paredes e na porta.
Uma lágrima escorrera de meu rosto marcado pela dor, o medo ainda fazendo pulsar freneticamente meu coração, cai de joelhos recolhendo com dedos dormentes alguns resquícios do que fora meu belo jardim – um paraíso na Terra, agora despedaçado – o vento uivava em meus ouvidos, senti-me calma, consolada pela solidão da noite, levantei o rosto para o céu e observei a Lua e as estrelas por um tempo indefinido, ainda sem querer esquecer aquela imagem, gravando-a em minhas pálpebras, o vento acariciava meu rosto, jogando mechas de meu cabelo para trás; fazendo secar minhas lágrimas.
Quando a adrenalina se fora, apenas uma exaustão me consumia lentamente, de alguma forma consegui alcançar minha cama e adormeci ainda chorando.

Luzita

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Mensagem por Lys Weasley Salvatore Qua Abr 13, 2011 6:53 pm

Ain, q legal
gostei mto
tem + hj? OU vc só posta amanhã?
sendo como for, eu vou esperar
bjoooooooo
Lys Weasley Salvatore
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Mensagem por Luzita Qua Abr 13, 2011 7:04 pm

Não sei se você viu essa continuação que acabei de postar... Espero que goste =D


Boa noite e até amanhã amorecos

Luzita

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Mensagem por bikatriz Qui Abr 14, 2011 9:22 am

Luzita está d+
Você escreve mesmo muito bem!!!!
Continua assim e posta logo
bikatriz
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Mensagem por vicky_dobrev Qui Abr 14, 2011 4:50 pm

concordo com a bikatriz, vc escreve muuito bem mesmo, Luzita =)
to adorando sua fic Very Happy
quando tem mais ? *-*
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Mensagem por Luzita Qui Abr 14, 2011 8:39 pm

Hoje mesmo teremos mais...

Estou imensamente feliz que vocês estão gostando, mais tarde quero opiniões hein? Logo conheceremos alguém muito especial á Ágata =D~

Luzita

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Mensagem por Luzita Qui Abr 14, 2011 11:10 pm

3. Consumida

Meus olhos estavam inchados e uma dor lancinante ao lado minha cabeça me prometia um belo dia, talvez o mais longo dos dias... Suspirei e isso causou uma revolta em meu sistema, meu estômago estava embrulhado, sentia que tinha de correr antes que tivesse de limpar a bagunça em minha própria cama.
Minhas pernas continuavam fracas, bambeavam volta e meia, meus pés formigavam. Sentia-me horrível e a imagem no grande espelho apenas se fazia confirmar. Quando estive tão mal assim? Talvez nunca.
Deixei-me cair de joelhos no frio piso de cerâmica, os braços envolvendo a privada como se fosse uma criança em perigo, tudo rodava.
Não saberia dizer quanto tempo havia se passado, procurei desesperada por algum indício de que horas eram e pude notar a esquálida luz que conseguia me alcançar através do pequeno vitrô, o cheiro da Lua encontrando-me, estava de noite. Teria dormido o dia todo?
Gostaria de acreditar que apenas não vivera tudo aquilo, mas o gosto amargo permanecia em minha boca.
Levantei-me decidida em fazer algo produtivo, observei o rosto pálido e sombrio que me observava do espelho, seus lábios ressecados se retorceram num esgar, abri a torneira e senti o gélido fio de água tocando meus pulsos, enchendo as palmas de minhas mãos e por último refrescando as maçãs de meu rosto.
Nada havia mudado como imaginara.
Meus olhos percorreram o ambiente: apertado e funcional, como tudo tem sido em minha vida.
“Linda...” – a voz morria como uma chama ao vento.
- Creio que você deva me conhecer melhor, estou longe de estar linda... – o que estava fazendo? Respondendo ao vento, mas estava aérea demais para pensar sobre isso.
“Linda.” – a voz soava da mesma forma, mas algo havia mudado, nela não estavam mais contidas as reticências, dando-me a liberdade de contestar aquela única palavra; e naquele momento, não quis.
- Obrigada – minha voz era apenas um sussurro.

Luzita

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Mensagem por bikatriz Sex Abr 15, 2011 5:41 am

Luzita está d+
Amei o capitilo
Você escreve bem d+,mesmo muito bem
amei a ultima partedo capitulo com o vento a sussurrar
quando vai postar mais?
bikatriz
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Mensagem por Luzita Sex Abr 15, 2011 11:27 am

Hoje mesmo, mas só a noite por que é quando tenho tempo hehe


Continuem gostando hein?! rsrs =D

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Mensagem por Luzita Sex Abr 15, 2011 10:43 pm

Continuação

Estou enlouquecendo? Falando sozinha ou pior, respondendo perguntas vindas de algum lugar em minha mente... Talvez precise conversar mais com pessoas reais e deixar a imaginação para os sonhos e os ocasionais pesadelos.
- Se tomei uma decisão, o que ainda faço aqui? – nem mesmo a voz em minha mente possuía uma resposta satisfatória – Estou cansada...
Aquele apertado banheiro parecia me sufocar, cambaleei para fora daquele minúsculo quarto, guiada pela ânsia já esquecida – meu corpo clamava por liberdade – meus olhos varreram o cômodo bem mobiliado, parecia-me corrompido, marcado pelo sofrimento que lutara para afastar.
Minha visão estava ficando turva, meu senso de direção guiando meu corpo que seguia lânguido pelas portas, esbarrando nas paredes ou em sólidos batentes de madeira.
Alguém com o mínimo de bom senso voltaria para a cama, mas me imaginar entremeada pelos lençóis fazia soluços sufocados ecoarem aos meus ouvidos.
Algo em meu intimo gritava que estaria bem quando estivesse longe dali, onde paredes e um telhado não sombreassem meu ar.
A lufada de ar tão convidativa se adiantou em meus rosto, meus braços se abriram, minhas palmas viradas para o céu recebendo como pequeninas pérolas as lágrimas que escorriam do céu, Um trovão ecoou ao longe, mas mantive meus olhos fechados, o cheiro de terra, do mato e do orvalho.
Meu corpo se impregnava com o cheiro das rosas despetaladas, deitei de costas no mato rasteiro, inclinado em clemência sobre a terra recém revirada.
“Venha...” – novamente a brisa soprou-me as palavras docemente aos meus ouvidos, um sorriso despontou em meus lábios.
- Venha você! – minha voz era autoritária, sentia-me despreparada e ensandecida enquanto uma gargalhada brotava de meu peito arquejante. Não esperava uma resposta, apenas não esperava nada.
- Abra os olhos – pela primeira vez a melodiosa voz não soara unida á uma brisa ou sopro.
Abri-os por puro impulso, mas nada me prepararia para a cena que presenciaria instantes depois.
Em choque – era assim que eu estava, completamente paralisada – meus olhos se arregalaram a quase saltarem das órbitas.
O dono da bela voz estava ali – sabia que era ele, sentia em todas as fibras de meu corpo – O dono dos olhos de infinito... Bem ali... Em meu jardim, pensei horrorizada.
Minha primeira reação fora compreensível, arrastei-me para o mais longe daquela sombra alta que me encarava – altivo – de cima.
Meus olhos tão presos aos seus, hipnotizados... Uma cobra, peçonhenta e perigosa... Tais palavras ecoavam em mim.
Ponderei se deveria gritar, ele deve ter percebido minhas intenções no exato momento em que suas feições ficaram temerosas, ele parecia pronto para correr.
Os meus pulmões batalhavam por manter minha respiração adequadamente controlada, mas o medo impulsionava esse controle para longe, onde já não podia distinguir a linha do horizonte.
- Não... Não, não, não, não... – limitava-me a murmurar tentando encontrar algum conforto naquelas palavras.
Novamente eu me encontrava de olhos fechados, por um segundo no qual cedi á curiosidade, olhei-o da forma mais discreta que pude. Em seu rosto estavam toda a dor e a rejeição milenares, aquela imagem marcara meu coração como ferro em brasa – vermelha, quente, sulfúrica – e no instante seguinte ele já não estava mais lá. Só, não consegui mais dormir.

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Mensagem por Luzita Sex Abr 15, 2011 10:49 pm

Boa noitee =D

Luzita

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Mensagem por Lys Weasley Salvatore Sex Abr 15, 2011 10:59 pm

Boa noite, Luzita Smile
cada vez + sua fic fica melhor Smile
a gente só pensa: +++++++++++++
bjoooooo
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Mensagem por Luzita Sáb Abr 16, 2011 8:34 pm

Acordei com o telefone tocando histericamente próximo a minha cabeça.
- Mas será possível... – minhas palavras morreram quando a dor em minha mente tornou-se insuportável, gostaria de voltar a dormir, esquecer, mas de olhos fechados aquele rosto me invadia de forma que eu não podia escapar ou me esconder.
Olhei para o lado e meu celular brilhava praticamente caindo do criado mudo.
- Alô? – não queria mesmo atender, mas sabia que aquilo não pararia.
- Finalmente! – o suspiro naquela voz tão familiar a mim fez algo no fundo de minha mente se remexer, não dei importância sendo interrompida pela voz novamente, agora exigente – Cadê você? Está ficando louca? É melhor que tenha morrido, não gostaria de sofrer tudo o que andaram planejando para você...
Por um momento me deixei vagar, perdida naquelas palavras que não me faziam sentido, estava acostumada demais com o falatório de Sara para me importar.
- Agora resuma tudo, minha cabeça irá explodir e você terá cinco segundos... Quatro... Três... D...
- Você pensa que isso é uma brincadeira moçinha? – ela adorava bancar a mais experiente, apesar de ser mais nova do que eu – Por que você sumiu na sexta-feira? E hoje?! Ainda mais hoje... Onde já se viu faltar em um sábado? Você sabe como o Dr. Almeida fica quando você não está á disposição dele... – o falatório recomeçara da forma que previra, Sara levava o trabalho muito a sério, ás vezes, até demais.
- Terei uma chance de explicar? – disse ácida quando ela parara para respirar, a voz do outro lado ficara muda, indignada com minha pressa – Muito bem, obrigada! – suspirei – Passei mal no caminho para o trabalho, passei algum tempo desacordada e então, já estava tarde demais e ontem... E...
- E? – agora a impaciente era ela.
-... E eu não lhe devo satisfações – meus dedos formigavam por desligar o telefone, mas sabia que de nada adiantaria, apenas a irritaria mais e por um segundo, isso não pareceu tão ruim, sorri maliciosa.
Algo em seu tom de voz chamara minha atenção, meticulosa demais, gaguejante, mas temerosa e não completamente exaltada, sem paciência que é como a imaginara respondendo-me grosseiramente.
- Desculpe senhor... Sim senhor... Ainda não senhor... Tentarei... Claro senhor... Sim, o mais rápido possível – mesmo em fragmentos sabia o que aquela conversa queria dizer, eu estava atrasada.
- O mais rápido possível – respondi-lhe, ela entenderia.
- Eu sei.
Ambas havíamos desligado juntas e eu tratava de jogar as pernas para o lado, para fora da cama.
Todos os meus movimentos seguintes foram mecânicos, fragmentos de memórias. Não saberia dizer se a água do chuveiro estava quente ou fria, tudo que passava em minha cabeça era: estou atrasada e seria incrivelmente bom se minha cabeça explodisse... agora.
Infelizmente nada acontecera e lá estava eu, indo em direção ao Banco Nacional – um triste fim para um sábado.
Meus olhos varreram rapidamente o interior de minha bolsa, provavelmente esqueci algo, mas estava crente que o essencial estava comigo.
Minha bolsa repousava em meu colo, por um momento notei minha roupa – colorida demais, curta demais, despojada demais – torcia para que ninguém me notasse, missão impossível em meio a uma multidão de ternos escuros e roupas discretas. Onde estava com a cabeça quando escolhi esse vestido leve e floral?
Ao menos estou chegando... Isso é bom certo? Antes que pudesse responder a minha própria pergunta, as portas do coletivo se abriram para mim, sem poder pensar muito no assunto, assenti que era um mau sinal.
“Grampeei” o crachá em meu vestido, evidenciando mais do que deveria de meu decote, estava atrasada e havia coisas mais importantes do que isso com o que me preocupar. Persegui cada olhar incriminador que capturei, não deixaria que fosse julgada sem um bom motivo e então, aqueles olhos arrebataram os meus.
A figura parecia mais alta assim, de longe, sua postura era altiva, a coluna perfeitamente reta e o espesso bigode encobria a boca volumosa, no nariz aquilino estava equilibrado um par de óculos com seus aros esqueléticos e pálidos, os ralos cabelos estavam bagunçados e a gravata frouxa no roliço pescoço. Quem não o conhecesse poderia considerá-lo desleixado – e não a imagem elegante que me vem á mente quando meus olhos se arrastam em sua direção – todos os sinais de nervosismo estavam estampados no rosto carrancudo, apenas os olhos demonstravam seu alívio e felicidade a me ver entrando pelas enormes portas giratórias.
- Não sabia que havia permitido roupas informais aos sábados Srta. Palmer – novamente seus olhos eram os únicos indicadores que aquilo fora uma brincadeira e não uma reprimenda completa.
- Desculpe-me senhor, mas... – calei-me.
- Mas? – ele me instigava á continuar, então...
- Mas não seria de todo mal sua permissão para roupas mais leves em dias ensolarados ou frescos.
- Mas hoje não está um dia fresco ou ensolarado, Srta. Palmer, diria até mesmo que está sombrio e solitário.
- Acredito esses sejam muitos “mas”, e sim, podemos dizer que hoje está um tanto nebuloso; vesti-me assim para quebrar um pouco esse tom monocromático que vemos todos os dias – meus olhos vagaram para os olhares chocados a nossa volta, como havia imaginado, todos escutavam nossa conversa.
Pude notar que ele seguia meu olhar e sorria ligeiramente.
- Sim, está certa, poderá me apresentar uma proposta formal mais tarde, agora vamos para meu escritório, precisamos ter uma conversa particular – eu não fora a única que percebera os olhares e ouvidos que nos acompanhavam, atônitos, como á uma novela.
- Claro senhor – apressei-me á acompanhá-lo, andamos lado a lado enquanto sentia o fogo em minhas costas, olhares invejosos que perderam sua força quando fechamos as portas da sala principal.
Estivera algumas vezes naquele local suntuoso, mas sempre ficava admirada com sua beleza inspirada nos mínimos detalhes, a pequena figura – agora sentada em uma cadeira com respaldo alto – sorria mais abertamente.
Por um momento, o brilho em seus olhos desvaneceu.
- Conte-me.
- Eu sinto muito – sentia-me envergonhada e não conseguia encará-lo,
- Ora, vamos, já passamos por coisas piores do que algumas faltas. Lembra-se? – seu tom tornara-se sonhador.
- Sim.
- Conte-me – ele repetiu sem perder a compostura.
- Enquanto estava no coletivo – abarrotado de gente por sinal – passei mal, acabei alguns minutos jogada á um banco no terminal mais próximo, já havia perdido à hora e achei melhor descansar.
- Entendo... Fiquei preocupado, sente-se bem? – seu rosto tomou a feição paternal que sempre me comovia.
- Sim, obrigada senhor.
- Não precisa chamar-me de senhor quando estamos sozinhos, como eu disse, passamos por coisas demais para esse tipo de formalidade.
- Obrigada Bob – eu sorria alegremente, amava-o como a um pai.
- O que a impediu de vir hoje? Você sabe que preciso dessa informação como seu chefe, mas também pergunto como amigo.
Ponderei o que lhe diria: que estava ficando louca e ouvindo vozes? Pior... Tendo alucinações?! Isso com certeza o preocuparia ainda mais.
- Robert apareceu em minha casa novamente... – seu rosto ficara lívido enquanto o meu roubava-lhe toda a cor, ficando vermelha até a raiz dos cabelos.
- Não precisa contar se não quiser – sua voz inabalável pareceu-me ligeiramente rouca, mas controlada e imparcial como sempre.
- Preciso conversar com alguém e não há ninguém melhor – ambos sabíamos que Bob fora o único a quem contei o motivo de terminar o noivado com Robert, todos os outros tiraram suas próprias conclusões e não me dei ao trabalho de desmentir nenhuma delas.
- Não aja como se fosse insubstituível! – sua voz estava grossa e ligeiramente mais alta do que o necessário – Busque os documentos que lhe pedi e tente não se atrasar dessa vez.
Seu tom não dava vazão a réplicas, dei as costas ás enormes portas e caminhei pelo conhecido corredor que daria na sala “confidencial” de documentos.
Quando abri a porta, sabia que encontraria Sara roendo as unhas da mão, olhando desesperadamente para o relógio.
Seus olhos estavam assustadiços e brilhantes – teria chorado?
- E? – sua testa se enrugava enquanto franzia grosseiramente as sobrancelhas.
- Relaxe, esta tudo bem – ela soltou a respiração que pareceu surpresa em perceber que prendia.
- O que ele disse á você? – mesmo Sara sendo uma grande amiga, não achei necessário contar-lhe a afinidade e o carinho que nutro por Bob, nossa relação perdura á anos, Bob e meu pai eram apenas meninos quando se conheceram.
- Pediu-me para tomar mais cuidado, afinal, não sou...
- Insubstituível... É eu sei... Acho que todos aqui já ouviram o discurso dele sobre isso – ela revirava os olhos e por um momento, me pareceu mais velha do que realmente é; Sara achava que teria mais autoridade se parecesse assim.
- Tomarei mais cuidado... E... Hã... Sara?
- Sim? – ela respondeu sem olhar em minha direção, perdida entre uma pilha de relatórios e seu computador.
- Me desculpe... Por hoje cedo... – ela correra para mim e enlaçara minha cintura com seus braços compridos e finos, nesse momento ela parecia realmente com a Sara que conheço.
- Agora vamos trabalhar – disse-me ela recuperando sua posse de “mulher”.
Em minha mesa estava esquecida uma pilha de relatórios muito semelhante á de Sara.
- Tenho de entregar alguns documentos para o Dr. Almeida, volto logo, está bem?
- Ah... Ok... Mas não demore hein?
- Pode deixar – sorrindo, deixei Sara na sala sozinha.
Escondi meu sorriso sob minha feição séria, compenetrada e um pouco ofendida, ninguém que acabara de ter uma conversa “séria” com o chefe completamente nervoso sai sorrindo de lá, todos pareceram acreditar, alguns rostos sorriam.


Spoiler:

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Mensagem por bikatriz Sáb Abr 16, 2011 8:47 pm

Amei Luzita, a sua fic é extra sensorial podemos sentir e ouvir tudo o que é contado, continua
Quando posta mais?
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Mensagem por Luzita Sáb Abr 16, 2011 8:51 pm

Acho que ainda hoje... Será um capítulo único... Twisted Evil

Luzita

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Mensagem por Lys Weasley Salvatore Sáb Abr 16, 2011 8:55 pm

bikatriz escreveu:

Amei Luzita, a sua fic é extra sensorial podemos sentir e ouvir tudo o que é contado, continua
Quando posta mais?.

+1
bikatriz, tirou as palavras da minha boca Very Happy
bjoo
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Mensagem por Lys Weasley Salvatore Sáb Abr 16, 2011 8:55 pm

bikatriz escreveu:

Amei Luzita, a sua fic é extra sensorial podemos sentir e ouvir tudo o que é contado, continua
Quando posta mais?.

+1
bikatriz, tirou as palavras da minha boca Very Happy
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Mensagem por Luzita Sáb Abr 16, 2011 8:58 pm

Vou caprichar pra vocês hein?! =D


*Quicando de felicidade

Luzita

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Mensagem por Luzita Sáb Abr 16, 2011 10:00 pm

Desejada

Estava completamente dividido entre o certo e o desejado.
Amar era isso? Desejar tão loucamente que deixamos o objeto de nossa paixão longe? Lutando para protegê-lo de um contanto, que por mais ínfimo que seja possa matá-lo? Talvez seja, é simplesmente impossível raciocinar enquanto a brisa traz seu perfume.
Inconscientemente, aspirei o ar, o cheiro dela impregnado em minha essência, maculando tudo o que toca, mas não me recordo de nada parecido á isso... Esse cheiro... Essa louca vontade de possuí-la, isso sim é fácil de imaginar, sentir, prever.
Desviei meus pensamentos desse ângulo tortuoso, se me aventurasse por esse caminho talvez nunca me perdoasse, precisava mantê-la onde está – viva e bem.
Lembranças de um dia onde fora agradável ter-me por perto sempre afloram em minha mente quando tento me convencer de que ela estaria segura sem mim, até mais... Talvez.
Enquanto continuava seguindo-a silenciosamente, notei quando sua postura havia mudado, seus ombros estavam ligeiramente para a frente, a cabeça baixa e os braços cruzados ao peito, estava tensa e os passos ritmados pareciam condenados. Ela tremia.
Mandei em sua direção uma onda de calor, mas não pareceu fazer o efeito desejado, sua respiração estava acelerada, descompassada e meus olhos desconfiados.
Continuei mantendo uma distância segura, a onda de poder que tomaria quando me aproximasse demais poderia matá-la... Mantendo esse pensamento em mente, deixei que ela tomasse a dianteira, coisa que ela fez relutantemente.
Faltavam alguns poucos passos para a pequenina casa, sua fisionomia era sofrida, retorcida e seus olhos brilhavam.
Quando ouvira sua voz, não reconheci o tom alegre e irônico, tão característicos. Insegura.
Por um momento deixei que meus olhos vagassem para a direção onde seu olhar se nublava.
Um homem... E daí? Por um momento um detalhe havia sido esquecido por mim: ele estava dentro da casa dela, mesmo estando no jardim, isso me enfureceu.
Por que ela o temia? Gostaria de perguntar-lhe, mas como fazer sem que a prejudique? Controlei-me e esperei.
A conversa entre os dois era tudo, menos amistosa.
Podia sentir a eletricidade que era emanada por seu corpo, ele estava relaxado, mas eu sabia que não era verdade.
Ainda absorto naquela inusitada cena, capturei fragmentos daquela conversa, mas não faziam sentido... E o que mais estava fazendo esta noite?
Em passos decididos ele invadiu o frágil bloqueio que os braços delas pareciam tentar oferecer, enlaçando-a depositou um beijo violento nos lábios – selvagem, a palavra ecoava em minha mente.
Se pudesse, sabia que estaria chorando, agradeci ao vento por não possuir lágrimas.
Não queria ver aquilo, gostaria de esquecer aquela imagem que insistia em se repetir sob minhas pálpebras, mas eu estava lá e eles estavam ali. Doía profundamente em meu peito vê-la sendo subjugada daquela forma, conquistada por um homem das cavernas, não havia paixão, sensualidade ou desejo naquele abraço, naquele beijo, apenas a submissão, a posse. Sentia-me enjoado, como se um furacão reverberasse em meu coração.
E então, toda a cena mudara, um segundo, um piscar de olhos e ela se afastava dele, movendo-se desajeitadamente para trás, escapando dos braços que continuam estendidos, paralisados.
O choque passou pelo belo rosto e então a fúria – selvagem, a palavra parecia eternecida naqueles lábios, os olhos que brilhavam pela emoção.
Lutei para tirar os olhos dela, tentando ver o que havia acontecido e como aquela imagem afetava o garanhão logo a minha frente – eu havia me aproximado, precisava ir antes que fosse tarde demais, mas algo naqueles lábios que chamava para perto.
Meu desejo pulsava desconfortável, tão perto.
A delicada mão se encaminhou diretamente para a bochecha redonda do homem que ainda permanecia parado, em surpresa, não teve reação a não ser sentir o ardor deixado pelo ato. Seus olhos relampejaram, quando seu rosto encontrou o dela – ligeiramente erguido, ela havia retornado, pensei exultante! – sua feição tornou-se uma máscara de horror e raiva, por um momento vi a cena se desenrolando em câmera lenta, ele erguia o braço contra ela; pude notar os músculos se tensionando para acertá-la com força, derrubá-la.
Algo se rompia dentro de mim, todo a raiva que estava armazenando por aquilo – que já não ousava chamar de homem – se esvaindo enquanto mandei uma onda de poder.
O corpo voara longe, percorrendo as ruas escuras, o impacto fazendo-o desmaiar, em minha volta tudo era caos, o vento trazia consigo redemoinhos de folhas e pétalas, o cheiro dela já tão familiar a meu corpo, o desejo, o calor e a vontade de tocá-la se avolumando dentro de mim. Algum dia me acostumaria em tê-la por perto?
Ela... Ágata... Por um momento havia me esquecido da pequena figura que jazia encolhida ao meu lado, não poderia estar tão próximo á ela – perigo – era tudo o que eu podia dissernir em minha mente.
Quando ponderei a idéia de me afastar, olhei-a pela vez que jurei ser a última, mas ela não olhava para mim ou para a ausência do resquício humano, ela continuava de cabeça baixa e olhos firmemente fechados. Extasiado, permaneci alguns minutos observando-a, ela levantou o rosto lentamente e somente depois abriu fracamente os olhos, notando agora que ele havia “ido”, ela pareceu aliviada; até o momento em que seus olhos se focaram ao seu redor.
Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos – chocado, não pude fazer nada, querendo consolá-la, mandei brisas fracas e mornas em direção ao seu rosto, deixando que suas lágrimas se secassem pelo vento.
Ela caiu de joelhos, seu corpo mais frágil do que nunca pedia um abraço, carinho e proteção, tudo o que jamais poderei oferecer. Eu também chorava, um choro sem lágrimas, apenas dor.
Suas mãos trêmulas capturaram alguns poucos fragmentos de rosas e folhas, a terra escura manchando sua pele dourada, ela ergueu os olhos para o céu, como se procurasse respostas no luar. Nada encontraria, sabia disso mais do que ninguém, quantas vezes não buscara ali a chance de possuí-la nos braços apenas uma vez?
Continuava ali, parado, enviando-lhe leves brisas que levavam pequenas mechas de seu cabelo para trás, épico, perfeito.
Meus olhos se demoraram a abandoná-la, com medo que ela se quebrasse assim que não a visse mais.
Ela fechou novamente os olhos, se curvou abraçando os joelhos e lutou com o sono e os soluços que a faziam tremer.
Afaste-se – sabia bem o que deveria fazer para mantê-la segura, mas não conseguiria ser egoísta o suficiente para ir.
Aproximei-me dela lentamente, lutando para manter minha ansiedade sobre controle.
Imaginá-la em meus braços levara a imagens que não me ajudariam, abandonei-as.
Seu peso era quase insignificante, aninhada ao meu peito ela suspirou e dormiu solenemente. Sua respiração agora calma soava como uma canção de ninar para meu corpo que se debatia com questões éticas e morais.
Meu desejo por ela pulsava dolorosamente, mas ao olhar seu doce rosto, tão entregue, inocente – não houveram pensamentos mundanos que resistissem, apenas a vontade genuína de protegê-la de tudo, até mesmo de mim, mas hoje isso não seria uma preocupação.
Rapidamente encontrei a cama que julguei ser dela, a coloquei aninhada em meio aos cobertores e me apressei a sair dali, seu cheiro estava marcado em todos os cômodos, nas paredes, nas roupas, na cama...
Meu lado honrado dizia-me para sair dali, mas parte de mim gostaria de ver qual seria sua reação a me ver verdadeiramente – sorri maliciosamente.
Ambos os lados concordaram quando previ que esse dia chegaria, onde ela gritaria meu nome em meus ouvidos e eu poderia encher-me de seu cheiro.

Luzita

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Mensagem por vicky_dobrev Dom Abr 17, 2011 11:50 am

Amei Luzita, a sua fic é extra sensorial podemos sentir e ouvir tudo o que é contado +2
vc já tentou escrever um livro? se não, deveria. sério mesmo, se vc escrever um eu juro que compro *-*
parabéns, flor, tá mtoo bom mesmo Very Happy
quero mais bounce
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Mensagem por Bonnie Dom Abr 17, 2011 12:01 pm

AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH Q PERFEITOOOOOOOOOOOO
eu qro mais e mais e mais e maissss Twisted Evil
Gostei dele Twisted Evil Twisted Evil

Sério Luzita tô amando a fic *wee*
qdo tem mais? Very Happy
bjs TÔ AMANDOOOO DEMAISS
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Mensagem por Luzita Dom Abr 17, 2011 12:02 pm

Sério? *---*

Explodindo de felicidade, obrigada amores... Vou continuar e daqui a pouco terei mais =D~

Luzita

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Mensagem por Bonnie Dom Abr 17, 2011 12:04 pm

Luzita escreveu:Sério? *---*

Explodindo de felicidade, obrigada amores... Vou continuar e daqui a pouco terei mais =D~

EBAAAA, esperando Very Happy
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Mensagem por bikatriz Dom Abr 17, 2011 12:34 pm

vicky_dobrev escreveu:Amei Luzita, a sua fic é extra sensorial podemos sentir e ouvir tudo o que é contado +2
vc já tentou escrever um livro? se não, deveria. sério mesmo, se vc escrever um eu juro que compro *-*
parabéns, flor, tá mtoo bom mesmo Very Happy
quero mais bounce
Vicky vc tirou as palavras da minha boca, sério Luzita eu tambem comprava o seu livro
O capitulo estáfantastico!!!
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Mensagem por Luzita Dom Abr 17, 2011 12:45 pm

$_$ Vou pensar nessa ideia uhasuhsuhash



Então pessoinhas lindas, eu tenho um livro sim... Nada publicado claro, é mais para mim e pessoas mais próximas, se alguém se interessar - o tema é vampiros Twisted Evil

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