[FINALIZADA] São minhas páginas...

Damon acordou aquele dia sem lembrar, no primeiro momento, que era seu aniversário. Abriu os olhos, sentou-se na cama, e reviveu vários dos momentos que tinha passado no começo da semana, desde o domingo, com Elena dormindo em sua cama. Todo o furacão de coisas que sucederam na sequência. Ela ter lido seu diário escondido, praticamente na barba dele, afinal. A primeira vez foi durante o banho dele, no quarto dele, na caaaara dele e ele tão envolvido com ela que estava, nem percebeu, não se deu conta. Ric naquela cena insólita de ajudar a guardar os diários. Tinham sido pegos com a boca na butija. Ah! Como tinha doído encarar que seus melhores amigos tinham lhe traído daquela forma. Agido em suas costas. Puxa! Machucou muito! O expôs e o pôs em contato permanente com sua humanidade. Ele finalmente foi obrigado a admitir que não era capaz de desligar-se. Enfim, mas ele, ao menos por enquanto, continuaria fingindo, um pouco, vez ou outra. Ele recordou da conversa franca que teve com Ric e com Elena e lembrou dos dois abraços que recebeu, tão especiais. Porém, o abraço de Elena tinha sido um ALGO A MAIS na vida dele, aquele abraço sim, tinha sido algo a mais.... e foi porque nao parou no abraço... e ele reviveu o beijo... sim, Elena o beijou... eles se beijaram... e foi delicioso... ele levou uma das mãos à boca... e fechou os olhos de novo... ah, que sensação sublime foi aquela... que beijo... ardente, intenso, ele queria repetir, mas ele também tinha lembrado de Stefan... e agora, mesmo com Stefan sendo o idiota que vinha sendo, desligado por Klaus, ele sabia que seu irmão não era ele mesmo, e que não era exatamente sua culpa, e ele é que era um traidor, ele beijou ELena nas suas costas... ele não sabia bem como encararia Stefan. PUxa, ele precisava desabafar tudo isso... e o fez, por escrito... iniciou a narrativa em seu diário.. o polêmico diário... um dos... enfim, ele escreveu tudo pelo que tinha passado, com detalhes, e foi minucioso ao descrever o beijo... tentou colocar em palavras todas as sensações que teve ao beijar e ser beijado por Elena.. as carícias... os abraços... tuuuudo, tuuuudo mesmo... acabou o texto de forma infantil, como se escrevesse uma cartinha para uma possível namoradinha de infância... em italiano, ele escreveu: "Elena, io amo voi". Foi terminando esta frase e guardando seu diários no local não tão secreto depois que Elena o descobriu, que ele se 'tocou' que era seu dia.. hoje era o seu aniversário... e ele soltou um sorriso suave... nem acreditava... de qualquer maneira, ia ser um dia normal, sem grandes mudanças, ninguém sabia, por isso, ninguém se lembraria... Talvez Stefan... enfim... ele deixou pra lá e começou mais um dia tedioso como sempre...

*

Bem, era sábado, e não havia aulas. A galera estava toda em alvoroço pela 'festinha' de Damon. Era demais! Aniversário de Damon. Nossa! Ele era tão reservado, fechado.. e estavam ansiosos para vê-lo no dia do seu aniversário, saber como reagiria. Durante a semana, todo mundo se ajeitou e deu seus pulos para comprarem um presente para ele. E não foi tarefa fácil para ninguém, afinal, não o conheciam direito, não mesmo. COmo lhe comprariam algo?!! Queriam ser profundos, mas não sabiam se conseguiriam.

A 'festinha' estava marcada para as 7h da noite. E o plano era o seguinte:

Elena ficaria encarregada de convencer Damon a ir até a casa das bruxas. Mas todos deveriam dar-lhe um perdido o dia todo, e como era claro que ninguém 'sabia' que hoje era seu aniversário, eles não teriam muito trabalho com isso.

Damon tomou um banho demorado pela manhã, ao acordar. Queria despertar de verdade. Deixou a água mais fria, era verão. Saiu de toalhas e foi escolher uma roupa. Queria algo diferente, então, combinou consigo mesmo que não usuaria nada em preto. Percebeu que essa não seria tarefa muito fácil, seu guarda roupas era repleto de vestes pretas, e quase não tinha nada muito colorido. Ele não era muito afeto a cores berrantes e chamativas, de qualquer modo, então, optou pelo cinza ou grafite. Ao menos não era preto, ué?! Enfim, vestiu uma calça jeans comum, e pegou uma camiseta lisa em tom de grafite, com uma discreta estampa em cinza mais claro, que partia do centro do peito e subia fazendo um degradê perto do ombro esquerdo. Passou seu perfume no pescoço e pulsos. - Humm... vampiros eram mesmo vaidosos!! - Ele era!

Ele estava pronto para sair, não sem antes desfrutar de seu café da manhã atípico. Foi até o freezer no porão e pegou uma bolsa de sangue. Debulhou-a em segundos. Mais uma. Deu-se por satisfeito. Depois daquele beijo, ele viu Elena poucas vezes e ela ficava sempre meio sem graça. Ele não sabia como ela estava se sentindo a respeito, mas ele estava ao mesmo tempo feliz e pensativo, por sabia que estava sendo desleal com Stefan. MAs ele a amava tanto. Só que ela não era Katherine e ele esperaria até que ela tomasse uma decisão, no entanto, não ia pressioná-la para isso. Já eram tantos problemas para resolver. Sobreviver a Klaus, Mikael... não dava tempo para ela pensar nisso agora, ele compreendia. E ia agir o mais naturalmente possível para evitar constrangê-la.

Ele ligou para ela, mas não foi atendido. Decidiu mandar um SMS, e também não recebeu resposta. Ele pensou que ela estivesse com vergonha, ainda. Tudo bem... sem problema, era melhor deixar ela esfriar a cabeça e procurá-lo, ele ia respeitar isso. Ligou então para Ric, era fim de semana e às vezes eles se encontravam para tomar café também, além das doses de Scotch que dividiam à noite. Ric atendeu.

D: - Hello Ric. Breakfast? I'm at the grill right now.

R: - Ah.. hey Damon. Sorry man, I have a lot of work here to finish. I had breakfast at 6 am and I'm not going to stop so early. Seriously, I'm sorry.

D: - Ah.. ok then. See you!

R: - See you, Damon.

Puts, Ric mentiu porque o plano era ignorar Damon, despistá-lo. Como todo plano infalível que pressupunha uma festa surpresa. alguém sempre se encarregava de ocupar o dia do aniversariante para que ele não desconfiasse e aí, ficava evidente que estava preparando algo. Mas no caso de Damon, não. Teoricamente, ninguém sabia.

Damon tomou o café da manhã humano sozinho. Já estava mesmo no Grill. Pediu um suco de laranja, torradas, ovos mexidos com queijo, e geléia de framboesa. Café da manhã diferente para um dia diferente. Ele achou que merecia, de presente, para si mesmo. Comida humana. Ele apreciava. Que mal havia!! Comeu bem e comeu tudo.

Ele decidiu ir até o mirante outra vez, mas mudou de idéias. As recordações não eram as melhores e devia estar cheio hoje, era sábado. Então ele se dirigiu para o Rio. Mas estava cheio de gente também, verão, fim de semana. OK... Então, sem essa de lugares públicos abertos. Que tal a livraria do centro? Não. Cheio. Estaria cheio por lá também. Meleca, onde ele encontraria um lugar mais privativo. Já que estava sozinho, afinal, achou que deveria continuar sozinho e esperaria o dia passar. Estava de carro, e foi até uma parte da estrada. Parou. Simplesmente parou quando se afastou um pouco da cidade. Desceu, caminhou um pouco, respirou o ar fresco do verão. Estava bem quente, e o sol estava de fritar. Mesmo com o anel, ele sentia a pele arder bem pouquinho, bem pouquinho mesmo... isso só acontecia em dias muiiiito quentes como aquele, ou se ousasse ir à praia. Era por isso que ele preferia as montanhas. Enjoou de ficar lá andando sem fazer nada de mais além de queimar. Voltou para cidade. Era hora do almoço, mas ele estava sem fome. Enjoado outra vez, não teve remédio. Não encontrou lugar pra ficar, ninguém para acompanhá-lo em nada, foi pra casa, meio triste, talvez entediado... não estava um pouco triste sim.. passar o aniversário sozinho era muito desagradável, e embora ele estivesse acostumado a isso, ele pensou que talvez pudesse ser diferente, já que finalmente ele tinha feito alguns... amigos.. pela primeira vez em toda a vida. Estava na sala, bebendo whisky e envolto em pensamentos quando foi grosseiramente interrompido por Stefan.

S: - Onde ela está?!

D: - What the hell?! De quem está falando? Se se refere a the killer barbie, esqueça, não faço idéia.

S: - Estou falando de Elena. Onde ela está?! Não a encontro em parte alguma. Klaus

D: - Ah, cale a boca Stefan. Já sei que é o mordomo do KLaus, agora vá encher o saco de outra pessoa. Se não a encontrou, não cumpriu seu dever muito bem, meu amigo, e talvez esteja ferrado com Klaus. Mas quer saber, que se dane, Stefan. Que se dane.

S: - Que bravinho!

D: - Você não é isso aí que se tornou, Stefan. Não mesmo. - Damon o deixou falando sozinho e subiu para o quarto. Nem em sua casa ele conseguia um pouco de paz para pensar.. refletir... de manhã ele pensou em tudo que viveu na última semana, agora, ele tentava fazer um panorama história de sua própria vida... e ele se lembrava de um Stefan tão diferente... completamente diferente. Pode ver suas transformações durante o tempo que passaram juntos, a vida toda, algum tempo separados, mas Damon sempre voltava para vê-lo. Nâo podia ficar muito tempo longe. Ele amava aquele irmão. DEmais. Stefan era sua única família e mais do que isso, era seu irmão caçula, que ele tanto queria proteger sempre. Ele sentia que havia falhado com ele e que era por isso que Stefan se tornou um ripper. ELe devia ter perdoar Stefan por tê-lo obrigado a se tornar vampiro, por ter entregue Katherine ao pai.... ele achava que talvez tenha errado aí, e isso o desequilibrou e ele passou a fazer aquelas besteiras.. ao ponto que Damon decidiu deixá-lo... e depois se arrependeu.. havia Lexi.. mas não era ele... e - Stefan, eu vou trazer você de volta, vou mesmo! Você definitivamente vai voltar! E vai ter que me perdoar por ter beijado Elena. - Novamente as imagens daquele beijo delicioso que ele tinha dado e recebido ao mesmo tempo. Aaaah... Elena.... Ele não teve mais nada pra fazer durante tooodo o dia. Já eram 5:30 da tarde. Ele tomou outro banho. O calor era de matar. Saiu do banho e escolheu outra roupa além do preto. Calça jean normal, e camiseta lisa, vinho. Desta vez não era possível que Ric não topasse. Sabadão à noite, whisky, ah, é claro que ele toparia.

D: - Hello Ric.

R: - Damon! Hey.

D: - Well, já encerrou o expediente? Double shot no grill, agora?! Te encontro lá?

R: - Ah, agora?! É, que horas são, Damon?!

D: - Hummm... são 6:30. Porque?

R: - É... nada... é que eu ainda não terminei as coisas por aqui...

D: - Ric, que esquisito. Se não tá afim de sair, é só dizer. ¬¬ Eu vou entender.

R: - Não.. eu... é sério, não vai dar hoje. Mesmo. Sinto muito.

D: - Você está com alguém? Estou atrapalhando alguma coisa? - Damon sorriu maliciosamente.

R: - NOOOOOOO... Não, é só trabalho demais... provas para corrigir... é sério Damon...

D: - Tá legal. Me deu um belo perdido hoje, Ric. Estranho isso. Mas ok. Te vejo amanhã, pelo menos?

R: - Sim.. claro.. eu compenso isso. Desculpa.

D: - Tá tá.. tchau.

Damon ficou mesmo chateado. Ia trocando de roupa outra vez, desta vez ia ser o pijama. Ia pra cama cedo, hibernar, e tentar sonhar com Elena. Já estava tirando a camisa quando seu celular tocou.

D: - Hello, Elena. - Ele abriu um sorriso giganteeee!

E: - Hello Damon. PReciso da sua ajuda. É importante, urgente. Tem que ir comigo à casa das bruxas.

D: - Elena.. o que.. está brincando não é... aquele lugar me dá arrepios... Emily Bennet morreu ali, sabe, e ela não vai com a minha cara... da última vez ela quase me fez de churrasco. Sei lá o que pode dar na cabeça dela e....

E: - Damon, é importante! Não posso ir lá sozinha, e não confio em mais ninguém além de você. Descobri novas informações naquelas fotografias que o Ric tirou da caverna. Bonnie vai nos encontrar lá também. Ela vai tentar um contato com a bruxa original e eu preciso de você. Não posso fazer isso sozinha. Preciso que esteja lá comigo. Vamos.. por favor... você pode passar aqui em casa pra me pegar, Ric passou o dia no apartamento e ainda não voltou e Jeremy está por aí? Por favor?!

Elena sabia como convencer qualquer pessoa, mas com Damon, nem precisava se esforçar. Ele só discordava dela se algo fosse perigoso e oferece risco à vida dela, do contrário, ele fazia tuuuudo que ela queria. E é claro que ele mordeu essa isca e mesmo um pouco receoso e intrigado com essa estranha situação, ele foi. Pegou Elena em casa, e foram até a casa das bruxas. Ele olhou em volta, tudo escuro, não dava para ver nada do que estava preparado para ele lá dentro.

Eles pararam na porta. Damon relutou um instante.

D: - Elena, o que exatamente temos que fazer aqui, eu não entendi e você não explicou nada no caminho. O que é?!

E: - Acha que eu o levaria para uma situação de perigo, Damon? Acha que eu te colocaria sob risco? Não confia em mim?!

D: - Por favor, não use nenhuma palavra próxima de confiança ou confiar, etc... só tem me trazido problemas.

E: - Ok. Só fique calmo. Você já vai saber. - Elena riu, e pressionou a maçaneta, e ele sentiu calafrios na espinha. Era tudo muiiito estranho.

D: - Insólito... Elena, insólito. - Ela entrou e ele a seguiu. Lá dentro, já conseguia ver algumas das luzes coloridas pelas luminárias de papel tipo oriental que decoravam o lugar. A casa estava mais aconchegante do que da outra vez em que ele esteve lá. E Elena correu mais para dentro, indo pro Hall improvisado e deixando-o para trás. - Espera, Elena. Espera aí!

Ele chegou até o hall e estava tudo tão arrumado, iluminado, as almofadas, tapetes, ele viu tudo, ainda estava processando aquilo quando ouviu os gritos animados de todos (exceto Ric, ele não havia chegado ainda), que apareceram atrás dele:

HAPPY BIRTHDAAAAAAY!!!!

D: - JESUS CHRIST!! WHAATTTTT?! - Damon tomou um susto tão grande que nem se deu conta de que estava sendo, é, cumprimentado. - OMG! What's happening here?!

Ele não entendia nada, como assim?! Aniversário.. é mesmo, era seu aniversário... mas como sabiam?!! Elena, ela deve ter descoberto nos diários, com certeza.. mas porque foi espalhar... e agora.. como assim, todo mundo sabia... e de repente ele estava recebendo os parabéns de Jeremy....

J: - Happy Birthday, Bro. - um forte aperto de mão.

As meninas organizaram uma filinha para parabenizá-lo. A primeira foi Caroline.

C: - Happy Birthday, Damon. - Ela deu um abraço breve, mas confortador. - Best wishes from my part, honestly! - Ela sorriu e deu lugar para Bonnie, que vinha logo depois. Ele nem teve o tempo de agradecer.

B: - Hey! Happy birthday... - Ela lhe deu uma leve batidinha no ombro. I wish you wise... you need it! - um sorriso sincero e brincalhão.

Chegou a ver de Elena. Epa! O abraço não podia ser igual ao que houve no outro dia. Ele ainda estava completamente perdido ali naquela situação tão inesperada... ele nunca teve uma festa surpresa, ou qualquer coisa parecida, seus aniversários anteriores passaram em branco a maioria das vezes.. e agora, assim, de repente, ele ganhava uma 'festinha' de supetão, de 'amigos' para quem ele nem revelou a data do aniversário, como era possível.. não... ELena não teria feito isso com ele de novo... Ele a fitou sério quando ela lhe tocou iniciando um abraço.

E: - Don't worry - Ela sussurrou. - I didn't tell anything... They don't know about your pages. - Ainda sussurrando. - HAPPY BIRTHDAY! - Ela então terminou o abraço que começara, de uma forma doce, suave, sem toda aquela intensidade da última vez. Ela o envolveu e ele retribuiu com a mesma suavidade.

D: - I'm sorry... Estou absolutamente confuso aqui. Como souberam, meu Deus, de quem foi a idéia?!

C: - Você não gostou??? - Desapontada.

D: - Não é isso! Não... Não... - Ele estava tão sem jeito. Aquilo tinha lhe tirado dos eixos, totalmente fora de suas expectativas para aquele dia. Não mesmo, ele nunca nem sonharia com isso. E agora?! - É só que eu não esperava por isso, de jeito nenhum eu pensei que... - Ele coçou a cabeça, ainda bastante sem graça... ele estava em evidência, e todos estavam tentando fazê-lo feliz atráves daquele momento, estavam tentando agradá-lo num dia que normalmente é especial, quando se é aniversariante... Mas ele não estava habituado a ser bem tratado com ....... com sinceridade... não estava.. e aquilo lhe emocionou... ele decidiu acreditar em Elena, e confiou que ninguém sabia sobre seus diários.. restava saber como descobriram, mas ele faria isso depois.. primeiro ele agradeceria.. sim, ele achou que devia agradecer, no mínimo, pelo esforço de terem feito aquilo para ele. Ele não se identificava muito com aquele tipo de evento... mas talvez fosse o fato de nunca ter tido uma festa de aniversário, a parte daquela que lhe foi dada pelo pai quando ele atingiu a maioridade. Era mais uma festa para a sociedade do que seu aniversário, então, ele praticamente não a considerava uma. Depois, de qualquer outro ano, ele nunca mesmo tinha comemorado seu aniversário e o que seus amigos fizeram tinha sido tão simpático, gentil, no final das contas, eles mereciam agradecimentos, pelo menos.

D: - Obrigado. Eu... Não sei bem o que dizer e se disser algo mais do que isso eu posso acabar ofendendo vocês. Então.. Obrigado, com toda sinceridade. - Ele ficou, até certo ponto, encantado com aquela carinhas olhando para ele, eram tão novos aqueles amigos dele.. tão jovens e inocentes... preparar uma festinha para ele, só poderia ter partido de crianças... mas ele estava feliz por tê-los por perto e por saber que aquelas 'crianças' tinham tanta consideração assim por ele... Quanta simplicidade, melhor ainda, singeleza...sim singelo, era tudo tão singelo...

C: - Damon, please, tell us, did you like it?! I mean, não fomos tolos demais, fomos? Só queríamos que 'curtisse' o seu dia... só isso... Elena descobriu por acaso nas pesquisas de Isobel.. lá tinha sua data de nascimento e.. ai.. por favor, diga que não estamos sendo ridículos..

D: - Pesquisas de Isobel, foi assim que?! Aaah... - *QUE ALÍÍÍVIO! Até que a desculpa de Elena foi, é... estratégica.. excelente saída, ufa!* - Blondie.. não.. vocês não foram ridículos... eu gostei sim, claro..

B: - Hummmm.. não pareceu convincente, ainda dá tempo de cancelar!

E e C: - Bonnie?!!

B: - What?! Se ele não gosta, coitado!!! É chato!!

D: - Não, BOnnie, eu.. eu adorei a surpresa e tudo o mais... de verdade.. mais uma vez, obrigado!

Bonnie sorriu. - Agora sim convenceu!!

C: - GREAT! Então vamos logo comemorar. Trouxemos vinho, Ric nos ajudou a escolher.

É mesmo, Ric, ele não estava lá?? Onde estava... - Damon ia seguindo Caroline e os outros para se sentar nas almofadas juntos e apreciar a pizza... estava cheirando muito bem... Caroline as colocou no forno segundos antes deles entrarem.. o cheiro de lenha não tinha problema, mas de pizza, antes da hora, poderia ter estragado tudo. Só que já tinha passado alguns minutinhos, e o cheiro de manjericão era delicioso. Exalava no ar. Estavam já se sentando, Damon também, quando sentiu seu braço sendo puxado, por trás. Desprevenido, foi um como receber um tranco, ele parou de frente para um cara um pouco mais alto, que vestia jeans e uma camisa verde musgo. Ele olhou para cima, e descobriu quem era:

D: - Ric...

Ric lhe sorriu e o cumprimentou pelo aniversário. - Happy Birthday, Damon. - O sorriso se manteve no rosto de Ric, que logo soltou Damon e lhe deu um abraço rápido, fraterno.

D: - Thank you. Você está nisso também?!

R: - Até o pescoço... desculpe o atraso, a propósito. Não podemos começar pela entrega de presentes, esse aqui foi realmente difícil de achar aqui em Mystic Falls, mas eu encomendei e acabou de chegar e justificou o meu atraso, espero! - ele sorriu e se juntou aos demais, que já estavam se divertindo.

Bonnie estava tentando não levar em consideração a presença de Jeremy, estava muit magoada com ele ainda, mas nao queria estragar a comemoração de Damon, por isso ela abstraiu e praticamente o ignorou. Ele, pelo mesmo motivo, foi discreto, mas tentou se aproximar para decidir o futuro do seu relacionamento com Bonnie. A DR não rolou na festa, mas esta história ainda não tinha chegado ao fim. Caroline estava chateada por nem poder trazer Tyler, já que ele não era de confiança, mas também deixou para lá, era irrelevante. Damon estava contente, era isso que importava. Ele não debochou, não xingou, não foi violento nem desagradável, ele gostou da 'festinha' que ela tinha organizado para ele. E pronto, era suficiente, eles iriam aproveitar, por ele, juntos.

E: - Ah, Ric, estamos com fome, e sente o cheiro dessas pizzas...

D: - Italianas legítimas?!

C: - YEAH!

D: - I can't believe!

C: - Pedi no Albertoni... que coisa, vocês foram os primeiros italianos a ocuparem Mystic Falls, deveriam ser vocês a ter um restaurante tradicional a moda da Itália por aqui... não?!

D: - Talvez sim, se não tivéssemos esse pequeno probleminha de não sermos... Humanos... - Damon sorriu.

C: - Whatever?! Napolitana ou Margherita?

D: - Napolitana... prefiro...

C: - Ok... Here..

D: - Caroline... são duas fatias.. calma.. só uma...

C: - Aaaah.. coma, você não engorda!! Aproveita!!

D: - o.o' Ok...

B: - Você é sempre exagerada. Eu quero um pedaço daquela Peperonni... Hummm.. tá um cheiro muito bom.. e que massa fininha....

J: - Essa pizza italiana não é igual aquelas de Napoles, é?!

R: - Oh... que surpresa Jeremy, você sabe de onde, extamente, provém a pizza?! Vai ganhar créditos na minha matéria.. - Ric gargalhou e pediu um pedaço de Margherita, adoro manjericão.

J: - Duh... mas aceito os créditos... - Elena, me passa uma Peperonni também, igual a da Bonnie?!

B: - ¬¬ para Elena.

C: - Hum Hum... o vinho... o vinho.. caramba.. espera vou pegar... - Caroline trouxe o vinho e ao voltar para a 'mesa', ficou branca como papel. - Sssstefan...

S: - Hello Caroline.... you're supposed to be my friend, girl.. what happened? Nem me convida para a festinha de aniversário do meu querido irmão?!! Que feio?!

D: - Stefan... what are you doing here?! Go away... brother.. you don't even care... vá embora.. você não foi convidado extamente por isso, por que está sendo incoveniente.. cai fora... não quero voc~e aqui...

S: - Não se preocupe, Brother, eu não pretendo ficar. Eu só vim checar se está tudo bem com Elena... e claro.. não podia deixar de te entregar o meu presentinho... - Stefan sorriu sarcástico e jogou um embrulho para Damon. A seguir, sumiu em segundos.

R: - O que é, uma bomba?!

D: - Não faço idéia, mas não vou abrir agora. Vamos terminar o que começamos... Você está certa Caroline, é 'meu dia', vou curtir, então...

Com essas palavras de Damon, os demais voltaram a se animar. Só Elena ficou bem chateada com a cena, mas não ia ser ela a ficar relembrando e de novo, estragar tudo. Não! Já passou mesmo, ela pensou. Ele já foi. Hoje é um dia especial para Damon, e eu vou fazer de tudo para que ele se divirta e se sinta bem.


Ao terminarem de comer, Caroline anunciou a hora de entregar os presentes.

C: - YEAH, guys! Hora dos presentes!! Ai meu Deus, estou apreensiva.. e nem vou esconder! Espero que goste, Damon.. - ela sorriu nervosamente.... será que acertaria?! Ele a deixava meio insegura.. era o mistério no ar, ao se tratar de Damon, ninguém sabia quase nada... só Ric tinha a vantagem ser o amigo mais próximo.


B: - Muito bem, muito bem, o meu primeiro. Vamos para outras almofadas ali, Damon.

D: - Uau... tem todo um cerimonial...

B: - Caroline é minuciosa, você sabe que ela pensa em detalhes... honremo-los, please...

D: - Certamente!

B: - Ok.. here is my gift, hope you enjoy and use it. Bonnie entregou a Damon uma caixinha preta, o que indicava que era uma jóia que havia ali dentro. Ele abriu curioso.

D: - Bonnie!!!

B: - Gostou? É uma pulseira, masculiiina, don't worry e é de prata. É para protegê-lo, Damon, eu pus um feitiço nela, de alguma forma, ela vai sempre te alertar quando houver algum perigo por perto, e vai aguçar sua intuição.

D: - É sério, isso é mesmo possível!?!

B: - Ela vai meio que se comunicar com você, você só tem que achar a forma, porque é peculiar para cada pessoa que usa um talismã como esse, a relação é de talisma para dono. Como o colar que Rebekah usava, ela acabou desenvolvendo uma habilidade especial depois de tanto tempo usando que sempre sabia quando alguém estava mentindo para ela. Minha avó, quando voltou para nos ajudar naquele dia, ela me contou sobre o colar. É uma relíquia, e eu achei justo que você tivesse uma também, tem se arriscado muito para nos proteger. Me senti culpada por Mason Lockwood tê-lo machucado, memso depois de morto, porque fui eu quem deixou o portal aberto entre nossos mundos... enfim, sem me alongar muito.. nossa, me desculpe.. quero que esta pulseira o proteja.... sempre... e novamente, parabéns, Damon! Feliz aniversário!

D: - Obrigado Bonnie, você a põe para mim? - Que bonitinhooo.. a bruxinha se preocupava com ele afinal.. bom, ele até que não escondia que se preocupava com ela também.. de algum modo... naquele dia em que eles bolaram o plano em que Bonnie fingia sua morte para Klaus, mesmo sabendo que era tudo uma farsa, ele ficou ressentido de ter se colocar o corpo dela na mala do carro... ele sentiu, por um momento, que era verdade, e lhe doeu... foi uma boa fisgada em seu coração... - Obrigado mesmo, eu vou usá-la sempre, a partir de agora... - Era mesmo uma pulseira de prata muito bonita... não era extravagante, ele já tinha um anel no dedo que chamava mais atenção que um semáforo... então, Bonnie escolheu um modelo simples, discreto e que ele pudesse mesmo usar todos os dias... sem chamar atenção demais.

Pronto, era a vez do próximo. Quem se arriscaria... Jeremy decidiu ir logo.. não sabia se Damon gostaria do seu presente. E foi logo entregando-lhe na mão um embrulho verde limão e preto.


J: - Parabéns, cara. Toma... divirta-se com esses aí... eu gosto para caramba...

Ao abrir, Damon deu uma gargalhada gostosa e contagiante! - HAHAHAHAHAHAHAHA Não acredito! Nintendo 3DS?!! E esse joguinho do bonequinho verde é de Dungeons? - Pronto, os dois se envolveram numa conversa nerd que deixou a todos boiando...

C: Hey... hey guys... podem voltar de marte para a Terra para continuarmos com a entrega dos outros presentes??

D: - Sure.. Thank you Jeremy... vou zerar e se não encontrar os especiais escondidos, te peço umas dicas.. - incrível, Damon era afeto à tecnologia e gostava de video game desde o dia que 'brincou' com Jeremy na casa de Elena, cerca de 1 ano atrás.

C: - Ok, next!! And... MEEEE, my turn!! Please, please, open it.. here is my gift... - E Caroline entregou uma caixa enooorme da Armani Exchange.

D: - CAROLINE?!! Armani?!

C: - E podia ser menos?!! Damon.. sem cerimônias e me permita a franqueza, você é rico... sempre foi.. e não usa uma camiseta que seja de grife.. por favor, eu só espero ter acertado..

Damon ficou meio sem graça.. era verdade.. mas... ué... sei lá, ele pensou.. ele usava mesmo, mas isso nem era importante.. enfim.. também não seria problema aceitar o presente... ele só pensou que talvez ela tivesse gasto muito dinheiro com ele... ele foi tão filha da puta com ela... mas tudo bem.. os Forbes não eram milionários como os Salvatores ou os Lockwoods, mas não tinham qualquer problema com dinheiro... Ele abriu o pacote... era um conjunto Armani Exchange, de fato. Um belo jeans escuro e uma camisa descolada, também azul. Ela dizia que era para combinar com os olhos dele, e que Tyler não escutasse, porque além dos olhos, Caroline se lembrava com detalhes das medidas daquele 'corpinho'.

D: - Obrigado Caroline, você sempre exagerada.. mas... obrigado...

C:- Experimenta, vai que não serve e tem que trocar?

B: - Caroliiiiiiiine.....

C: - O que foi?!

D: - Tenho certeza que serve... você nunca erraria minhas medidas.. - ele sorriu maliciosamente, mas ele nem se importou.

Bem, Elena quis ser a próxima, e foi rápida na entrega. - Feliz aniversário, Damon! Que você tenha um dia especial... e bem, aquela faixa traduz o que eu desejo a você. - Damon releu a faixa. Ele tinha visto quando entrou no recinto, mas a surpresa, todo mundo gritando parabéns, e lhe cumprimentando agitadamente, ele esqueceu de comentar sobre ela.

D: - Obrigado Elena. Significa muito para mim. De verdade. - Ele recebeu o embrulho das mãos dela. E lá estava uma espécie de kit. Um conjunto de canetas esferográfica, tinteiro e lapiseira da coleção Royal Crown (douradas) e um moleskine legítimo, de páginas sem pauta, capa preta. Ela também deu o Blu-Ray Especial de 70 Anos de E o Vento Levou, filme e livro favorito dos dois.

E: - Espero não ter sido repetitiva.. se você já tiver o filme, eu posso trocar por outro que queira mais.

D: - Eu jamais trocaria um presente seu, Elena. E por incrível que pareça, não tenho o filme, apenas o livro. E.. acertou na mosca com as canetas... Obrigado!!! - Ele deu um sorrisão alegre, meio bobo.

E: - De nada, Damon. - Elena se aproximou dele, e lhe deu um abraço e um beijinho no rosto. Ele ficou vermelho com aquele beijinho. Se não fosse a pouca luz doa ambiente, eles todos teriam visto suas bochechas mudarem de cor.

Bem, finalmente, chegara a vez de Ric.

R: - Todos acertaram a mão até agora, só falta eu errar, heim!! Ele deu uma caixa a Damon, pequena, cabia um livro. E era um livro, porque tinha um adesivo selo da livraria colado nela. Damon abriu e deu um sobressalto.

D: - Sério?! - #Meu Melhor Amigo Idiota# era o título com que Ric presentava Damon. - Ele não aguentou e novamente deu uma gargalhada empolgante... todos riram juntos quando ele repetiu o título em voz alta.

R: - E aí, gostou?!

D: - Sim. Com certeza, vou ler, não se preocupe. Eu vou procurar ser menos idiota também... tá!

R: - É uma promessa?! Todos estão anotando isso?! Muito bem... já que me promete isso, então, aqui está o seu presente de verdade... - Ric entregou uma outra caixa decorada com temática do mapa mundi.

D: - Como?! Não creio, RIc.. outro presente!!!

R: - Esse primeiro foi só pegadinha... seu presente mesmo está nessa caixa.

D: - Nossa... é grande..

R: - É só tamanho... abra... - Sorriu.

D: - Sim.. WOW!! Cool, man.. Jack London.... é lançamento?!! COmooo? O cara já morreu... como assim?!!

R: - EEEE.. calma.. hahaha que bom que gostou.. é uma nova biografia de Jack London, bem aprofundada, e no mesmo livro vem alguns contos inéditos, sabe, daqueles que guardam mesmo para publicar bem depois da morte do autor? Então, aí está.. são 600 páginas de diversão, em Times New Roman tamanho 12... Sei que gosta de ler, acho que vai se entreter... é um bom livro de cabeceira..


D: - Você leu... ?

R: - Ah sim...

D: - Thank you, Ric... espera.. tem mais coisas aqui embaixo do papel.... ele foi desembrulhando... e revelando as outras coisas que havia na caixa.. Ric também lhe deu uma caneca diferente, destas de lojas de decoração emblemáticas e afetadas, e era preta, em forma de cone que afunilava para baixo, com alça quadrada, com esta inscrição em branco #myBestFriend. - Bacana.. bacana.. gostei.. valeu, Ric...

R: - Faltou o idiota.. mas eu trouxe assim mesmo!

D: - HAHAHAHAHA... e o que é isto aqui?!

R: - Este foi o que me deu trabalho..tive que encomendar e só me entregaram agora há pouco antes da festa.. não é tão raro, mas não achei aqui de jeito nenhum, revirei a cidade!!

D: - É perfeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeito..... BLUE LABEL... BLUE LABEL... - ah, ele reagiu como se fosse criança diante de um novo brinquedo.

R: - É... é um Blue Label.... ainda é fichinha perto de alguns que você guarda na sua adega, mas... espero que aprecie, e quando for fazê-lo, me chame.... ok?! - Ric fez um sinal de positivo com o polegar para Damon, que assentiu concordando.

D: - Claro que sim... só abro esse com você.... Obrigado... de verdade.. obrigado mesmo, a todos... eu nunca, em toda a minha vida, passei um aniversário tão agradável.. tão legal... tão... Feliz.. - novamente a criança falando... Obrigado por terem proporcionado isso para mim, não sabem o quanto isso significou... e nem tenho palavras para falar de todos esses presentes... tanta coisa... não tenho certeza se mereço tudo isso.... mas agradeço de coração aberto.... - Ele sentiu mesmo que lhes devia aquele agradecimento do fundo do coração e sem nenhum sentimento escondido, não seria justo que eles recebessem um obrigado simplesmente.. e fim... não, ele estava incrivelmente feliz, como nunca antes, era algo inédito... porque então não ser honesto sobre como ele se sentiiu... aquelas pessoas que prepraram tudo, o fizeram sentir-se especial, querido, necessário, importante, elas mereciam sim sua sinceridade e sua humanidade... - MUITO OBRIGADO POR TUDO!!!

Mais alguns abraços em Damon, um de cada vez... e eles continuaram curtindo aquela noite. Foi Caroline que lembrou do bolo: - EEEEEEEEEEEEEEEI...o BOOOOOOOOOOOOLO!!!

D: - Bolo, bolo... vocês tb. trouxeram bolo?!

C: - YEAH!! Sure.. it's a birthday party... we must have a cake...

Ela trouxe o bolo, e eles fizeram Damon pagar o mico de apagar as velinhas depois do parabéns cantado, de novo, como se ele fosse criança. As velas... 1 - 6 - 7 ......

R: - Cara, isso é esquisito.. não podia ter escolhido, sei lá, 21... só pra começar a contar de onde parou, oficialmente...

D: - HAHAHHAHAHAH Eu nunca parei de contar, Ric...

R: - Eu começaria de novo a partir daqui e faria uma revisão de ciclo de vez em quando... você pode ter 21 anos por mais tempo... quero dizer... como fazer aniversários de 10 em 10 anos?! Não?!

D, E, J, B e C: - ??????????

R: - Forget it! Fico só imaginando, I mean... eu sou um professor de História, formado em História.. mestrado em História, Doutorando (já nem sei mais se ainda sou) em História... e não sou testemunha da metade das coisas que você viu e verá nessa Terra. Tem idéia da importância que isso tem?

D: - ????????????????????????

R: - Again, forget it! É o professor de História falando.. esqueça..

D: - Eu acho que você precisa de um Scotch.... - riu.

J: - Absolutamente!

E, C e B: - HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

No meio das risadas e brincadeiras, Damon lembrou-se do presente de Stefan, o único que ficou ficou faltando abrir... o que será que tinha naquele pacote?

E: - O que foi?!

D: - Nothing! Nothing! - sorriso.

*

E: - Estou feliz que tenha gostado! Fiquei preocupada que, de repente, isso também fosse invasivo de nossa parte, mas Damon, eu achei que, porque não, você está fazendo tanto por todos nós, por mim... sempre abre mão de você pelos demais e comemorar o seu aniversário seria, no mínimo, justo...

D: - Obrigado, Elena. Sim, eu gostei muito da noite da pizza e tudo o que prepararam aqui... eu reconheço que não sou o melhor dos amigos e por isso não acho que eu mereça tanto assim de todos vocês... tanta atenção e dedicação... só posso agradecer profundamente pelo que fizeram. Estou me sentindo bem estranho com relação a isso, estou mesmo, me perdoe ainda estou processando... realmente não lembro de ter celebrado nenhum de meus aniversário... a não um, em especial, sabe... Eu fazia 7 anos... Stefan tinha 4, mas já compreendia que algo de importante estava acontecendo comigo... meu pai não estava em casa naquele dia... viajava a negócios... e sequer se lembrou do meu aniversário... mas Stefan se lembrou... com 4 anos, ele se lembrou... ele me deu um presente muito especial, Elena, muito especial. Ele fez um desenho de nós dois e tinha um rabisco enorme que representava um bolo de aniversário... hahaha ainda me lembro... eu tenho guardado comigo... as velas eram maiores que o bolo.... hahahaha e ele não sabia escrever direito, então Happy Birthday estava grafado incorretamente... Hapy Birtady... se quer saber, aquele foi o melhor aniversário de toda a minha vida, Elena... o melhor de todos.. até agora.. o que vocês fizeram por mim hoje... como fizeram me sentir... a maneira como fui tratado, com respeito... e carinho... aaaaaah... Obrigado... obrigado, ok... - ele sorriu, verdadeiramente sorriu. Olhou nos olhos de Elena, estavam sozinhos num cantinho da casa. Damon segurava o embrulho que Stefan lhe dera 1 hora atrás... ele queria abrir,mas estava receoso do que encontraria... o que será que Stefan queria com aquele presente? Seria só mais uma provocação? Desligado, Stefan era muito melhor que Damon em provocações... Ele sabia como tirar o irmão do sério, como irritá-lo e se divertir a suas custas... Damon não conseguia lidar com o irmão naquele estado... se antes era difícil conversarem, se comunicarem, agora, era praticamente impossível... Stefan não se dignava ouvir nada do que Damon dissesse... não mesmo... a naõ ser que fosse para rir e fazer piadas a respeito. Damon estava triste e preocupado com este problema não resolvido. Tudo a estaca zero... ele pensou, naquele instante, que jamais eles iriam se entender outra vez... parece que era uma sina que teriam de carregar, eram irmãos de sangue, mas jamais se dariam bem de novo... nunca... nunca mais... esse pensamento que invadiu sua mente naquele instante, o fez deixar cair uma lágrima... o que imediatamente foi percebido por uma abalada Elena.

E: - Damon... o que foi?! O que houve?!

D: - Nothing... Elena... Nothing... please, posso ficar um pouco sozinho? Só por um tempo...

E: - Claro... claro... eu só.. quero saber se posso ajudar em alguma coisa, por favor, Damon, eu quero ajudar... não posso te ver assim... você precisa dividir um pouco do que está sentindo, e eu sou sua amiga, eu quero poder fazer alguma coisa a respeito, me deixe participar da sua vida.

Ah não, amiga.. ela disse amiga, que droga, nenhuma amiga o beijaria do jeito que ela o beijou no outro dia... será possível que toda aquela avidez por conhecê-lo melhor, e que a motivou a ler seus diários, tenha sido apenas por AMIZADE?! Não! Amizade era o que Ric sentia... Elena talvez estivesse confusa, mas ela queria algo mais com ele.. ela queria.... ele desejava que ela quisesse e aquele beijo o tinha quase convencido de que havia uma chance, mas ela vem agora esse papo de 'amiga'... ah... ainda diz que quer ajudar.. fazer parte da vida dele.. caramba... por favor.. Elena... decida-se... ele pediu em silêncio...

D: - Elena... não.. olha... você faz parte da minha vida, faz mesmo, de verdade, e se quer ajudar e se aprendeu a me conhecer sabe que eu preciso ficar sozinho agora... não sabe?! Que é o melhor a fazer.. por favor...

E: - Não precisa se consumir sozinho... você tem bons amigos para ajudá-lo no que precisa... confie...

D: - Já disse, essa palavra não... não tão cedo... por favor... e por favor também me deixe sozinho...

E: - Está bem. Elena saiu chateado e retrucando até o fim. Queria ter ficado, queria tê-lo consolado, ela sentiu que ele estava muito dolorido... a visita de Stefan o tinha abalado... e ele estava ficando ruim na arte de fingir sentimentos, estava deixando as emoções escaparem, cada vez mais... ou talvez fosse o fato dela ter explorado seus diários, talvez tivesse dado certo afinal, aquela técnica de conhecê-lo pelo que ele escrevia secretamente em suas páginas... misteriosas páginas que ela descobriu... o denuciavam... ah... e então ela se lembrou do beijo, aquele ardente que tiveram... ele estava arrasado pelo que ela havia feito, pela 'traição', mas ao mesmo tempo, se entregou no abraço que ela lhe deu, e na evolução desse abraço, que se tornou o melhor e mais gostoso beijo que Elena já havia recebido... foi um momento delicioso... e ela sentiu que tinha feito com Damon melhorasse... ele se recuperou da decepção de ter sido 'traído' pelos melhores amigos, com aquele beijo.... não... espera.. ela reconsiderou o que havia dito a si mesma.. Damon não é assim, ele não se sentiria melhor só por causa do beijo... não... scertamente foi a sinceridade nas palavras dela, ALIADAS ao beijo que o fizeram melhorar.. sim, isso sim, só o beijo poderia ter feito ele se sentir usado e piorar a situação, se ele se deixou envolver, foi porque acreditou nas palavras e sentimentos revelados por ela... Ela abaixou a cabeça e o deixou sozinho como ele queria. Voltou ao hall onde todos se divertiam com os violões, o vinho subira um pouco e até Bonnie sorria com algumas palhaçadas de Jeremy, por alguns minutos, ela esqueceu do que ele havia feito. Depois de perceber que havia sido flexível demais com o ex-namorado, ela fechou a cara para ele e sorriu para Caroline, tentando fazê-lo sentir-se mal... não deu certo... a bebida os havia feito de bobos, eles riam feito hienas, por tudo e por nada. Elena, voltando, procurou não deixar ninguém perceber nada, e abriu um sorriso, para disfarçar, juntando-se a eles. Realmente, nem todos perceberam, só Bonnie e Ric. Ele sabia que havia algo de errado com Damon (afinal, ele não estava com eles), já Bonnie, soube que havia algo de errado com Elena.

Ric os despistou e saiu da muvuquinha. Foi procurar Damon, que estava sentado nas escadas da sala ao lado. Lá o encontrou e sem dizer palavra, sentou-se ao lado dele. Damon já havia aberto o presente de Stefan e estava chorando, amargamente. Ric ficou impresssionado com a aquela cena, mas ficou absolutamente calado, apenas sentou-se ao lado do amigo para que ele soubesse que, se precisasse, lá estaria um ombro que ele poderia usar como quisesse. Ric também ficou atônito quando viu o que era o presente de Stefan.

***


Havia ali, nas mãos de Damon, um bilhetinho. Parecia muito antigo, estava bastante amarelado e rasgadinho, coisa velha, tinha uns rabiscos. E não era só isso. Damon também segurava um livro de capa marrom, igualmente envelhecido pelo tempo, com a inscrição G. | 1.856 marcada ao pé da capa. Com os dedos, ele marcava uma página específica. Ric não ousaria perguntar, ficou imensamente curioso com o que podiam ser aquele bendito presente de STefan. Coisa do passado deles, estava evidente que era, mas devia ser algo que tinha um significado profundo para Damon, pelo menos, era o que Ric pensava, pois fez o amigo chorar, e ele era duro na queda, mesmo não tendo demonstrados isso nos últimos dias, ele sempre fora forte. Ric achou que Damon já havia se acostumado com as provocações de Stefan, ele nunca dava bola. Mas desta vez, o irmão ripper tinha ido longe demais, deve ter feito algo grave, alguma provocação excessiva que mexeu com o interior de Damon. Ainda assim, Ric permaneceu calado. Ele não ousaria dar um piu sequer, não sem receber um 'sinal' de que podia, de que deveria. Sendo assim, ----- silêncio enquanto Damon chorava, queitinho, tentando não fazer barulho ou chamar a atenção de mais ninguém. Era algo incrível e inexplicável. A Elena, ele pediu que o deixasse sozinho, mas Ric, podia ficar. É, ele podia, ele tinha que ficar. Damon preferia ter Ric ao lado nestes momentos angustiantes para ele. Era seu porto seguro, e era melhor do que o Scotch... mas o Scotch era a melhor desculpa para Damon não ter que admitir ao amigo que na verdade ELE é que era importante e fundamental naqueles momentos de conversas sobre mágoas e burradas cometidas. Admitir mesmo, ele só o fez naquele dia do diário descoberto. Ele naõ teve escapatória, porque sua reação quando os flagrou em seu quarto não pôde ser reprimida nem por ele mesmo, ele simplesmente reagiu e acabou deixando sua humanidade aparecer. Só que, com tudo isso superado, e estando claro para todos que ele não era feito de aço e que tinha sim sentimentos (como foi mostrado em sua festa de aniversário), ele ainda não queria ter que escancarar sua vida inteira assim, de qualquer modo, descriteriosamente, a todos. Eram seus amigos, sim, ele compreendia bem agora, e estava grato por isso, mas mesmo assim, é preciso certo grau de intimidade, e... droga, ele era assim mesmo, não era tão expansivo e aberto como as pessoas gostariam que fosse. Na realidade, se comparado ao antigo Damon, ao Damon humano, quando ele se lembrava de sua personalidade de antes, ele via, com clareza, um Damon bem tímido, era seu jeito de ser, ele nunca foi extrovertido e estava bem assim. Ele só se soltou mais depois de conhecer Katherine e olha onde isso foi acabar. Enfim... Damon continuava chorando e Ric continuava observando apenas. Na outra sala, com a turma ainda rindo e cantando, Elena estava encafifada com o que estava acontecendo e notando que Ric não voltara, ficou desapontada e por que não, com uma ponta de inveja: porque Ric tinha o privilégio de poder ficar e apoiá-lo e ela não?! Então ela não era importante para ele? Ou ele pensava que ela era criança demais para poder ajudar? Ah, ela conversaria com Damon depois, e esclareceria isso de uma vez por todas. Que injusto! Mais de uma hora se passou, e Damon, tendo parado de chorar, mas ainda entristecido, encostou a cabeça nos joelhos e relaxou os braços para baixo do corpo. Esse movimento fez com que uma página ou folha solta, caisse para fora do livro que ele tinha nas mãos. A folha caiu virada, aos pés de Ric. Em seguida, Damon, que não notou a folha perdida, colocou o livro na escada, e abraçou as próprias pernas, mantendo a cabeça baixa. Suspirou cansado. Ric entendeu que essa era possivelmente uma deixa para que ele dissesse algo que confortasse o amigo vampiro, mas ele se ateve a uma coisa, a folha solta... em seus pés... ele tocou as costas de Damon com uma das mãos, dizendo, com isso, que ele estava ali e não sairia, mas abaixou-se para pegar a folha... surpresa, não era uma folha qualquer, claro... era um retrato... um retrato muito antigo... atrás as anotações a mão, com pena...

# Para minha amada esposa, Andrea, com todo o meu amor, Giuseppe. - 1.842 #

No entanto, o mais supreendente, que fez Ric arregalar os olhos estupefato foi a frente, o retrato em si... aquele rosto, ele já conhecia... familiar, mais do que familiar.. era um rosto delicado... e exceto pelos cabelos longos.... era muito parecido, sim, era idêntico, era incrível... a semelhança... é claro que os traços daquele retrato eram mais delicados, o rosto mais fino, mas os olhos... e contorno do nariz, a boca, enfim, tudo, cada detalhe daquela expressão eram dele... de Damon... os olhos, mesmo sendo um retrato em preto e branco, era possível identicá-los como sendo claros... caramba... meu Deus, Ric estava com um retrato muito importante em suas mãos... aquela mulher delicada ali desenhada era a mãe de Damon... QUE REVELAÇÃO BOMBÁSTICA FOI AQUELA!! Ric não entendeu bem o porque da reação de Damon neste primeiro instante, mas ainda assim, sem entender nada, ele sentiu que aquilo era uma revelação grave... uma informação trazida do passado mais remoto da vida de Damon... algo que ele mesmo, enquanto 'melhor amigo', jamais imaginou presenciar.. testemunhar isso, fez ele sentir que também estava invadindo demais o espaço do amigo... queria se retirar, mas não queria abandoná-lo naquele estado, no dia do seu próprio aniversário... passar por isso.... algo lhe dizia, no íntimo, que Stefan tinha ido longe demais nas provocações... ele não conseguiu entender de imediato, só sentiu... e também não compreenderia mesmo, apenas se DAmon lhe explicasse. Mas ele não perguntaria nada... nada! Esperaria até que Damon quebrasse o silêncio, ele não teve coragem de fazer mais nada. Voltou a sentar-se ao pé da escada, ao lado de Damon, pôs a mão nas costas dele, e novamente, esperou.

***
Foi Damon que percebendo que já era hora de reagir, de fazer alguma coisa, ou passaria a noite toda ali jogado, quem de fato quebrou o silêncio. Os olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Ele se abaixou para pegar o livro... aquele livro se mostrou um dos volumes dos diários de Giuseppe Salvatore. Ric percebeu pela letra G., ele a viu na capa. Damon olhou Ric nos olhos, sabe quem é?

R: - Sim, eu sei. - respondeu quase num sussurro.

D: - Eu não fazia idéia que ela tão parecida... eu não me lembrava do rosto dela, não tinha nenhuma recordação... não mesmo... sempre perguntei a mim mesmo, duas coisas.... e essas duas coisas me massacraram durante toda a minha vida porque nunca obtive respostas.. sabe o que é viver se indagando coisas que você nunca saberá a resposta... e você sabe, Ric, para mim, nunca é sempre... entende... não acaba... é o tempo todo.... mais do qualquer outra informação, eu desejava avidamente saber exatamente estas duas coisas que descobri hoje e não entendo... achei que me faria tão bem saber... mas não... não fez, não está fazendo... entende... eu não compreendo... não está fazendo sentido... não como eu achei que faria... e agora?! Ric, e agora?! E porque ele teve que fazer isso comigo, logo hoje?! Será que ele sabia disso antes e nunca me disse nada?! POrque?! Ele sabia que eu desejava estas informações mais do que tudo... sabia que eu procurava estas respostas... ele escondeu de mim... porque, Ric?! Ele é meu irmão... será que ele sempre me odiou também?!

R: - Como assim, também Damon... não diga isso, Stefan não odeia você... eu juro que quero ajudar como eu puder, me diga o que posso fazer para... minimizar seu sofrimento... o que me pedir... eu faço... quer que eu peça pra todos irem pra casa, quer que eu te leve para casa?! Heim? - Ric subiu aquela mão das costas para o ombro do amigo.

D: - Eu não sei o que fazer, por favor, me oriente, porque não sei que rumo tomar... estou inseguro a esse ponto, acredita, Ric?! - o olhar era de desespero e medo. - O que eu faço, Ric, o que eu faço?

R: - Não sei responder a esta pergunta, meu amigo. Eu queria saber o que exatamente te fez ficar neste estado para melhor ajudar, mas tenho medo de que seja algo que eu não deva saber, então, deixa estar assim... e... vem cá... - Ric o abraçou mais uma vez. Damon fechou os olhos, não queria voltar a chorar, então segurou tudo o que pode de sentimentos e procurou ficar feliz que tinha por perto alguém que podia confortá-lo daquela maneira. Ajudou, ajudou muito. Ele se sentiu mais leve, e mais seguro, conseguiu até tomar a decisão. Iria falar com Stefan sobre aquilo, ah, iria. Mas antes, esclarecia tudo com Ric. Ainda envolvido no abraço do amigo, e com a cabeça descansando em seu ombro, Damon falou, sua voz abafada porque seu rosto estava enfiado entre o ombro e o pescoço de Ric: - Eu vou te contar o que está escrito nestes diários e te mostrar este bilhetinho aqui... só falta isso e você me ajuda a traduzir a mensagem dele? Assim, quando eu for falar com ele, terei mais força para discutir o que foi que ele quis dizer.. me ajude a ver se é isto mesmo que eu identifiquei... ok?

R: - Ok. - Encostou uma das mãos na cabeça de Damon. - Ok.

D: - Começarei dizendo as duas coisas que eu mais desejei SABER em toda a minha vida:

1) Como era o rosto de minha mãe? Doia não me lembrar dela, eu tinha quase três anos, porque não conseguia me lembrar?! Enfim...

R: - Você era muito pequeno... a memória das crianças.. - foi interrompido por Damon...
D: - Shhhh, estou contando...

R: - Tem razão, desculpe! Continue, por favor.

2) Porque meu pai me odiava tanto?!

Ric fez uma expressão de tristeza ao ouvir as 2 coisas que seu amigo, um vampiro de 167 anos, mais gostaria de saber em sua vida... isso o fez refletir, ainda que por um segundo antes que ele continuasse, que Damon não era nada transparente, e que ele não o conhecia tão bem assim como achava. Estava enganado.

D: - Eu sempre, sempre, me perguntei porque meu pai agia daquela maneira estúpida comigo o tempo inteiro... o que eu havia feito?! Deus, ele me ignorava, Ric, praticamente me ignorava... eu ouvi cada frase saída da boca dele, sobre mim, e dirigida para mim, que eu nem sabia como retrucá-lo. Já o ouvi dizer que ele se arrependia de me ter como filho... que eu era uma vergonha, uma grande decepção... que eu era a pior coisa que lhe aconteceu... passei a ouvir essas coisas a partir dos 4 anos de idade.. aí é que está, porque eu me lembro destes insultos tão violentos e não conseguia me lembrar do rosto de minha mãe... mas enfim, esta parece ser a pergunta que eu jamais vou responder... não sei porque não lembrava... só sei que não lembrava e este retrato.. este retrato me assustou demais... e ironicamente ele é a chave Ric... é a chave para todo o ódio que meu pai sentia por mim... sim... é sim... atéo fim da vida, aquele homem me detestou e me desprezou, só por isso, não sei se sinto alívio ou raiva... - abraçou Ric com força, um abraço angustiado... - Ele me batia Ric... demais... gratuitamente... sem que eu tivesse feito nada... pode imaginar o que ele fazia quando eu fazia algo de fato... um exemplo simples, eu bricava com STefan dentro de casa, porque estava chovendo... eu estava com 8 anos, portanto Stefan tinha 5... nós dois corríamos a casa toda.. Stefan me perseguia... ele tinha que me pegar, sabe... era o objetivo da brincadeira.. entende..

R: - Sim... entendo. - um leve sorriso.

D: - Então... no corre corre, duas crianças... eu tropecei no tapete e para não cair, me apoiei na cristaleira... e derrubei um vaso caríssimo que era herença de nossa nona...

R: - Nona? Sua avó?

D: - É... avó... mãe dele... eu o derrubei e evidentemente fiz o vaso em milhares de pedacinhos de porcelana finíssima, jamais poderia ser colado, e muito menos, restituído... eu me cortei tentando recolher os caquinhos... fiquei desesperado, já esperava que vinha pela frente quando ele soubesse... juntei tudo... Margareth, uma empregada da casa, me ajudou, ela recolheu tudo e fez um curativo no meu dedo.. mas eu me escondi no sótão... pois era o único lugar da casa em que não havia luz, ou velas para serem acesas durante a noite. A única janela, muito alta para uma criança alcançar, era vedada. Eu ficaria lá até ele esquecer do vaso... mas ele não esqueceu... eu fiquei lá durante todo o dia... morrendo de medo dele aparecer a qualquer hora... pedi a Stefan que não contasse nada, ele disse que não contaria... e não contou... foi Margareth que deu a pista, porque eu não desci para o jantar.. e ele perguntou onde eu estava... Margareth disse que eu estava lá em cima.. Stefan me contou depois que foi ela quem deu esta pista... mas fazer o que, o que ela diria, ele também era severo com os empregados.. os demitia por qualquer erro cometido... mas Stefan disse que ele não quis saber de mim, naõ estava preocupado comigo... ele acabou o jantar, foi para a sala fumar o cachimbo (odiava aquele hábito, fedia), e sentou-se perto da cristaleira.. foi aí que tudo começou... ele deu um grito que ecoou pela casa toda... Stefan se assustou... escondeu-se perto da escada... para não ser visto... e então ele perguntou:


*flashback*

G: - ONDE ESTÁ O VASO DA FAMÍLIA? ONDE ESTÁÁÁ?

M: Sr. Giuseppe, houve um acidente.

G: - Margareth, não me diga que este vaso quebrou? Sabe que uma herança de valor, você devia ser mais atenta, não tinha o direito de quebrá-lo. Será demitida por isso.

M: - Mas senhor.. não... por favor.. eu sou cuidadosa, nunca quebrei nada nesta casa... eu jamais..

G: - Cale-se.. vá arrumar suas coisas... amanhã bem cedo quero fora desta casa.. passará em meu escritório e acertarei seu ordenado...

M: - Mas Sr. Giuseppe, por favor, eu não tenho para onde ir.. onde vou arrumar outro emprego... eu gosto daqui...

Sem muito entender aquela situação, Stefan correu até o sótão, abriu a porta, e avisou Damon.

S: - Papa descobriu.. descobriu sobre o vaso.. ficou furioso... paura, fratello, paura...

D: - Stefan...... não, não tenha medo irmãozinho... ele não está bravo com voCê, está bravo comigo... fui eu quem quebrou.... - Stefan estava chorando.. ele detestava ver o pai tão bravo, ele era muito agressivo, nunca com ele, mas muito agressivo e isso o assustava demais, talvez por isso ele nunca ousou desafiar ou contrariar o pai, em nada, sempre lhe fora obediente e porque não, subserviente.

S: - Papa está bravo... disse que Margareth tem que ir embora.. ela vai embora.. até ela está chorando... ela tb. deve ter paura de ele, fratello...

D: - O que?! Mas porque Margareth vai embora... ? Ela não fez nada, só varreu a sujeira qu eu fiz.. - Damon olhou para seu dedo cortado com o curativo que amoça lhe havia feito e decidiu que tinha que ser homem e enfrentar seu pai... não podia deixar Margareth se prejudicar por sua culpa, seria muito covarde... ele desceu as escadas correndo... (ele era muito maduro para a idade...) Chegando lá embaixo, na sala, ele gritou:

D: - Não foi ela, papa, não foi ela, fui eu quem quebrou o vaso. Fui eu, papa. Nâo mande Margareth embora... ela não teve culpa.. foi um acidente... eu quebrei porque estava brincando aqui dentro, por causa da chuva... não parava de chover, queríamos brincar... eu tropecei, papa, foi sem querer...por favor... foi sem querer... não castigue Margareth... fui eu... eu que quebrei, papa... eu que quebrei... - Damon encarou o pai nos olhos e estremeceu, ele viu a fúria de progenitor nas pupilas dilatadas... sabia que estava tudo perdido.. levaria outra surra, com certeza... e seria daquelas...

G: - Margareth, saia. Não está mais dispensada. Agora saia, imediatamente, e certifique-se de que Stefan esteja em seu quarto. Mantenha-o lá. Já, o que está esperando.

M: - Sim senhor.

G: - Mas só podia ter sido você, quem mais seria! Seu moleque insuportável. Gosta de causar problemas, gosta de me provocar, agora você verá do que sou capaz Damon.

***