[FINALIZADA] São minhas páginas...

A aula começou. Ainda atordoado Ric procurou se recompor e se concentrar nas aulas durante todo o dia.
Não podia se conter de curiosidade para saber de que besteira Elena estava falando, a que ela se referia exatamente, e estava preocupado se havia passado algo mais entre ela e Damon, afinal, ela ainda está com Stefan.
Mais ou menos às 3 da tarde, quando Ric terminou sua última aula do dia, ele procurou Elena. Encontrou-a novamente no corredor, era um intervalo entre uma aula e outra e ele perguntou:

R: - What the hell is going on, Elena? O que você precisa me contar, que bobagem é essa que você diz ter feito? Seu tom me pareceu tão sério, você pode ser clara agora.

E: - Ric, não dá. Agora não dá, eu ainda tenho a última aula. Mais 50 minutos e na saída nos encontramos para ir pra casa e vou explicando no caminho. Mas sim, é grave.

R: - Por Deus, Elena. O que pode ser tão grave mas pode esperar acabar a aula para me contar? Não entendo, que tipo de gravidade não é urgente?!

E: - O tipo de gravidade que implica a leitura de um diário sem que o dono saiba. Não posso falar mais nada, agora não! Mas preciso do seu conselho, porque estou absolutamente encrencada.

R: - Ah! É isso! - Bem mais aliviado, pois não sabia de que diário Elena falava, Ric se tranquilizou e pediu que ela o encontrasse na saída da escola. Ele esperaria por ela lá, mas ela deveria dar um perdido no Jeremy, pois era interesse dela que somente Ric soubesse disso. Então ficou resolvido, Elena pediu a Jeremy para ir na frente que ela demoraria um pouco mais. E despistou Caroline e Bonnie. Jeremy aproveitou o momento para tentar falar com Bonnie que ainda o ignorava por ter sido traída, ainda que com um... fantasma. Caroline ficou sozinha quando Bonnie decidiu dar uma chance de Jeremy se explicar e os dois foram até Grill para convsersarem. A vampira loira foi tentar encontrar Tyler e ver se conseguia tirá-lo de perto de Rebekah.

No caminho para casa que fazia a pé, Elena se pôs a explicar o que tinha sucedido na noite anterior, na casa de Damon.

E: - Ric, eu li o diário dele, e não sei o que fazer! Como me explicar, ele não vai me perdoar! O que eu descobri... não...

R: - Espera, Elena... só um minuto... você está usando os diários de Stefan para descobrir elementos que possam libertá-lo da compulsão imposta por Klaus, é natural que se valha dos diários, sem problema. E outro dia ele nos flagrou no café com o diário dele e nem ligou para isso. Se esse era o problema tão grave que tinha para me dizer, confesso, estou surpreso, não esperava que fosse tão simples e .. - Elena o fez calar quando continuou a falar mais alto.

E: - Não estou falando sobre os diários de Stefan, Ric... falo sobre o diário que encontrei na mansão Salvatore ontem a noite, um outro volume, que jamais esperei que existisse.

R: - ?

E: - Eu li o Diário do Damon, Ric. Do Damon...... e eu não fui autorizada a fazer isso. Eu li escondido. E não contei a ele. Foi acidental!! Eu não pretendia! Elena explicou com detalhes o que tinha acontecido naquela noite. COmo tinha encontrado o diário embaixo da cama e como ficou tentada a lê-lo quando o pegou, e de fato, como não resistiu e o fez, mesmo sabendo que poderia magoar Damon. Agora essa era sua aflição. O que fazer?! Se Damon descobrisse!! Ela era amiga dele, no mínimo, e devia respeito e consideração a ele, muito mais que isso, ele salvou a vida dela diversas vezes, e a parte de amá-la, ela a tem como amiga, e confia nela, e se soubesse que ela leu seu diário, seria terrível! COmo contar a ele?! Será que deveria contar?! E se escondesse para sempre e ele jamais desconfiasse? Não! Ela não seria honesta se fizesse isso com ele, ele não merecia que mentisse para ele, mas... se contasse, Deus o que poderia acontecer! Como ele reagiria!! Ric ficou pálido com aquela revelação! Damon tinha um diário! Como assim?! Não é possível! Estavam falando do mesmo Damon?! Era dele mesmo?! E agora, ele concordava com Elena em tudo, e não sabia responder a nenhum dos questionamentos que ela lhe fez e pior... estava encafifado com uma idéia fixa... Agora ele sabia TAMBÉM da 'quebra de confiança' de Elena e se ele nao contasse, ele seria cumplice, se contasse, ELena estava ferrada e seria como um "covarde que entrega seus amigos".. mas e agora... Damon ERA seu amigo.. muito querido por sinal... como estranhamente havia de ser... Ele não queria fazer parte disso... mas involuntariamente, se envolveu... Estavam os dois perdidos!!

R: - Elena... Elena.. nossa.. tinha razão.... a gravidade desse problema é enorme... é gigantesca.. como você não sei bem o que fazer.. Elena.. mas pelo amor de DEus, voto para que seja honesta e assuma as consequências de ter feito essa besteira... NO fundo, acredito que ela não ficará tão desapontado se você contar a ele... Droga!! Me desculpe por isso, estou me sentindo um covarde por estar com medo das reações dele, mas Elena, se você decidir não contar, eu vou estar sabendo, e isso impacta em enganá-lo... isso não deu certo com a Jenna e me arrependo tanto de ter escondido a verdade dela.. não me obrigue a fazer isso com Damon também... eu não quero ser desonesto com ele, ele realmente não merece, como já concordamos, e aaaah, Elena, porque você me contou!! Se ao menos não tivesse me dito...

E: - Me desculpe.. me desculpe, eu precisava de ajuda e não podia recorrer a mais ninguém, de qualquer maneira, você o conhece tão profundamente, você o vê como ele é, e a você eu poderia confiar este segredo dele, só a você Ric.. me desculpe!! - Elena começou a chorar e neste momento eles entraram em casa.

R: - OK.. Ok... me perdoe, Elena!! Você está certa, além do mais, sim.. eu estou aqui para ajudar no que você precisar, é que estou apavorado sobre como ele vai reagir.. e temos que remediar esta situação imediatamente!! Agora!! Vamos até a mansão, eu vou com você e juntos contaremos o que houve a ele... eu agora estou mais do que envolvido e acho justo que vá com você para contar a Damon que você leu o diário dele. Certo?!

E: - Certo... sim... está certo! - Ela limpou as lágrimas que caíam pelo rosto e pegou a chave do carro. - Vamos então, Ric, agora!!

*

Damon estava escrevendo em seu diário de novo, naquele horário. Stefan não estava por perto, e Rebekah não apareceu na casa depois do episódio com Elena.
Sozinho, em seu quarto, a montblanc edição especial de luxo dos anos 60, em prata 950, dançava e espalhava palavras por todas aquelas páginas.

Aug. 08, 2011

Está muito complicado para mim lidar com tanta coisa ao mesmo tempo. Nunca pensei que um dia me sentiria assim, tão impotente, como me senti naquela época. Em 1864, quando me tornei vampiro e vi Stefan mergulhando em seu lado mais sombrio, fiquei tão amedrontado que tive que me afastar, eu sabia que não podia fazer mais nada, nada estava ao meu alcance para ajudar Stefan. Mas agora, não posso fazer a mesma coisa, não posso simplesmente ir embora, não posso deixá-lo sozinho, jamais. Não vou fugir como fiz antes, não! Não posso, e não quero! Amo Stefan, e preciso fazer de tudo para trazê=lo de volta! Eu só não sei por onde começar, meu Deus! Não sei, simplesmente não sei!
Além disso, não posso deixá-la também, como vou abandonar Elena... Não quero abandonar ninguém. Eu finalmente encontrei pessoas que... que... eu... elas... elas fazem parte da minha vida, da minha história e é minha cidade, não quero ir embora... simplesmente ir embora não vai ajudar em nada, eu amo Stefan, amo Elena, amo este lugar e amo estas pessoas com quem de alguma forma me envolvi... e não vou embora. E tenho Ric por perto desta vez, sei que posso me refugiar com ele quando eu precisar, ele me apoia... ele me apoia!! Isso é mais do que eu mereça, ainda mais vindo dele!
Aliás, acho que convém ressaltar que Elena e Ric são as pessoas nas quais eu mais confio.. não... são as únicas em quem confio 100%... sei que posso confiar minha vida a eles, e eles jamais fariam com que eu me arrependesse disso... Elena está diferente comigo, me levando a sério, considerando o que eu penso e minha forma de agir. Não está me julgando tanto como fazia até pouco tempo atrás. E tem me dito coisas com tanto importância e significado para mim, sobre mim mesmo, sobre STefan... ela tem me feito pensar... e está sendo bom.. é o que tem me mantido forte, ainda que eu queira cair, desabar... e Ric voltou a falar comigo.. mesmo me ignorando um pouco ainda, eu sei que ele me perdoou por tê-lo matado e estou feliz que tenha recuperado sua amizade e confiança.. eu já mencionei... eu confio nele, muito mesmo, e preciso é agir com mais reciprocidade. My bad, always! This is me.. and I know he knows that this is who I am!
Já chega por hoje. Preciso de um drink e não estou a fim de beber sozinho aqui. Acredito que Ric deve ter saído da escola e mesmo sendo segunda-feira, ele não vai recusar beber comigo! Eu sei! É só eu dar um daqueles sorrisos e ele cai como pato, no melhor dos sentidos.

Damon finalizou sua narrativa do dia com um traço.


A seguir, não esperou nenhum segundo, guardou-o embaixo da cama no lugar de sempre, a chave também, e desceu as escadas usando sua super velocidade. Não estava a afim de ver a cara de Stefan hoje, não do jeito que ele se encontrava por enquanto. Eles tinham brigado no encontro com Mikael e ele foi tão cretino na noite anterior com ele e Elena. Apesar de amá-lo muito e querer sempre vigiá-lo para protegê-lo, hoje ele precisava espairecer, ou enlouqueceria. Por isso mesmo ele foi para o grill, beber mais um pouquinho! No caminho, ligou para Ric, que por sua vez, chegou na mansão, acompanhado de Elena, minutos depois de Damon ter saído. Elena entrou na casa, e subiu para o quarto de Damon chamando por ele, com tom de desespero na voz. O desespero só aumentou quando ela percebeu que Damon nao estava em casa. Ric ficou no andar de baixo, atendeu o celular e empalideceu ao ouvir a voz de Damon. Ele se esqueceu de ver quem estava ligando.

R: - Damon?! O que foi?! Você quer alguma coisa? - Ric não soube disfarçar que havia algo errado e praticamente se entregou.

D: - O que foi digo eu?! Aconteceu alguma coisa? Há algo errado, Elena está bem?!! Fala logo, Ric, o gato comeu sua língua?!

R: - Não, é que... eu.. estou aqui em sua casa agora.. com Elena.. ela está bem...

D: - Está?! Mesmo?! E você?! Problemas? Me conta logo o que houve!!

R: - Há um problema, nós dois estamos bem e precisamos que venha agora pra casa, sóbrio, para que possamos conversar sobre algo bastante sério, Damon. Desculpe, me desculpe!

D: - Está... bem... estou voltando.. me esperem... - Damon ficou extremamente preocupado, depressa voltou para casa.

Elena estava demorando para descer, ela não escutou a conversa de Ric no celular, e procurava Dmaon no andar de cima.. Nada.. não achou nada.. então ela voltou pra o quarto.. E viu a caneta sobre a cabeceira de novo.. lembrou do esconderijo... novamente a tentação, o ímpeto foi mais forte e ela sem perceber, debruçou sobre os pés da cama e achou o alçapão.. ela estava tentando achar o volume caído onde o tinha deixado antes, largado, mas ele já havia recolhido... ela foi tateando e por isso encontrou o alçapão.. sentiu uma parte do solo oca.... abriu... o alçapãp não era trancado e ela levou um susto daqueles... lá estavam todos... todos os volumes de diários de Damon.. escondidos.. alguns muito velhos.. mas bem cuidados... ela tinha ascendido a luz do abajour e estava ajudando a enxergar melhor.. ela pode ler alguns que estavam com os anos marcados na capa... ficou muito surpresa ao localizar um específico... 1.857... ela o pegou e este não tinha dispositivo de tranca, chave, nada, pode ser aberto assim, facilmente, e ela folheou, folheou... a avidez por conhecer aquele homem que tantos segredos podia ter escondidos naquelas páginas... ah, não... ela parou numa data específica... 13 de agosto de 1.856... e lá estava escrito algo muito, muito importante... que ela não imaginava... ela ia continuar lendo mais quando foi flagrada!

MAS O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI, ELENA?!!

*

Ric entrou aturdido no quarto de Damon e flagrou Elena 'gansando' nos diários dele.
Ela empalideceu na hora, pensando que fosse Damon, quase desmaiou de susto. Respirou fundo e agradeceu a Deus quando percebeu que era Ric.
Só que Ric começou um discurso terrível de Guarde já isso, como pode continuar a ler? já não basta o que você fez! Você veio se desculpar e faz a besteira de novo!
Não, Elena não!!
R: - Elena.. Elena... você brinca com fogo, pelo amor de Deus, guarde isso, não faça isso, se fosse ele que tivesse entrado e pego você, o que faria?! Anda, guarde tudo já, cai fora daí, desça comigo, vamos esperá-lo, ele ligou, está vindo pra cá, vai logo!! Guarda!!

Elena apressou-se em guardar os diários, mas ela tinha feito uma tremenda bagunça, eram muitos volumes, e ela colocou para fora do alçapão, pelo menos uns 12... Ela realmente nao tinha muita noção do perigo!! E pelo que fazia, não parecia dar muito valor aos sentimentos de Damon... Só que era o contrário, ela estava percebendo um novo Damon a cada página que lia e quando mais ela descobria, mais ela queria saber e ela simplesmente não podia parar, não, estava chegando tão perto de desvendá-lo... ele é tão misterioso... será que tudo isso, essa a vontade de conhecê-lo era por Amor... um amor que talvez fosse maior do que o que ela sente por Stefan? Será que ela estava mesmo amando Damon, ou se sentindo atraída por ele como seus amigos viviam dizendo?! Será?! Ela tinha tudo isso em mente, mais a vontade louca que despertou seus sentidos quando leu os diários de Damon.

R: - Eleeeeeeeeeeeeena... sai daí!! Ele vai chegar qualquer momento!! - Ric se aproximou e foi tentar ajudá-la a guardar logo aquele monte de volumes!!

E: - Eu só queria conhecê-lo melhor.. eu estou tão perto de saber quem ele é... por favor... me desculpe, Ric, mas eu preciso saber quem Damon é de verdade!!

R: - Não me peça desculpas... voCê me envolveu nisso, mas você deve desculpas a ele... Elena, não sei como ele vai reagir a isso... e só um adendo, Elena... eu nunca precisei ler nada a respeito de Damon, muito menos os seus diários pessoais, para conhecê-lo como ele é... por dentro, de verdade... você tem que ser melhor observadora.. é só isso... o que você fez foi errado, e você há de concordar comigo..

E: - Eu concordo, eu concordo.. me ajude, rápido, ainda faltam estes 4... cuidado com as páginas soltas...

R: - Ok... depressa... se ele chegar e nos pegar aqui vai.........

D: - Ric... Elena.. o que?! **************************************************** Damon não acreditava em seus próprios olhos... era isso mesmo, não era miragem?! Ele estava vendo aquela cena mesmo... eram Elena e Ric, e haviam descoberto seu esconderijo dos diários, e... teriam lido... ah, não.. descobriram.. eles descobriram.. como descobriram.. porque?! Como aconteceu!?!! Eles.. não.. tinham o direito de... será que leram... não.. não... não podia ser, não.. eles não... eles não.. ele confiava cegamente neles... não... não podia estar acontecendo, ele foi traído de novo, mais uma vez ele foi traído... será possível que todas as vezes que ele arriscasse confiar em alguém 100%, ele seria traído só pra provar que confiança não existe.. não era possível, Elena.. e RIIIIIC... Não! Não! Ele confiou em Stefan, Katherine, Elena e Ric.. essas foram as 4 pessoas nas quais ele confiou cegamente em sua vida.. e estava claro agora, como água, e da maneira mais dolorosa, que ele estava mesmo enganado... ele não podia confiar em ninguém, e estava condenado a passar o resto da eternidade sozinho... - E... Elena... Ric... Vocês... não... por favor... só me digam que não é verdade e que estou tendo um pesadelo... - Esta frase saiu em volume tão baixo, quase sussurrada, e sem força, e expressava tanta tristeza e desapontamente que Damon nem sentiu as lágrimas se formarem em seus olhos e escorrerem pelo rosto. O alçapão estava aberto, e 2 volumes ainda estavam do lado de fora, enquanto Elena ainda segurava um nas mãos. Ric, atônito, caiu sentado, para trás. Elena se desesperou e começou a tentar explicar: - Damon... eu... eu posso explicar tudo isso... eu juro.. me perdoe... eu posso... eu...

A dor cortante que Damon sentia apertava-lhe o peito e ele não podia ouvir com clareza o que Elena dizia... ele começou a se sentir tonto, zonzo, parecia que ia perder a consciência, mas não perdia.. o que piorava a situação, porque se ao menos ele tivesse apagando, não estaria sofrendo tanto... mas não, ele não desmaiou, e a dor aumentou ainda mais com Elena confirmando o que estava acontecendo.

D: - Vocês leram meus... diários... - Tristeza, tristeza, tristeza!

Elena e Ric, simultânea e respectivamente: - SIM - NÃO!

Damon não sabia no que e em quem acreditar... e não havia o que fazer, e ele não quis permanecer ali. Ele teria ficado furioso se fosse qualquer pessoa, mas não, não era qualquer pessoa, eram as duas únicas pessoas nas quais ele vinha confiando sem hesitar e por isso mesmo, lhe faltaram forças para agir, reagir de qualquer maneira, ainda mais violenta... ele não moveria um musculo para machucar Elena e nem Ric, porque mesmo tendo-o matado uma vez, ele sabia que era 'sério', mas agora, nesta situação, seria, e não, ele não o machucaria também, mesmo que ele merecesse.. ele não seria capaz, gostava tanto de Ric, e amava tanto Elena... ele não podia, ele não faria.. mas também não era insensível, nem indestrutível, nem invulnerável como ele sempre imaginou, ou melhor, como ele sempre fingiu ser... ela desabou com aquilo tudo, de verdade!!! As lágrimas aumentaram e ele foi dando leves passos para trás... depois apertou mais os passos... Elena e Ric se levantaram do chão e fizeram movimento de que iam se aproximar...

D: - Não.. não cheguem perto... - Mais lágrimas e ao que Ric avançou, ele sumiu de lá em sua super velocidade.

***

Elena não parava de chorar. A culpa a consumia. Pronto, estavam no meio de tanta confusão com Rebekah, Klaus, Mikael, ela tinha que piorar tudo magoando Damon, o único que tentava se manter inabalável para ajudar a todos e resolver esta situação. Ele estava se esforçando tanto, se arriscando tanto, queria tanto salvar a todos e proteger a cidade, Elena.. e Stefan... enfim, todo mundo... ele estava enfiado nestes problemas, mergulhou de cabeça e não ia descansar até ter tudo resolvido, e estava exausto, exausto de tanto pensar e idealizar planos, fugas... e ela testemunhava isso e como pôde fazer isso com ele?! Remorso e culpa a consumia realmente.

Ric era outro que além de culpa, se sentia perdido! Não sabia nem por onde ia começar a resolver isso, mas sabia que tinha de fazer alguma coisa. Agora tudo dependia dele, como Elena ia propor uma solução no estado lamentável em que ficou quando Damon os flagrou. Não!! Não! Apesar disso, ele tinha que tentar ajudar, resolver, ele tinha que encontrar Damon em primeiro lugar. Mas como?!!! Bonnie!! Sim, Bonnie podia usar um feitiço de localização.. mas isso implica em contar-lhe a verdade sobre tudo.. não, ele não ia contar a ninguém sobre nada.. recorreria a Stefan... então... perguntaria um lugar ao qual Damon visitaria se estivesse chateado, aborrecido... Acabado era o que ele queria dizer... Mas não.. jamais!! Ele não ia falar a Stefan sobre esse indicente também, mesmo ele sendo o irmão de Damon, era possível que ele não soubesse sobre os diários.. Ric não pensou em mais nada!! Fez o seguinte:

R: - Elena, você vai imediatamente para casa e fique lá esperando por mim ou por notícias, entendeu! Eu vou encontrar Damon.

E: - MAs Ric, eu vou com você eu preciso..

R: - Você precisa aprender a respeitar um pouco mais as pessoas... ouça o meu conselho, voCê disse que queria um.. estou lhe dando um agora.. vá pra casa e simplesmente ESPERE, não estrague tudo outra vez Elena, tenha força de vontade! Não faça besteira! Estou falando sério?! - Ele estava muito zangado por ter sido envolvido nesta história e por este envolvimento arriscar sua amizade com Damon, que apesar de tudo, era muito importante para ele.. mas também deu o sermão porque percebeu que Elena leu os diários quase por capricho, por não saber se controlar, como se fosse criança... o que ela não era! AGora estavam ambos enroscados!! Como esse dia foi terminar assim.. como?!!

Elena concordou com Ric e foi indo pra casa a pé, ele não podia perder tempo e pegou o carro dela emprestado para procurar Damon. Ela ficou lá esperando, angustiada e ao mesmo tempo espantanda com uma revelação do diário que ela leu, deste último volume que mostrava esta data especial, 13 de agosto.......... 13 de agosto era o dia do aniversário de Damon.... ela nunca imaginou... nunca!! Mas agora ela sabia!!!

Ric disparou para todos os lugares onde ele poderia estar, estava preocupado que ele pudesse estar fazendo alguma besteira, como matar alguém, e etc... mas no fundo, algo lhe dizia que ele estava tão decepcionado, tão magoado, tão machucado e entristecido que não teria forças, nem cabeça para algo assim.. não.. aquele Damon que saiu do próprio quarto arrasado só podia estar em algum lugar sozinho.. não ia ser num bar que Damon buscaria conforto.. sim ele devia estar buscando conforto em alguma coisa, pois pelo visto não podia mesmo contar com ninguém, nem com o próprio Ric.. ele mesmo pensou.. - Nem comigo.. ele não pôde contar nem comigo... Meu Deus... o que eu faço... o que eu faço.. me ajuda!! Eu não posso lidar com isso.. me ajude ao menos a encontrá-lo sem recorrer a ninguém.... eu não posso recorrer a ninguém, não posso pedir a ninguém!! De repete, Ric teve um insight... e se Damon estivesse perto das quedas d'água de Mystic Falls, do mirante, durante a semana, ainda mais numa segunda-feira, o mirante não era o lugar mais visitado da cidade, à noite não... pelo menos.. ele tentaria lá, o que perderia tentando... voou para lá.. e já a pé, pois não dava mais para acessar o lugar de carro, lá debaixo, do pé da montanha do mirante, ele viu o vulto de alguém... o barulho da queda d'água era absurdo de alto, estrondoso mesmo.. e impediria Damon de perceber que Ric estava chegando.. ele confiou nisso e começou a subir pela escada improvisada nas pedras que foi feita para os turistas...

Lá em cima, Damon estava sentado, desolado, olhando a cidade toda. Ela brilhava com as luzinhas acesas das casas. Mas seu coração estava tão apagado. Se a humanidade de Stefan havia sido desligada completamente por Klaus pela compulsão, com Damon, aquela atitude de Elena e Ric, havia causado exatamente o efeito reverso, ele que passava todo o tempo fingindo estar desligado, não conseguia mais esconder, disfarçar sua humanidade. Ela foi totalmente aflorada com aquele episódio que ao menos para ele, era fatídico, e pronto, estava feito. Ele não podia mais desligar, nunca mais poderia, a dor era muito grande e se ele pudesse desligar, ele o teria feito, mas não conseguia, tentou, tentou, tantas vezes tentou, e nada, sem resultado! Ele sentia, sentia tudo.. e não podia fazer nada a respeito! Estava lá, sentado, em frente ao Rio, pensando sobre o que fazer para esta dor parar... mas só uma coisa acontecia.. pranto.. ele só conseguia chorar.. e soluçar.. e mais uma vez chorar... e sempre sempre chorar... e não parava mais de chorar... e não entendia porque chorava, mas chorava... porque chorar... ele se perguntava, porque tudo isso.. porque é tão difícil para mim... porque... porque.. e só chorava!!

Ric conseguiu chegar e ofegante, chamou pelo amigo.

R: - Damon... pelo amor de Deus, me escute... eu preciso falar com você... por favor... por favor, eu estou implorando..

Damon se assustou, se não fosse o barulho das quedas, ele teria ouvido Ric se aproximando. Agora estava lá, de frente para ele... e Ric estava chegando mais perto.. como ele ousava fazer isso.. e porque Damon estava paralizado.. porque não podia se mexer... porque... ele queria correr, sumir, e podia fazer isso facilmente... e todo o trabalho de Ric para subir teria sido em vão.. e aliás, como Ric sabia que ele estaria ali.. teria contado a mais alguém... não!! - O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI, VÁ EMBORA... COMO PÔDE?! E COMO SE ATREVE A VIR AQUI DEPOIS DO QUE VOCÊ FEZ...

R: - Me perdoe! Mas me deixe explicar como a coisas aconteceram... Elena também tem muito a explicar.. mas não posso falar por ela, posso falar por mim... eu.. Damon.. você é importante para mim.. eu... ao falar, Ric foi se achegando e percebendo que Damon não se movia, ele lhe tocou o ombro... e tentou continuar a falar.. mas Damon reagiu violentamente...

D: - Me larga!!! Não toque em mim... saia de perto de mim, eu não quero você aqui... suma... eu não sou importante para você coisa nenhumaaaaa... saia!! Mentiroso!! Traidor...

R: - Pára, Damon, está usando termoos fortes demais, não fale assim de mim.. eu não... me deixe ao menos explicar o que aconteceu.... por favor.. e tentou tocá-lo de novo, desta vez mais forte, tentando impedi-lo de resistir...- Por favor... - apertou-lhe os dois ombros e ajoelhou perto dele... estranhamente, Damon não conseguia se mover ainda, não mesmo, sem forças, ele estava sem forças, como quando os pegou em flagrante... e começou a agitar os braços, e empurrar Ric para trás, mas Ric não desistia.. continuava apertando, e segurando... e queria fazê-lo ouvir, mas ele não queria ouvir, e ele resistia muito, muito mesmo, mas era em vão, a toa, não estava surtindo efeito, ele estava mais forte do que ele, cooooomo, como era possível que um humano fosse mais forte que ele.. quer poder era esse que Ric tinha sobre ele que o impedia de ... de.. se defender... - Me larga, sai daqui.. me solta, me solta.. eu não... me .. me deixa.. me deixa.. tire as mãos.. não.. tire as mãos de mim.... não toque em mim.. e ele batia e se debatia e quanto mais o fazia mais Ric o dominava...

R: - Pára, pára, pára.. agora escute.. com atenção.. por favor.. por favor.. shh.. escuta... Ric conseguiu imobilizá-lo e se surpreendeu.... Damon estava chorando, não estava quase berrando mas em prantos.. como se Ric o estivesse.. estivesse... matando...

D: - Me larga... eu não quero ouvir, só quero que pare de doer, não quero sentir.. não queroa.. me deixa em paz... vá embora.. não basta ter feito o que fez... me deixa em paz.. me deixa.. me largaaaaaaaaa - última tentativa de desvencilhar-se de Ric e nada... só conseguiu o contrário... Ric se desesperou e pedindo perdão com lágrimas nos olhos, ele abraçou Damon bem forte contra o peito.... e balançou levemente o corpo segurando firme o amigo no meio do abraço.. Damon continuava chorando... muito... e se rendeu.. se rendeu completamente e se deixou abraçar... mais choro.. - Doi tanto, Ric.. doi tanto.. porque fez isso comigo.. porque você e Elena fizeram isso comigo... aaaah.... mais choro e ele agarrou Ric... retribuindo o abraço apertado mas, no caso dele, era um abraço que buscava amparo.. um que só mesmo Ric poderia oferecer, e assim ele o fez.

***

Ric sabia que Damon devia estar muito zangado por dentro também, além de magoado e arrasado pela quebra de confiança dos dois, mas aquele abraço retribuído, para Ric, significava que só ele mesmo poderia consolar Damon naquele momento. Afinal, quem mais o faria? No estado em que estava, Stefan é que não seria. Ele sabia que só ele poderia confortar o amigo, mas ele tinha causado aquela dor. E Damon pensava da mesma forma, ele precisava de conforto, e droga, não havia ninguém além de Ric, com quem ele pudesse contar, então ele se agarrou a ele, como quem desejava que tudo fosse um grande engano, que Ric não o tivesse mesmo traído e que ele podia continuar sempre tendo seu apoio. Ele precisava... ele precisava tanto... era mesmo muita sensibilidade... para um vampiro, Damon era demasiadamente humano... e ser humano, para ele, doia.. doia muito.. era por isso que vivia tentando desligar... se não fosse o defeito naquele botão?!!

R: - Desculpe, Damon, desculpe... eu não pretendia trair sua confiança. Jamais mesmo. E se posso alegar algo em minha defesa, eu vou dizer que não li seus diários. Se você se acalmar, eu posso explicar tudo; a minha versão dos fatos! Elena tem a versão dela. E, acredite, não estava escondendo nada de você... a própria Elena ia admitir a verdade, era isso que queríamos te dizer mais cedo, foi por isso que o chamamos.

Damon custava a se acalmar, ele estava tão... EXPOSTO... Vulnerável.... precisava de proteção, mas quem lhe daria isso agora.. Soltou-se do abraço de Ric, e limpou as lágrimas nos olhos azuis brilhantes e cristalinos como a água do mar mais limpo e bonito que se podia imaginar. Mesmo à noite, seus olhos reluziam.

D: - Versão dos fatos, você diz?! Admitir, você diz?! E porque mente, pode confessar que leu meus diários. Agora está tudo perdido, Ric. Eram só meus, meus pensamentos, agora são o que.. NOSSOS?? HAHAHAHA - Damon riu sarcasticamente, ainda dolorido . Ric estava mais calmo e já havia parado de chorar. Na realidade ele só chorou porque nunca imaginou que um dia veria Damon derramar uma lágrima sequer... pelo menos não na sua frente... e ser o causador disso era no mínimo, constrangedor..

R: - Há uma razão para tudo, Damon. Eu garanto que não li seus diários, eu nem sabia da existência deles até hoje cedo, quando Elena me disse que tinha algo importante para me contar. Mais tarde ela me explicou com detalhes que tinha lido seus diários por um acidente que se transformou em... em intenção, eu acho... Ela não conseguiu se conter e os leu... eu não li nada, juro que não, nem desejei fazê-lo, em nenhum momento. O fato é que ela me pediu um conselho sobre o que devia fazer, estava com medo de ter estragado tudo entre vocÊs, a amizade e a confiança.... ela estava preocupada em não te perder... eu disse a ela que o melhor era lhe contar toda a verdade e era o que tínhamos nos proposto a fazer, por isso fomos até sua casa e te chamamos lá para uma conversa... ao constatar que você não estava lá, Elena teve sei lá que mal súbito é esse que acomete mulheres curiosas e simplesmente foi até seu quarto... eu a segui porque estava demorando pra descer.. e a flagrei lendo-os mais uma vez... como você já devia estar a caminho e podendo chegar a qualquer instante, eu me desesperei e achei melhor ajudá-la a guardar tudo, e fui ajudar e então você chegou e viu aquilo tudo e não deu tempo de explicar.. eu... essa é toda a verdade da minha parte, Damon... agora precisa ouvir a versão da Elena...

D: - Meu Deus, meu Deus... porque isto está acontecendo comigo?! Porque as pessoas que eu mais.... as pessoas em quem eu mais confio, sempre me traem? Porque?! Tá legal, ok, está certo... eu tenho um DIÁRIO?!! Algum problema?!

R: - Eu não estou contestando nada, nem julgando você. Estou apenas me retratando e aguardando ansiosamente pela sua reação... vai me perdoar pelo que eu não fiz e estava tentando ajudar a consertar da maneira que menos lhe machucaria? Vai compreender que sou seu amigo sim, que nosso ligação é muito forte e que eu sinto muito mas não sou perfeito e também cometo erros.. e esse foi um deles??

D: - QUE ENGRAÇAAAAAAAAAAADO! Mas é muito engrçado isso........HAHAHAHAHA - mais sarcasmo. - Ora, ora, porque é que todo mundo poder ser imperfeito e cometer erros e EU NÃÃÃÃO??!! Porque é que eu tenho que ser sempre um monge, e vocês não?! Eu não esperava isso de vocês, Ric, logo vocês dois... confiava tanto em vocês, pode imaginar?! Cegamente! Eu confiava cegamente?! Nunca imaginei vê-los bisbilhotando no meu quarto, em minhas coisas, nunca pensei que invadiriam tanto assim minha privacidade.

R: - Eu sinto muito, mas já lhe contei toda a verdade da minha parte e eu não... juro que não li seus diários, Damon, eu falo sério. Eu não preciso, ok. Para mim você é transparente como um cristal, eu sei tudo o que preciso saber sobre você pelas nossas conversas, seus olhares, seu comportamento, isso tudo te revela para mim, e mais do que suficiente. Seus diários são suas confidências, suas reflexões mais profundas que voCê procura manter em segredo e eu respeito isso, sinceramente, acho que já gozo demasiado da sua confiança e é isso o que importa, para mim. Somos amigos, e eu não faria isso com você, minha maturidade me impediria. Mas talvez não seja o mesmo com Elena, Damon. Por favor, ouça as razões dela, e se não quiser me perdoar, eu só posso entender... neste momento você ainda está muito machucado. Eu queria levar você pra casa, posso?! Estou com o carro de Elena lá embaixo, tudo bem? Quer vir comigo?!

D: - NÃO!

R: - Não acredita em nada do que eu disse, certo?! Não acredita em mim, não é Damon?! - deu um suspiro cansado e fechou os olhos.

D: - Você ainda vem me fazer exigências... e me pede descaradamente para acreditar em voCê... acreditar significa confiar, e eu não confio mais em voCê! Não mesmo, Ric! Confiança é TUDO pra mim, e você sabe, se arriscou mesmo assim, está acabado...

R: - O que está acabado, Damon?! Não faça isso?! Eu não fiz nada. Poxa vida, mesmo Elena, só foi motivada pelo desejo de te conhecer melhor, ela não planeja nada de mal, ela não vai publicar em lugar algum e não creio que vai deixar de ser meu amigo!! Não creio?!

D: - Creia, Ric! POis assim será! A partir de agora, deste exato momento, não somos mais o Team Badass (falou com desdém), encontre algum outro parceiro por aí e se puder, escolha um que não se importe em ter sua privacidade invadida do jeito que você faz. - Damon se levantou, impetuoso, parecia que tinha recuperado as forças. Já havia parado de chorar e procurava fingir que já tinha tudo sob controle, mas estava doendo muito ainda. E ele não falava sério sobre não ser mais amigo de Ric... no outro dia, quando ele tinha dado mancada, e ele quase perdeu Ric pra sempre, ele gelou, fazia pouco tempo e, caramba, ele foi perdoado... seria sacanagem se ele não perdoasse Ric, ainda mais ele sendo inocente. Sim, Damon acreditava em Ric, ele queria, ao menos, e se esforçava para isso, para manter a confiança em Ric, ele estava cansado de tentar e não conseguir, levou tanto tempo para que arriscasse confiar em alguém e Ric sempre fora alguém confiável, justo, correto, até demais, e honesto... mas acontece que ele precisava de um tempo pra digerir tudo aquilo... e queria dar um susto no Ric, igual ao que levou quando o outro deixou de falar com ele. - Esqueça-se mim! - Damon foi saindo de lá, mas foi segurado com força por Ric.....

R: - Espeeeera aííí!! Damon... Então é assim, acabou tudo?!

D: - Que tudo?! Cuidado com o jeito que você fala, até parece que temos um relacionamento 'diferente'... - rolou os olhos ao dizer isso.

R: - Nem tente desligar, você não consegue. Está desdenhando, mas no fundo ainda está sentido, mas vai compreender. Sinto muito pelo que aconteceu, mas não sou o culpado, posso ter sido cúmplice só por ter ajudado a esconder as provas do crime, mas eu não o cometi, e fui até você para te contar a verdade, mesmo não sendo o autor. Me senti no dever, porque fui envolvido, Damon, mas de verdade, fiz isso por você, porque não queria arriscar nada, como você injustamente me acusa.

D: - Eu vi, Ric. Pára de enrolar e mentir. Eu vi você com as mãos nos meus diários.

R: - VOCÊ ME VIU AJUDANDO ELENA A GUARDÁ-LOS, NÃO ME VIU LENDO!!!!!!!!!!!!!!! DROOOOOOOOOGA!! - Ric se irritou e respondeu com aspereza.

D: - Vai dar piti, agora?! Saiba que não tem o direito?!

R: - Cale-se! Se não me quisesse mesmo como amigo, nem estaria mais aqui, e não teria me ABRAÇADO do jeito que fez agora mesmo, só para lembrá-lo. Anda logo, vamos pra casa, você tem que esfriar a cabeça, tomar uma boa dose de Scotch e encarar Elena e suas verdades. - Ric o pegou pelo braço de novo, com a mesma força, e o arrastou com ele. Damon optou por não resistir, estava sentido, mas gostava tanto de Ric, ele não podia evitar, aquele homem tinha um jeito tão estranho de envolvê-lo, nem ele mesmo entendia, e já tinha escrito sobre isso em seus diários. Será que Ric tinha lido sobre isso e estava usando isto como tática, agindo premeditadamente pois sabia que Damon não resistiria?! Saber, Ric sabia mesmo, mas naõ pelos diários. Ele conhecia Damon, aprendeu a conhecê-lo, pouco a pouco, dia após dia, sem pressão... foi algo que aconteceu livremente... Ele conhecia Damon, e sabia o que Damon precisava, que horas precisava e porque precisava e ele não tinha que recorrer a diário nenhum, a coisa nenhuma, a não ser a própria amizade com ele, e as várias doses que compartilhavam juntos. Era assim. Mas Damon invejava esse talento de Ric, porque ele não podia dizer que acontecia a mesma coisa com ele, sobre Ric. Nâo. Ric era humano, mas era muito mais misterioso e imprevisível que Damon. Toda vez que ele achava que sabia como o amigo ia agir sobre determinada coisa, iiih, lá vinha um balde de água fria fazendo ver que não, Ric sempre o surpreendia, e isto de pegá-lo pelo braço e o arrastar até o carro, sabendo Damon, de repente podia lhe matar de novo, num piscar de olhos, foi muito inesperado... talvez por isso Damon decidiu não resistir, ele naõ sabia o que Ric faria se ele fizesse alguma besteira... nossa... que confusão... a cabeça de Damon estava uma confusão só... e sim, ainda doía, seu coração, ainda doía, como encarar Elena agora?! Ela tinha sido tão cruel por fazer isto, por outro lado, ela vinha sendo tão gentil com ele, estava diferente, e lhe cobrando bem menos perfeição... finalmente ele havia pensado que ela o havia aceitado como é, para além daquela declaração que ela lhe deu em seu leito de morte que graças a Deus foi revertido em leito de vida. Ela tinha cuidado tão bem dele na primeira semana pós cura, afinal, a cura não foi instantânea, ele teve febre durante alguns dias mais, e se sentiu fraco, sem poder se levantar, por mais outros... ela foi paciente, e tão madura... durou pouco é claro, ele ficou bem, muito melhor, e então ela voltou a exigir bom comportamento, mas depois de Stefan ter sido 'desligado' por completo por KLaus, aquela Elena compreensiva e madura estava voltando... era tão duro acreditar que ela tivesse feito aquilo com ele... ela também sabia que confiança era algo muito importante para ele... confiança e lealdade.. valores inestimáveis para Damon.... e agora?! Ele a amava demais... tanto sentimento nem cabia em seu coração direito, mas esse grande erro de Elena o machucara muito.. e ele não sabia o que fazer, se a perdoava, ou não! MAS ele a amava muito... essa certeza ele tinha!


Contrariado, Damon entrou no carro de Elena, 'enfiado' lá por Ric. Não disse uma palavra no percurso até o antigo apartamento do amigo.
D: - O que?! Você disse que me levaria para casa, mamãe!! Esta não é minha casa, é a sua. - Ele teve que quebrar o silêncio quando Ric estacionou o carro.

R: - Não estávamos indo para sua casa.

D: - Porque não?! O que é agora?! Um sequestro?! HAHAHAHAHAHAHAHA - Damon ria sarcasticamente só para provocar, mas estava intrigado com o fato de terem parado no apartamento de Ric.

R: - Damon, Damon... de mim, você não esconde sua preocupação nas risadas desdenhosas... não não, não mesmo! - Sorriu maliciosamente. - Eu te trouxe aqui por outro motivo.

D: - Mas o que... - engoliu em seco - qual motivo? - A pergunta saiu na marra, bem baixinho para quem acabara de gargalhar, Damon estava um misto de assustado e encafifado.

R: - Ué! Eu te trouxe aqui por causa de Stefan e Jeremy. Achei que aqui seria o melhor lugar, o mais privado possível para que você tenha a conversa com Elena. Eu já a avisei por torpedo e ela deve estar a caminho daqui agora. A menos que queira ir para casa dela e ter que explicar a Jeremy o que está acontecendo... ou ir para sua casa, onde estarão Stefan e Rebekah, que mesmo não presenciando a conversa, saberão de tudo por meio dos seus poderes extraordinários que lhes permite escutar a longas distâncias. É você que decide, se preferir, faço meia volta e voilà?! Sem problemas!

D: - Ah... é... é por isso que.... ah bom... - respirou aliviado.

R: - Ah.. ora.. mas o que é que você pensou, seu idiota????!! Mas era só o que me faltava... você achou que eu... estava te trazendo aqui para... Mas... é brincadeira! É brincadeira!! - Ric ficou bravo e saiu do carro, batendo a porta e deixando Damon lá dentro. Subiu até o apartamento, abriu a porta, entrou e foi direto parao armário onde guardava seus melhores whiskys. Precisava de um... dois... três.. VINTE! Talvez mais.. - Mas era só o que me faltava mesmo?! Que coisa!!

D: - Você deixou o carro aberto... - entrou sem graça, tentando fazer alguma espécie de piada. Ric foi até a janela, mirou o alarme no carro e o fechou lá de cima mesmo. E ignorou Damon. - Escuta aqui, a culpa é sua por fazer caras e bocas ao falar uma frase daquelas... 'eu te trouxe aqui por outro motivo' e ainda mais com um sorriso daqueles na cara.. me poupe Ric.. quem ainda está bem chateado aqui, sou eu... entendeu! Vá se ferrar.. se mantiver esta postura, pode acreditar que vou embora sem ouvir porcaria de versão nenhuma de ninguém... ok... vocês me trairam... que isto fique bem claro.. bem claro, entendeu! Como água?!! Vai ficar aí, fazendo joguinhos, me manipulando para inverter o jogo e ficar decepcionado comigo como se EU TIVESSE errado... ah.. naõ.. isso é que não.... foram vocês os equivocados,meu amigo, vocês!! Sem essa de ....

R: - SHUT UUUP!! - Bateu o copo no balcão da cozinha americana. - Já entendi, sim, ok.. já entendi... e não ouse dizer que eu ia manipulá-lo, porque não sou disso, e você sabe! Você me conhece Damon, ou não!

D: - Achei que conhecia bem, Ric, até ver do que voCê é capaz.

R: - Continua não acreditando em mim.. então talvez seja melhor mesmo acabar com tudo.. com o 'team badass' como você disse..

D: - Que seja, Ric, não brinque comigo.

R: - Eu não estou brincando, PORRA! - Ric foi pra cima de Damon, e o segurou pela gola da camisa azul marinho que ele vestia para conbinar com o jeans azul escuro que usava. - Eu não estou brincando ou fazendo joguinhos, só queria esclarecer, já que estamos deixando tudo claro por aqui, que não sou 'viado', como voCê insinuou lá embaixo. - Ric o largou porque viu a centelha que acendeu nos olhos de Damon.

D: - Foi bom ter me soltado, Ric... foi muito bom... - Ele agarrou Ric só com uma das mãos.... e veja se toma mais cuidado no modo como age e fala comigo. Eu insinuei o que tinha de ser insinuado a partir do jeito que você disse com aquelas palavras... eu já citei quais... se você não é gay, pareceu um... e já que está dizendo que não é, ok, acredito... - Damon o soltou, jogando-o para trás... e para trás foi um pouco longe demais e Ric se bateu no balcão da sua cozinha.

R: - Idiota! Essa é sempre sua maneira de resolver as coisas, e esse é o seu problema.

D: - E você sabe que sim, então não enche, mamãe?!

R: - Pára de desdenhar, agora pouco você estava chorando como um bebê, inconsolável, estava bem diferente de como está agora. Está fingindo que desligou, pára de agir como fraco e aguente a dor, como homem que é.

D: - Cala a boca, Ric, voCê nao sabe nada sobre dor...

R: - Bem, eu acho que sei sim. Tive uma ex-esposa que pensei que havia morrido, tentei encontrar o paradeiro do corpo dela, ou saber o que havia acontencido e descobri que nao... ela não estava morta, ela se tornou vampira e ainda ficou contra mim, depois, quando tudo parecia estar se acalmando, conheci Jenna, mas as circunstâncias e esse monte de segredos de MERDA me levaram a perdê-la, sim, finalmente, ela morreu por causa dos SEGREDOS QUE EEEEEEEEEEU ESCONDI DELA... É.. acho que sei um pouquinho sobre DOR, DAMON.... Ah, que se dane! - Ric sentou-se em seu sofá velho e abaixou a cabeça. Já estava bebendo outra dose de whisky. - Eu não li seus diários, asshole, não mesmo, acredite se quiser, perdoe-me se quiser. A prerrogativa é sua. Damon se calou e não ousou retrucar. Ric estava certo, ultimamente, ele sabia bem o que era dor. E aquelas palavras o fizeram lembrar que ele não teve a decência de dizer a Ric que sentia muito pela morte da Jenna... só o fez para Jeremy... ele se arrependia disso... mas não dava o braço a torcer... era por essa e outras razões, que Ric estava mais do perdoado para Damon... Sim, seria muito injusto que Damon o culpasse... e não lhe desse esse voto de 'confiança', (palavra mágica)... é que seus diários eram algo tão pessoal, tão secreto, e ele tinha tanto apreço pelos segredos ali guardados.... e não queria que ninguém, jamais os descobrisse, que só o fato de imaginar alguém descobrindo lhe causava agonia e sofrimento... mas Ric estava perdoado sim e ele diria isso agora mesmo ao amigo. Passados alguns minutos, com Ric na mesma posição, e como Elena ainda não tinha chegado, ela veio a pé, Damon decidiu agir.

D: - Desculpe. - Sentou-se perto de Ric e colocou uma das mãos nas costas do amigo. - Ainda estou aborrecido, ainda dói em mim, ainda não consegui engolir isso tudo que aconteceu, mas eu o perdoo, ok, e acredito no que me disse. Você nunca falhou comigo antes, Ric... Eu devia ter considerado isso em primeiro lugar, mas não o fiz... Eu sinto não ser o melhor dos amigos... mas convenhamos, eu ainda estou bem confuso... e você chegou perto de mim aquela hora, no mirante, e me confortou e a dor acalmou um pouco por causa disso... é por isso que estou até conseguindo 'reagir'... porque você não me abandonou e estava la para mim.. mas por favor, uma última vez, me confirme, você não leu meus diários mesmo, não é?! Se os leu, tudo bem, basta admitir agora e eu esquecerei, prometo, desde que admita. Você os leu?!

R: - Não, Damon. Eu juro que não, ok. Obrigado, era isso que eu precisava ouvir de um amigo. Precisava ouvir que você ainda confia em mim e que continuamos amigos, estou certo, posso acreditar nisso?!

D: - Pode, claro que pode. - Ric olhou Damon nos olhos e o abraçou de novo. Aquele era o dia do abraço, ooooh, que coisa... Damon permitiu e devolveu. - Eu sinto muito, por tudo, Isobel, Jenna... e por ter insinuado que você era gay.. - ele disse essa última frase brincando, com uma leve risadinha, e apertou mais o amigo no abraço. Ric também riu.

TOC TOC TOC

Já não era sem tempo, Elena finalmente chegara.

Ric agradeceu Damon pelo abraço e pelas desculpas em forma de condolências sinceras. Levantou-se e foi abrir a porta. - Está preparado. Eu vou sair e deixar vocês dois sozinhos, ok.

D: - Não estou preparado, mas ok.

R: - Aja com serenidade, e vai dar tudo certo. Até mais.

Abrindo a porta, deu passagem para Elena entrar e saiu. Uma coisa era certa, por mais magoado e irritado que Damon pudesse estar com relaçaõ a Elena, ele jamais a machucaria... jamais mesmo.

E: - Damon... - Elena tinha os olhos vermelhos e o rosto inchado, o que demonstrava que havia chorado bastante. - Damon, eu sinto muito. Eu não pretendia machucar você, juro que não. É que tudo aconteceu de forma tão inusitada.

D: - Porque, Elena?! Porque os leu. - o tom de Dmaon era muito mais sério agora do que fora com Ric. É que Elena também tinha algum controle sobre ele, mas era diferente... ele gostava de Ric como amigo, a intimidade que tinham era diferente da que ele tinha com Elena. Ele só queria que ela enxergasse a grande besteira que tinha feito e como isso o tinha afetado seriamente, ele abriu mão de parecer indestrutível para ela e assumiu que estava sentindo e que estava doendo. Ela devia saber.

E: - Eu só queria te conhecer melhor, Damon. Não foi por maldade, não foi por ...

D: - Como aconteceu? Como você os descobriu.

Elena narrou para Damon, com todos os detalhes possíveis para que ele acreditasse nela de verdade e pudesse perdoá-la, ela quis mostrar com isso o máximo de sinceridade que pudesse, era sua esperança de ter a amizade de Damon de novo. Ela explicou que quando ele foi tomar um banho, ela pisou acidentalmente na caneta que estava no chão e quando se abaixou para apanhá-la, viu um 'livro' embaixo da cama, ela tentou pegá-lo para guardar e também porque pensou que fosse algum título que ele estivesse lendo, e ela queria saber qual era. Mas a curiosidade matou o gato e o mal de Elena era a curiosidade. Se ela não fosse curiosa - lembrou-se - não teria descoberto por si mesma que Stefan era um vampiro. E ela estava com essa vontade misteriosa de saber tudo a respeito de Damon no últimos tempos... estava mais envolvida com ele e queria talvez, descobrir como podia agradá-lo em vez de irritá-lo como costumava fazer quase sempre. E ela alegou isso em sua defesa porque era seu desejo realmente. Era verdade. E ela explicou que aquela vontade foi crescendo justamente pelas coisas lindas que ela foi lendo nos diários dele... e o fascínio que ela teve quando descobriu outros volumes, mais antigos, volumes de quando ele era criança.. nossa, aquilo a encantou.. eram diferentes, completamente diferentes dos diários de STefan, mas ela não mencionou isso, não ousaria compará-los, achou que isso o ofenderia mais... o agrediria mais... - Eu sinto muito mesmo, Damon, eu sei que errei e não tenho nem direito de lhe pedir perdão. Ric não teve nada a ver com isso, a responsabilidade é toda minha, ele só se envolveu porque eu precisava pedir um conselho sobre o que fazer, bateu-me um desespero, você não faz idéia do arrependimento que senti, mas não posso voltar no tempo e consertar o meu erro, Damon, só posso vir aqui e encarar voCê, olho a olho e lhe dizer que errei, que sinto muito e que espero mesmo que possa me perdoar, e faço qualquer coisa que quiser para isso, eu imploro de joelhos, se vocÊ quiser, está com todo direito de exigir o que quiser de mim, Damon, o que quiser, eu farei.

Nossa, Damon estava estupefato. Que evolução de Elena. Ela sequer usou o termo CULPA... preferiu RESPONSABILIDADE... perfeito.. perfeito.. ela estava mesmo diferente.. era outra pessoa, cresceu... deixou de ser apenas menina, e se tornou uma mulher de atitude e que pensava POR SI MESMA e NÃO APENAS EM SI MESMA... Ele ficou feliz com aquelas declarações, e olhar para ela chorando, desesperada, lhe partia o coração. Mesmo assim, o erro que ela cometeu foi muito grave, quebrou um código de ética que existia na relação dos dois... (embora ele não pudesse falar muito sobre invadir privacidade e intimidade contra ela, já que quando ia ao quarto dela, mexia em sua gaveta de lingerie... a diferença é que ele fazia isso na frente dela, e não escondido)... Ela esperava por uma resposta de Damon.. ansiosa... não tirava os olhos dos dele... ele fazia o mesmo, não desviava o olhar...

D: - Queria mesmo me conhecer melhor? Porque não me perguntou? Teria sido mais honesto e eu teria respondido. - Envergonhada, ela falou.

E: - Não sei Damon, temo sempre magoar você... toda vez que começamos uma conversa franca, eu lhe dou patadas, você se ofende e nós brigamos... e você sempre acaba ferido... e eu também, se quer saber, me incomoda brigar com você, eu não gosto, não mesmo... e de repente, eu só queria poder saber melhor quem você é para que, compreendendo-o, eu pudesse agir de forma mais assertiva, evitando conflito com você toda hora... eu gosto muito de você, Damon, muito mesmo... não é só pelo que tem feito por mim... não mesmo, acredite, eu gosto muito, muito mesmo de você!! E é por isso que estou tão arrependida do que fiz... eu não quero perder você, Damon, você significa muito para mim, é muito importante. Estou sempre mais feliz com você por perto, ou melhor, só sou feliz com você por perto... você me faz ver o mundo de maneira diferente... eu não quero perder você mesmo tendo feito esta imensa burrada... me perdoe, Damon, me perdoe... você guarda tantas coisas só pra você, coisas que talvez, se compartilhasse, o fizesse se sentir melhor... e descobrir que voc~e tinha um lugar onde guardava tudo isso.. um lugar onde eu podia encontrar os problemas que te cercam e me orientar sobre como ajudar, como ser útil para você... eu fico sempre só exigindo de você e não ofereço contrapartida nenhuma... essas foram minhas razões, por favor, peço que as entenda... e entendendo-as, me perdoe! - Elena não resistiu mais, foi até Damon, e o abraçou... (AGORA SIIIIIIM), que abraço delicioso, quente, terno, diferente daquele que ele recebeu de Ric, que também foi tão bom e acalentador... Mas este abraço de ELena não podia ser descrito em palavras. Ela já havia abraçado Damon outras vezes, sim já havia... e ele gostou de todas, mas este estava sendo tão especial... ela estava arrependida de tê-lo machucado, e ela mesma parecia tão ferida... tão sentida.. ela pedia perdão, mas não tinha se perdoado ainda... estava començando a se preocupar porque Damon não correspondeu de imediato ao abraço... ia desatar a chorar quando sentiu as mãos dele em suas costas... ele cheirava seus cabelos, e movimentava as mãos em suas costas, pescoço, nuca, parou aí... e a fez olhar para ele...

D: - Ah, Elena... Elena... me diga pelo menos se ficou contente, feliz com o que descobriu... gostou de mim... ao menos um pouquinho a partir do que leu?! Me responda, Elena... - sua voz saiu sensual, sussurrada, com muita sedução implícita. - Me diga, ELena, você gostou de mim?... - Ele a envolveu completamente... as pernas dela começaram a bambear e tremer, ela esqueceu de tudo, estava olhando fixamente para aqueles olhos azuis que a encantavam... e ele não estava usando compulsão nela.. não... não tinha certeza se estava apaixonada, ou se amava Damon... o fato era que as revelações do Diário mostraram sim um Damon diferente do que ela conhecia, um Damon encantador, doce, sensível, inocente até certo ponto, e lindo... lindo... ele era mesmo lindo por dentro e por fora... lindo, estarrecedoramente lindo... e como ela podia evitar sentir-se daquele jeito... o toque das mãos dele.. macias até... ela estava encabulada, muito encabulada, sentiu-se amparada pelos braços dele que a envolviam inteiramente... e ele desceu apenas uma das mãos até a cintura dela... a puxou para perto dele, bem perto, seus rostos ficaram muito próximos, assim como seus lábios, ele suspirava, ela também... a outra mão apertou o pescoço dela com leveza, ele cheirava tão bem.. que perfume envolvente... ele a seduzia, mas ela permitia... e então, ambos sucumbiram e se entregaram naquele momento.. um beijo... um beijo ardente como devia ser... como cabia naquela situação.... ele queria, ela queria... se ela desejava tanto saber sobre ele, era bom que soubesse que ele estava disposto a contar o que ela quisesse ouvir.. mas era preciso que houvesse um grau muito maior de intimidade para isso... eles foram se beijando e se acariciando... ela o tocava, ele passeava as mãos pelo corpo dela.. como ele a desejava... como... desejava tanto... mas nao.. não podia.. Stefan... por Stefan... o que ele estava fazendo... o que ELES estavam fazendo... ele interrompeu - ELENA... ELena... não... não... - Ela também se recompôs... roxa de vergonha....

D: - Não devíamos.. Stefan... *fuuu* - Estava difícil se controlar, segurar todo aquele desejo que ardia em seu corpo... Elena, por Stefan, não até você resolver tudo com Stefan... se é que há o que resolver... Elena eu não sei quanto a você, mas eu a quero muito... eu te desejo muito.. eu ... eu amo você...

E: - *fu* *fu* *fU* Eu sei... eu... sei... Damon... me desculpe.... desculpe... não era para... mas eu não pude... você é... eu não sei o que está acontecendo entre nós, Damon, não consigo explicar a mim mesma, não ainda.... eu só queria que me perdoasse...por ter invadido sua privacidade, eu nõa tinha o direito....

D: - Elena, está tudo bem. Eu a perdoo por ter lido minhas páginas... elas são minhas, e se você fez isso porque desejava saber sobre mim, dessa maneira profunda que você descreveu agora pouco... eu vou lhe dar um desconto, ok.... mas o direito de ler minhas páginas de novo, você só terá se decidir, quando souber o que quer, e quando admitir, se for o caso, que gosta de mim,que me ama, que correponde a esse sentimento tão grande que eu tenho aqui dentro do peito, Elena... é por voc~e, meu coração só bate forte por você Elena, por sua causa... sua causa... pense... pense em tudo, com cuidado, carinho... veja se sou digno do seu amor... veja se pode correponder os meus sentimentos agora que voCê já me conhece melhor como queria... você leu meus diários... minha vida... meus pensamentos... sabe sobre mim, quero que entenda que não estou pedindo para deixar Stefan de lado, para trás... e deixar de amá-lo... mas isso que acaba de acontecer entre nós tem que significar alguma coisa, Elena, por favor, leve isto em consideração quando for tomar sua decisão.... cedo ou tarde terá que fazer isso... de minha parte, saiba que te amo muito, sempre te amei... te perdoo e te amo, Elena... só não volte a fazer isso porque agora tem todos os elementos para fazer sua análise... me conhece... e também conhece a si mesma, sabe o que sentiu agora... com esse beijo... e.. chega, chega, não sei mais o que dizer... eu.. já chega.. - Damon se sentou no sofá de Ric... estava zonzo outra vez... nossa, o que tinha acontecido... Eles haviam se beijado daquela maneira tão... intensa... foi em parte uma compensação pela mancada, mas não... isso não foi o que motivou Damon a perdoá-la... não foi o beijo, e aqueles abraços e porque não, amassos... foi algo mais... foi perceber, no olhar dela, que tudo o que ela dizia sobre querer saber quem ele era, era verdade, ela queria mesmo conhecê-lo, ajudá-lo (ela falou isso), e se isso estava acontecendo era porque talvez, talvez ela o estivesse amando... talvez fosse o começo... talvez ele pudesse ter esperanças de conquistar seu amor... ele não queria magoar Stefan... mas se Elena correpondesse a seu amor, ele, ele não aguentaria de felicidade...

Então era isso... estava tudo bem afinal, ele podia continuar confiando sim.. ao menos naqueles dois... pois na relação deles, nada era comum e ordinário.... eles se relacionavam de uma forma totalmente própria, exclusiva e ele podia confiar sim naquelas duas pessoas, porque elas só o estavam tentando proteger... e de certa forma, ele precisava mesmo de um pouco de proteção... Ric não precisou ler os diários... Elena sim, porque ele sempre relutava em lhe contar o que estava se passando com ele... ele agia como se tudo estivesse sempre bem.. otimamente bem com ele e nem sempre estava.. para Ric não havia como esconder nada, mas para ela, que não conseguia 'percebê-lo da mesma maneira que Ric... foi preciso uma ajudinha... ela não fez propositalmente, nao procurou alguma coisa com a qual pudesse contar, os diários meio que caíram no colo dela...

Ela ficou aliviada com o perdão de Damon. Ligaram para Ric porque queriam evitar que o fogo queimasse de novo entre eles. Era melhor que ele voltasse logo e como estava lá embaixo mesmo, esperando até poder subir, subiu. Ric pediu uma pizza gigante para fechar aquele dia... os três estavam felizes, Damon mais calmo, menos sensibilizado pelo fato de ter sido "revelado" a seus amigos... afinal, eles eram seus amigos, e se eles confiavam em Damon, porque Damon não podia confiar neles, mesmo, de verade, confiar qualquer coisa?! Se confiança era a chave aqui, então... ele decidiu que estava tudo bem terem descoberto, mas pediu que por favor, não tentassem ler de novo, aqueles diários eram suas páginas... e lá estavam coisas que ele gostava de guardar para si... ele prometeu que se algo lhe incomodasse muito, ele pediria conselhos e falaria sobre como estava se sentindo... aberta e honestamente, mas só para eles dois. Eles eram especiais... Ambos concordaram com os termos de Damon e jamais ousaram quebrar este código de novo. A Pizza estava boa, mas pedia um bom vinho. Ric abriu um meio-seco, ideal para aquela pizza e para Elena, que não estava habituada a alcóol. Após terminarem de comer, os três se jogaram no sofá, Damon no meio, e esticaram as pernas na mesa de centro de Ric... o tempo foi passando e foi ficando tarde. Amanhã era apenas 3ª-feira, a semana seria longa, Elena pensou, e ela tinha coisa importantíssima para preparar para o final de semana.

Na manhã seguinte, Elena conversou com Caroline. Havia uma festa para preparar, mas tinha de algo intimista, só pra eles, não pro mundo todo como Caroline gostava de organizar as baladinhas. Ela era uma organizadora de eventos como poucas, muito boa mesmo, mas este evento era especial, e ela não podia errar a mão. Elena se certificou de que ela não erraria.

E: - Caroline, temos que fazer em algum lugar onde Stefan e Rebekah não possam nos perturbar e terá de concordar em deixar Tyler de lado só desta vez, afinal ele está confuso sobre quem seguir e nada pode estragar esse momento. Seremos só eu, você, Jeremy e Bonnie mesmo que as coisas ainda não estejam muito bem, se é que vão ficar, e Ric, você entendeu?!

C: - Ah, você tinha que lembra desse elo genético ou sei lá, de Tyler com Rebekah. Grrr. E ok, right, ok! Eu já tenho o lugar perfeito para nosso aniversário super restrito aos mais chegados.. e íntimos de Damon. Eu vou organizar tudo Elena, não se preocupe.

E: - É sério, já tem um lugar em mente, qual?!

C: - The Witch House. Lá ninguém vai nos encontrar?!

E: - Caroline, não, até onde eu sei, Damon odeia aquele lugar. As bruxas poderão...

C: - Esqueça Elena, Bonnie garantiu que todas as bruxas deixaram aquela casa, não voltarão mais, desde que ela violou o equilíbrio da natureza. Além de perder os poderes dela, ela não pode se conectar mais com elas, elas abandonaram a casa, Damon e você e todo mundo podem ficar tranquilos em relação a isso. Eu mesma estive lá com ela, é seguro.

E: - Tem certeza! Como vou convencê-lo a ir até lá, é pra ser surpresa.

C: - Meu papel é organizar a festa, pensar nas desculpas é sua parte. Aliás, uma dúvida que não quer calar, Elena. Como foi que descobriu o aniversário dele, como soube do aniversário de Damon?!

E: - Ah... eu... Ric.. Nessa de encontrarmos soluções para enfrentar Klaus, Ric andou pesquisando nas anotações e todas as coisas mais de Isobel e ela tem uma ficha completa de vários vampiros aqui de Mystic Falls, e por acaso, ele achou a ficha de Damon, e lá consta a data de nascimento dele.

C: - SériO?! Data humana, ou vampira?

E: ????? Ué, a data normal, Caroline, ele nasceu em... 13 de agosto de 1844.

C: - OH MY GOD!! OH MY GOD!! He was..is... whatever... he is so... young... - Caroline ficou agitadíssima com essa novidade... estava empolgada com organização de tudo e ia mesmo se dedicar e fazer algo especial. Mas era difícil pra ela pensar em alguma coisa mais intimista, ela sempre pensava grande!! - Deixa comigo Elena, pode deixar.

E: - Ok. Vou avisar Bonnie e Jeremy deixo pra avisar mais perto. Vá me contando tudo, tá. Quero ficar atualizada e por favor, de jeito nenhum dê bandeira, pra ninguém, nem pro Tyler, ok? É importante, Car..

C: - É claro que não! Não falo nada a ninguém. Pode confiar!

Elena só não percebeu que seu guarda costas indesejado, STefan, ouvia a conversa um pouco distante dali, onde não podiam vê-lo.

S: - Quer dizer que vai ter festinha... Hummm... - pensando sozinho.

O resto da semana transcorreu normalmente, sem grandes acontecimentos e sem evoluções no quesito plano para matar Klaus ou aparecimento de Mikael. Caroline se esforçou ao máximo, afinal, ela nem conseguia ter raiva de Damon por muito tempo. Ela sempre lembrava dele com algum carinho. Ela bem queria ter raiva dele pra sempre pelo que ele fez a ela, e por ter tentado matar seu pai, mas ela era assim, não sentia raiva por muito tempo, ela perdoava em nome da amizade, e ultimamente, Damon estava sendo mais confiável e sei lá, ela o achava legal. Em nome dos velhos tempos, tinha que fazer algo bacana para ele, pensado especialmente para ele. Mas ele era alguém misterioso demais, secreto demais, como agradá-lo? Ela pensou, pensou, e ia ter que ser um jantar, a luz de velas, porque a casa não tinha energia elétrica. Eles levariam os violões e talvez um bongô. Caroline, embora ela não soubesse tocar direito, tinha aprendido alguma coisa com o pai, antes dele se divorciar. Ela até tinha largado o hobby por causa disso, a fazia lembrar do divórcio. Mas enfim, ela praticou um pouco na semana, e daria para executar alguma musiquinhas... Jeremy podia ajudar com o resto, ele manjava bem de violão, guitarra, do bongozinho e até de gaita, habilidades herdadas do pai. O jantar no 'luau' fechado estava organizado, elas encomendaram um bolo grande, as três escolheram o sabor, não dava para preprarem nada elas mesmas sem dar bandeira, então o jeito era encomendar e pedir sigilo. Nem encomendaram nada do Grill, Matt poderia estragar tudo se desse uma de lingua solta. Aliás, ela lembrou se pergunta a Elena se poderia chamá-lo. Elena não se opôs, mas Matt disse que não iria. Não gostava de Damon. Estava tudo bem então, mesmo que ele soubesse, não iam encomendar nada de lá para não aumentar suspeitas sobre a festinha. O bolo era de 3,5 kg, de chocolate amargo com nozes e avelãs. Não muito doce. Caroline sabia que ele não gostava de doces. Se fraco, quando se tratava de comida humana, eram os pratos salgados, gostava muito da comida italiana, não só pelas origens, por isso mesmo, Caroline decidiu fazer a noite da pizza italiana, não ia ser nada parecido com aquelas pizzas americanas deles, nada de pizza hut, ou pizza pão... era para ser a legítima pizza italiana... eles conseguiram reativar um forno a lenha antigo que havia na casa, seria suficiente se precisassem usá-lo para esquentar as pizzas. Estava tudo organizado. Ela trouxe muitas velas e chegaram a aproveitar algumas daquelas luminárias de papel feitas para a festa das luzes de Mystic Falls. Decoraram o lugar sem bexigas, claro, não era nada a cara do Damon. E penduraram um frase numa faixa grande num hall improvisado, que era segurada por dois morceguinhos estilizados e fofinhos feitos de artesanato. Ela trouxe almofadas coloridas e grandes para colocar no chão, pendurou algumas cortinas também coloridas, e trouxe tapetes para espalhar no lugar, deixou tudo limpo com ajuda de Elena e Bonnie. Como Jeremy entendia mais dessa coisa de tocar, ele levaria cifras de músicas legais, modernas, e Taylor Swift não estava na relação. Tudo ficou especialmente decorado e lindo. Caroline tinha bom gosto.

A frase da faixa, Elena escolheu pessoalmente, e provinha de uma bênção antiga, irlandesa, provavelmente celta: "May those you love bring love back to you, and may all your wishes come true!" ~ Irish Blessing *

Tudo pronto, o grande dia chegou. O nascer do sol anunciava a chegada do dia 13 de agosto de 2011.