[FINALIZADA] The body or the soul?

18 de março de 1862, meus aposentos.
A obsessão de meu pai por vampiros está beirando o insuportável.
Não, insuportável não abranje o nível de ridículo que esta superstição risível está atingindo. Montar um conselho anti-vampiros com as pessoas mais importantes da cidade? Será que ele não consegue enxergar como os mexericos sobre a sua sanidade podem abalar sua amada reputação? Uma coisa é começar uma caçada às bruxas, o que por si só já provocou a morte de muitas damas em Mysthic Falls, mas fundar este conselho absurdo para matar seres mitológicos?
É oficial: signore Giuseppe Salvatore perdeu completamente a cabeça.
E, como sempre, as consequências de seus atos pesam nos meus ombros e nos de Stefan. Juro que meu pai está ficando cada vez mais caduco com o tempo. E meu irmãozinho se torna cada vez mais insuportável. Ele passou o dia me perseguindo, fazendo perguntas do estilo 'O que vamos fazer agora, Damon?' e 'Como fazer o nosso pai desistir desta idéia absurda, Damon?'. Eu disse a ele, com toda a paciência que pude reunir, que pensaria em alguma coisa. Mas ele não parou de repetir suas perguntas cheias de preocupação e drama desnecessário, como uma mula empacada, me irritando a tal ponto que mandei o cocheiro parar a carruagem e o expulsei do meu lado.
Confesso que me senti um tanto culpado por largá-lo no meio da cidade sozinho, tanto que ordenei ao segundo cocheiro que descesse para ajudá-lo, porém estava se tornando cada vez mais difícil aguentar todas aquelas reclamações no meu ouvido, quase como se eu pudesse ter uma ideia brilhante do nada se ele me perturbasse o suficiente.
Alguém tinha que ensinar ao meu irmãozinho que pressionar os outros até seu limite nunca era uma boa idéia. Hoje era apenas eu, mas no futuro ele podia acabar aborrecendo alguém que não seria tão condescendente.
Deus, às vezes eu daria tudo para sair deste papel de protetor da família.
É esquisito até pensar nisso, ainda mais escrever, mas... de alguma forma parece que eu não nasci para ser o herói que salva a humanidade.
E relendo isso eu me sinto realmente idiota, pois cuidar dos outros é só o que tenho feito durante toda a minha vida.
Bom, chega de reflexões por hoje.
Vou tentar dormir um pouco.
Damon
Elena parou de ler, cética.
Damon preocupado com Stefan? E tendo que lidar com atitudes irresponsáveis do pai? Damon protegendo os outros? Damon não acreditava que vampiros fossem reais?
Aquilo era tão estranho para ela que por um minuto a morena achou que o diário era falso e Damon só tinha escrito aquilo para tirar uma com a sua cara. Então pensou melhor e, realmente, ouvia o próprio Stefan dizer de vez em quando o quanto seu irmão havia mudado desde que era humano.
Talvez no passado ele tivesse mesmo sido um humano muito diferente do vampiro que ela conhecia.
Curiosa por saber o que causara a mudança, Elena continuou a ler.
E perdeu a conta do tempo que passou virando as páginas daquele diário, pintando mentalmente o cenário que fora a adolescência de Damon.
Seu pai, Giuseppe, parecia ser um homem muito honrado e sério que cumpria religiosamente sua palavra e queria que seus filhos fossem os “cavalheiros” (também era esquisito para Elena ler as palavras antiquadas que Damon usava em seu tempo como humano, mesmo sabendo que cento e cinquenta anos atrás aquelas palavras não eram consideradas antiquadas) mais “notáveis” da sociedade e não media esforços para conseguir o que queria. Várias vezes ele fora severo demais com Stefan ou com Damon, que tinham maneiras diferentes de lidar com as broncas do pai.
Stefan ficava profundamente magoado, mas acabava dando o braço a torcer no fim. Trancava toda a mágoa dentro de si quando o pai estava por perto e resmungava consigo mesmo quando ele não estava. No começo, Damon tinha uma atitude parecida. Que em pouco tempo mudou. Ele parou de se importar com as broncas do pai e passou a seguir mais suas próprias vontades. Ainda colocava a família acima de tudo e sabia reconhecer quando devia baixar a cabeça, mas tampouco se subordinava a todos os caprichos do pai e chegava até a ignorá-lo algumas vezes, o que tirava Giuseppe do sério.
Stefan fora um jovem tímido e estudioso. Apenas duas coisas pareciam separar o Stefan humano de sua versão vampira: A inocência e a submissão que ele deixara no passado. O que, na opinião de Elena, era uma coisa boa. Ele fora um humano absurdamente lindo, educado, bom em quase tudo o que fazia, praticamente tudo o que ainda era. E muito parecido com a versão humana de Damon, exceto pelo medo de desrespeitar as regras e o apego à responsabilidade. Sim, Damon fora um humano muito responsável, ele ajudara a criar seu irmão e pelo diário Elena podia ver que eles costumavam ter uma ligação emocional boa, quase como a que ela tinha com Jeremy. Mas desde o começo ele parecia desconfortável naquele papel, sonhando com o momento em que poderia jogar tudo para o alto e pensar um pouco nele, para variar.
Elena riu com as discussões bobas e as brincadeiras que os irmãos costumavam fazer um com o outro.
Se emocionou com as conversas profundas que eles haviam tido, com o modo como se ajudavam quando um precisava do outro, como um dava conselhos ao outro sobre mulheres. Naquele tempo, Damon ainda não tinha se tornado o mulherengo que passara a ser depois de transformado em vampiro. Elena até se surpreendeu, ele tivera apenas quatro ou cinco namoradas no período em que fora humano. O assédio das mulheres era grande, ele até tinha escrito sobre uma mulher que o atacara no banheiro uma vez. Para desgosto de Elena, ele resolvera namorar aquela mulher. Anna alguma coisa, era o nome dela...
O que mais a surpreendeu foi o modo como Damon tratava Stefan e as coisas que escrevia sobre ele no diário, ele soava como um irmão verdadeiramente preocupado. Apesar das brigas frequentes normais entre irmãos e certa rivalidade que era muito encorajada pelo pai deles, dava para ver que os dois eram apegados um ao outro.
Onde tinha ido parar aquilo?
Onde tinha ido parar o amor fraternal deles?
Ah, sim, a vadia da Katherine tinha aparecido para estragar tudo.
Aquele Damon que ela não conhecera a fez se apaixonar ainda mais pelo atual.
Então era tudo aquilo que Damon escondia dentro de si no fim das contas? Apesar de suas piadas sarcásticas e jeito despreocupado, ainda tinha sobrado traços daquele homem firme, doce e sincero que ele tinha sido?
Elena sentia pontadas dolorosas em seu próprio coração vendo como doía em Damon ver seu próprio pai incitando a rivalidade entre ele e Stefan, chegando ao cúmulo de dizer que o irmão que fizesse o melhor casamento herdaria todos os bens dos Salvatore.
Se derretia ao ver como ele encontrava meios de contornar as situações com bom senso, sem as besteiras que ela sabia que o Damon atual faria se fosse confrontado com tudo aquilo uma segunda vez. Mas ainda não tinha lido nada que fosse tão ruim ao ponto de causar aquela reviravolta na personalidade do Salvatore mais velho.
Pelo menos não até Lys aparecer.
Foi muito doloroso para ela ler a parte do diário em que Damon conhecera Lys.
Ele a conhecera cerca de dois anos antes de conhecer Katherine, e era óbvio em cada linha naquele diário que Lys fora seu primeiro amor. Elena se obrigou a não pular aquelas páginas, tinha o pressentimento que era uma das partes fundamentais para entender Damon. Era incrível o ciúme que apenas algumas lembranças podia despertar.
Elena respirou fundo tentando parar de pensar em uma única frase que se repetia em sua cabeça.
Eu sabia que ela era especial para ele.
Podia ver as pequenas mudanças em Damon depois que ele se apaixonou por Lys. Aquela mistura de ingenuidade e malícia que ela emanava o encantou, e o que Damon mais gostava nela era como a garota era livre e espontânea. Uma menina mimada, na opinião de Elena, mas quem tinha perguntado a opinião dela, não é mesmo?
Um dia em particular, por mais doloroso que fosse para ela, lhe chamou a atenção. Era 6 de dezembro, o dia em que Damon pedira Lys em casamento.
6 de dezembro de 1862, sala de jantar.
Stefan e meu pai foram jantar com os Lockwood, por isso fiquei com o casarão inteiro para mim. Meu pai insistiu que eu também fosse, porém como eu não estava disposto fingi uma gripe. Stefan me ajudou, dizendo a ele que eu estava quente e aconselhando-o a me deixar em casa para repousar.
Depois de longos minutos de discussão, eles finalmente foram embora.
E agora posso confessar nestas páginas o que me motivou a simular uma doença. Eu precisava escrever sobre isso, enquanto a memória ainda está bem fresca em minha mente. Hoje foi o melhor dia da minha vida.
Eu disse a Lys que a amo. E a pedi em casamento.
A melhor parte?
Ela aceitou.
O pedido foi completamente espontâneo, só o que eu tencionava era contar a ela como me sinto. Não estava nos planos pedir a mão dela, mas não consegui evitar. Minha única certeza é que meu pai não gostará muito da notícia. Lys não é uma mulher rica, embora seja muito prendada e linda. Não que a opinião dele vá me impedir de casar com ela. Nunca pensei que fosse verdade, todos os amigos que vi se apaixonarem por alguém e se casarem, praticamente submissos à influência de suas esposas, Deus, como os critiquei. E agora me sinto exatamente da mesma maneira, tão... nem tenho palavras para descrever.
Lembro-me de como fiquei ansioso pela manhã, com a demora dela a chegar. Estava decidido a contar como me sinto. Acho que nunca fiquei tão nervoso, estava inteiramente inquieto enquanto esperava o ruído de sua carruagem chegando. Uma melodia começou a se formar em minha mente, doce e suave a princípio. Como eu achei que ela fosse em um primeiro contato. Então vai gradativamente se tornando ousada, sobe para uma melodia alegre e retorna ao suave. Perfeita para ela. Não consegui tocá-la quando Lys esteve aqui, então resolvi escrevê-la em uma partitura para não esquecer.
Elena interrompeu a leitura para pegar a folha dobrada e amarelada pelo tempo enfiada no diário. Não queria ver a partitura que Damon fizera para outra mulher, se ele guardava aquilo devia sentir alguma coisa por ela ainda. Mas, contra a sua vontade, seus dedos desdobraram a folha e ela se deparou com o que menos esperava encontrar.
O título no alto da partitura dizia apenas uma palavra.
Elena, na letra de Damon.
Ela olhou as notas e um alívio repentino deixou seu corpo dormente. Mas e se aquela fosse a mesma música que ele tinha feito para Lys? E se ele só tivesse mudado os nomes?
As perguntas machucavam Elena, pelo menos até que ela percebeu o pequeno bilhete escrito na parte de trás da folha.
Não, sua boba.
Eu não sinto absolutamente mais nada pela Lys. Essa é outra música, uma que eu fiz para você um pouco depois do nosso primeiro beijo e jurei para mim mesmo que rasgaria.
Mas... acabei não rasgando. Pode fazer o que quiser com a partitura, é sua agora. Talvez eu até a toque para você algum dia...
Nunca se sabe, não é mesmo?
Damon
Elena riu, sentindo uma onda de alívio ainda maior. Voltou a atenção para o diário.
Damon descrevia em detalhes cada minuto da tarde que passara com Lys. Sua declaração, a declaração dela, o pedido de casamento, o beijo. E o pior era constatar com a descrição dele como havia sido perfeito aquele pedido.
[N/A: se alguém quiser relembrar, eu já postei a descrição do dia em que o Damon pede a Lys em casamento - https://diariosdovampiro.forumeiros.com/t1344p435-the-body-or-the-soul ]
Elena sentiu inveja de Lys. Ela acreditava em Damon, sabia que ele não sentia mais nada por aquela vampira, mas era triste constatar como ele conseguia ser romântico no passado. Era triste saber que nunca ouviria de Damon um pedido de casamento espontâneo, apaixonado. Já era quase impossível ouvi-lo dizer um simples eu te amo...
Sacudindo a cabeça a morena lutou para se livrar daqueles pensamentos.
Voltou sua atenção para o diário em seu colo e continuou a ler.
----x----
Stefan estava estranhado o sumiço de Elena.
Estavam todos reunidos na cozinha agora, exceto por Elena e Damon.
Bonnie, Carol e Jeremy estavam envolvidos em uma discussão. Jenna ria e os demais conversavam entre si.
Embora estivesse prestando atenção parcialmente ao que Elo dizia para ele, Stefan se perguntava onde estariam Elena e seu irmão. O ciúme o fez deixar Elo falando sozinha e ir procurá-los pisando forte e com cara de poucos amigos.
E a surpresa se misturou a um estranho sentimento de alívio ao encontrar Elena sozinha na sala, com um caderno de capa vermelha nas mãos, absorta em sua leitura.
- Hey – ele disse, incapaz de esconder seu sorriso satisfeito.
Elena pulou de susto. Ela derrubou o caderno e ficou muito vermelha. Stefan a encarou, estranhando sua reação. Com medo de que o vampiro se aproximasse para ajudá-la, Elena se abaixou e recolheu o caderno.
- Oi Stefan – ela disse com um sorriso sem graça.
- O que você está lendo? – perguntou o vampiro, fixando seus olhos verdes no caderno de Elena.
- Hã... eu estava... eu só... é que... química... – ela gaguejou, tentando inventar uma desculpa.
Damon invadiu a sala seguido por Bonnie, Carol, Manu, Elo, Natti, Talita, Gabriela e Jenna. Os garotos vieram logo atrás conversando sobre alguma partida de futebol. Exceto por Jeremy, que encarava Damon mal humorado.
- Olha o que eu achei! – disse o vampiro, mostrando um livro grosso e azul claro.
- Nossa! De onde você desenterrou isso? – Stefan parecia ter se esquecido momentaneamente do misterioso caderno vermelho.
- É um álbum de família, Eleninha, quer ver? – o vampiro respondeu à pergunta nos olhos da morena.
- Claro que eu quero!
Seguido pelas garotas que tagarelavam animadamente, Damon se sentou no sofá e puxou Elena para seu colo.
- LARGA ELA! – vociferou Stefan.
- Sossega o facho aí, macho man – retrucou Damon sem se alterar – Eu só estou abrindo espaço para a mulherada se espremer no sofá e ver o álbum também.
- Tudo bem Stefan – Elena se viu dizendo – Eu... não me importo.
Todos congelaram, olhando para o trio como que em expectativa. Notando os olhares, Elena disse:
- Nem adianta gente, não vai rolar briga aqui. Sorry.
Parecendo muito contrariado, Stefan cruzou os braços e se apoiou no console da lareira.
Damon se acomodou melhor com Elena no colo e o álbum. De um lado, sentaram-se Elo e Bonnie, com Carol no braço do sofá. No outro, Jenna e Gabriela, com Natti no outro braço do sofá. Talita e Manu se sentaram no chão e se curvaram para ver o álbum aberto no colo de Elena.
Elena mal podia acreditar na situação constrangedora que estava passando. Sentada no colo de Damon, sentindo o cheiro dele e seu corpo perfeito contra o dela afetando sua capacidade de raciocínio. Ainda por cima com um monte de gente em volta e Stefan olhando para ela com uma expressão muito infeliz.
A morena não tinha a menor ideia do que devia fazer a seguir.

adorei vicky, o diario ficou muito fofo, a mensagem na partitura foi divertida e super damon!!!
esse album acho que vai ser pra rir neh?!
elena nessa situação constrangedora em cima do Damon, AH QUEM DERA EU!!
xDD

OOOOHHHHH...!!!


Mais... Quero mais do Stefan enciumado;
Quero mais do Damons de 1800;
Quero mais da Elena com o Damon;

Nhaaa eu quero tudo e muito mais =D~~

Vicky, o capitulo ficou ótimo!!
Muuuuiiitooo bom mesmo!
Quando tem mais? (:

Mamys eu AMEI mtmtmt esse cap!!!
Nossa o Diario do Damon...Eu achei tao lindo!!!
Saber dos sentimentos de Damon Salvatore nao é p qualquer um n!!!!
A Elena tem mt sorte msm!!!
Quem me dera eu sentasse no colo do Damon!!!
To loka aki p ver a continuaçao mamys!!!
Qndo vc vai postar mais?
Bjokas mamys mais linda desse mundo
Te Amo!!

amei mamys esse cap foi mt especial...
nossa to emocionada com o cap. 100% sem palavras...
bjo maezinha...
quen quer ++? EU o/

jenny, luzita, denise, juh, bela e elo, mtoo obrigada pelos comentários amres
fico feliz q vcs tenham gostado do capitulo *-*
assim q chegar em casa vou postar a próxima parte
bjoos <3

Nhaa, demorando muito... *--*

Mãee, que lindoo esse capítulo!!
Adorei o diário do Damon, ele era tão diferente, né?!
Ah, mas gosto mais dele agora... é mais sexy, hehehe
Elena no colo dele... hummm, gostei

Ansiosa demais aqui pela continuação


Bjuss mãe

Enquanto as outras riam e diziam como Stefan e Damon estavam fofos no álbum, Elena mal conseguia ver as fotos diante de seus olhos. Ela sentiu a mão de Damon deslizar por sua perna, deixando um rastro de fogo em sua pele e puxando quase imperceptivelmente o caderno vermelho por baixo do álbum. O vampiro escondeu o caderno embaixo da própria perna depois subiu a mão para a de Elena, traçando formas sem sentido na lateral da coxa dela.
A morena estremeceu e notou o sorriso malicioso de Damon. Ele sabia muito bem o que estava causando nela. E também sabia que a garota não iria reclamar, com medo de provocar uma briga entre ele e Stefan.
Terminou de ler o diário?, a voz de Damon ecoou na mente de Elena.
Pára de fazer isso!, reclamou Elena, e sai da minha cabeça!
Ele subiu o dedo até a altura da cintura dela e retornou lentamente à perna. Parou quando pareceu que Natti tinha percebido seus movimentos. Então Natti riu e fez piada do cabelo ondulado de Damon em uma pintura de 1864.
- Damon? – disse ela, dando uma cotovelada no braço dele.
- O que? – perguntou o vampiro, um pouco aborrecido com a interrupção.
Estava sendo muito interessante tocar a pele de Elena e vê-la se arrepiar em resposta.
- Eu perguntei se você usava baby-liss nessa época – Natti ergueu uma sobrancelha.
- Usava sim – Damon se curvou um pouco para que sua boca tocasse a orelha de Elena enquanto ele dizia, em um tom distraído – pode parecer meio gay hoje em dia, mas naquela época todo mundo usava.
A sala explodiu em risadas.
Damon aproveitou a distração dos outros para mordiscar a orelha de Elena, que deu um pequeno pulo em seu colo. O sorriso dele se ampliou. Provocá-la era muito divertido.
- Nosso pai era pior – disse Stefan, surpreendendo seu irmão com um meio sorriso quase saudoso – ele usava de vez em quando uma peruca enorme e branca, cheia de cachos. Aquilo sim era gay. Lembro que quando eu era pequeno eu tinha medo daquela peruca, e o Damon ficava me dizendo que aquilo era um monstrinho que podia pular da cabeça do papai e devorar o meu rosto se eu o irritasse.
Elena se lembrou de ter lido algo sobre aquilo no diário de Damon.
- Perdi as contas de quantas vezes você aparecia no meu quarto de madrugada dizendo que tinha tido pesadelos com aquela peruca idiota – riu Damon – Você era tão bobinho, Stef.
- Era mesmo.
E Damon sempre deixava o irmão dormir no quarto dele quando tinha aqueles pesadelos, Elena pensou em acrescentar. Ela olhou de Stefan para Damon e prendeu um suspiro. Ninguém naquela sala adivinharia que eles já haviam tido no passado uma ligação tão... certa. O forte laço tão natural entre dois irmãos. E já inexistente entre eles. As mãos de Elena comicharam, cheias de curiosidade para abrir o diário e retomar sua leitura. Descobrir os motivos que tinham destruído aquela ligação fofa, que tinham destruído toda a humanidade de Damon. Ou pelo menos que o fizessem se tornar tão obstinado em dar as costas ao homem bom e sincero que já tinha sido.
Até um tanto... inocente, como ele tinha dito antes com desprezo.
Você ainda não terminou de ler o diário, não é?, ela ouviu a voz de Damon em sua cabeça outra vez.
Elena resolveu deixar que ele visse a curiosidade que borbulhava dentro dela.
Não.
Mas planeja terminar?
Claro que sim. Damon... obrigada. Por se abrir tanto comigo.
Damon deu um tapinha na perna dela como se dissesse “não foi nada”.
Só espero que não me arrependa disso.
O tom sombrio dele incomodou Elena.
E por que se arrependeria?, ela pensou.
Odeio me sentir vulnerável.
Em uma reação involuntária, Elena se virou para ler a expressão no rosto dele. Os olhos azuis de Damon estavam indecifráveis. Elena passou um longo minuto encarando-o. Sem que ela percebesse seu rosto foi se aproximando do de Damon, encurtando os poucos centímetros que os separavam.
Então tudo aconteceu rápido demais para a compreensão dela.
A garota foi jogada no sofá e os irmãos Salvatore estavam embolados no chão, com Stefan apertando com toda a sua força o pescoço de Damon.
- Parem com isso! – gritou Elena.
- Pare de tentar roubar a minha noiva! – gritou Stefan.
- Ela não é mais sua noiva, Stef – retrucou Damon – Não acha que essa sua reação está meio atrasada? Eu sempre soube que você é lerdinho, mas nem tanto...
- Havien, faz alguma coisa! – gritou Gabriela.
A fúria no rosto de Stefan e o desafio no de Damon se dissolveram. Stefan saiu de cima de Damon e deixou a sala andando como um zumbi. Damon se levantou e, com uma expressão vazia, voltou para o sofá. Escondendo o diário atrás do corpo, Elena se levantou para dar espaço a ele e disse:
- Eu... vou um pouco para o meu quarto. Falo com vocês mais tarde.
- Elena... – disseram Bonnie e Caroline.
Elas sabiam o quanto a amiga se sentia culpada quando os irmãos Salvatore brigavam.
Sem dizer mais nada, Elena saiu da sala.
Ela correu para seu quarto, trancou a porta e deixou-se deslizar nela até cair sentada no chão. Será que algum dia deixaria de causar discórdia entre os irmãos que tanto amava? Como escolher um deles sabendo a mágoa e a fúria que despertaria no outro?
O diário de Damon escorregou entre as pernas dela e caiu no chão.
Elena olhou para o caderno de capa vermelha.
Por que Damon tinha mudado tanto?
Por que passara a odiar o irmão?
Tomada pelas perguntas, a morena pegou o caderno e abriu-o onde parara.
Duas semanas depois de o vampiro ter pedido Lys em casamento, ela pegou uma pneumonia. Naquela época pneumonia era uma doença muito perigosa e ele ficou desesperado ao receber a notícia. Todos os dias sem falta aparecia no leito de Lys e passava horas cuidando dela. Chegou a perder o sono por duas noites seguidas. No terceiro dia ele acabou dormindo sem perceber, e passou doze horas apagado.
Quando acordou, descobriu que sua noiva estava morta.
28 de dezembro de 1862, meus aposentos.
Não consigo reagir.
Minha Lys está morta, e eu não consigo reagir. Me sinto dormente, como se passasse pela calmaria que antecede a tempestade.
Minha Lys está morta...
Não. Só pode haver algum engano. Minha Lys nunca se deixaria abater por uma pneumonia, ela é teimosa e forte demais para isso. Tem que haver outra explicação, talvez ela...
A letra de Damon se tornava cada vez mais borrada até o fim do trecho, e depois daquilo a página estava em branco. O coração de Elena se apertou ao imaginar o sofrimento tomando conta do seu vampiro.
Seus olhos ficaram rasos d’água enquanto lias as páginas seguintes, vendo como a morte de Lys o afetara. Era quase como se algo tivesse morrido dentro dele, e Damon começou a mostrar os primeiros sinais do Damon que Elena conhecia.
Ele passou um ano vivendo como um zumbi.
Não se importava mais com as atitudes do pai, os sermões do irmão ou a opinião do pai sobre como devia seguir com sua vida. Passou a fazer apenas o que tinha vontade e a marcar encontros secretos com todas as garotas que mostravam interesse por ele. Damon se perdia naquelas garotas, buscando em todas elas a que o faria esquecer Lys. Quando ele conheceu Katherine, já tinha dormido em segredo com quase todas as mulheres da cidade.
Stefan tentava falar sobre Lys com ele, buscando um modo de ajudar Damon a superá-la. Mas aquilo só piorava a situação, visto que Damon não queria falar nela. As páginas do diário dele estavam cheias do nome dela, de comparação dela com as substitutas que Damon tentava arrumar.
Doía profundamente em Elena ver as listas que ele passara a fazer, mesmo que ela soubesse o quão mulherengo Damon era, doía muito ver todos aqueles nomes em seu diário.
35 - Duquesa Knightley: os olhos dela são exatamente iguais aos de Lys. O duque Knightley provavelmente não ficaria muito feliz se descobrisse a preferência de sua mulher por morenos, e pior pra ele (ou melhor para mim), morenos mais jovens.
36 – Felicia Bennet: Considerada uma das damas mais belas da cidade, tem a mesma mania que Lys tinha de torcer um cacho de cabelo no dedo quando fica pensativa. Não é muito experiente, mas gosto da doçura que emana dela.
37 – Keira Davidson: Seu sonho é que eu me apaixone perdidamente por ela e a peça em casamento, para que ela possa colocar suas mãos nos bens dos Salvatore. Um pouco gananciosa demais para o meu gosto, embora seja muito divertida. Quando a vi pela primeira vez, de costas, podia jurar que era Lys.
E a lista seguia com muitos outros nomes e comparações que Elena preferiu pular.
Ela se retesou, desconfortável. Estava chegando na parte onde Damon e Stefan conheciam Katherine.
Na página onde Damon a mencionava pela primeira vez, Elena encontrou outro bilhete.
Me desculpe pelas listas. Eu pensei em arrancá-las do diário, mas já que decidi deixar que você o lesse, achei melhor deixá-la ver tudo logo. Tenha em mente que eu estava muito ferido naquela época e não amei nenhuma daquelas garotas.
Em toda a minha existência, só encontrei três garotas pelas quais me apaixonei de verdade.
Uma delas está lendo minhas palavras neste exato momento.
Damon
Elena sorriu para o papel. Era muito bom saber que Damon se dera ao trabalho de escrever pequenos bilhetes apenas para fazê-la se sentir melhor ao ler certas partes de seu passado.
Eu te amo, ela pensou, deslizando os dedos pelo bilhete.
Depois voltou sua atenção para o diário.
E se preparou para ler a primeira descrição que Damon fez de Katherine.
13 de fevereiro de 1864, meus aposentos.
Katherine.
O nome dela é Katherine.
Ela salvou minha noite, para ser sincero.
Meu pai, Stefan e eu fomos ao baile na mansão dos Foster hoje.
Como eu já comentei aqui algumas vezes, não estava com a menor vontade de ir a este baile idiota. Pelo menos não antes de vê-la no meio das mulheres conversando e rindo a um canto.
Ela estava maravilhosa, seu cabelo castanho caindo sobre os ombros em cachos macios e largos, emoldurando um rosto pequeno de feições angelicais. Sua pele ligeiramente bronzeada fazia contraste com o vestido branco e dourado. O vestido deixava seus delicados ombros à mostra e ela tremia um pouco de frio. Não faço ideia do tempo que passei parado encarando-a até que ela percebeu meu olhar e encarou-me de volta. Seus olhos eram escuros e calorosos, com um brilho de desafio que me atraiu ainda mais.
Sem nem me dar conta do que fazia me aproximei dela. Quando percebi já estava parado exatamente ao seu lado e todas as mulheres no círculo de conversa olhavam para mim, assim como ela. Naquele momento só quem eu via era ela. Sabendo que precisava dizer alguma coisa, abri um sorriso torto e disse que tinha notado que ela estava tremendo, então ofereci a ela meu casaco.
- Obrigada – ela aceitou e vestiu meu casaco – E quem é você, meu gentil salvador?
- Damon Salvatore – eu disse, beijando a mão dela – E posso saber o nome desta tão linda dama?
- Katherine Pierce.
Foi então que meu irmão irritante chegou e pediu que eu o apresentasse. A contra gosto, apresentei-o a Katherine. Não estava gostando nada do interesse que via em seus olhos. Katherine é areia demais para o caminhãozinho dele. Não que isso o tenha impedido de elogiá-la por toda a noite.
Ela aceitou dançar comigo, e foi ótimo ver a cara de tacho do meu irmão.
Muitos olhares masculinos recaiam sobre ela, mas Katherine estava entretida demais com minha pequena disputa com Stefan para notá-los.
Ela será minha. É só o que tenho a dizer.
Damon

amres, eu estava relendo o capitulo agora a pouco e vi q a parte dois ficou mto grande,
então como nao quero ninguém ameçando me bater, dividi de novo o capitulo.
vou dar um tempinho pra vcs lerem com calma ok ?
daqui a pouco vem mais.
e hoje tem post triplo
bjoos

Adoreiii o capitulo Vicky!!
Damon era tão fofo *-*
Quero mais!!

Mãee, o Damon é terrível
Que maldade com a Elena essa provocação... Coitada, nem viu as fotos, kkk
Tô adorando a dinâmica deles nesses últimos capítulos... A Elena tá se rendendo aos poucos

Eloo escreveu:Adoreiii o capitulo Vicky!!
Damon era tão fofo *-*
Quero mais!!

obg amr, que bom q vc gostou

Keroll Salvatore escreveu:Dinda, devorei os dois capts completamente!
Elena lendo o diário foi muito fofo! E o melhor, ver como o Damon era antes!
Ele era tão fofo (ainda é) tão preocupado com a família e com o irmão caçula!
E claro, como ele era apaixonado pela Lys. Nossa, me deu vontade de chorar...
Bem, falo com td a certeza aq de q o momento em q eu mais ri, depois de me emocionar tanto com o diário, foi do Damon provocando a Elena!
OMG, essa Elena é feita dq hein? Um homem desses provocando ela e essa maluca ñ faz nada? Sério, eu agarraria o Damon sem pensar duas vezes! Awn fiquei me imaginando no lugar dela! Kkkk
Poxa Stefan, atrapalhou o bj Delana pro rolar no chão? Aff! Eles estavam quaaaaaaaaase...
Elena se sentindo culpada... Eu me sentiria era FURIOSA! Poxa, atrapalhar um bj com Damon Salvatore? Ninguém merece!
A outra parte do diário foi ainda melhor (se é q isso é possível). Ver como o Damon ficou do jeito q é hj foi surpreendente e emocionante. Viajei aq durante a narração. Eu estava em dois tempos: O de 1800 e ñ sei oq e o atual. Fantástico dinda!
Damon e sua lista né? Stefan tem uma lista das pessoas q ele matou, e Damon das mulheres que pegou! Kkkkkkkkkkkkk
Ainda bem q ele deixa bilhetinhos se explicando. Se fosse o contrário, ele estaria ferrado...
Katherine já apareceu no diário... Agora sim q vão estragar a vida do coitado...

Dinda, eu amei! Estou sem palavras aq! Damontástico! Damonxonante!
Quero mais hein?
E estou super ansiosa pelas cenas hots hein?
BJÃO, TE AMO DINDA TALENTOSA!

owwn afilhada, nem sei como descrever o quanto seu comentário me deixou feliz *-*
obg de coração amr
fico tao feliz q vc tenha amado
kkkk espero q vc goste das cenas hot amre
talvez eu tenha exagerado um pouquinho na dose
tb amo vc, afilhada mais talentosa ainda <3
bjoos

Tallitaa escreveu:Mãee, o Damon é terrível
Que maldade com a Elena essa provocação... Coitada, nem viu as fotos, kkk
Tô adorando a dinâmica deles nesses últimos capítulos... A Elena tá se rendendo aos poucos

kkkk é nada filha, ela merece a provocação
obg amr, espero q vc goste dos próximos capitulos tb
bjoos ;*

Elena viu com pesar as mudanças que a convivência com Katherine foram causando em Damon. Ela passara a frequentar a casa dos Salvatore, dividindo seu tempo entre os irmãos e incitando pequenas brigas entre eles de vez em quando. Lendo as lembranças de Damon, Elena viu jogos de manipulação que ela sabia terem passados despercebidos ao vampiro. Com ele, ela era ela mesma todo o tempo. Damon adorava sua independência, o modo como ela era ao mesmo tempo sexy e desafiadora, e o pequeno sorriso malicioso em seus lábios quando ela fazia algo que era proibido na época. A vampira também sabia ser doce e carinhosa quando queria, mantendo os dois irmãos Salvatore na palma de sua mão.
Damon foi o primeiro dos dois a descobrir a condição de Katherine.
Em uma noite, alguns meses depois deles se conhecerem, Katherine escapuliu para o quarto dele sem ser notada. Depois de alguns beijos que Elena preferia não ter lido, ela contou a Damon que era uma vampira. Claro que ele não acreditou, à princípio. Pelo menos não até que Katherine o mordeu e mostrou a ligação que um vampiro podia compartilhar com quem fosse sua presa. Ele ficou maravilhado com aquilo, com os sentimentos que pôde ver na mente dela, eram exatamente iguais aos seus.
Ou pelo menos foi o que ela queria que Damon pensasse.
Um tanto enojada, Elena leu uma noite em que Katherine levou Damon consigo ao sair para caçar.

(...) Estávamos ambos parados no meio da estrada mal iluminada. Meu coração batia forte, acelerado pelo medo, enquanto ouvia os ruídos dos animais da floresta. Era estranho como nenhum deles parecia gostar de ficar perto de Katherine, que, apesar de vampira, era muito linda e delicada. Esse estilo de dama geralmente é cercada pelos pequenos animais.
Mas não ela, pelo visto.
Esperamos em silêncio por quase quinze minutos.
Eu queria abraçá-la, mas Katherine tinha me advertido a não tocar nela enquanto estivesse concentrada na caçada. Ela me dissera para ficar um pouco afastado, não fazer movimentos bruscos e apenas esperar. Então ouvimos o som de uma carruagem se aproximando. Katherine jogou algo na estrada, eu não consegui ver exatamente o que era, mas parecia a carcaça de algum animal morto. Quando a carruagem passou por nós, acabou atropelando o que quer que ela tinha jogado e Kath gritou.
Ela se atirou no chão e encolheu-se enquanto a porta da carruagem se abria e um homem saía para ver o que tinha atropelado. Ele correu para Katherine e ajudou-a a se levantar. Eu a vi se curvar para ele, quase como se fosse beijá-lo, depois o homem gritou. Ele se debatia sobre Katherine, que o segurava com um aperto de ferro, sugando vorazmente o sangue de seu pescoço.
Aquela cena me assustou.
Fiquei congelado no lugar, sem saber o que fazer em seguida.
Quando ficou satisfeita, Kath largou o homem e veio andando lentamente na minha direção. Ela murmurava palavras brandas, como se acalmasse um animal amedrontado. Vi seu rosto manchado de sangue e o medo se misturou a admiração que eu sempre sentia ao fitá-la. É incrível como, mesmo com a convivência, nunca consigo me acostumar com a beleza perfeita de minha Katherine.
Ela envolveu os braços em meu pescoço e me puxou para perto com delicadeza.
Senti meu corpo estremecer com o toque dela.
E ela me beijou, com sangue ainda em sua boca.
Foi a primeira vez em minha vida que senti o gosto do sangue de outra pessoa.
A sensação que aquilo produziu em mim... nem sei como descrever.
Só sei que gosto disso. Aos poucos fui perdendo o medo, e a última barreira se quebrou.
Quero me tornar um vampiro.
E o mais importante, quero que Katherine seja minha para sempre.
Damon
Um pouco depois o pai dos irmãos Salvatore veio com a facada final. Stefan e Damon já não estavam muito próximos desde a morte de Lys. Com a chegada de Katherine, uma rivalidade acirrada nascera entre eles. E agora, o pai vinha com aquela notícia absurda. Ele comunicou aos dois que passaria a propriedade e seus bens para aquele que conseguisse se casar com Katherine.
Foi o que bastou para que os irmãos declarassem guerra um ao outro.
Stefan achava que Katherine nunca seria feliz ao lado de Damon, que se tornara sarcástico e despreocupado, além de não se importar com ninguém que não fosse ela ou ele mesmo.
Damon, por sua vez, achava que seu irmãozinho não era homem o bastante para Katherine. E odiava ver como ela se derretia toda para ele.
O ciúme estava destruindo a ligação entre os irmãos.
Até o dia em que Stefan contou ao pai deles que Katherine era uma vampira. Stefan sempre fora submisso ao pai e nunca soubera mentir, logo acabou confirmando quando Giuseppe foi lhe contar sobre suas suspeitas em relação a Katherine. Stefan fez o pai jurar que não faria nada para machucar a vampira.
Mas Giuseppe não cumpriu sua promessa.
Ele pôs verbena no chá de Katherine, enfraqueceu-a e capturou-a.
Trancafiou-a em uma tumba com outros vinte vampiros, e Damon ficou furioso com ele e com o irmão. Ele gritou com Stefan, chamou-o de traidor, puxou sua espada.
Os dois lutaram e enfiaram suas espadas no coração um do outro.
Elena ouviu um soluço e descobriu que estava chorando. Sem dar atenção a suas lágrimas, ela continuou a ler.
Damon e Stefan acordaram como vampiros. Eles não podiam voltar para casa ou serem vistos pela cidade, não podiam sequer sair durante a luz do dia. Fugiram para uma cidade próxima e levaram semanas para conseguir anéis como o de Katherine, que os protegessem da luz do sol.
22 de dezembro de 1864, sótão de uma casa abandonada.
Os anéis ficam prontos amanhã. E assim que tiver posto as mãos no meu, vou embora daqui.
Stefan está mais insuportável do que nunca. Estou tentando ajudá-lo, porém ele se decidiu a desligar os resquícios da humanidade que resta nele. Está trazendo várias mulheres para casa, matando-as, mata várias pessoas apenas por prazer, sem se importar com as consequências. Se tornou agressivo. Irrita-se facilmente.
Passamos a maior parte dos dias brigando, com ele me dizendo o quão hipócrita estou sendo. Tirando as matanças, diz ele, só está se comportando como seu irmão mais velho costumava se comportar, então qual é o problema?
Juro que não consigo olhar para ele sem sentir vontade de arrancar sua cabeça e estraçalhá-la.
Como ele ousa agir assim depois de tudo o que fez?
Katherine está condenada por causa dele.
Ela vai morrer por causa dele.
Ele a arrancou de mim na noite em que eu disse a ela pela primeira vez o quanto a amava.
E o bastardo fica agindo como se não se importasse. Está ocupado demais massacrando a cidade para pensar nela.
Não consigo passar um segundo sem pensar nela, naqueles olhos cor de chocolate tão profundos. Em sua voz suave e aveludada, em sua fixação boba por vestidos. Ela me fazia passar tardes inteiras sentado, vendo-a colocar para mim diversos vestidos e perguntar minha opinião. Claro que minha parte preferida era tirá-la dos vestidos, embora fosse divertido ver seu lindo rosto se franzir com preocupação enquanto ela se perguntava se estava bem ou não usando aquela roupa. Nem precisava perguntar, ela ficaria bem até usando cortinas para se vestir. A cada peça que me mostrava eu a achava mais linda.
E sinto tanta falta de dormir abraçado a ela, de sentir suas pequenas mãos me tocando, até dos momentos em que ela tomava meu sangue. Adorava poder ter acesso, mesmo que fosse rápido, a seus pensamentos.
Dói ainda mais do que quando... do que quando perdi Lys.
Katherine me mudou profundamente. De uma maneira que eu não faço ideia se pode ser revertida. Em cada cheiro, em cada toque, em cada rosto, não consigo me impedir de procurar por ela. Ninguém mais tem aquela pele acetinada, aquele sorriso tão característico. Ninguém mais consegue me envolver naqueles deliciosos jogos de sedução. Ninguém mais entende o prazer e a adrenalina da caçada, de escolher o humano certo com o aroma certo, o sangue premiado, o vinho envelhecido.
Ninguém mais me entende como ela.
E Stefan a tirou de mim.
Nunca vou perdoá-lo por isso.
Damon
Elena fechou os olhos e respirou fundo, lutando para conter sua reação. Não podia rasgar algo que não era dela. Não podia ter raiva de Damon pelo modo como ele amou Katherine, muito menos fazer em pedaços uma vampira que já estava morta.
Precisava controlar seu ciúme.
E ler a última página que faltava daquele diário.
24 de dezembro de 1864, no mesmo sótão.
Eu te amo.
Três palavras amaldiçoadas.
Foram as palavras que me tiraram Lys, e agora Katherine.
As palavras que me deixaram tão odiosamente vulnerável, tão dependente de outra pessoa. Estou cheio disso. O amor é apenas um jogo dos tolos, daqueles masoquistas que apreciam o próprio sofrimento. Eu não sou um deles. Eu não sou o herói, e estou cansado de agir como um. Dane-se Stefan. Ele que se vire e vague por aí rasgando quantos pescoços quiser. Dane-se Lys, dane-se...
Eu nem consigo escrever.
Essa mistura odiosa de dor, raiva, desespero, saudade, me corrói tanto que eu sequer consigo pensar em dizer que não me importo com Katherine.
Ela é a única coisa que ainda me importa.
Mas isso vai mudar.
Eu não preciso ficar me torturando com todas essas lembranças, não preciso sentir.
Esta é a solução para os meus problemas.
Parar de sentir.
Os anéis estão prontos e eu posso ir para longe deste lugar, posso me concentrar apenas em mim mesmo, finalmente.
Dane-se o mundo.
E chega deste diário ridículo também.

Elena ficou encarando o caderno vermelho por um longo tempo depois de terminar sua leitura. Processou tudo lentamente. Repassou em sua cabeça uma parte dos trechos, em especial os que mais a feria. Pensou no Damon humano, nas mudanças que ele sofrera, no sofrimento que fora causado pelas únicas duas mulheres que ele tinha amado. Pensou na perda da humanidade dele. Pensou em como ele era quando ela o conhecera.
Dane-se o mundo parecia ser ainda o lema dele.
Pensou em como ele afastava qualquer um que conquistasse o mínimo que fosse de intimidade com ele. Como ele odiava a possibilidade de se importar outra vez com alguém.
Porque, durante a sua existência, Damon aprendera a associar qualquer sentimento mais profundo com dor. Elena pensou no homem que ainda vivia dentro dele, mesmo depois de todo aquele tempo. Era impossível que Damon se importasse tanto com ela se não houvesse ao menos resquícios daquele homem dentro dele. Ele não teria se aberto tanto para ela se não a amasse de verdade.
E ela amava tudo nele, amava-o exatamente como ele era. Amava o modo como ele era imprevisível, como a vida era repleta de surpresas e desafios ao seu lado. Amava o cuidado que ele tinha com ela, e até com aqueles que eram importantes para ela, mesmo se recusando a admitir para si mesmo seus sentimentos. Amava a contrariedade em Damon, seu jeito sexy e as tiradas irônicas que a tiravam do sério, seus olhares maliciosos e sorrisos tortos, sua capacidade de não dar a mínima para a opinião dos outros e ao mesmo tempo as palavras doces e os olhares calorosos que ele guardava apenas para ela.
Seus beijos que podiam ser doces e gentis ou selvagens e apaixonados. A química inacreditável e quase irresistível que eles tinham.
Ela amava o Damon atual e o Damon do passado.
Amava absolutamente tudo relacionado a ele, e começava a enxergar como os dois haviam sido feitos um para o outro.
Damon merecia alguém que se importasse com ele, que cuidasse dele, que estivesse sempre por perto para lhe dar carinho e apoio.
Ele merecia amor, como o que Elena sentia por ele.
Então, afinal, ela percebeu que ele sempre tivera razão.
Elena sempre pertenceria a ele.
Mas e se o vampiro só a enxergasse como uma substituta para Katherine?

Capitulo 28 – última parte
Damon irrompeu pela janela do quarto e todos os pensamentos fugiram da mente da morena. Ele avançou em sua direção sem qualquer palavra e a puxou para seus braços.
- Damon – Elena ofegou no ouvido do vampiro.
Com um grunhido de aprovação, Damon a pressionou com mais força contra a porta e envolveu as pernas de Elena ao redor de seus quadris. Depois de uma semana morando na mesma casa que ela era quase insuportável não poder tocá-la sempre que queria.
- Terminou o diário? – ele baixou a cabeça para trilhar beijos pela delicada linha do maxilar dela.
- Sim. Eu...
- Não diga nada – Damon ergueu a cabeça para olhá-la nos olhos – Só sinta.
Ele acariciava um ombro de Elena, brincando com a alça de sua camiseta. Sua mão livre envolvia possessivamente a cintura dela. A garota não conseguia raciocinar direito sentindo aquele corpo musculoso e firme tão grudado ao seu. Estava se esforçando muito para se lembrar do motivo pelo qual deveria afastá-lo. Talvez obtivesse mais sucesso se não estivesse ocupada demais aproveitando o contato da jaqueta de couro dele com sua pele. O suéter de cashmere preto que ele usava por baixo era muito macio e Elena não conseguia se impedir de passar os dedos pelo tecido, comparando-o com a textura da pele do vampiro. Não demorou muito até que as mãos dela descessem até a barra do suéter e mergulhassem por dentro dele, seus dedos buscando a pele quente dele avidamente.
- É errado brincar com os sentimentos dos outros – ela murmurou de olhos fechados.
- Não estou brincando com os sentimentos de ninguém – rebateu ele.
- Talvez não seja a mim que você ama – ela deixou escapar a frase que martelava em sua cabeça, machucando-a – Talvez seja só o modo como me pareço com Katherine.
A mão que brincava com sua camiseta subiu para o rosto dela.
- Eu não costumo dizer o que sinto – ele disse, acariciando a bochecha dela com o polegar – mas no seu caso, achei que já estava muito óbvio...
- E o que você sente? – ela deitou a cabeça na mão dele, aceitando o carinho.
Era tão bom ver o calor e a aceitação em seus olhos cor de chocolate...
Damon não podia se conter mais.
- Eu te amo. Não tem nada a ver com Katherine, o que eu sinto por você é tão mais forte do que eu senti por ela – as palavras fluíram por seus lábios sem que ele pensasse nelas. Sua boca parecia agir por conta própria, pronunciando as palavras sem qualquer influência de seu cérebro – Talvez no começo fosse a semelhança entre vocês duas o que me atraiu, mas com o tempo descobri muitas diferenças entre você e aquela vadia manipuladora. E descobri o quanto te amo, Elena. Como poderia não amar? Você é tudo o que eu sempre quis em uma mulher, e até também o que eu não sabia que queria. Eu não quero perder você, não posso...
Elena puxou o rosto dele para mais perto, examinando atentamente sua expressão. Damon parecia... diferente. Ela não estava acostumada a ver a sinceridade no rosto dele. Aquela combinação de sinceridade, rendição e intensidade compunham uma expressão inteiramente nova no rosto de Damon. Uma expressão que o deixava mais lindo do que nunca. A franqueza se misturava com um fogo de puro desejo. A entrega se misturava a uma espécie de irritação, quase como se ele tivesse raiva de si mesmo por perder o controle daquele modo. E além de todas aquelas coisas, Elena podia ver amor nos olhos dele. Foi o amor que a fez se derreter nos braços dele e relaxar completamente.
Ele estava dizendo a verdade.
Damon a amava.
- Eu espero que você não esteja mentindo só para me levar para a cama – ela brincou, puxando-o para um longo beijo – Porque se for isso, vou te caçar e torturá-lo lentamente até fazer você chorar pela mamãezinha.
Damon riu em meio ao beijo.
- Você fica tão sexy quando me ameaça – ele murmurou com a voz rouca.
Ele puxou a camiseta dela para tirá-la. Elena ergueu os braços, ajudando-o. A jaqueta preta de Damon caiu no chão e ela puxou o suéter dele tão avidamente que quase o rasgou.
- Minha tigresa – riu o vampiro.
Ela também riu. Afagou o rosto dele carinhosamente.
- Você não vai me perder, Damon – ela disse – Nunca. Eu também te amo. Estar com você parece tão certo...
Damon concordou com um aceno de cabeça.
- Eu vou cuidar de você, amor – ela continuou, docemente – Não vou deixar que se sinta sozinho outra vez.
O vampiro fechou os olhos com o toque dela. Um sorriso se abriu em seu rosto e ele murmurou:
- Você não tem ideia de quantas vezes sonhei em ouvi-la dizendo isso.
- Só o que você precisava fazer era ser sincero comigo – Elena começou a trilhar beijos pelo pescoço e o peito largo do vampiro.
Damon deixou escapar um gemido rouco.
- Eu estava com medo – ele se ouviu sussurrar – parece que essas três palavras são uma maldição para mim.
Elena se lembrou do que havia lido no diário dele. Agora entendia que Damon realmente a amava e que só não tinha dito aquilo por medo de perdê-la.
- Nada vai nos separar. – ela disse lentamente, destacando cada letra.
Ele riu.
- Queria ter tanta certeza – as mãos de Elena desceram arranhando a barriga dele, arrancando um gemido alto do vampiro.
- Você está me enlouquecendo – ele disse, ficando sério.
- Como se você não estivesse fazendo o mesmo comigo – ela sorriu maliciosamente.
Aquela altura os dois já estavam sem camisa. O contato de pele com pele só os deixava ainda mais sem fôlego. Damon soltou o fecho do sutiã vermelho de Elena e a levou para sua cama.
- Vou te mostrar o que é enlouquecer, amor – ele murmurou com um sorriso malicioso ao começar uma lenta exploração pelo corpo dela, usando habilmente as mãos e a boca.
- Aaah Damon...
O gemido dela o fez sorrir e beijar com delicadeza o umbigo da garota. Ele se sentia no paraíso, e estava louco para fazê-la sentir o mesmo. Continuou a descer, beijando cada centímetro da pele dela.
Elena mordeu o travesseiro controlando-se para não gritar.
Sabia que aquela seria uma noite deliciosamente longa.

g.a
Vicky, amei os capitulos!!
Damon tão fofo... Assim eu quero ele pra mim... g.a
kkkk
Adoooreiii mesmo!
Quaro mais! (:

Uauu maee adorei os capitulos nossa Tefinha e Damon sempre brigam por mulheres... adorei ler o diario do Damon e conhecê-lo mais e melhor, porem gosto é desse aii selvagem kkk

beijos

Que lindo e que sexy esses dois juntos... Como acaba?

Mãe que capítulo foi esse??
Adorei os dois se entendendoo!!!
Amei, amei, amei esse capítulo!! Invejinha da Elena...
Hehehe