[FINALIZADA] BOAS MANEIRAS (3 capítulos)

Aqui vai, gente, uma primeira fic de Vampire Diaries. Só escrevi mesmo porque a NandaSalvatore super me encorajou, mas imagino que esteja fraquinha. Mesmo assim, agradeço a Nanda por acreditar que eu conseguiria e digo que as fics dela é que foram inspiração!! Bejios Nandinha... Pessoal, vejam se gostam! Obrigada diante mão!

Uma Damon X Alaric Bromance Friendship only!

Classificação: +16 (tem palavrões) - Não manjo nada dessas classificações...
Tipo: Amizade/Drama
Shipper: Alaric e Damon
Restrições³: Spoilers: 1ª, 2ª e 3ª temporadas.

Resumo:
Damon tem lições de etiqueta. (Melhor esse resumo para não estragar a leitura.)

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Imagino que tudo esteja em paz em Mystic Falls, acabaram-se os tormentos, Klaus, Rebecah e Katherine morreram na final battle e Michael também adormece no seu caixão de origem. O restante dos Originais sobreviveram mas se foram para o canto deles com a promessa de Elijah, novo manda chuva do mundo vampírico, de deixar Mystic Falls fora da zona de conlfitos. Toda vez que aparecer uma frase entre * é um outro pensamento suspirado na mente dele que sobressaiu a outros pensamentos paralelos ---> confusão mental total proposital.

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1º Capítulo - DESCULPA

As coisas deviam estar mais tranquilas agora... tudo acabou, Elena e Stefan estão bem, à salvo. Novamente, ele não foi o escolhido, mas estava tudo bem, isso não parecia ser um problema a essa altura do campeonato. Houve tempo mais que suficiente para os sentimentos serem amadurecidos, e de repente, tudo que ele mais desejava era essa paz alcançada após a luta final contra Klaus e seu sonho híbrido, Michael e os Originais.
Caroline e Tyler se acertaram mais do que nunca; Bonnie e Jeremy conseguiram superar o problema dos fantasmas das ex-namoradas; Elena mudou bastante com Damon, muito mais tolerante, ela finalmente aprendeu a aceitá-lo como ele é, mas amava Stefan, sem sombra de dúvida. Liz e Caroll também concluíram que não havia muitas razões para desentendimentos e o Conselho incorporou os sobrenaturais da cidade e agora, paralelo a ele, haviam Os Guardiões, compostos, obviamente por Caroline, Tyler, os Salvatores, e os Gilberts+Saltzman. Mystic Falls era uma cidade preparada para enfrentar qualquer outra onda sobrenatural, mas de longe, ninguém queria aventuras nesse sentido. Só queriam manter sua cidade segura e tranquila pelo máximo de tempo possível. E assim as coisas vinham caminhando ao longo dos 2 meses que se passaram após a batalha final.
Porém, em outros quesitos, as coisas não pareciam as melhores, não para ele.
Stefan e Elena juntos, renovaram seu amor e mais do que nunca o sentimento deles um pelo outros se reforçou, amplificou, renasceu com mais força ainda. Decidiram que jamais se separariam de novo e estavam determinados a ser felizes, a tal ponto que Stefan agora sorria mais e Elena, em consequência, fazia o mesmo. O casal antes sorumbático pelas circunstâncias com que lidavam a todo tempo, agora eram alegres e se entendiam perfeitamente bem. Elena estava segura do amor que tinha por Stefan e ele, certo do amor que sentia por ela. Caroline tinha Tyler e Matt já não se importava com o romance deles, havia "entrado" pro grupo sobrenatural e também já estava de paquera com Elisa Clarkson, uma garota que antes da Elena, havia mexido com ele, mas que ele deixou totalmente para trás dado o fascínio que de repente nutriu pela Gilbert girl. Ele estava tranquilo em relação a Tyler e Caroline por isso. Jeremy e Bonnie as mil maravilhas, não podiam estar mais contentes, a bruxa até se sentia mais forte e mais capaz ao lado dele. Alaric se divirtia com esse lance de ser pai postiço dos Gilberts, vestiu a camisa e estava feliz, para sua supresa. Decidiu não voltar a Duke tão cedo, estava gostando de ser professor no Ensino Médio e percebeu o quanto ele era necessário aqueles dois garotos, que como ele, não tinham mais família.
Era tudo muito bonito de se ver, e ele via, e ficava feliz com isso, ficava feliz em ver todos felizes. Muitos encontros de todos no Grill, Caroline mais festiva do que nunca, sempre achava ocasião para promover baladinhas e reuniões entre todo mundo, mas ele se sentia um peixe fora d'água e acabava não comparecendo a nenhuma delas. Até porque, a relação dele com Stefan e com Alaric ainda estava um tanto conturbada, no mínimo, não houve uma coversa de ponto final, pingo nos Is, e uma lacuna gigantesca havia se formado entre eles, Stefan-Damon e Damon-Alaric. Ele tinha tanta certeza do amor que tinha pelo irmão mais novo, mas já não estava certo do contrário, não estava seguro pra saber se Stefan o amava, foram tantos contratempos, tanta coisa que ele fez que machucaram, prejudicaram, magoaram o baby brother... engraçado, ele pensava, o mesmo aconteceu com Ric... ele acabou passando dos limites e o distanciamento foi inevitável. Agora, só restava uma verdade: No fim do dia, ele era o único que estava SOZINHO. Sempre sozinho. Tanto tempo sozinho. Mas ele era culpado, só podia ser, é sempre assim, e se é sempre ele, é porque ele é o problema, claro, sem dúvida. Sentado, desta vez sóbrio, ao pé da escada e não bêbado, de frente para o fogo na lareira, ele fez uma análise de sua vida inteira, desde os tempos em que era humano, foi bem profundo, ninguém estava olhando mesmo, nem por perto (há dias), e ninguém apareceria tão cedo, - Stefan estava dormindo na casa de Elena todos os dias - ele estava mesmo SOZINHO, então pôs-se a lembrar de quando era ainda menino, sua infância não muito agradável e dos terríveis conflitos com Sr. Giuseppe Salvatore, de quem apanhava frequentemente até os 15 anos, quando se rebelou e fugiu de casa. Encontrado numa fazenda vizinha por homens contratados por seu pai para achá-lo e trazê-lo de volta, precisou ser amarrado e mesmo assim não parou de resisir. Giuseppe estava sempre mais preocupado com a vergonha que teria de passar se a sociedade soubesse que seu filho mais velho fugiu de casa. Entre outras coisas, lembrou-se de quando o pai matou seu cavalo, ou melhor, o cavalo que fora de sua mãe, só porque Stefan havia tentado montar sozinho inspirado pelo jeito que Damon montava. Não adiantava o mais velho dizer a ele que ele era muito pequeno, Stefan sempre foi tão teimoso quando criança, e deixou de sê-lo quando jovem... na realidade passou a ser fielmente obediente ao pai, diferentemente de Damon, Stefan temia contrariá-lo. Damon nunca culpava Stefan pela estupidez do pai, ele sabia bem separar as coisas e não queria que Stefan sentisse raiva do pai, porque Giuseppe sempre amara Stefan, afinal, ele foi o último presente que Andrea deixara antes de morrer. O que Damon não entendia e ainda não entende, depois de todo esse tempo, é porque seu pai o odiava tanto. Andrea, a mãe dos Salvatores, morreu quando Damon tinha entre 3 e 4 anos, dando a luz a Stefan. Damon não tinha lembranças do rosto de sua mãe, era tão pequeno que mesmo pra ele, um vampiro, era difícil vasculhar seu subconsciente a procura de memórias sobre ela, essas tentativas eram sempre infrutíferas e ele nunca se lembrava de nada, nada mesmo. Parecia até que estas memórias haviam sido apagadas de sua mente, como acontece quando vampiros se utilizam de compulsão nos humanos. Mas ele tinha certeza de que não era esse o caso com ele, o fato é que ele era muito pequeno mesmo. E já com 166 anos, essas memórias vão ficando cada vez mais distantes, se é que elas existem em algum lugar na sua mente. Mas também isto não lhe era um problema. O problema concreto é que desde aquele tempo, ele sempre se sentia tão só... e pela primeira vez em sua vida, se perguntava porque ele tinha que ter esse temperamento tão difícil que afastava a todos dele... não tem amigos, *"I'm your friend, Damon. And you don't have any friends".* e perdera Ric e Elena de uma vez só.. Elena porque estava tão envolvida com o retorno de Stefan, que sem querer, acabou deixando Damon de lado, sem querer mesmo, sem perceber que pelo menos o amigo Damon sentia falta dela, e Ric porque desde o dia em que Damon o matou num impulso quase irracional (afinal ele viu o anel), Ric passou a ignorá-lo quase completamente, dirigindo-se a ele como que a um conhecido com ele era obrigado a se relacionar por causa de toda a confusão na qual estavam metidos, como se fossem colegas de trabalho que não tem diálogo algum, a não ser, assuntos de trabalho, que no caso, eram sobreviver a Klaus, Michael e Originais trazendo Stefan de volta para Elena. Agora a missão resgate e fuga acabou, eles não se falaram mais, nem uma outra vez, porque sequer se encontraram desde então.
Damon não era Stefan. Não ia, a partir disso, começar com pensamentos suicidas e tudo o mais, mas também, não estava tão disposto a enfrentar mais nada. Não queria ter que provar a ninguém que ele era assim mesmo, estava cansado disso. Se sentia incompreendido, mas o que ele queria era que alguém se desse ao trabalho de tentar decifrá-lo, só por um minuto, e se alguém fizesse isso desta vez, ele não perderia a oportunidade de mostrar quem ele é de verdade. Percebeu que tudo o que ele fazia para não sofrer, trouxe nada mais, nada menos que sofrimento! Ou seja, foi tudo irrelevante afinal, esconder sentimentos para não sofrer o fez sofrer do mesmo modo e ainda afastou as pessoas que amava, e as que ele aprendeu a amar no meio do caminho também.
Ele também se lembrou que apesar de tudo o que Katherine fez ele, apesar de já não amá-la mais porque agora amava Elena mesmo definitivamente não sendo correspondido, lamentava a morte dela. E ficou mais cansado, fisicamente cansado. Lembrou-se de mais um detalhe importante a partir do cansaço que sentiu... lembrou-se que havia uma semana que ele não saia para se alimentar. Uma única vez, abriu a janela do quarto no fim da tarde, - como bom vampiro, apreciava o crepúsculo - e viu um passarinho no parapeito, o pobre bichinho não teve tempo de sentir o que lhe aconteceu na sequência. Damon se alimentou do sangue dele, era meio adocicado, se Stefan estivesse por perto, ele lhe diria que talvez fosse melhor opção que esquilos, mas ele não estava lá... e no final, era tão pouco sangue que ele estranhou o fato de ter ficado satisfeito.
E lembrou-se mais e passou o resto da noite lembrando.. e lembrando... e cansado... e lembrando... e mais cansado... - levantou-se abruptamente para ir para o quarto e nem terminou o movimento, com a tontura, cambaleou e finalmente caiu com os joelhos no chão. Foi a gota d'água, especialmente para um vampiro sempre tão forte como ele... se sentiu tão idiota, fraco, e se irritou contra si mesmo. Ele ia continuar se auto depreciando com outros xingamentos, mas estava tão cansado e agora, depois do tombo besta, estava tudo tão claro, claro demais... e clareando mais.. e ficando branco, e sumindo... e sumiu.
------------- -.- Damon ficou inconsciente.



No Grill, estava todo mundo alegrinho, mas Ric ficava sem jeito no meio deles, ele era um tanto mais velho e por isso achava melhor ficar no balcão do bar com suas doses rotineiras de Scotch. Ele estava mais animado agora com Elena e Jeremy bem, ele se sentia bem sucedido nessa coisa repentina de ser pai, mas ainda se lembrava de Jenna e de como foi difícil encarar a morte dela. Como ele sentia sua falta e como achava que jamais esse sentimento sararia em seu coração. E havia ainda esse vazio... um vazio que ele não sabia identificar o que era, porque ele sabia que não era o mesmo tipo de vazio que Jenna deixou e este sim, muito bem definino. Era outra coisa que era tão estranha e inexplicável. Um sentimento que lhe causava essa angústia seguida de confusão. E nesse momento exato do seu último gole no Scotch, ele pode sentir claramente a angústia, algo apertava-lhe o peito, caramba, e como, só não lhe caiam as fichas do QUE RAIOS seria isso, porque não lhe fazia sentido, estava tudo bem, a parte de Jenna, não lhe faltava nada e ninguém... e... *"---------BUM---------"* um estrondo interno lhe interrompeu esse último pensamento.... como assim, não faltava ninguém, estava faltando sim... mas quem?!! QUEM?!!!! *"Falta alguém... falta quem? Quem? Falta quem?"* - DAAAAMOON!!

Ric: Shit! Damon, falta Damon! - Ric gritou inesperadamente por todos, e saiu dizendo que voltava logo. Saiu do Grill sem nem ouvir as respostas e comentários dos demais presentes.

Caroline: - Ele está bêbado de novo! Esqueçam!

Stefan franziu o cenho e abaixou a cabeça e recostou-a no ombro de Elena. Na realidade, a Stefan não despertou a coragem necessária para encarar o irmão e ter uma conversa mais que definitiva sobre os dois, uma conversa a parte do que ambos sentiam pela Elena... uma conversa que não falasse do amor que eles sentiam por uma mulher, ainda que fosse a mesma, mas uma conversa que falasse do amor que ambos tinham UM PELO OUTRO. Era isso que Stefan queria tanto conversar com Damon desde que voltou, mas sem coragem, sem argumentos, e achando que agora mais do que nunca era odiado por Damon, se amparava em Elena com a desculpa de que uma hora ou outra ele faria isso.

Elena suspirou no ouvido dele: - Está na hora Stefan, não dá mais pra adiar.
Stefan: - Não posso correr o risco de perdê-lo para sempre Elena, e se essa conversa só piorar as coisas.
Elena: - Como pode piorar, Stefan, vocês estão afastados. Não se falam há dois meses, ou melhor, não se encontram a dois meses, está errado. Se Damon não vai dar o primeiro passo, você deve dar.
Stefan: - Eu sei... eu sei... mas...
Elena: - Se não quer perdê-lo, saiba que é exatamente o que está fazendo. E seja justo, quando você voltou definitivamente, a ser você mesmo, sem o poder do Klaus influenciando você, quando você quase morreu naquela luta, foi ele quem te resgatou e te trouxe para casa e cuidou de você até você recuperar a consciência, eu estava lá, eu vi. Você fugiu para minha casa naquela noite, bem no dia em que eu estava vendo como Jeremy estava, no 3º dia depois de tudo ter acabado Stefan, você acordou e fugiu da sua casa, você não estava com saudades de mim Stefan, estava fugindo do Damon. Precisa consertar as coisas, como acha que ele está se sentindo. Eu mesma estou me sentindo muito mal, mas não posso conversar como Damon tendo apoiado você te deixando ficar em casa. Estou péssima com isso. Tomei parte na história e quero por um ponto final. Eu vou estar sempre com você Stefan, mas você não pode deixar as coisas assim pois mais tempo, elas vão causar danos talvez irreversíveis depois e...
Stefan: - Eu entendi. Mas e agora, Ric foi vê-lo, tenho certeza. O que eu faço?!
Elena: - Então, prometa que amanhã mesmo, logo cedo, você vai resolver isso. E eu vou com você porque também devo desculpas ao Damon por ter apoiado você nisso.
Um dolorido Stefan concordou com Elena. E voltou a recostar a cabeça em seus ombros.
Clima de festa quebrado, todos acharam por bem ir embora para suas casas. Caroline ficou bem chateada, porque com todo o esforço que ela fazia, parece que os problemas os perseguiam, agora as memórias daqueles episódios trágicos que viveram estavam assombrando aquele grupo de novo e desarmonizando as relações. E pensava, afinal, porque toda essa preocupação com Damon, ele disse que está bem e não vem as reuniões porque não quer, eu mando torpedo sempre, ele quer ficar sozinho, deixa ele.



Um atordoado Ric entra na mansão Salvatore gritando o nome de seu ex Best Friend Forever. - Damon! Damon! Onde está?

Sem resposta, Ric achou que o Salvatore mais velho não estava em casa, provavelmente se deliciava com alguma estudante de Mystic Falls. Era isso que ele odiava em Damon, ele só fazia o que ele queria. Nunca parava para pensar em consequência que inclusive, não eram só suas, mas dos outros também. - DROGA! Damm shit, Damon! É por isso que odeio você! - Aquela frase saiu meio chorosa na voz de Ric que estava visilmente muito bêbado. - Onde você ESTÁÁÁÁÁ?! Você tem três segundos para aparecer, ou esqueça que não lhe vou pedir desculpas... não voooooooooooou.... hahahahahaha - Ric gargalhava de forma esquisita e começou a andar naquela mansão escura... - onde está o interruptor, essa porcaria de casa antiga está sempre toda apagada. Vampiros... idiotas... Cada vez mais abobalhado pela embriaguez, pela escuridão do ambiente e também pelo contínuo aperto no peito que ele sentia e o deixava um tanto desesperado em fazer parar, Ric foi andando para dentro da mansão, afastando-se da porta de entrada e quando menos percebeu, estava no chão. Tropeçara.

Ric: - E essa agora... ANDA DEIXANDO PORCARIAS NO CHÃO, DAMON?! O QUE É? VOLTOU A SER CRIANÇA, E ESPALHA BRINQUEDO... VOCÊ NÃO TEM MAIS IDADE PARA ISSO.. You Dick! - e foi tateando para ver se conseguia se levantar até que sentiu que tinha caído em algo no mínimo mais macio que o chão... algo que... se mexia.. sim.. essa coisa não qual ele caiu se mexia suavemente, mas mexia.. que droga era aquela?! Ainda bêbado e confuso, RIc tateou a coisa e entrou em pânico! Agora ele sabia no que estava tocando... ou melhor, em quem estava tocando... - Damoooon... e chamando o nome do vampiro descordado, começou a bater e sacudir o corpo dele dizendo: Eu sabia que você estava aqui, seu canalha! Responda! Mas o corpo permanecia inerte! Ric ficou ainda mais desesperado e esse sentimento o tomou por completo, fazendo com que a bebedeira desse um tempo para a sensatez... cambaleando ainda um pouco, Ric levantou e procurou a droga de um interruptor.. achou-o finalmente e acendeu as luzes. Viu Damon estendido no chão, inconsciente e depressa foi tentar acordá-lo. Chamou-o novamente, mais forte, bateu-lhe no rosto e sacudiu com mais força... NADA! Não aconteceu nada! Ric colocou a cabeça no peito do Damon pra ver se ouvia o coração... Ouviu batimentos muito fracos, singelos, como se estivessem diminuindo... a pele do vampiro estava com uma cor estranha.. não era mais aquele tom branco meio rosado que aparentava boa saúde... não.. era um tom claro de cinza macabro e o frio então... o corpo de Damon estava muito frio... como o cadáver que originalmente era... Ric bradou mais vezes: - DAMON, DAMON, DAMON.. acorda seu imbecil, não estou pra brincadeira! Acorda agora mesmo... - e nessa hora, tudo o que pode fazer, vendo que novamente o vampiro não respondia ou acordava, e sequer se mexia, foi meter-lhe um golpe no peito, com toda força que conseguiu juntar apesar da ressaca (sim, já estava de ressaca, aquela visão de Damon estendido no chão o fez também perder o chão e junto com essa sensação, saiu da bebedeira!) - TAM.

Damon: - Cof cof... aaargh... cof... what?! Cof... hmmm... minha cabeça... - a cabeça doeu porque o movimento de levantar após a pancada foi muito brusco e violento... - assustado Damon começou a estapear o que quer que fosse que o estivesse golpeando... o que estava acontecendo, quem estava batendo nele?! E sem ainda ter aberto os olhos direito e completamente, disse: - Sai... Back off! Me deixa... me deixa... e diante da coisa que se afastou, se acalmou um pouco e abriu os olhos totalmente deparando-se com

Damon: - Ric?!

Ric: - Dick.. sabia desde o começo que estava se fazendo.. seu idiota, imbecil, cretino e... - interrompido.

Damon: - Se veio me insultar, pode ir embora, passei o dia inteiro fazendo isso por mim mesmo, pode poupar-se do trabalho. - Damon ainda estava meio tonto e sentado no chão, mas não ia deixar Ric ganhar nenhuma discussão e não deixaria barato que aquele bêbado o xingasse daquele jeito. Eles não eram mais amigos, não havia porque...

Ric: - Vejo que está ótimo, afinal... me preocupei a toa.

Damon: - É claro que estou bem. E... você... está preocupado comigo? ¬¬

Ric: - É... seu babaca... estou, não deveria, mas estou, sempre fico...

Damon: - Pois saiba você, que não parece!

Ric: - Não! Saiba VOCÊ que me importo ainda que VOCÊ não mereça!

Damon: - Ah! - Incrédulo! - Mas agora essa... Cai fora daqui Ric... não precisa que venha me dizer novamente que não sirvo pra seu amiguinho. Se manda! - Damon se arrastou para o degrau no qual estava sentado antes desse turbilhão de acontecimentos se desenrolar... - Vai... anda... cai fora... até parece que se importa realmente...

Ric: - Ouça aqui.. isso não se IMPORTAR é com você... você é que não liga a mínima pra nada e pra ninguém... não é o que VOCÊ sempre diz... é... é o que você sempre diz... é VOCÊ Damon que FALA O TEMPO TODO QUE NÃO SE IMPORTA, QUE NÃO LIGA, QUE DESLIGOU, QUE É UM VAMPIRO E QUE ISSO É COISA DE HUMANOS... É VOCÊ QUE DIZ TODA HORA QUE ESTÁ SE LIXANDO PRA TODO MUUUNDOOO.

Damon: - ÉÉÉÉÉ... EU DIGO ISSO MESMO... Mas é VOCÊ, RIC, é VOCÊ o único que sabe que é MENTIRAAAAAAA.... você sabe, sempre sabe, você sabe... Eu pensei que soubesse com o que e com quem estava lidando quando "ofereceu" sua "amizade", pensei que soubesse o que estava fazendo. Lamento ter frustado suas expectativazinhas e não ser o seu amiguinho ideal e... e... que se dane... eu não me importo...

Ric: - Está mentindo!

Damon: - Não estou.

Ric: - Está.

Damon: - Não estou.

Ric: - Estáááá... não admite!

Damon: - PORQUE É QUE VOCÊ VEIO AQUI, AFINAL?!

Ric: - PORQUE EU QUIIIIIIIS!!

Damon: - Pára de gritaaaaaar, meus ouvidos são sensíveis... fale mais baixo ou vá emboooora... estava ótimo sem você aqui! Silencioso e CALMO!

Ric: - NÃO ESTOU GRITANDO...

Damon: - ESTÁÁÁ SIM!!

Ric: - NÃO ESTOU NÃO!

Damon: - Está gritando sim... cala essa boca!

Ric: - NÃO ESTOU GRITANDO, NINGUÉM ESTÁ GRITANDOOOO, QUE M****! Falo no tom que eu quiser... e falo o que eu quiser e eu quero dizer que você é um filho da p***. Esse lugar não está silencioso e calmo, está tétrico e deprimente, como você!!

Damon: - O que?! Chega, não preciso disso, Ric, já disse, cai fora daqui... nem amigos nós somos, vá embora, demonstre ao menos um pouco de respeito... - Damon permanecia impassível, mas Ric percebeu sua voz titubear um pouco... sabia que se cutucasse mais, faria o vampiro desmoronar, e era isso o que ele queria esta noite, que ele desmoronasse até ficar vulnerável e não oferecer nenhum perigo ao Ric.

Ric: - VoCê está mal, heim?! Estava morimbundo aí no chão...

Damon: - Você não sabe de nada, e pra frustrá-lo ainda mais, não estou morrendo...

Ric: - Que pena!

Damon: - MAS O QUE É??!

Ric: - Nada.

Damon: - Vá embora jogar sinuca com seus amiguinhos... ou levá-los ao parquinho!!

Ric: - Estou vendo que não dá mesmo, não é Damon. Você não dá o braço a torcer, nem mesmo quando está errado.

Damon: - EU ESTOU ERRADO?! Foi você que chegou aqui louco e bêbado e xingando... me xingando, que conste dos autos!

Ric: - É claro que cheguei te xingando... e encontrei você acabado e estirado no chão, vai dizer que não bebeu até cair?!

Damon: - Eu não estou bêbado!

Ric: - Eu também não estou!

Damon: - Hahaha, voCê está trêbado! Vá curar sua ressaca em outro lugar, tente com um AMIGO...

Ric: - Você era meu amigo, mas você estragou tudo! Você sempre estraga tudo Damon, porque você sempre tem que estragar tudo, porque?!! Porque voCê só faz besteira, porque você é tão precipitado, tão impulsivo e às vezes paranóico... porque você me matou naquele dia?! Porque?! Porque?!! Você devia era se retratar, devia se retratar, mas não, você é bom demais pra isso... orgulhoso... soberbo, ninguém merece as suas desculpas, porque pra voCê, você nuuuuuunca está errado... nunca está errado... está sempre certo, os outros é que são exigentes e que querem demais de voc~e... aposto que no fundo ainda se acha inocente... é... acha que está tudo bem, que não foi nada demais ter matado o seu melhor amigo... opa... único amigo, que conste dos autos... - Ric não parava com as provocações, parecia que tinha ligado o Agressor Mode e não parava com as provocações, mais acusações, e estava alterado, agora estava, visivelmente alterado, nervoso, com raiva mesmo, e dizia uma sequência ininterrupta de desaforos que Damon ouvia sem ter tempo para réplica. Calado Damon foi abaixando a cabeça e colocando-a entre os joelhos... sussurrando, só pedia para aquilo parar, pedia para que Ric parasse... - pára... pára... pára... por favor... pára... pára Ric... até que explodiu com um berro estrondoso que pareceu lhe tirar o fôlego, já que não lhe restava muito, pois ele estava enfraquecido por não ter se alimentado.

Damon: - DESCULPAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - como foi difícil pedir desculpas, nossa, como foi difícil para ele. - Era o que queria ouvir! Pois bem, me desculpe, me desculpe!! Eu já havia dito a voCê que não havia ressentimentos... mas se quer as letras certas, DESCULPA, ok?!!!

Ric: - Não adianta nada se não é sincero!

Damon: - Estou sendo sincero.

Ric: - Não está, você é incapaz de sinceridade. Agora mesmo está dizendo que só disse a palavra pq. era o que queria ouvir... pois eu só quero ouvir se você quiser dizer... E você não quer!! Não quer de verdade... Droga, Damon...

Damon: - Não acredita em mim!!!

Ric: - Não! Você não me dá mot... - foi interrompido por Damon que levantou da escada e com toda a força pegou Ric pelo braço e foi arrastando-o para a porta.

Damon: - Ok. Então é hora de você sair, está tarde, vá pra sua casa e desapareça da minha frente. Não sou bom o bastante para você, no fim das contas, voCê está me julgando e já chega, não preciso que julgue, não preciso de mais ninguém fazendo isso por mim... já lhe disse quando chegou, não se dê ao trabalho, eu passei o dia fazendo isso. E sim, concordo com você Ric, tá legal, concordo, eu devo ser o problema, sou sempre eu o problema.. por isso sou sempre eu quem está sozinho... já deu... - abriu a porta e ia jogando Ric pra fora quando sentiu suas pernas bambearem e automaticamente, perdendo as forças também nos braços, soltou Ric que sem entender foi olhando Damon perder a consciência na sua frente. Num reflexo, Ric o pegou no ar antes que tombasse aguarrando-o por debaixo dos braços e tentando erguê-lo. Ele costumava ser mais pesado, mas Ric não soube porque, ele estava estranhamente leve.

Ric: - Ei... te peguei.. te peguei... ok... tudo bem... ei... opa.. Damon... Damon... não... olha... espera... Acorda... vamos.. pára com isso.. vamos.. vamos... acorda... - Ric arrastou Damon para dentro da casa, e conseguiu levá-lo até um sofá na sala de estar e o repousou lá. Damon estava muito fraco mesmo, mas desta vez, conforme Ric lhe batia levemente no rosto e o sacudia pedindo que acordasse, Damon balbuciava qualquer coisa, muito baixo, que mal dava para ouvir. Ric só percebeu algo que pareceu ser ... - me desculpe... não faço mais isso... eu prometo, confie em mim - foi o que conseguiu ouvir... depois ele só se mexia um pouco para os lados, estava desconfortável... Ric pôs as mãos na cabeça e se sentou no chão pensando no que ele havia causado ao amigo vampiro. Como ele conseguiu desestabilizá-lo como ele queria, mas como se arrependeu disto em seguida. Como ele pôde não observar antes. Ele viu como Damon estava abatido, aquela coloração cinza da pele dizia que algo estava errado, vampiros não ficam doentes, a menos que sejam mordidos por lobisomens, mas Damon estava com cara de doente. Ric se lembrou de como Elena contou que encontrou os vampiros da tumba, do estado lamentável em que eles ficaram depois de anos sem sangue... e Elena também contou a ele sobre como descobriu mais informações sobre os Petrova e sobre ela ser a cópia da Katherine perguntando a própria Katherine por meio de chantagem com sangue... Elena descreveu com detalhes a aparência de Katherine que ficou dias presa na tumba sem sangue.. da cor acinzentada da pele, de como não conseguia parar em pé por muito tempo... Stefan também contou que vampiros que não se alimentam de sangue humano ou animal, vão enfraquecendo até chegar a um ponto em que começam a mumificar, e como não morrem, aquilo causa um sofrimento terrível... Ric imaginou que Damon só podia estar sem beber sangue há algum tempo e só então ele abriu os olhos para enxergar que Damon estava com dificuldades para andar e ficar em pé, por isso passou o tempo todo sentado na escada... Ric entendeu que Damon estava sofrendo fisicamente também... e se perguntou como ele pôde ser tão insensível assim de não perceber o que estava acontecendo... como?! Agora ele era culpado... sim, agora tinha sido ele a estragar tudo, ele veio tentar fazer as pazes do pior jeito possível... bêbado, xingando e depois desembestando a soltar tudo o que pensava e não pensava sobre Damon... estava muito arrependido porque no calor das provocações e acusações que tinham por objetivo fazer o vampiro estourar e ser sincero e reconhecer seus erros, na verdade, só foram capazes de machucá-lo por dentro e agora isso... que ele sequer percebeu... Damon não estava nada bem do que se pode, no máximo, chamar "saúde" para um vampiro... Ric não sabia o que fazer e afundou a cabeça no joelho, batendo-a várias vezes entre as pernas... Seus pensamentos foram interrompidos por um Damon que acordava ainda aturdido fazendo alguns ruídos.

Damon: - Stefan... é você - Damon perguntava porque sentiu que alguém lhe segurava.

Ric: - Stefan não está aqui, mas eu estou. Você está bem? O que foi? Heim?! Você está sem beber sangue há quanto tempo, heim?! Damon, responda?!!

Damon: - Ãhn!?! O que?! Não... eu... você.. eu não te mandei embora... o que ainda está fazendo... aqui... - Damon falava baixo e ofegante...

Ric: - Estou aqui porque meu amigo está precisando da minha ajuda.

Damon: - Que?! Não.. está tudo bem com...woow... - Damon ia tombando de novo...

Ric: - Você é mesmo um idiota, sabia?! Nesse momento, Ric não teve dúvida do que devia fazer. Não tomava verbena desde o dia em que tudo tinha acabado, e por isso mesmo, pegou o primeiro objeto pontudo que viu pela frente e furou um dos pulsos. Imediatamente ofereceu a Damon praticamente colocando-o na cara dele. O vampiro ainda tentou recusar ou desvencilhar-se, sem sucesso. Ric estava mais forte naquele momento e agarrando Damon o obrigou a beber o seu sangue.

Damon: - No... mmmmm... era tarde, agora ele não ia parar até terminar tudo... tudo mesmo...

(Continua)
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2º Capítulo - OBRIGADO

As presas voltavam para o seu lugar, sua face já se trasformava e voltava ao normal, e veio a constatação: Damon drenou todo o sangue do corpo do Ric, cada gota. O caça vampiro bebedor de whisky estava agora, morto. Bem morto, seus olhos abertos e sem vida assustaram demais um Damon que estava fisicamente recuperado, mas estava emocionalmente abalado com tudo o que havia passado, não só naquele dia, naquela noite, mas com uma somatória de experiências vividas desde a infância até o presente, que afloraram especialmente nesta noite naquele momento de reflexão solitário que ele teve, sem beber álcool. Damon sabia o que tinha feito, tinha matado o melhor amigo que apesar de estar com raiva dele, o estava ajudando.

Damon: - Ric......... o que você fez?! Eu não podia parar, você sabia que não... o que você fez... o que eu fiz... - tentou desligar... em vão... o interruptor interno que todo vampiro tem, estava quebrado no caso de Damon. Porqueeeeee?! Era o fim. Era como se tudo tivesse desabado sobre ele no momento em que ele estava mais desprotegido, mas vulnerável, naquele dia específico, ele estava frágil... como nunca se viu antes. Damon costumava ter personalidade e caráter fortes e nunca fora visto mostrando fraquezas, aliás, ninguém realmente acreditava que ele tivesse uma. Mas ele tinha... ah, como tinha, como qualquer um, Damon tinha suas fraquezas, ao contrário do que ele queria demonstrar e do queria que todos vissem, ele tinha sim sentimentos... evitar sofrimento fui tudo o que ele buscou quando se tornou vampiro a contra gosto, era o que havia lhe restado a fazer, mas como tinha refletido, tudo tinha sido tempo perdido porque o sofrimento continuava lá, ele não sabia o que havia de errado com o interruptor que desligava a humanidade dele, mas certamente veio com defeito... sim, veio com defeito porque ele continuava sentindo... e doía, doía muito e droga, ele tinha que fingir que não... ele tinha que fingir... quanta energia ele gastava fazendo isso... quantos abraços ele quis receber e não recebeu, quantos ombros ele quis encontrar para descansar a cabeça, e não encontrou, quantas vezes havia precisado de um amigo, e não havia ninguém, ninguém, nunca, o tempo todo, sempre, desde sempre... mas com Ric estava sendo diferente, de alguma maneira estranha e só deles, eles se entendiam e vinham se entendendo muito bem até aquele dia em que Damon matou Ric. E Ric tinha ficado tão zangado, magoado e seja lá mas o que for, que deixou de falar com Damon, não como crianças fazem quando brigam com seus melhores amigos, mas deixou de falar com ele de maneira adulta, da pior maneira, da que machuca mais, dando não ódio, ou raiva, ou rancor, mas indiferença... era tão PIOR ser praticamente ignorado por alguém por quem você desenvolveu afeto e alguém que você sempre espera ver quando está precisando de apoio porque sabe que vai se sentir melhor.. não de maneira egoísta, mas como forma de reconhecer que aquela pessoa lhe fazia bem, e era assim com Ric, ele sempre estava lá quando Damon fazia alguma besteira e às vezes só pra bater papo tomando um Scotch, era ótimo, mas acabou, tinha acabado há algum tempo e agora... agora era terrível porque havia acabado pra sempre, Ric estava morto e morreu para ajudar Damon que agora se considerava um estúpido por ter deixado de se alimentar... - Não... não.... - flashes de várias memórias de Damon em relação a Ric começaram a passar em sua mente, ele se lembrou de quando o conheceu na festa dos anos 50 na escola, de quando o humilhou no grill na noite do leilão dos solteiros, de quando matou naquele mesmo dia porque Ric veio enfrentá-lo para vingar Isobel, lembrou de quando Ric concordou em ajudá-lo a salvar Stefan, de quando Ric o esmurrou no final daquele mesmo dia, lembrou de como eles haviam sem querer e sem perceber se tornado parceiros no 'crime', lembrou de quando Ric matou Elijah e pediu a ele que não mentisse mais porque era seu amigo, lembrou ainda de como ele, Damon, fora insensível e canalha ao nem lhe dirigir a palavra sobre a morte da Jenna... e de quando o matou no dia em que ele tentava impedí-lo de matar o pai de Caroline... de como, a partir disso, as coisas pioraram e como chegaram até aqui.... - Não... não... sem resistir mais a dor, Damon e começou a chorar sobre o corpo do Ric que permanecia imóvel. Damon fechou-lhe os olhos ainda abertos e observava cada detalhe do corpo do Ric... ficou puxando a camisa dele e encostando a cabeça no peito dele como se fosse fazê-lo despertar... mas não.... ele estava morto... Damon estava recuperado quase totalmente -para um vampiro ficar uma semana sem sua dieta não é fatal mas debilita bem e beber o sangue de uma única pessoa, não resolve completamente, mas ajuda a ficar de pé e recuperar a força - mas não realizava o que estava acontecendo a sua volta... - Ric... Ric... você veio aqui para que eu me desculpasse, não foi?! Ok, ok, eu peço desculpas... Me desculpe! Me desculpe... anda... agora você tem que dizer que está tudo bem eu ter estragado tudo... Ric... lágrimas escorriam do rosto de Damon... ele entendeu que Ric havia morrido, mas se negava a acreditar... e continuava chamando... - Ric, Ric... Acorda, por favor, eu tenho melhor whisky para você, um 24 anos, lembra, aquele que você queria abrir no aniversário da Elena e eu me recusei? Ela está aqui... quer dizer, lá.. lá no bar... eu vou pegar.... eu vou pegar... eu vou... mas você tem que acordar... tem que acordar... - e mais choro, mais choro, e nada do Ric acordar claro.. o tempo passou, o dia amanheceu, eram 6h13 da manhã, e Damon não piscou um olho sequer, não sabia o que fazer com o corpo do Ric... e o que dizer para Elena e Jeremy? Como todos ia encarar isso? O que iam pensar dele? Mas ele não queria, ele só não teve controle... não teve... decidiu que não enterraria o corpo do Ric sem falar com Elena e Jeremy antes... mesmo que tivesse que enfrentar as priores recriminações e acusações, afinal, ele era de fato culpado, que aguentasse as consequência por não ter sido forte o bastante para resistir e não aceitar o sangue de Ric... que tivesse juntado forças para evitar que Ric o obrigasse a beber... e porque não parou quando já havia bebido uma quantidade que podia comprometer a vida dele... ele nunca teve problemas com controle, porque é que houve de ter bem com Ric... porque logo com ele? Porque?! Gostava tanto dele... o único amigo que pensou ter em toda a sua vida... o único... agora tinha morrido e por culpa dele.... e contar aos outros... tinha que contar e como ia dizer uma coisa dessas.... limpou as lágrimas que não deixaram de cair a noite toda e foi tirar o corpo do Ric do chão onde passou a noite e colocá-lo no sofá, como se fosse ficar mais confortável para ele... e o pegou no braços puxando-o pela mão direita e pôde ver... estava lá, oh Deus, estava lá... o anel.... o anel estava lá... estava lá o tempo todo então, ele acordaria... ele ia voltar... e terminando de levantar o corpo do RIc do chão, colocou-o rapidamente no sofá e começou a chamá-lo desesperadamente enquanto o sacudia sem parar... - Ric... Ric.. acorda.. acorda.. vamos.. o anel... você está usando o anel... você estava usando o anel, você estava Ric... acorda agora... eu tô mandando... acorda...

Ric: - Uuuuuuaaaaaaaaahhhhh.... uuuh... uuuuh.... cof cof.. Jesus... cof cof... o que foi?! Damon.... Damon...

Damon: - Você está bem?! Diga que sim!!!

Ric: - Você está...... está preocupado? É isso... aah, mesmo.. aaahh... cara, o que é isso, é muito pior que a pior ressaca que já tive... devo estar tendo alucinações...

Damon: - Eu sinto muito. Que você bebeu além da conta eu já sabia, é comum, mas não sabia era que tinha ficado insano... onde estava com a cabeça quando resolveu me.... foi cortado por Ric, que se apoiando no amigo vampiro foi se sentando no sofá e falou:

Ric: - Shhh... minha cabeça está doendo.. você certamente não tem uma aspirina não é...

Damon: - Porque você fez isso? Eu não ia morrer... não precisava ter arriscado tanto.. esse anel já deu problema antes... da última vez passou do tempo... e você não voltava e desta vez passou bem mais... e ... eu nem tinha visto o anel.. tem idéia do desespero que me deu, das mil coisas que passaram na minha cabeça, de como me senti responsável pelo que...

Novamente interrompendo, Ric: - Você não se cansa de se culpar por tudo... isso tem que parar Damon... não precisa ser assim, você não é culpado de tudo.. só de algumas coisas... a opção foi minha, não tem que ficar tomando pra si... não seja egoísta, a culpa é minha e eu não quer dá-la pra você...

Damon: - Aaaah, you bastard! - sorriu espontaneamente, sem perceber. Mas eu falo sério, porque fez isso?

Ric: - Porque fiquei preocupado com o seu estado.

Damon: - Tá, já colou, mas e o resto, porque todo o resto.

Ric: - Que resto?

Damon: - Não se faça de besta... você veio aqui por algum motivo... e quando começamos a conversar e acabamos discutindo, você foi me dizendo um monte de desaforos... mas no fim, estava preocupado comigo, eu notei isso. Você estava me xingando e provocando de propósito, ou melhor, com algum propósito, qual era?

Ric: - M****... Sim... eu fiz tudo com um propósito, todo o tempo eu faço essas coisas de propósito, não quero que pense, porém, que estou testando você, eu só estou querendo fazer você

Damon: - Sentir?

Ric: - Enxergar!!

Damon: - o.O' What?

Ric: - Quero que enxergue o que está na sua frente, quero enxergue aquilo que você se recusa a ver Damon... mas que coisa... será que você não percebe.

Damon: - O que é que eu tenho que perceber? Escute, eu não sei bem do que você está falando, só quero que saiba que minha única mágoa foi que até você quis que eu fosse diferente, quis que eu mudasse, que eu me tornasse melhor, será possível que eu seja tão ruim, sendo quem sou?!

Ric: - Como você se engana, não faça isso com você mesmo. De minha parte, o propósito hoje era fazer com que finalmente você parasse com isso, eu me sentia tão vazio e não sabia o que era... e descobri e assim que descobri vim parar aqui e sim, eu já sabia o que era preciso para terminar com esses altos e baixos de uma vez por todas... Sou seu amigo, porcaria, então, você pode pelo menos ter consideração pelo que eu digo... e foi bem por esse motivo, por acreditar que eu é que não era bom o bastante para você que eu me afastei... mas não dá.. nossa amizade começou de uma maneira muito inesperada. Eu vim a Mystic Falls com um objetivo claro que era te encontrar, descobrir o que aconteceu com Isobel e finalmente te matar! E como é que acabamos assim? Eu não sei, mas certamente é essa coisa que você esconde até de você mesmo que pode ter me atraído... no bom sentido, não vá dar duplo sentido às minhas palavras...

Damon: - ............... o.O *.* +.+ -.- Desculpe, estou cada vez mais confuso... concordo com um monte de coisas que você disse, mas no que eu me engano, o que é que eu escondo até de mim mesmo?

Ric: - Acredita mesmo que eu vou cair nessa de que você não sabe?!

Damon: - Se está falando dos sentimentos.... eu já disse Ric, não sou humano, eu sou um vam...

Ric: - ...piro. Eu sei o que você é, e quero que você veja que em você isso não muda nada, não mudou nada, você não deixou de ser quem é por causa disso, Damon. Ser vampiro não mudou você como você teima em acreditar e quer fazer os outros acreditarem. Pode não lhe ter sido a melhor experiência, pois pelo que sei, você não queria, mas, aconteceu e aqui está você, 145 anos mais tarde e pensando que algo mudou, quando na realidade nada mudou, você é o mesmo de sempre, e é isso que você não quer ver, é isso que está escondendo de si mesmo, é isso que está tentando esconder dos outros também... seja lá qual for o motivo para estar fazendo isso, pára agora porque não faz nenhum sentido. Imagino que faça isso para não sofrer, mas me perguntou, será que adiante? VoCê me responda sinceramente, adianta?

Damon: - Se eu fosse a esfinge, você passaria no teste...

Ric: - Você vê o que eu vejo? Fui claro agora, você entendeu o que eu queria? Pode até achar que não é da minha conta e que não deve me meter, mas eu acho que é meu direito de amigo e eu o reinvindico agora.

Sentando-se ao lado de Ric no sofá, um perplexo Damon mal conseguia concluir um raciocío para responder ao amigo. - Eu... eu vejo sim, tá bom. Eu vejo sim, é exatamente como descreveu, é assim mesmo.. é.. o peito começou a doer, o coração gelou, ele estava admitindo seus sentimentos para alguém pela primeira vez, pela primeira vez ele falava de suas fraquezas, pela primeira vez não estava sozinho com elas e era uma sensação boa e ruim ao mesmo tempo. - Eu enxergo tudo isso Ric... eu só, eu só, é que eu gosto de ficar sozinho quando..

Ric: - Gosta de ficar sozinho nada... você quer alguém para desabafar mas tem medo de ser julgado por isso. VoCê pode pensar isso de qualquer um Damon, mas nã de mi, eu nunca julguei você nem suas atitudes. A única vez que ousei lhe dar um conselho, você me mata! Mas eu admito, foi na hora errada e da maneira errada. O tom não foi de conselho, mas de bronca, e eu sei como isso o irrita e não sei que tipo de autoridade eu achei que tinha sobre você, sei lá, de repente me senti seu irmão mais velho.

Damon: - Pssssss... hahahaha

Ric: - O que?!

Damon: - Isso foi engraçado, estou alguns anos na sua frente.

Ric: - Não tem a ver com a idade, você sabe. Tecnicamente, você está preso aos 20 anos desde 1864. Então, tecnicamente, eu sou mais velho que você, já tenho 32.

Damon: - Por esse ponto de vista. - Mais um sorriso espontâneo e - Obrigado. Obrigado, Ric, por ser o único que acredita em mim, por me dar mais uma chance, obrigado por não ter morrido agora e por voltar a falar comigo e por se importar de verdade.

Ric: - Não acho que seja o único que acredita em você, ou que se importa, ok?

Damon: - É sério? ¬¬'

Ric: - Claro que é!

Damon: - Acredito, então.

Ric: - Olha??!!

Damon: - O QUE?!

Ric: - Não percebeu?

Damon: - Ah, pára com os enigmas por favor?!! Fala logo o que é!

Ric: - Hoje você aprendeu sobre boas maneiras. Indiretamente, acabei fazendo você se 'comportar'...

Damon: - Iiiiih... esse papo não... por favor...

Ric: - Não é isso... preste atenção, hoje você me pediu desculpas, agora está me agradecendo, você sorriu pelo menos 3 vezes, que eu vi, e se preocupou ao ponto de chorar.

Damon: - Você não deixa passar nada, não é?!

Ric: - Nunca.

Damon: - Hoje você me expôs a uma prova de fogo, Ric, e vampiros não gostam de fogo, sabe.

Ric: - Mas como você sente agora, no final?

Damon: - Aliviado. Shit, eu me sinto leve.

Ric: - Good! Está feito. Terminei meu trabalho. Hoje a noite te espero no grill, ou venho aqui para...

Damon: - Hoje a noite coisa nenhuma! Agora mesmo, porque você bebeu até cair, mas eu não bebo uma gota de álcool há dias... Vamos abrir aquele 24 anos?! - E pegando a garrafa que esta na mesa de centro, abriu-a e enxeu dois copos que estavam por perto, serviu ao Ric e a si mesmo. - Vamos até a lareira... ?

Ric: - Você está 100%?

Damon: - Depois disso, estou 150%, 200%... e já que de repente me tornei uma manteiga.. preciso lhe fazer uma declaração.

Ric: - *.* VoCê não faz o meu tipo!!!! ¬¬

Damon: - ¬¬ É sério, idiota. Você o melhor amigo idiota do mundo! Você é meu melhor amigo, você é meu amigo de verdade. - uma lágrima singela se formava nos olhos do Damon, mas desta vez não estava doendo.

Ric: - Está chorando?! Aaaaaah...

Damon: - Não força. É que voou algo no meu olho....

Ric: - Sure...

Damon: - É verdade...

Ric: - Yeah, yeah.

Damon: - Não tá acreditando em mim?

Ric: - Não, sério, eu tô! Acredito sim... acredito que um péssimo mentiroso... me dá mais uma dose...

Servindo mais uma ao seu melhor amigo idiota, Damon: - Shut up, Ric! Eu sei que está usando seu anel... não me irrite de novo...

Ric: - Ei!!

O resto daquele dia que mal começava e já estava embebido num dos melhores whiskies da adega Salvatore, correu tranquilo e nesse clima de fraternidade. Era difícil e estranho para Damon esse tipo de coisa acontecendo com ele, mas finalmente ele decidiu se entregar, estava tão cansado de ter que lutar contra isso, ele reconheceu, nas palavras do Ric sobre ele, o quanto era verdade que aquela era a real natureza dele, que de fato, ter se tornado vampiro não havia modificado sua personalidade e caráter tão fortes desde que ele se conhecia por gente... o que aliás ele também não deixou de ser, só por ser vampiro. Ele entendeu que não precisava ser uma criatura, uma aberração, não precisava se sentir um monstro só porque nem todos eram capazes de compreendê-lo na sua essência. Um dia, se ele pudesse mostrar essa real natureza, quem sabe, essas pessoas entendessem, e entre estas pessoas estava Elena. Mas ela já havia percebido grande parte do que Ric percebeu, ela só não teve a sua perspicácia e ou talvez a maturidade necessárias para fazer Damon colocar seu sentimentos para fora. Ela havia tentando, por muitas vezes pediu que ele parasse de fingir, mas era sempre aquele tom de exigência e no imperativo, o que absolutamente irritava Damon. No fundo, bem no fundo, ela sabia o cavalheiro que estava por trás daquela couraça que evitava, ou tentava que, ele se machucasse. Mas agora que Ric tinha acreditado nele, tinha lhe dado essa chance, ele decidiu dar-se uma chance também. Quem sabe se ele ao menos tentasse, não seria melhor que se esconder e se anular. Quem sabe se assumir o que sentia fosse lhe trazer algumas boas surpresas... quem sabe?! Ele não sabia, mas estava muito disposto, disposto mesmo a arriscar e com um melhor amigo como esse, grandes eram as possibilidades disso dar certo.

3º Capítulo - Eu sei...

Na residência dos Gilberts

Stefan, você não pregou os olhos. Elena perguntava preocupada.

Stefan: - Não consegui dormir nem por um segundo, passei a noite inteira pensando no que me disse e tem razão, eu não devia ter fugido, mas mais uma vez eu fui covarde, Elena, e Damon não vai me perdoar. Não vai. Nunca.

Elena: - Não acredito nisso Stefan, acredito no amor que Damon tem por você, e você por ele. Você também devia acreditar. São irmão e nada vai mudar isso. Eu quero que você vá lá agora mesmo e pare de se atormentar. Vá conversar com ele. Ele precisa ouvir isso de você. E não quero uma conversa de meias palavras. Eu vou com você.



Ric: - God, eu bebi demais outra vez.

Damon: - Conte uma novidade, brother

Ric: - Psssss... - Ric não conseguia se levantar sozinho, estava tonto mas era de tanto beber, de novo. - Ressaca, seguida de morte e retorno, mais uma ressaca. Isso não poderia ter dado em coisa boa... hahahaha

Damon: - Não poderia! Você está morto... no sentido figurado... então.. é melhor que vá pra casa... eu te levo, você não consegue chegar até a porta. Vamos para casa, papai Gilbert.

Ric: - Shut up.. Eu... uooooooou... - Damon ergueu Ric nos braços e foi saindo da mansão Salvatore em direção do seu Camaro 1967 conversível. Colocou-o no banco do passageiro, assumiu o voltante e dirigiu até a casa dos Gilbert.



Stefan, você já está pronto. Elena saía do banho e conferia se Stefan estava em casa, ela não queria que ele fugisse dela também. Estava preocupada com todo o transtorno mental pelo qual o namorado havia passado. Só agora ela entendia de verdade o que aconteceu a Stefan. Nada era por que ele realmente queria, estava sendo controlado por Klaus, mas graças a Deus, o pesadelo havia acabado. Estava tudo bem agora, mas restava essa última tarefa, que não era exatamente uma tarefa... Ela havia notado a distância de Damon, de como ele havia se afastado e ela pode sentir o porque. Era para que ela e Stefan fossem felizes, ele abriu mão do que sentia pela felicidade dos dois. Ele entendeu, e não foi egoísta, e só nessa atitude ela pode perceber que ele nunca foi... nunca foi egoísta... não... egoísta não... ela conseguiu enxergar a doçura de Damon, mas bem agora, ele tinha se afastado e ela não gostava nada disso. Ela amava Stefan, estava certa disso, mas amava Damon de um jeito diferente, fraternal, e queria tanto estar por perto e cuidar dele também. E Stefan ter fugido dele não ajudou nada. Damon provavelmente pensava que era um obstáculo para a felicidade deles, mas naõ era, para que eles fossem completamante felizes, a presença de Damon era indispensável. Ela sabia que podia doer vê-la com Stefan, mas isso não mudava o fato de ela precisar do Amigo Damon, aquele que a fazia sorrir mesmo nos dias mais escuros, que a fez valorizar a si mesma, que a fez enxergar novas dimensões de si mesma... ela devia isso a ele, que apesar de amá-la tanto, sempre a respeitou e sempre cuidou dela, sempre esteve por perto quando ela precisava e nunca, nunca a rejeitou, mesmo quando ela o magoava tanto. Tanta vezes ela havia sido rude com ele porque não o conhecia profundamente, quantas palavras ásperas ela havia dirigido a ele em alguns momentos com o objetivo puro e simples de ferí-lo. Ela estava arrependida também e estava indo com Stefan porque também queria dizer isso a Damon, abertamente, claramente, por tudo em pratos limpos e tinha a esperança de que ele ia perdoá-la. Sim, e perdoar Stefan também. Tudo que Damon fez e todos os riscos que ele havia corrido para salvar Stefan só provaram a Elena que Damon ama Stefan incondicionalmente, assim como Stefan também ama o irmão mais velho. E vê-los juntos e se dando bem era o que ela mais queria depois de ter Stefan de volta. Portanto, era a única coisa que faltava. Fazer os irmãos se entenderem de novo. Era o que estava determinada a conseguir, e faria o que fosse preciso.

Elena: - Stefan, onde você está? Eu já estou pronta. - Stefan apareceu na porta do quarto.

Stefan: - Também estou.

Elena: - Então vamos. E foram indo em direção as escadas e pararam surpresos, principalmente Stefan, que não ouviu nada antes.

Elena: - Damon?!

Damon: - Boa tarde. Sei que não é hora, mas estou trazendo uma encomenda especial. Preciso por o papai Gilbert na cama. - Sorriu sarcástico.

Elena: - Ele está bem?! Vocês não..

Damon: - Nós não.. Elena.. Só conversamos e chegamos a um denominador comum. Está tudo bem, só estamos bêbados.

Elena: - Eu percebi.

Stefan: - Damon...

Damon: - Hey Stef. - Damon agia como se nada tivesse acontecido, estava agindo naturalmente. Mas na realidade, por dentro, estava travando um conflito recém aprendido. Mostrava seus sentimentos para eles também? Será?! Com Ric funcionou, porque naõ funcionaria com Elena e seu irmão? - Ééé.... How are you doing, brother? - sorriu um sorriso nervoso e sem graça.

Stefan não pensou, não falou, não conseguiu responder a pergunta. Sua reaçaõ foi uma só, correu em direção ao irmão e deu um salto para cima dele como se ele tivesse uns 5 anos de idade e só parou quando percebeu que estava no colo do irmão, sendo segurado por ele, que supreso, arregalava os olhos azuis e brilhantes. - Stef... disse baixinho...

Stefan: - ME PERDOE, ME PERDOE, EU FUGI, EU SOU UM COVARDE, DAMON, EU SEI QUE SOU, ME PERDOE. POR FAVOR.. POR FAVOR.. EU EXPLICO TUDO, É SÓ ME DEIXAR EXPLICAR, EU VOU EXPLICAR.... MAS A CULPA É MINHA, SÓ MINHA... FUI EU QUE... - Damon o interrompeu pondo os dedos em seus lábios, dizendo: - Shhhh, baby brother. Shhh.. I know.. I know.. não tem que me dizer nada, explicar nada, justificar nada... está tudo bem.... você está bem, está tudo bem, entendeu?!

Enfiando a cabeça no peito de Damon, Stefan teve que dizer: - Mas eu preciso falar e você precisa ouvir. É importante, eu sei que você quer ouvir, me deixa... - novamante foi interrompido por Damon.

Damon: - Eu tenho certeza de tudo o que você quer me dizer Stefan, eu sei o que voc~e sente, você se esquece que sou irmão mais velho? Te conheço melhor do que você mesmo, eu sei o que você quer me dizer, sei tudo, mas também sei que tudo que você quer me dizer é, ao mesmo tempo, tudo que eu preciso ouvir. E tudo que eu preciso ouvir, little brother, se resume em três palavras. Estas três palavras são as mesmas que eu quero dizer a você há tanto tempo. Mas você está na frente, pode dizer primeiro. Stefan começou a chorar como um bebê, e até soluçava.

Stefan: - Podemos dizer juntos, brother?

Damon: - Claro... podemos sim... quando estiver pronto. - Stefan podia sentir a ternura no abraço e nas palavras de Damon. Tão doce... de Damon tinha mais embebedado Ric do que propriamente bebido whisky... e estava tão envolvido no abraço do seu querido little brother, um abraço que há tanto tempo ele queria dar e receber... era tão bom.. era como quando eram crianças.. como daquela vez especial que Stefan se machucou caindo nas roseiras da Sra. Palm, que cuidava com tanto carinho das flores de Veritas, a antiga propriedade dos Salvatores, onde eles passaram toda a sua infância e juventude. Stefan havia se arranhado um monte porque tentando sair das roseiras, foi se rasgando nos espinhos. Eram rosas selvagens, espinhos fortes e ele tinha apenas 6 anos. Damon tinha 9, eram só 3 anos de diferença entre os irmãos, mas se sentia tão mais velho, tão mais responsável. Nessa época, as surras que levava do pai eram costumeiras, rotina, e ele não queria que Stefan passasse pela mesma coisa, então, ficava sempre de olho no irmão e o protegia qualquer coisa que pudesse lhe acontecer que também irritassem o pai, tinha medo que Giusseppe fosse tão duro com Stefan com era com ele... mas naquele dia, naquele dia, Damon estava estudando com o tutor dentro de casa, e estava tão atraído pela biologia, amava bichos, que fascinado pelo livros e pelas informações que o tutor lhe trazia e ensinava, havia esqueci que Stefan estava também em casa e que brincava lá fora. Stefan caiu nas roseiras perseguindo Lorenzo, um dos Pastores alemães que guardava a fazenda, era o cão preferido de Stefan e Damon porque adovara brincar com os meninos. Lorenzo era também o mais novo dos cães, fruto da última ninhada de Valentina, a matriarca canina de Veritas. Eles se dava muito bem com os irmãos Salvatore, mas Stefan tinha essa mania de querer puxar-lhe o rabo e provocar, o que Lorenzo repudiava e para escapar do pequeno Stefan, corria como louco. Sempre em direção das roseiras da Sra. Palm que ficava muito zangada quando o cachorro estragava-lhe o jardim. Enfim, o fato era que Damon só ouviu os latidos de Lorenzo e em seguida o choro de Stefan e desceu correndo as escadas da mansão, saiu para o jardim e encontro Stefan ainda preso nas roseiras sem conseguir sair por que cada vez mais se espetava e arranhava nos espinhos. Ah, ele ficou arrasado ao ver seu irmãozinho assim, todo machucado, e se apressou em tirá-lo de lá, afastando os espinhos, soltando as enganchadas dos galhos na roupa de Stefan e o abraçou contra o peito. *"- Ah, Stefan, voce vai ficar bem, irmãozinho, vai ficar tudo bem. Vem cá, deixa, eu te ajudou, confie em mim. Vem... segura aqui, vem.. vamos... vamos lá para dentro, Margareth vai nos ajudar... tá bom?! Ela vai fazer os curativos e vai sarar... tá?! - Stefan: - Tá... snifs" - Damon: - Desculpe não estar brincando com você hoje... eu estava estudando, mas eu prometo que brinco sempre e você não vai mais se machucar, tá bom?! --- naquela idade e ele já se sentia todo responsável---* Stefan sentia exatamente aquele conforto que sentiu nos braços de Damon naquele dia... ambos recordavam deste mesmo momento ao mesmo tempo e se lembraram do que disseram naquela hora, simultaneamente... sem programar, sem pensar... e agora, no tempo presente, a situação se repetiu: - EU TE AMO, disseram juntos e se abraçaram mais forte.
Ric pôde presenciar a cena junto de Elena pois havia acordado alguns minutos antes. Sentiu-se orgulhoso do amigo... estava feliz por ele.. por eles, afinal, Stefan também era seu amigo. Elena chorava muito, ela não esperava que o que ela mais desejava fosse acontecer diante dos olhos dela tão rápido, tão cedo, não sem algum trabalho, o trabalho de conversar com Damon, de fazê-lo demonstrar seus sentimentos. Ela não imaginava que Damon e Ric tinham tido um longo período de reflexão e de conversa. Ela não imaginava que Damon tinha voltado a ser o Damon que sempre foi... e um Damon que talvez ela não conhecesse, porque não lhe deu as chances de que ele precisava. Mas agora estava ali, diante dela, um novo/velho Damon. E era tão lindo vê-lo se dar bem com Stefan. Era maravilhoso. Só faltava a ela pedir desculpas a ele. E ela o faria, assim que os irmãos tivessem tido seu momento, um momento que há muito eles precisavam e desejavam ter um com o outro. 145 anos sem um abraço, sem uma palavra de carinho, com tantos contratempos durante esse percurso, ah, era tempo demais. Era merecido que passassem o maior tempo possível naquele abraço.

Mais tarde, com Stefan de volta a mansão Salvatore e em seu quarto, ele dormia finalmente e talvez fosse a sua melhor noite de sono em muito tempo. Damon estava lá, olhando enquanto o irmão dormia. Sentado numa cadeira, ao lado da cama de Stefan, ele passava a mão nos cabelos do seu baby brother e prometia: - Eu vou cuidar de você, e para sempre ficaremos juntos e nada, nem ninguém vai nos separar de novo. - Stefan não acordou, mas se mexeu para o lado e sentindo uma mão em seu rosto, a puxou para perto de si, trazendo-a para o seu peito. E sussurrou: - Brother...

Passado algum tempo, umas 2h, mais ou menos, a campainha tocou. Damon teve de deixar Stefan e desceu para receber Ric e Elena que chegavam. Ric foi com ela, mas ela é queria conversar com Damon a sós. E assim foi. Damon e Elena foram até a biblioteca e lá Elena começou a falar: - Damon, eu... me desulpe por sempre julgar você e sempre exigir uma postura diferente de você sem ao menos ter te conhecido de verdade. Eu fui muito injusta muitas vezes, e rude, e te magoei, e me arrependo e eu preciso que...

Damon: - Hoje é meu dia de sorte. Estão todo me pedindo perdão, quando na realidade, fui eu quem causou mais transtornos por aqui, isso pelo menos se for na contagem de pontos, Elena. Eu instaurei o caos desde que cheguei em Mystic Falls, especialmente com você, Elena, portanto, não me deve desculpas. VoCê é uma companhia muit agradável, se quer saber... E eu fiquei, eu fui... eu estou feliz ao seu lado, Elena. É o que importa, não é?!

Elena: - É o que eu mais quero, que você seja feliz. Que sejamos amigos, como temos sido, e que você me perdoar por ter sido tão intransigente com você.

Damon: - Elena..

Elena: - Damon... por favor..

Damon: - Se é tão importante assim para você, eu vou dizer as palavras: Sim, Elena, eu a perdoo.

Elena: - Não quero que diga porque é importante para mim, quero que diga porque tem significado para você, que seja sincero, que esteja realmente me perdoando por isso.

Damon: - Eu disse com sinceridade, mas confirmo se você também puder me perdoar por todas as minhas... travessuras?!

Elena sorriu e depois riu e respondeu: - É claro que sim. Você fez tudo para me proteger. Eu te agradeço tanto por isso. Obrigada Damon, disse Elena e abraçou o vampiro. Desta vez, ninguém chorou, só sorriu. Elena estava muito satisfeita por ter sido perdoada por Damon. Era tão bom que as coisas finalmente estivessem se desenrolando tão bem... ela mal podia acreditar, mas era verdade, era sim. Era verdade. Que bom! Que bom que era verdade!

Damon: - Não quer subir um pouco e ficar com Stefan. Ele precisa de você.

Elena: - Ele precisa de você também. Não quer ir no meu lugar esta noite.

Damon: - Tem um ganso atrás da porta que vai me prender aqui embaixo mais um pouco de tempo. Pode subir, depois eu apareço.

Elena entendeu que o ganso só podia ser o Ric. E ela assentiu e saiu da biblioteca, revelando um Ric que tentava disfarçar.

Ric: - Boa noite, Elena.

Elena: - Boa noite, Ric. - Elena saiu e subiu rapidamente as escadas até o quarto de Stefan.

Damon: - E... o ganso quer?

Ric: - O ganso esqueceu uma coisa na conversa de hoje bem cedo.

Damon: - Hummm.... Eu sei o que é.

Ric: - Sabe?

Damon: - Eu sei.

Ric: - E o que é?

Damon aproximou-se do amigo ganso e lhe deu abraço apertado também. - Era só isso que estava faltando não era?
Foi o que veio buscar aqui, não foi?

Ric: - Foi... é... você já sabia mesmo.

Damon: - Eu também te decifro, ganso. Estamos indo muito rápido com essas aulas, Ric, é o 3º abraço do dia... está me assustando.

Ric: - Não me chame assim, é esquisito. E não estou te dando aulas.

Damon: - Sabe o que é esquisito? Esquisito é ficar escutando conversa alheia atrás da porta.

Ric: - Você fala, mas pode escutar qualquer coisa de longe.

Damon: - Humm.. Tem razão.. mas calma, está perdoado pela gafe.

Ric: - Ok...

Damon: - Ok...

Ric: - Ok...

Damon: - É, ok, e já pode me soltar agora.

Ric: - Ah, tá, é mesmo.

Damon: - Sabia que você ia ficar atrapalhado. Isso de sentir também é novidade para você, não é!

Ric: - 1) Sentir não é novidade para você, lembre-se que você só esconde o que sente, mas sente. 2) Sim, pode ser que eu também tenha dificuldades para expressar os meus sentimentos. 3) Talvez tenha sido isso que me aproximou de você. e 4) Whatever?!

Damon: - 1) Eu sei. 2) Eu sei, Ric. 3) Eu sei, mesmo. e 4) Whatever?! O que eu não sabia era que ia gostar tanto de um curso de etiqueta!

- Fim