Diários do Vampiro
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Mensagem por Den!se ;D Sáb Fev 25, 2012 1:12 pm

Meninas esse caps ficou mega parado e chato, mas eu precisei dividir ele pra nao ficar tao enorme, espero que vcs nao desistam de mim
bjao lindas
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Mensagem por Mari-Chan Sáb Fev 25, 2012 3:34 pm

Ooi floor *-*
Claro que não vou desistir da sua Fic, além dela estar simplesmente M-A-R-A bounce
E esse capitulo foi muito bom, estou querendo mais hein hehe'
Beijos I love you
Mari-Chan
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Mensagem por Bia Pierce Qua Fev 29, 2012 9:22 am

Ownnnt
Adorei os caps
to gostando do Troy
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Mensagem por Den!se ;D Qui Mar 01, 2012 12:46 pm

Marih Salvatore escreveu:Ooi floor *-*
Claro que não vou desistir da sua Fic, além dela estar simplesmente M-A-R-A bounce
E esse capitulo foi muito bom, estou querendo mais hein hehe'
Beijos I love you

Oi linda *--*
fico super feliz por vc nao desistir amr, obg =)
Que bom que vc gostou, vou tentar postar mais no fim de
semana
bjos linda
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Mensagem por Den!se ;D Qui Mar 01, 2012 12:48 pm

Bia Pierce escreveu:Ownnnt
Adorei os caps
to gostando do Troy

Bia que bom que vc gostou linda *--*, super feliz aqui =)
o Troy vai aparecer bastante daqui pra frente tomara que vc continue gostando
dele kkkk
bjao flor
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Mensagem por Den!se ;D Ter Mar 13, 2012 12:53 pm

Amres desculpa pela demora, é que ultimamente esta dificil arranjar tempo, mas assim que possivel eu posto a continuação =)
bjao lindas
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Mensagem por Keroll Salvatore Ter Mar 13, 2012 12:59 pm

Manaaaaaaaa, desculpa essa sua mana sumida? >__<
Pode até brigar cmg se quiser, dessa vz eu mereço! #fataço
Mas prometo q loguinho eu volto pra comentar tdinho q perdi dessa história maravilhosa viu?
Bejoooo mana linda, desculpa o sumiço viu?
Amucê!
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Mensagem por Den!se ;D Sáb Mar 24, 2012 5:20 pm

Keroll Salvatore escreveu:Manaaaaaaaa, desculpa essa sua mana sumida? >__<
Pode até brigar cmg se quiser, dessa vz eu mereço! #fataço
Mas prometo q loguinho eu volto pra comentar tdinho q perdi dessa história maravilhosa viu?
Bejoooo mana linda, desculpa o sumiço viu?
Amucê!


Wonn mana sem problemas, quando vc ter tempo vc aparece por aqui =)
mana se for pra mim brigar com vc vai ser so pq vc esta demorando muito pra postar caps novos na sua fic rumm, fica me deixando curiosa
wonn mana sme pressa e amravilhosas sao suas fics isso sim #fataço
bjao mana, e sem problemas quando der tempo vc aparece Wink
te amo mana I love you
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Mensagem por Den!se ;D Sáb Mar 24, 2012 5:24 pm

Lindas super desculpa a demora, ams estava sem tempo por causa da escola e tudo mais, mas agora adiantei alguns caps, e no maximo ate amanha eu ja posto ok?
espero que vcs continuem acompanhando e desculpa mesmo pela demora é que eu estava mea sem tempo
bjao lindas e obrigada por acompanharem
I love you
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Mensagem por Den!se ;D Sáb Mar 24, 2012 10:40 pm

Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 33pdik2

Capitulo 28 - Cada possui sua própria história

Samantha saiu da estrada e se sentou apoiando as costas em uma árvore. Troy a acompanhou sentando-se ao seu lado.

-Não entendo, por que você chamou seu pai aqui? Isso não vai ajudar em nada e será perigoso tanto para você quanto para ele. O que você pretende com isso? – Troy perguntou desconcertado.

-Eu preciso falar com ele.

-Ele pode não aceitar bem o fato de você ser uma vampira, por mais que tentamos Samantha nunca seremos humanos novamente. E você ainda não está em condições de conviver com humanos.

-Sei disso. Só quero alerta-lo, preciso ter certeza que ele esta sabendo de toda a verdade. Ele precisa matar Katherine. Eu não posso entrar lá então ele e a única solução que me sobra. E tenho certeza que meu pai ira querer acabar com ela tanto quanto eu. Ele pode me odiar por eu ser o que sou agora, mas não posso pensar somente no que ira acontecer comigo sabendo que minha família está em perigo. A cidade esta tendo um ataque de vampiro atrás de outro, meu pai sabe como mata-los, agora ele precisa se apurar e terminar com isso de uma vez por todas antes que seja tarde de mais.

-Você também sabia sobre os vampiros antes de ser transformada?

-Descobri alguns dias antes.

Samantha teve a lembrança desagradável do Sr. Lockwood a enchendo de difamações. Naquela época nada fazia sentido, mas agora tudo estava mais claro.

-Troy?

-Sim?

-Já ouviu falar sobre os Lockwood’s?

Troy ficou surpreso ao ouvir o nome:

-Na verdade sim, eles são uma das famílias de lobisomens.

Samantha assentiu.

Então era esse o motivo dele odiar seu pai e odiá-la. Ele tinha medo.

-Mas por que a pergunta?

-Curiosidade. Conheci um deles. – suas sobrancelhas se uniram de uma forma pensativa – lobisomens podem viver normalmente?

-Nem todos eles se transformam, e os que se transformam e somente na lua cheia. Mas eles não são uma grande coisa, representam perigo para os vampiros é claro, pois com uma única mordida eles podem matar, mas mesmo assim eles não estão nem perto de serem os mais fortes. E também hoje em dia existem poucos, os Venator’s acabaram com a grande maioria.

-Como eles são?...Quero dizer... Os Venator’s?

Troy assumiu uma expressão assombrada:

-Não sei explicar direito, eles são mais fortes que qualquer vampiro ou lobisomem, talvez os originais consigam ficar ao mesmo nível de força que eles, mas mesmo assim eles são abomináveis.

Samantha puxou a imagem de seu pai na memoria, ela não conseguia imagina-lo como abominável, ele poderia até assustar por seu tamanho, mas a imagem dele apavorando alguém simplesmente não se encaixava.

-Você já viu um deles?

-Sim. – respondeu com a voz embargada – Até hoje tenho pesadelos, e olha que vampiros não são de sonhar e muito menos ter pesadelos, mas é impossível apagar da cabeça. Tive muita sorte em conseguir escapar.

-Como você conseguiu sair vivo?

-Como disse por pura sorte.

Samantha ficou em silêncio por alguns momentos, Troy também não disse mais nada.

-Irônico. –Samantha bufou sem emoção.

-O que? – Troy perguntou a encarando.

-Me tornei justamente o que meus dois pais sempre quiseram exterminar.

-Você não se tornou isso por vontade própria.

-Da no mesmo.

Troy não falou mais nada.

Samantha pegou um graveto e começou a rabiscar a terra. Troy começou a quebrar uma folha seca com as pontas dos dedos.

Ela não sabia ao certo o que a levava a confiar nele, só sabia que confiava. Era como se ele possuísse uma aura que transmitisse calma. Sua presença a tranquilizava, apesar de tudo.

Ela se virou o encarando. Seus cabelos loiros estavam bagunçados, formando um emaranhado de fios cor de ouro. Seus olhos seguiam os movimentos de seus dedos.

-Você disse que geralmente os vampiros transformam humanos por possuírem uma forte ligação com o humano em questão. Então... Como foi? Quem te transformou?

Troy terminou de picotar a folha, seus olhos se desviram para o horizonte, sua postura ficou tensa como se visse algo que Samantha não era capaz de enxergar.

Ela se arrependeu de ter feito a pergunta. Com certeza traria lembranças que ele se esforçara para esquecer.

-Não precisa responder, eu só pensei... Bem só pensei... Deixa pra lá, nem eu sei o que pensei.

Troy riu da reação dela.

-Está tudo bem, você me contou sobre sua vida, agora é minha vez.

Seus olhos cintilavam, Samantha não sabia dizer de que tipo de emoção.

-O nome dela era Jane.

Sua voz ganhou algo que lembrava o tilintar de sinos ao pronunciar o nome.

-Era o ano de 1642, eu estava com dezoito anos, meu pai havia morrido há pouco tempo em uma guerra local, naquele tempo por incrível que pareça era pior do que é hoje, qualquer discussão já ganhava uma importância maior, e todos buscavam poder. Ele foi atingido por uma flecha do exercito inimigo, eu o vi cair na minha frente, mas sobrevivi. Minha mãe não reagiu tão bem quanto eu, ela adoeceu em pouco tempo. Nós éramos pobres e eu precisava arranjar dinheiro para conseguir comida e remédios. Continuei a cuidar do pequeno pedaço de terra que tínhamos e arranjei um emprego na venda da vila. Quando arranjava uma folga ia caçar. Consegui dar conta de conciliar minha nova rotina, minha mãe não piorava, mas também não melhorava, era angustiante vê-la daquela maneira sem poder fazer mais nada. – seu rosto se contorceu agoniado – Mas tudo melhorou quando Jane apareceu. Eu estava na venda trabalhando quando ela chegou. Lembro-me como se fosse hoje quando a vi pela primeira vez. Seu vestido era de um lilás cheio de babados, seus cabelos eram de um ruivo avermelhado e caiam em perfeitas ondas até o meio de suas costas, eles davam um destaque incrível aos seus olhos de esmeralda.

Conforme Troy falava o brilho de seus olhos aumentavam.

-Não fui somente eu que fiquei embasbacado ao vê-la. – ele riu - até mesmo as mulheres a olhavam com inveja, mas ela ignorou a todos. Dirigiu-se diretamente a mim, – Samantha se assustou com a gargalhada repentina – eu fiquei mais imóvel que uma estátua, não sabia o que fazer e ainda estava me derretendo por ela. Ela chegou e perguntou se havia alguma pensão no povoado, gaguejando respondi que sim, e não sei da onde consegui reunir forças pra perguntar se ela queria que eu a levasse até lá. Ela disse sim. – Samantha imaginou se alguma hora os olhos dele iriam deixar de aumentar o brilho – Conversamos pouco durante o trajeto, ela não era de falar muito, e achei que seria melhor eu ficar calado ao invés de falar alguma bobeira, mas mesmo assim com o pouco que conversamos fiquei ainda mais fascinado por ela. Aos poucos nos conhecemos mais. Virei uma espécie de guia turístico dela. Cada vez passamos a nos ver com mais frequência. Quando percebi não havia mais jeito, eu já estava completamente e perdidamente apaixonado por ela de uma maneira que achei que fosse impossível ocorrer fora dos livros de romance. E o melhor: ela me correspondia. – Seu sorriso se alargou - As coisas foram acontecendo de modo natural, não havia motivos para pressa. Foi quando ela me disse o que era que eu soube que realmente era pra ser, eu não senti medo nenhum ao descobrir que ela era vampira isso não era problema para mim, eu a amava e ponto. Tomei coragem para pedi-la em namoro, ela aceitou. Eu literalmente pulei ao ouvir a resposta dela, sempre a achei muito para mim, ela era de certa forma diferente de todas, não somente por ser vampira e ser a mulher mais linda que eu já havia visto, ela era única, e era minha.

Troy parou olhando fixamente para frente.

-Por que “era”? –Samantha o incentivou a continuar, era agradável ouvir Troy falar, e se concentrando na história dele ela podia esquecer a sua própria história por alguns instantes.

-Tudo começou a desandar de uma hora para outra. As pessoas daquela época acreditavam mais em lendas do que acreditam hoje em dia, e sempre haverá algo que ira nos diferenciar dos humanos. Eles começaram a desconfiar dela, a perseguiam por todo lado, ela continuava tentando ser o mais humana possível, mas a situação não poderia continuar daquele jeito. Convenci minha mãe a ir embora conosco, poderíamos até mesmo procurar algum tratamento para ela. Mas tudo foi rápido de mais, no mesmo dia que decidimos que iriamos partir começamos a organizar as coisas. No dia seguinte Jane foi para minha casa logo de manha para nos ajudar com o que faltava. Algum tempo depois dela chegar fomos buscar água para termos durante a viagem, Jane aproveitou para ir caçar alguma coisa, não demorei a voltar, mas foi o suficiente para eles. Quando voltei a casa estava em chamas, Jane ainda não havia voltado - as mãos de Troy se fecharam em punhos, pela primeira vez Samantha conseguiu identificar perigo nele - ninguém se importou que houvesse humanos lá dentro, eles queriam acabar com Jane, e estavam dispostos a pagar qualquer preço por isso. Mas eles se esqueceram de conferir se Jane estava mesmo lá dentro. Assim que vi a casa em chamas não parei para pensar e me lancei em direção a ela, minha mãe estava lá dentro, eu não poderia simplesmente ficar parado. Eu a achei e tentei escapar do fogo, mas havia pedaços da casa desmoronando por todo quanto é lado. Quando cheguei à saída a porta estava quase toda bloqueada, o espaço era o suficiente para passar um de cada vez, passei minha mãe na minha frente e a empurrei para fora, mas antes que desse tempo para que eu saísse algo desabou e eu fiquei preso.

Os olhos de Samantha se arregalavam conforme Troy falava.

-Quando acordei Jane estava de volta e eu não estava mais dentro da casa. Ela havia levado minha mãe para a curandeira da cidade sem que ninguém a visse e compeliu a mulher pra que cuidasse dela, mas antes de ir ela havia me tirado da casa e me transformado. Eu senti a mudança assim que abri os olhos. No começo fiquei meio confuso por não saber exatamente como me sentir, eu poderia viver com Jane por toda a eternidade e isso era algo que me animava, mas eu sempre tive o coração mole demais, fazia o possível pra não magoar as pessoas. Sempre me disseram que nasci com defeito, que não possuia o equilibrio entre o bem e o mal, só savia ser bonzinho, até demais, e agora eu teria de matar para sobreviver. Mas meu amor por Jane era forte o bastante para que eu arranjasse um jeito de superar isso. Eu estava acorrentado ao sangue, mas contanto que eu tivesse ela estava tudo bem. Mas é claro que as coisas sempre são mais difíceis do que imaginamos. Você sabe como os sentimentos ficam em um nível maior, eu parecia uma bomba relógio prestes a explodir de preocupação, por mais que Jane dissesse que minha mãe estava melhorando e que não era para eu ir visita-la eu não me segurei, escapei dela e fui ate a casa da curandeira, estava toda fechada, mas arrombei uma janela e entrei. Eu precisava vê-la, precisava ver com meus próprios olhos que ela estava se recuperando, eu sabia que não poderia continuar morando ali, sabia que teria que partir, mas não queria deixa-la, queria ela junto, precisava dela comigo, ela era minha mãe.

Samantha não queria mais ouvir o final, as lagrimas já começavam a queimar sues olhos, ela sabia o que viria agora.

-Eu havia me alimentado antes de ir visita-la, achei que estava preparado. – Sua voz não era mais que um sussurro – Quando cheguei ao quarto dela, ela estava acordada. Assim que me viu seus olhos ganharam um pouco mais de vida. Ela sempre havia me compreendido. Sempre ficara ao meu lado. Eu a amava. Eu me aproximei dela e a abracei. Nos breves instantes que a abracei senti que estava tudo bem, tudo voltaria ao normal. E então aconteceu... Eu tentei, eu tentei muito, mas foi mais forte do que eu. Eu matei minha mãe. Eu não havia conseguido me controlar.

Seu rosto adquiriu uma expressão vaga. Samantha o encarava sem saber o que dizer.

-Então eu desliguei. – Troy continuou – Nós vampiros temos a capacidade de desligar nossos sentimentos, você possui as memorias, mas elas são desprovidas de qualquer cor ou valor. – explicou - Não foi intencional, Jane havia me falado sobre isso, eu só procurava um meio de parar a dor e acabei fazendo isso.

Samantha desde o primeiro momento havia sentido que era possível fazer isso, mas tentara esconder dela mesma essa possibilidade, ela era muito tentadora.

-O que aconteceu em seguida? – pediu tentando esquecer o que Troy havia dito por ultimo.

Troy a encarou por um momento antes de prosseguir.

-Jane continuou do meu lado, mesmo que eu a ignorasse, todos meus sentimentos estavam escondidos, eu não sentia mais nada por ela, atração quem sabe, apenas atração física, mas nada além disso. Foi assim durante quase um ano, nos havíamos deixado minha cidade de nascença, e vivíamos mudando de um lugar para o outro. Jane tentava me manter mais humano possível, mas eu não queria isso. Eu havia me tornado um verdadeiro monstro. Deixado tudo de lado. Até que aos poucos eu fui me dando conta, e fui voltando a religar tudo o que sentira um dia. Foi difícil. Muito difícil, uma enxurrada de sentimentos me alcançando tudo de uma vez. Ao menos eu estava de volta. De volta a ser quem eu nunca devia ter deixado de ser. Eu voltara a amar Jane, e ela ainda me amava. A partir daí cada instante que passei com ela foi especial. Momentos impossíveis de esquecer.

Samantha franziu a testa, pensativa.

-Onde ela está?

-Busco essa resposta já faz mais de dez anos. Eu acordei e ela simplesmente havia sumido. Como se eu estivesse saído de um sonho e entrado direto em um pesadelo. Eu a procurei sem parar durante todo esse tempo, mas nunca a encontrei. Não acredito que ela esteja morta, ela sabia se defender muito bem, e era mais antiga que a maioria dos vampiros. É como se ela não quisesse ser encontrada. O que me intriga é o porquê dela ter partido quando tudo estava indo tão bem. Ela havia ficado comigo durante os piores momentos, e assim do nada ela some.

Samantha não conseguia imaginar alguém abandonando Troy por vontade própria. A presença dele era viciante.

-Talvez ela tenha algum motivo que a obrigasse a partir.

-E custava ela ter deixado nem que fosse um bilhete?

-Quem sabe ela não pudesse.

Troy balançou a cabeça discordando.

-Quanto mais velho um vampiro, mais forte ele se torna. Não vejo alguém ameaçando ela.

Samantha gravou mentalmente aquilo. Então Katherine continuava sendo bem mais forte do que ela.

-Que idade Jane tinha?

-Ela nunca me disse. Só sei que perto dela eu era novo.

Troy pegou outra folha e começou a rasga-la pensativo.

Samantha se sentia culpada por tê-lo feito lembrar tudo aquilo.

-Ela vai voltar. – tentou consola-lo.

-Duvido – seu rosto de virou para Samantha a encarando, e do nada ele já estava rindo novamente. Samantha franziu a testa para ele sem entender. – Você esta tentando me consolar? Sério? Acho que eu que deveria estar fazendo isso. Sua situação esta em um grau consideravelmente pior que a minha.

Samantha bufou sem emoção.

-Não posso ser tratada como algo que tem solução, então você não tem motivos para me consolar. Não tenho ninguém que possa voltar, e muito menos alguém para quem eu possa voltar. Agora só me resta arranjar um jeito de por um fim em Katherine.

Troy estreitou os olhos a analisando.

-Me promete uma coisa?

-Olha, sinto muito, mas acho que aprendi a não prometer mais nada, não podemos saber nosso futuro, então não é bom ficar se comprometendo com promessa que podem não ser cumpridas.

-Só quero que me prometa que não deixara que a vingança a domine. Ela é venenosa, te afunda até que você não consiga mais voltar. Ela faz com que você vire alguém que nunca quis ser.

-De uma forma ou de outra já virei alguém que nunca quis ser. Katherine me tirou tudo e todos pela segunda vez.

-Ela te deixou algo, a única coisa que nem ela é capaz de tirar de você. Ela te deixou seus valores, princípios e morais. Isso é algo que só perdemos se queremos. Então não deixe que isso se perca entre meio a vingança. Quando eu a encontrei foi exatamente isso que me chamou atenção e me fez ter certeza que eu deveria ajuda-la. Você estava lá, se prendendo dentro de si mesma e se impedindo de machucar quem quer que fosse. Isso não é algo que qualquer um faça você poderia simplesmente ter obedecido a seus instintos. Mas não, você fez exatamente o contrario do que todos imaginariam ser possível. Você é rara. Gosto de pessoas assim. Vampiros que seja – acrescentou – Tenho certeza que você arranjara uma maneira própria de fazer com que Katherine pague por tudo que fez. E quando você fizer isso iremos chamar de justiça. Vingança é uma palavra ruim, traiçoeira. Justiça demonstra mais honra, é uma palavra mais bonita.

Samantha não respondeu.

Os dois ficaram em silencio. Samantha por mais que não quisesse admitir concordava com tudo que ele dissera.

-E a caçada como foi? – Troy puxou assunto sorrindo para ela – esta com pêlos na garganta?

Samantha abanou a cabeça.

-Não os pêlos não incomodam, mas é horrível, não sustenta.

-Logo você se acostuma e poderá começar a se alimentar de humanos sem correr riscos de mata-los.

Samantha mordeu o lábio inferior.

-Na verdade estive pensando em algo que provavelmente ira funcionar, mas irei precisar de sua ajuda.

Troy inclinou uma sobrancelha.

-Estou começando a ter medo de suas ideias. Que idei... – não terminou de falar. Virou-se para a estrada encarando a linha de terra entra as árvores.

Samantha se virou também. Ela havia escutado. Subitamente se sentiu eufórica e com medo. Levantou se encaminhando hesitante para a estrada. Troy a seguia de perto.

Os dois pularam silenciosos para a estrada.

Uma carruagem parou a uma distância de uns duzentos metros deles.

Giuseppe desceu. Seus olhos esquadrinharam rapidamente o ambiente. Uma estaca firme em sua mão.

Seus olhos foram de encontro aos de Samantha. Samantha engoliu em seco. Razão, instinto, emoção. Três tipos diferentes de reação. Ela queria se deixar dominar pela emoção e ir abraçar seu pai, mas isso era impossível. Precisaria controlar seus instintos e usar a razão para convencer Giuseppe a matar Katherine.

Suas mãos tremiam ao vê-lo tão perto sem poder se aproximar. Sua garganta queimava de sede, agora era hora de ela testar todo seu autocontrole.

¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua


Última edição por Den!se ;D em Ter maio 01, 2012 8:57 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Den!se ;D Sáb Mar 24, 2012 10:42 pm

Meninas mais um caps pra vcs =)
mais uma vez desculpem pela demora, e espero que gostem desse caps, ele é amis voltado para o Troy que vai ser um personagem bem frequente na fic, espero que simpatizem com ele kkk
bjao lindas
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Mensagem por Den!se ;D Dom Mar 25, 2012 7:59 pm

meninas o caps ficou na pagina 19, e mais uma vez ficou enorme Embarassed
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Mensagem por Bia Pierce Seg Mar 26, 2012 10:04 am

ownnnnn
que bonitinho o capt
o troy é fofinho
gostei dele e da historia com a jane
espero q ele e a samantha consigam um ajudar o outro
acho q eles precisam de amor
Bia Pierce
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Mensagem por Den!se ;D Seg Mar 26, 2012 11:17 pm

Bia Pierce escreveu:ownnnnn
que bonitinho o capt
o troy é fofinho
gostei dele e da historia com a jane
espero q ele e a samantha consigam um ajudar o outro
acho q eles precisam de amor


Que bom que vc gostou Bia, fico feliz aqui *----*
o Troy vai ajudar bastante a Samantha e tbm vai aparecer bastante durante a fic kkkk
a Samanht avai se ruma otima companhia pra ele, e mas pra frente a historia da Jane ainda vai ser mais explicada Wink
concordo com vc, acho que tanto o Tory quanto a Smantha estao precisando de amor, mas agora eles tem um ao outro =)
bjos linda
e obg pelo coment
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Mensagem por Vaanny Ter Mar 27, 2012 6:40 pm

Filhooota Embarassed
amr.. que saudades de vir aqui.
desculpe sua mãe desnaturada pelo sumiço tão grande filhoota...
sorry, sorry, sorry.
logo logo eu me atualizo direitinho e faço um comentário grande, do jeito que a sua fic maravilhosa merece filhaa. *-*
te amo filhoota
beijoos
Vaanny
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Mensagem por Den!se ;D Qua Mar 28, 2012 12:08 pm

Vaanny escreveu:Filhooota Embarassed
amr.. que saudades de vir aqui.
desculpe sua mãe desnaturada pelo sumiço tão grande filhoota...
sorry, sorry, sorry.
logo logo eu me atualizo direitinho e faço um comentário grande, do jeito que a sua fic maravilhosa merece filhaa. *-*
te amo filhoota
beijoos

Mamy, mamy sera que vou ter que falar pra vovys te por de castigo? rumm onde ja se viu falar que é uma mãe desnaturada, tenho a melhor mamys do mundo #fataço
Nao precisa ter pressa mamy, assim que vc tiver tempo vc aparece Wink
wonnn mamy maravilhosas sao sua fics e todas as historia que vc cria que me deixam toda boba de orgulho
te amo mamys l
inda I love you
bjao
Den!se ;D
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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por NandaSalvatore Qua Mar 28, 2012 12:16 pm

Oi amor!
Desculpa o sumiço!
Eu não abandonei a fic não!
É que eu estou SUPER sem tempo
E além disso ainda fiquei doente.
Mas logo logo, eu venho e me atualizo
Aí prometo que vou fazer um big comment descente, sobre toda a fic
Afinal é uma das minhas preferidas
Beijinhos
NandaSalvatore
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Mensagem por Den!se ;D Qui Mar 29, 2012 12:39 pm

NandaSalvatore escreveu:Oi amor!
Desculpa o sumiço!
Eu não abandonei a fic não!
É que eu estou SUPER sem tempo
E além disso ainda fiquei doente.
Mas logo logo, eu venho e me atualizo
Aí prometo que vou fazer um big comment descente, sobre toda a fic
Afinal é uma das minhas preferidas
Beijinhos

Wonn Nanda sem problemas
quando vc tiver tempo vc se atualiza =)
sei bem como é estar sem tempo, ultimamente estou assim tbm kkk
agora fiquei nas nuvens aqui Nanda *----*, fico muuuito, muito feliz que vc goste da fic,
obriga
dao linda
bjos
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Mensagem por Den!se ;D Dom Abr 01, 2012 8:10 pm

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Capitulo 29 - Amigos
O sol começava a dar as caras, mas não o suficiente para espantar toda a escuridão.
Giuseppe não exibia emoção alguma, sua expressão estava vazia.
Para a surpresa de Samantha Edmundo também estava ali.
É claro que Giuseppe seria precavido.
Edmundo, diferentemente de Giuseppe, estava de ombros caídos e parecia não se sentir bem por estar ali.
Samantha viu os olhos dos dois a analisarem de cima a baixo. Os lábios de Giuseppe se franziram.
Subitamente ela se sentiu pior. Havia esquecido completamente de como deveria estar sua aparência.
Ainda usava o vestido vermelho do baile, se é que aquilo ainda poderia ser chamado de vestido. A barra estava completamente suja e rasgada. E vários outros rasgos se espalhavam por toda a extensão do vestido. A maior parte do tecido estava coberta por manchas de um vermelho mais escuro, quase preto, uma mistura formada pelo seu sangue, pelo sangue de Margareth, do homem que ela atacara, de Greg e até mesmo de Katherine.
Ficou feliz por não ter um espelho para que pudesse ver seu rosto e cabelo. Ela estava literalmente imunda.
Tentou ignorar o olhar de repugnância que seu pai lhe lançava.
Molhou os lábios tentando ter foco no que deveria dizer. Sentia suas mãos tremerem. E para piorar a vontade de atacá-los era enorme. Suas unhas se fincaram em sua própria mão a cortando, a dor serviu para controlá-la.
Ela podia sentir Troy perto de seu ombro direito.
Respirou fundo e finalmente tomou coragem para quebrar o silêncio:
-Pai. – sua voz soou fraca.
Giuseppe não esboçou reação.
-Pai sou eu. – as lágrimas ameaçavam queimar, mas não era hora de chorar.
-Não sou seu pai. Minha filha esta morta. – Giuseppe respondeu seco.
Samantha sentiu o chão em baixo de seus pés sumir. Teve a sensação de diminuir de repente. Cada palavra de Giuseppe a perfurará como adagas de gelo.
-Diga-me por que me chamou aqui. – não era um pedido, mas sim uma ordem.
A garota podia sentir seu corpo começava a tremer com o esforço que fazia para não chorar e para manter-se sobre controle. Troy se aproximou mais segurando sua mão com força.
Samantha engoliu o choro.
Ela precisava fazer isso. Por seus irmãos. Por seu pai.
-Queria me mostrar pessoalmente o mostro que roubou de mim minha filha? – Giuseppe continuou sua voz assumindo o tom um pouco mais alto que o normal - Já não é o suficiente tirá-la de mim? Precisa jogar em minha cara que eu falhei?
-Eu sou sua filha. Sou eu pai. Sou eu... Samantha.
-Não me chame de pai. Minha filha não é uma assassina. Minha filha esta morta.
-Aceite ou não, eu sou sua filha. Não sou um vírus que se infiltrou no corpo de sua filha. Eu sou sua filha. Não sou isso porque quero, e se você fosse esperto o suficiente saberia disso ao ler a carta. Você ao menos leu meu diário? Ou ainda acredita que Katherine é a boazinha da história? Ela continua sendo a filha que você sempre sonhou? Foi isso que você me disse aquela vez não é mesmo? Katherine era uma dama perfeita, e eu nada mais do que um peso. Agora me diz Giuseppe – o nome parecia errado saindo de sua boca – você vai deixar Katherine matar seus filhos também? Quem sabe Damon tenha razão, quem sabe você nunca se importou com nenhum de nós, quem sabe eu tenha sido durante esse tempo todo uma tola por ter acreditado que você nos amava, e mais tola ainda por amá-lo e ainda amar. Você vai impedir Katherine ou vai segurar Damon e Stefan para facilitar para ela? – as palavras explodiram da boca de Samantha, como se não fosse mais possível segurar aquilo pra si mesma.
-Não lhe devo satisfações nenhuma.
-Se você não me considera mais como filha, eu ainda tenho Damon e Stefan como irmãos, e nada que você diga irá mudar isso, então tenho todo o direito de saber. Você falou para eles? Você os alertou?
-O que me garante que o que eu lhe dizer agora você não irá ir correndo contar para Katherine?
Samantha bufou, sua mão livre voou para sua cabeça, perplexa.
-Ora, ora, quem diria que Giuseppe Salvatore seria tão tolo. Para o caso de você não saber ela matou meus pais, ela matou Greg, matou Alex, me obrigou a matar Margareth e me transformou em um monstro. Agora você acredita que eu iria esquecer-me de tudo e me tornar uma pedra fria sem sentimentos? Argh por favor. Ela me tirou tudo. Mais de uma vez. A única coisa que quero dela agora e vê-la gritando de dor enquanto seu coração é perfurado, mas olha que engraçado – sua voz estava histérica – eu não poderei vê-la gritar enquanto a matam porque sua bruxinha de estimação também conhecida como Emily Bennet lançou um feitiço que me impede de entrar na cidade e ter o prazer de quebrar o pescoço das duas eu mesma. Mas ao menos pelo visto você finalmente abriu seus olhos e começou a enxergar debaixo de seu próprio teto e sabe a cobra que vem protegendo. E agora? Conseguiu entender o motivo por tê-lo chamado aqui? Conseguiu entender que eu só quero tentar proteger quem eu amo? Pois eu não poderia acreditar que você fosse levar a sério o que eu havia escrito, não é mesmo? Você sempre achou que eu tinha implicância com a “doce e perfeita” Katherine. O chamei aqui somente por um motivo: quero que prometa que irá salvar meus irmãos. Você os ama não é mesmo? Isso que você usa é somente uma armadura não é? Uma armadura feita inteiramente de indiferença. Mas toda armadura tem uma brecha, um ponto fraco, assim como todo guerreiro tem um calcanhar de Aquiles. Você só usa essa armadura pra se proteger de seus próprios sentimentos. Você ama seus filhos tanto quanto eu amo meus irmãos. Então por favor – Sua voz mudou completamente se tornando suplicante – Por favor... Salve aqueles que mais importam tanto pra mim quanto pra você. Salve Damon e Stefan pai, cuide deles, proteja-os.
Giuseppe não fez nada, apenas a encarava.
Edmundo estava ao seu lado. Os olhos dele apenas se desviavam do rosto de Samantha para a mão de Troy que segurava a dela. Seu rosto tomado pela tristeza.
-Como Damon e Stefan estão? – Samantha voltou a perguntar vendo que ninguém falaria nada.
-Eles ainda a procuram Samantha – foi Edmundo quem respondeu, fitando-a com intensidade – eles estão desesperados. Tanto Damon como Stefan estão péssimos.
Samantha engoliu em seco:
-Até que ponto eles sabem da verdade Ed?
-Somente o que você escreveu na carta.
-Eles devem me odiar.
-Não. Eles não acham que você seria capaz de fugir sem dizer nada. Eles sabem o que está escrito na carta, mas não acreditam realmente nela.
-E as coisas na cidade como estão? – continuou ela, tentando se atualizar nos acontecimentos.
-Katherine ainda só esta viva pelo fato de nos precisarmos de um plano para acabar com todos de uma só vez, mas ela não sabe que já sabemos a verdade sobre ela. E agora...
-Calado Edmundo, já fiz muito aceitando que viesse junto no lugar de Jonathan, agora não sou obrigado a aturar que você aja como um tolo apaixonado.
Edmundo abaixou a cabeça corando.
Samantha se sentiu mal por ele lembrando-se do que Katherine dissera sobre tê-lo compelido para que a agarrasse no baile. Apesar de tudo ele não odiava Samantha. Seu nariz estava com uma pequena saliência em sua base, provavelmente Damon o quebrara para deixar como aviso. Mas nada disso havia feito com que ele a odiasse.
-Você diz que eu sempre defendi Katherine, e age como se eu fosse o culpado de tê-la feito vim até aqui. Eu conversei com o Lockwood, eu lembrava-me do jeito dele tê-la tratado e achei melhor saber seus reais motivos por tratá-la daquela forma. Se alguém é culpada por ela estar aqui esse alguém é você e não eu, você nunca foi que pensei que fosse.
Samantha arfou com as palavras.
-O senhor já sabe de tudo não é? E ainda assim veio com a conversa de que eu poderia querer ajuda-la. Para o caso de você não saber a cidade tem muitas mais coisas fora do comum do que você imagina, por exemplo, sabia que seu amigo Lockwood é um lobisomem?
-Ele não está com a transformação completa. – respondeu firme. – precisa cometer um assassinato para completar, e diferentemente de você ele não pretende fazer isso.
Samantha o fuzilou com os olhos.
-Ok, então vamos fingir que ele é humano como você. Agora para sua acusação de que foi minha culpa que Katherine viesse para cá você está completamente certo, mas não sei se você acredita ou não, mas eu não sabia nada sobre o que meus pais eram, eu não sabia que era algo que não deveria existir, não sabia que era uma aberração que todos queriam ver morta. E pode ter certeza se eu soubesse não teria colocado nenhum de vocês em perigo, pois ao contrario do que você pensa eu tenho um coração. Agora me diz: caso Katherine não tivesse me transformado, caso os vampiros não chegassem à cidade, se eu tivesse me transformado no que minha linhagem me obrigasse a ser, o que você teria feito? Teria me botado porta a fora?
-Eu a teria matado. –Giuseppe não hesitou ao responder, suas palavras soaram de forma ríspida.
Samantha sentiu Troy se sobressaltar apertando com mais força sua mão.
Edmundo fez uma careta como se fosse ele o atingido pelas palavras de Giuseppe.
Samantha fixou seus olhos nos de Giuseppe:
-Algum dia eu representei algum valor em sua vida, ou você simplesmente apagou tudo como se eu nunca tivesse existido?
-Você sempre foi uma farsa. A filha que acreditei que possuía e amava nunca existiu.
-Uma farsa. – Samantha repetiu cética – você age como se eu estivesse representando o tempo todo. Eu não sabia de nada ate Katherine voltar e jogar tudo em minha cara de seu jeito “meigo e gentil”. Não era de boca pra fora que eu dizia que amava vocês, isso nunca foi uma mentira. Mas quer saber? Agora pouco me importa o que você acha que sou só me prometa que ira matar Katherine, se você me prometer isso poderá fazer o que quiser. É me matar que você quer não é mesmo? Foi por esse motivo que você veio aqui, não foi?
Samantha se soltou de Troy e deu alguns passos à frente.
-Fique a vontade. – disse, abrindo os braços com indiferença – acredite seria um favor que você faria para mim, mas primeiro preciso que você me prometa que irá acabar com Katherine, ou terei que dificultar as coisas pra você. Pois se você não prometer irei ter que dar um jeito de criar um imã que atraia vacas hematófagas, e atrair Katherine até aqui, para que eu possa tentar concertar um pouco o erro de ter nascido. – andou mais alguns passos à frente, estava quase impossível aguentar o cheiro do sangue – Vamos, decida-se logo.
Giuseppe não respondeu.
Samantha fechou os olhos por um momento tentando ter certeza se deveria fazer aquilo e arriscou ir mais alguns passos à frente ficando cara a cara com seu pai:
-Fique a vontade para me matar, contanto que a mate também.
Sua garganta queimava.
Giuseppe segurava a estaca com força erguendo-a um pouco.
Edmundo se moveu inquieto.
E então, antes de Samantha dizer qualquer coisa a mais e Giuseppe se decidir Troy já estava se colocando entre ela e seu pai:
-Já fez o que precisava Samantha, acho que já esta na hora de ir. – disse encarando Giuseppe.
-Saia Troy.
-Já falou o bastante, Samantha. Agora chega. Vamos embora.
Samantha tentou empurra-lo, mas ele era mais forte que ela.
Giuseppe encarava o loiro a sua frente sem piscar.
-Você deveria ter mais cuidado com suas palavras e rever seus conceitos, pois eles estão totalmente sem nexo. Deveria ter orgulho de chamá-la de filha e não tratá-la desse modo. Não faz nem ideia do esforço que ela está fazendo nesse exato momento para não matá-lo. Mas vamos lá, me mostre que tem ao menos um pingo de raciocínio e tente acompanhar o que digo. Imagine que você está em um deserto, o calor lhe deixa cansado, zonzo, com fome, e principalmente com sede, você está perdido nesse deserto já faz duas semanas. Sua garganta queima ansiando por água, você não precisa de água por mero capricho, precisa por pura necessidade, e de repente surge um oásis, cheio de coqueiros, e com uma fonte de água fresca e cristalina. O que você faria? Você sabe que não é uma simples miragem, sabe que é real. Com toda a certeza iria querer sair correndo e se fartar de água, o desejo e a necessidade o dominariam. Agora multiplique esse desejo que você sentiria pela água por um desejo umas cem vezes mais forte. Você aguentaria seguir em frente e ignorar a água? Não, não é mesmo? Pois é exatamente assim para nós, mas ao contrário do que você julga nos temos a escolha de que caminho seguir: se querermos ser monstros ou não. Ela fez a escolha dela. Uma prova foi o homem que te deu o recado estar vivo, ela não o matou. Então ai está à prova de que ela é muito melhor do que você imagina. Antes de julgá-la tente ao menos entendê-la, e para isso que servem os pais. Servem para compreender os filhos, independentemente da opinião dos outros. E quer saber de uma coisa? Se ela fosse minha filha eu teria o maior orgulho de poder dizer que sou o pai dela.
Samantha encarava as costas de Troy estática, havia até mesmo esquecido de continuar a empurrá-lo inutilmente.
-Não se meta em assuntos que não são da sua conta garoto. – Giuseppe o cortou colérico.
Troy riu.
-Garoto? Você não viveu nem metade do que eu já vivi, e não passa de uma criança sem escrúpulos.
Samantha sabia que agora ele havia conseguido atingir Giuseppe.
-Saia Troy. – mandou autoritária tentando se colocar entre ele e Giuseppe.
Os olhos de Giuseppe queimavam, Samantha voltou a encará-lo tentando manter-se a frente de Troy.
-Como você mesmo isso não é assunto dele, então se esqueça dele e me fale logo qual vai ser sua decisão.
-Eu não preciso que você me peça para proteger meus filhos, eu os protejo por vontade própria.
Samantha assentiu.
-Ok, então estou aqui, faça o que achar necessário.
Troy tentou movê-la, mas ela se manteve firme.
Seus olhos não desgrudavam dos de seu pai.
As mãos de Giuseppe tremiam enquanto ele erguia a estaca.
-Giuseppe, ela ainda é Samantha, isso não é necessário. – Edmundo interveio.
Giuseppe o ignorou.
-Está tudo bem Ed. – Samantha tentou acalmá-lo – O importante é que vocês impeçam Katherine.
-Samantha pare com isso. – Troy tentou novamente convencê-la.
Samantha não o ouviu, apenas continuou a encarar seu pai:
-Você me odeia não é? – sua voz saiu fanha, embargada pelo pesar.
Giuseppe hesitou. Seu rosto fazendo caretas estranhas. E então seus dedos vacilaram derrubando a estaca.
-Eu não consigo. Eu não posso. Você ainda tem a voz dela, os olhos dela... Por quê? POR QUE EU NÃO POSSO TER MINHA FILHA DE VOLTA?
Tropeçou para trás, as pernas bambas. Seu rosto se transfigurara em uma máscara de dor. Lágrimas silenciosas caiam de seus olhos.
-Me devolva ela. – implorou.
-Pai...- dessa vez Samantha não conseguiu impedir as lágrimas – Pai... Eu não posso... Essa sou eu agora.
Os joelhos de Giuseppe cederam, ele caiu. Samantha tentou dar um passo a frente, mas foi impedida por Troy:
-Você sabe que não pode se aproximar mais. – sussurrou ele.
Samantha olhou para Troy como que buscando uma solução.
Ele apenas a encarou, balançando vagarosamente a cabeça desolado.
Edmundo se adiantou para Giuseppe e o levantou, o amparando.
Giuseppe murmurava palavras sem sentindo.
-Pai... – a voz de Samantha falhou.
-Samy sinto muito, mas preciso levá-lo embora.
Samantha assentiu para Edmundo ainda olhando para seu pai.
-Te amo pai... Muito.
Troy colocou a mão em seu ombro o apertando enquanto Edmundo levava Giuseppe até a carruagem.
-Ed?
-Sim? – Edmundo se virou novamente para Samantha
-Desculpa por tudo. Não queria ter te magoado.
Ele deu de ombros.
-Esta tudo bem. E... Não se preocupe, nós cuidaremos de Katherine.
-Tome cuidado.
Edmundo assentiu se virando para Troy e dizendo:
-Cuide bem dela está bem?
-Farei o melhor possível. – Troy respondeu sério.
Edmundo deu um sorriso fraco e embarcou na carruagem ao lado de Giuseppe que ainda estava em estado de choque.
A carruagem fez a volta, e começou a se afastar aos poucos de volta a caminho de Mystic Falls.
Samantha sentia soluços percorrer todo seu corpo. De todos os momentos aquele havia sido o mais dolorido. Ver seu pai sofrendo e não poder fazer nada. Ter vontade de abraça-lo e não poder.
Seus braços penderam ao lado de seu corpo e ela caiu de joelhos.
Troy se abaixou e a abraçou com força pousando seu queixo sobre a cabeça dela.
Ele podia sentir os espasmos de choro passando pelo corpo dela. Se pudesse ele roubaria um pouco da dor dela para si mesmo. Ele mal a conhecia, mas sentimentos sempre foram e sempre serão o maior mistério do universo, eles podem surgirem com o tempo, ou simplesmente surgirem de uma simples troca de olhar, isso é nosso coração quem decide. Ele cuidaria da garota, sabia os riscos que corria, mas não se importava, ele a protegeria.
Por pior que fosse a situação de Samantha uma tênue luz de esperança poderia ter se acendido, uma luz no fim de um longo túnel. Ela ganhara um amigo. Um grande amigo.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua
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Mensagem por Den!se ;D Dom Abr 01, 2012 8:30 pm

Meninas mais um caps,vou tentar postar um caps por semana, provavelmente nos finais de semana.
Bem agora desse ultimo capitulo pra frente ja começa a entrar na historia de TVD que conhecemos, a kath transforma o Damon e o Stefan, dai depois ela engana todo mundo, e assim por diante. Mas antes de chegar na epoca da Elena ainda vai ter varias coisas por acontecer, e tem o reencontro da Samy com os irmaos que vai ser antes disso tbm Wink
Por enquanto Damonzito e Tefinha irao aparecer mais em Flashbacks, mas nao vou trazer eles de volta a historia o mais cedo possivel ok? =)
Espero que gostem
bjao lindas
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Mensagem por Den!se ;D Qui Abr 12, 2012 9:19 pm

AVISO
Bem meninas, vou deixar a fic como parada por um tempo,
a escola ta puxada e a fic ta meio parada entao achei melhor assim, pode ser que mais pra frente eu volte a postar ela, mas nao vou garantir nada
entao obrigado por terem acompanhado ate aqui minhas lindas, obrigada por cada coment que me inspirou, obrigado por me insentivarem, enfim obrigado por tudo.
Vou continuar a escrever conforme der tempo, mas vou deixar pra decidir se continuo a postar ou nao quando terminar toda ela ok?
Mais uma vez obrigada minhas lindas,e desculpa por deixar ela inacabada.
bjao.


Última edição por Den!se ;D em Ter maio 22, 2012 1:47 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Den!se ;D Seg maio 07, 2012 7:37 pm

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Mensagem por Den!se ;D Sáb maio 26, 2012 4:01 pm

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Capitulo 30 - Coração x Alma
Samantha abriu lentamente seus olhos, suas pálpebras estavam pesadas.
Uma luz fraca iluminava o teto de pedra bruta acima dela.
Pestanejou buscando se lembrar de como havia parado ali. Imagens vagas e distantes serpenteavam por sua mente.
Aos poucos uma tênue linha de lembranças foi se formando.
Seu pai. Tudo o que ele lhe dissera, e tudo que ela dissera a ele. Edmundo agindo de uma forma completamente diferente da que ela esperava dele. E Troy, Troy a defendendo e ficando de seu lado.
A última coisa que conseguiu lembrar-se foi dos braços de Troy a envolvendo enquanto um acesso de soluços a invadia ao ver seu pai partir. Depois disso Troy balbuciara alguma coisa sobre não ser seguro ficar na estrada e a carregara para o lugar em que estava agora.
Seus olhos esquadrinharam o ambiente.
Ao reconhecer o lugar lembranças de Greg a dominaram repentinamente. Um suspiro lhe escapou ao se lembrar dele. O abismo em seu estômago se intensificou.
Ela estava novamente ao lugar em que havia passado os últimos dias: sua espécie de caverna-abrigo.
Fechou os olhos com força tentando não pensar muito no que quer que fosse.
Ao abri-los deparou-se com Troy sentado tranquilamente, e com sua aparência de sempre: deslumbrantemente angelical. A ideia dele como anjo ainda não saia de sua cabeça, isso se ainda fosse sair algum dia. Era praticamente impossível acreditar que ele fosse um vampiro. Seu sorriso era tão sincero e transmitia uma sensação de calma e proteção que era necessário se esforçar para conseguir desviar os olhos.
-Hey, pensei que não acordaria mais.
Samantha encarou o sol que iluminava fracamente o ambiente.
-Por quanto tempo dormi?
-A manha inteira, e quase a tarde inteira. Se bem que você se debateu tanto que imagino que não tenha sido um sono muito prazeroso.
Samantha fez um leve aceno com a cabeça. Com certeza não havia sido prazeroso dormir.
-Pesadelos? – os olhos de Troy a analisavam.
Samantha assentiu novamente.
-Vampiros não costumam ter pesadelos, então é provável que eles não durem muito tempo, assim que o choque de tudo isso começar a diminuir eles irão parar, não se preocupe. – o vampiro a assegurou.
-Espero que tenha razão.
Troy sorriu indicando um emaranhado de tecido deixado perto de Samantha.
Samantha se levantou e o pegou na mão. Era um vestido verde água com bordados simples.
-Achei que você precisaria - Troy deu ombros ao se deparar com o olhar especulativo dela.
-É..humm...obrigado...acho que estou mesmo precisando. – Sua boca se crispou ao analisar seu vestido. Provavelmente um espantalho estaria em melhor estado do que ela.
Troy riu da expressão dela:
-Tem um riacho a leste daqui, não é muito longe, você pode se lavar e se trocar lá.
-Ok...- respondeu concordando e se dirigindo a saída – E...é... – mordeu a parte inferior do lábio nervosa.
As sobrancelhas de Troy se inclinaram:
-O que houve? – perguntou desconfiado.
-É que... humm...onde...onde você arranjou?... Quero dizer, como você conseguiu este vestido?
Troy olhou incrédulo para ela:
-Sério? É isso? Você esta preocupada se eu adquiri o vestido de uma forma desonesta? – um riso alto irrompeu de sua garganta – Juro que não consigo lhe entender – continuou ainda rindo. – Apesar de tudo, você esta preocupada que eu tenha roubado um vestido? – soltou mais uma gargalhada. – Você é inacreditável.
Samantha continuava a encará-lo, sua expressão se fechou.
Troy percebeu o perigo e se esforçou para controlar o riso:
-Calminha aí, eu não roubei está bem? Adquiri de forma totalmente honesta - soltou uma espécie de soluço ao tentar segurar o riso. – enquanto você dormia eu fui à cidade mais próxima daqui e comprei – deu ênfase a ultima palavra. –Comprei está bem?
Samantha não desviou os olhos dele.
-Você não acredita em mim?
-Acredito. É só que... Eu não entendo o porquê de você estar fazendo tudo isto.
Troy deu de ombros novamente:
-Tente trocar de posição comigo. Se você me encontrasse da forma que te encontrei o que você faria?
Samantha acompanhou o pensamento dele e não tinha nenhuma dúvida quanto a qual seria sua resposta: ela faria o possível para ajudá-lo.
Troy sorriu ao perceber em seu rosto qual seria a resposta que ela lhe daria:
-Viu? Agora você entende?
Samantha franziu a testa pensativa antes de voltar a falar:
-Não sei se um dia irei realmente entender. Parece que a cada resposta adquirida surge o triplo de perguntas. Eu sei que não seria capaz de deixá-lo se o encontrasse precisando de ajuda, teria feito o mesmo que você, quer dizer – deitou a cabeça de lado - com algumas diferenças é claro, pois minha paciência não é das melhores, e seria provável que eu lhe arrastasse embora se você insistisse em me ignorar, como eu tentei fazer com você. Mas há certas coisas que não se encaixam, não fazem sentido, por exemplo: por que você? Por que justamente você me encontrou? Existem tantos lugares que você poderia estar, mas não, você estava perto o suficiente para me encontrar, e outra: por que eu confio tanto em você sem ao menos conhecê-lo? Eu não sou assim Troy, nunca fui. Nunca deixei minhas fraquezas ao alcance de quem quer que fosse não importa o que fosse eu sempre seguraria para mim mesma, não permitiria que ninguém nem sequer tentasse ultrapassar as barreiras impostas por mim, eu simplesmente fingiria estar tudo bem, fingiria não me importar. Por quê? Por que eu desmoronei daquele jeito ao ver meu pai partir? E por que eu me senti segura por ter você por perto? – sentiu suas bochechas queimarem – Por que sou egoísta a ponto de não conseguir expulsá-lo de perto de mim? Por que você?
Troy havia escutado tudo o que Samantha dissera sem interromper nenhuma vez. Ao ver que ela havia terminado seus lábios se curvaram em mais um sorriso sincero, e lá estavam novamente as covinhas em suas bochechas.
-Bem, para a maioria de suas perguntas eu não sei uma resposta, mas posso tentar responder algumas. Então vamos lá. Primeiro: eu não estava por aqui à toa, eu havia encontrado um velho conhecido, e depois disso quando estava de partida eu encontrei você. Por que eu? Não sei. Mas acredito que já passou da hora das pessoas perceberem que o mundo não gira apenas em torno das coisas lógicas. Existem certas respostas que nunca obteremos, passe o tempo que passar. Agora por que você confia tanto em mim? Acho que isso você deveria saber melhor de que eu, mas é claro – seu sorriso se tornou presunçoso – que o fato de eu ser um cara extremamente charmoso pode influenciar nisso – Samantha revirou os olhos. – E sobre você me expulsar, sinceramente garota você se acha além da conta, acha mesmo que seria tão fácil assim me expulsar? – perguntou erguendo uma das sobrancelhas, Samantha bufou – E pode ter certeza: nunca você vai obter respostas o suficiente, cada resposta sempre acaba gerando uma nova pergunta, então se você pensa que um dia todas suas respostas vão ser respondidas desista, pois é impossível, mas você pode começar a pensar diferente, muitas vezes as perguntas podem ser a resposta que procuramos, uma pergunta pode ser a resposta da outra, então pare de procurar tantas respostas e comece a fazer mais perguntas. Enfim seu problema é o seguinte: você pensa de duas formas, ou completamente racional ou unicamente emocional. Precisamos da razão, é claro, mas ao mesmo tempo necessitamos do coração, ele pode nos indicar caminhos que a razão não é capaz de enxergar - deu de ombros – só é necessário o equilíbrio entre os dois. E agora... – se levantou indo em direção a Samantha e a empurrando de leve – agindo com a razão, o coração, mas – enfatizou a palavra – principalmente com o olfato, Samantha você precisa tomar um banho urgentemente, sério, você vai ter todo tempo do mundo para continuar com seu bombardeamento de perguntas, mas agora vá tomar um banho, e ao menos antes de sair faça um teste pra ver se esse colar realmente funciona.
Samantha fez uma careta:
-Você fala, fala, diz que eu me acho, mas garanto que se eu quisesse eu teria fugido.
-Se está se referindo a hora em que você decidiu dar uma de inconsequente, pode ir descendo alguns degraus do seu ego, pois você só escapou porque eu estava ocupado, e mesmo assim sou muito mais rápido que você, então contínuo ganhando – deu uma piscadela.
-Estava ocupado? Fazendo o quê? – perguntou desconfiada – e não seja presunçoso, que eu saiba você não é o Sr. Maravilha para levar sempre a melhor.
-Não estou sendo presunçoso – respondeu fazendo pouco caso.
-Você não respondeu minha pergunta – a garota insistiu notando o fato de ele ter ignorado sua pergunta.
-Que pergunta?
-Não se faça de desentendido.
-Você me deixa tonto fazendo tantas perguntas. Não tem um botão de desliga não? Sério como você consegue elaborar tantas perguntas em tão pouco tempo?
-Repetindo suas palavras: “pare de procurar tantas respostas e comece a fazer mais perguntas”,
-Santo Deus, não precisa levar tão a risca o que eu digo.
-Então só me responda: o que você estava fazendo? E alguma coisa envolvida com o fato do meu colar não é?
Troy suspirou:
-Ok, ok, você venceu. Sim eu estava tentando descobrir quem foi que estava tentando te ajudar, mas não achei nenhuma pista.
-Humm... Mas – seu rosto se franziu se tornando pensativo – o que você quer dizer com “nenhuma pista”? Você é um vampiro, então deveria sentir o cheiro, ou até mesmo achar alguma pegada, sei lá alguma coisa deveria ter.
-Não tinha.
-Mas tem que ter.
-Não tinha nada Samantha.
-O que ele é? – perguntou decidida.
-Não sei.
-Sabe sim, só não quer me dizer, ele é um Venator é isso? Eles podem andar sem deixar rastros? Por isso são tão temidos? Diz-me Troy, que motivos alguém teria para me ajudar.
-Samantha, olha, há certas coisas que é melhor ignorar. Ele quis te ajudar e deveria ter seus próprios motivos, mas se alguém descobrir pode ter certeza que não irão ficar contentes, então deixe isso de lado, quando chegar a hora certa você vai descobrir, não é bom continuarmos falando disso.
Samantha resolveu deixar quieto o assunto, ao menos por enquanto, mas continuava o encarando.
-Está bem, só uma ultima dúvida. A barreira que me impede de entrar em Mystic Falls foi feita por uma bruxa, você disse que seu anel foi enfeitiçado por uma bruxa – Troy fez sinal pra que ela prosseguisse – então a barreira não poderia ser desfeita? Outra bruxa não poderia desfazer o feitiço?
-Não é bem assim, esse tipo de feitiço é feito para ser difícil de ser quebrado, então é usado sangue de algo que fique dentro da barreira, seja animal ou humano, e o seu sangue. Então mesmo que tivéssemos uma bruxa e o seu sangue precisaríamos do sangue que foi usado do lado de dentro, e mesmo que soubessem de quem ou do que é o sangue precisaríamos da ajuda de alguém lá de dentro.
Os cantos da boca de Samantha tremeram:
-E se eles não conseguirem, e se... E se... Eles se ferirem? Tem de haver um jeito Troy... Seja ele qual for.
-Confie mais em seu pai Samantha, ele pareceu-me saber perfeitamente o que faz, saberá como lidar com os vampiros.
Samantha soltou um suspiro longo permanecendo imóveis, seus pensamentos distantes. A preocupação se cravando em todo seu corpo, como facas feitas todas de lembranças e culpa.
Troy a encarava, seus olhos cintilantes preocupados.
-Agora chega, vai tomar banho Samantha, não vai dizer-me que tem medo de água, será que vai ser necessário que eu te jogue dentro da água?
Samantha não podia negar: ele sabia o melhor meio de distrai-la.


-Não, não ira ser preciso, eu já estou indo, só antes de ir... Eu queria... É... Obrigado Troy. Obrigado por tudo – suas palavras derramavam sinceridade.
Troy eriçou uma das sobrancelhas:
-Você está pensando em fugir? Será que vou ter que te vigiar?
Samantha estreitou os olhos:
-Sem gracinhas, Damon Salvatore é meu irmão, sei de todos os truquezinhos que vocês usam, então fique longe.
-Calma, calma, foi só uma brincadeira – disse rindo – por mais que você não acredite eu sou um perfeito cavalheiro.
-É bom mesmo.
-Mas que fique claro: se você fugir eu vou te achar.
-Eu não vou fugir. Só que fique sabendo desde já: você escolheu, eu te avisei quem anda comigo corre mais riscos do que se andasse em cima de um campo minado. Então não irei me culpar nem chorar – disse sabendo que suas ultimas palavras eram apenas de boca pra fora.
-Não se preocupe, não vou morrer – seus olhos fixaram-se nos de Samantha – e isso é uma promessa.
-É bom cumpri-la, pois se você morrer eu irei matá-lo.
Troy riu
-Como se isso fosse possível, eu já estaria morto.
-Eu daria um jeito.
-Não direi que duvido.
Antes que Troy terminasse de falar Samantha já estava longe. Havia esquecido até mesmo de conferir se o colar realmente funcionava, simplesmente partira em disparada.
Troy arregalou os olhos:
-Ok, já entendi, é preciso conversar com ela de forma reversa, assim as chances de que me escute serão maiores – murmurou consigo mesmo ainda parecendo surpreso.
¨¨¨¨¨¨¨
Troy já estava preocupado com a demora de Samantha quando finalmente ela reapareceu, desta vez limpa.
Respirou, aliviado ao vê-la.
Samantha havia se demorado o máximo possível dentro da água, pois de certa forma a agua a deixava mais calma e leve, como se não limpasse apenas exteriormente, mas também interiormente.
O vestido que Troy arranjara coubera perfeitamente, se moldado ao corpo de Samantha.
O cabelo ainda molhado formava ondas que caiam até metade de suas costas.
-Humm, bem melhor assim – falou Troy aprovando logo que Samantha chegou perto dele.
-Pior não dava pra ficar – murmurou ela estendendo algo para Troy.
Troy abaixou os olhos estendendo a mão para pegar o que ela lhe alcançava.
-O que é isso?
-Olhe.
Era uma fotografia em preto e branco.
Uma família. Um homem, uma mulher, e uma garotinha.
O homem exibia uma expressão satisfeita, seus cabelos castanhos estavam bagunçados. A mulher possuía uma pele de porcelana e olhos claros e ostentava um sorriso gentil. Um dos braços do homem passava por seus ombros, enquanto o outro descia até a cabeça da garotinha. A primeira coisa que se notava na criança eram seus olhos, quentes e brilhantes, seu rosto era iluminado por um imenso sorriso.
Troy franziu a testa confuso.
-Essa garotinha... Essa garotinha é você.
-Sim, eu meu pai e minha mãe. Lembro-me perfeitamente do natal em que meu pai quis tirar essa foto, foi o último que passei com eles.
A fotografia mostrava um forte contraste entre a antiga Samantha e a atual.
Samantha quando viu sua imagem refletida na água enquanto se banhava já havia notado as diferenças, seu rosto não tinha vida, seus olhos possuíam um brilho diferente dos de antes, agora eles só brilhavam por serem obrigados a isso, antes brilhavam por motivos próprios, um brilho sincero.
-Mas... Mas onde conseguiu a foto? Quem lhe entregou?
-Estava presa em uma arvore, mas não vi ninguém, nem senti cheiro, e muito menos vi qualquer pegada que fosse. Mas seja quem for que deixou a foto, deveria conhecer meus pais, e tenho certeza que foi o mesmo que me ajudou com o colar.
Troy lambeu o lábio nervoso.
-E você sabe quem foi – completou Samantha sem emoção. – Mas não ira me dizer quem é não é mesmo?
-Não posso te dizer quem é não seria apenas nós dois que eu colocaria em risco.
Samantha assentiu conformada.
-Um dia você vai me contar – afirmou.
-Quem sabe o que está por vir? Só o tempo nos dirá. E estive pensando, eu acho que esta na hora de você aprender a se defender, já lhe disse que quanto mais velho for um vampiro mais forte ele será, mas conheço umas técnicas que ajudam muito, eu vou ensiná-las a você.
-Primeiro quero sua ajuda para outra coisa.
-O que é?
-Tive uma ideia que acredito que me ajudara a controlar meu desejo pelo sangue.
-Que ideia seria essa?
-Deixo para lhe contar no caminho da próxima vila, vamos precisar de algumas coisas. Você vem comigo? – perguntou indecisa.
Troy ergueu uma das sobrancelhas como se achasse que aquilo não era pergunta que se fizesse:
-Não irei perder meu tempo respondendo isso. Agora vamos. – devolveu a fotografia para Samantha e antes dela abrir a boca para protestar ele já estava correndo.
Samantha murmurou algo inaudível e o seguiu.
-Espere Troy, primeiro preciso fazer uma coisa. – gritou ela, mesmo sabendo que Troy a ouviria se falasse normalmente.
Troy estacou no lugar, sua cabeça virando para trás encarando-a.
-Margareth... – respondeu ela ao olhar dele – preciso despedir-me de Margareth.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Samantha não quis demorar. Ficar perto do tumulo improvisado de Margareth fazia a faca em seu estomago revirar. Como previra nem mesmo ali havia algum sinal do estranho misterioso que a ajudara.
Era apenas uma parte mais elevada de terra, com uma pedra no lugar em que estaria a cabeça de Margareth. A garota se ajoelhou do lado depositando um ramalhete de flores silvestres. Tinha a impressão de estar congelada, sem reação, sem saber o que fazer ou sentir.
¨¨¨¨¨¨¨¨
Samantha e Troy haviam chegado aos arredores da vila mais próxima quando decidiram que seria melhor executar o plano de Samantha no dia seguinte.
Ela havia explicado para Troy sua ideia, de inicio tentou convencê-la a pegar mais leve, mas ela foi teimosa o suficiente para convencê-lo, por fim ele cedeu dizendo que acreditava que realmente funcionaria para Samantha se controlar.
Depois de deixarem tudo decidido resolveram deixar para por em prática o plano no dia seguinte.
O tempo restante gastaram conversando, Samantha já sabia quase tudo da vida de Troy, assim como ele sabia da dela.
Troy narrou os últimos dez anos que ele havia passado procurando por Jane, enquanto Samantha dava detalhes de sua relação com seus irmãos e seu pai.
Quando a lua chegou ao sue auge cada um fez uma espécie de cama de folhas seca ficando em silêncio perdidos cada um com seus próprios pensamentos.
Samantha revisava tudo o que havia acontecido em sua vida nos últimos dias, ela nunca imaginara que tudo poderia mudar tão drasticamente.
Sentiu uma facada em seu estomago ao ser embalada pelas lembranças. Era irônico como até mesmo as boas lembranças contribuíam para aumentar a dor, elas tornava de certa forma mais perceptível tudo o que agora Samantha havia perdido.
Tentando expulsar as lagrimas a vampira se esforçou a dormir. Sabia que teria pesadelos, mas até mesmo eles seriam melhor que a realidade.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora.
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Foi de maneira lenta que ele se aproximou de Samantha. Depois de tanto tempo apenas podendo observá-la e cuidá-la de longe agora ele finalmente poderia tocá-la.
Suas mãos tremiam.
O que estava acontecendo com ele? Por que ela exercia tamanho domínio sobre ele?
Tanto Samantha quanto Troy dormiam, mas por garantia lançou uma onda de sonolência sobre eles, fazendo com que os dois dormissem mais profundamente.
Aproximou-se mais de Samantha se ajoelhando ao seu lado.
Ela dormia profundamente, seus cabelos dourados ganhando um brilho a mais por conta do luar, sua boca de traços perfeitos possuía um vermelho vinho intenso, seus longos e espessos cílios formavam uma curvatura perfeita acima de suas bochechas, deles pendia uma única lágrima solitária.
Hesitante levou seu polegar delicadamente até o rosto dela secando a lágrima.
Ao tocá-la sentiu uma onda de calor se apossar de seu corpo.
Acariciou de leve as bochechas dela deixando que seus dedos traçassem cada detalhe da face dela.
Mesmo agora quando podia tocá-la nunca havia se sentido tão longe dela.
Durante cada dia dos últimos anos ele tinha esperança de que quando os poderes dela despertassem ele poderia ajudá-la, poderia lhe dizer tudo sobre seus pais, poderia ser feliz com ela.
Mas agora ele falhará, falhará na missão de protegê-la.
Por que ele tinha que ter voltado tarde demais?
Agora até mesmo ele representava um perigo para ela, até mesmo ele não poderia ficar perto dela.
Seus dedos fizeram o contorno dos lábios dela.
Fechou os olhos se contrariando. Ele não deveria fazer aquilo, só acabaria tornando tudo mais difícil na hora de partir.
Mas não era algo que ele pudesse controlar.
Seu tronco se curvou na direção da vampira, sua boca indo de encontro à dela, sua mão desceu pelo pescoço da garota, seguindo por todo o comprimento de seus braços, para depois seus dedos se entrelaçarem aos dela.
Seus lábios alcançaram os dela, se detendo ali, gravando seu gosto, se moldando perfeitamente aos dela.
Sentiu seu coração pular de maneira desenfreada, era irônico que até mesmo nos mais fortes dos seres o coração continuava a ser o ponto mais fraco, o mais facilmente atingível e... Mais facilmente destruído.
Pressionou seus lábios contra os dela, os mantendo prisioneiros entre os seus.
Sua mão apertou com mais força a de Samantha, e para sua surpresa... Uma leve pressão se deu como resposta.
Um suspiro escapou dos lábios dela, enquanto se aconchegava mais perto do corpo dele. Seus lábios retribuíram de maneira leve a pressão dos lábios dele sobre os dela.
Dizem que o amor verdadeiro sobrevive ao tempo, seja ele qual for não importando se o relógio bata uma ou um bilhão de badaladas. Dizem que o amor verdadeiro permanecera sempre intacto, inquebrável, e imutável.
Nosso coração é o primeiro a demonstrar os sinais mais visíveis de que estamos amando. Ele simplesmente abandona tudo e salta de maneira desenfreada em nosso peito, causando uma sensação esquisita, um tremelico nas pernas, borboletas no estomago... Mas existe uma grande diferença entre ser o primeiro a demonstrar e o primeiro a sentir, e essa é a diferença entre o coração e o que podemos chamar de alma.
Todo coração, não importa de quem seja um dia ira parar de bater, essa é a dura realidade, e outra realidade é que até o mais imortais dos seres possui um coração. Até mesmo vampiros possuem coração que não resiste a uma estaca. Todo coração um dia ira simplesmente falhar, assim como um relógio repentinamente desprovido de corda. E assim tudo que um dia esse coração sentiu será apagado, esquecido.
E é ai que a alma prova seu valor.
Ela ira reconhecer o que um dia foi seu independentemente do tempo decorrido, e por mais que a memoria possa falhar ela a fara se lembrar de tudo que já viveu, irá fincar suas garras e puxara a mais distante das lembranças.
O verdadeiro amor ficara encrustado na alma, impossível de ser apagado, nada nem ninguém será capaz de impedi-lo de recuperar o que um dia foi seu.
Rainer Gluttler diz que diamantes só deixarão de existir quando expostos a uma temperatura de 5500 °C, portanto somente quando a Terra deixar de existir, e literalmente se fundir ao Sol.
Tão frágeis os diamantes se comparados a uma alma... Ou melhor, a um distinto grupo de almas.
Portando mesmo que o coração se engane, e a memoria falhe, a alma ira lembrar, saberá a essência que lhe pertence.
Os pesadelos de Samantha se dissiparam, seu sono estava completamente livre da intrusão de coisas ruins.
Como se segurasse a mais frágil das flores ele colocou uma mecha do cabelo solto de Samantha atrás de sua orelha.
Um sorriso tomou seus lábios enquanto a admirava.
Christian teria tanto orgulho dela.
Ele podia ver que Samantha ainda segurava a foto que ele deixara presa na árvore firmemente entre uma de suas mãos.
Queria tanto ele mesmo poder protegê-la ao invés de deixar que Troy fizesse isso. Mas ele não podia.
Seus dedos correram por uma ultima vez sobre o rosto dela gravando suas feições, em seguida percorreram por uma ultima vez os lábios dela, antes dele se afastar com dificuldade dela.
Seus caminhos havia traçados rumos completamente ao contrario.
Ele era o caçador e ela sua caça.
Ela se tornara algo que seu destino seria caçar.
Algo que ele era impelido a matar, mas que nunca iria nem sequer hipoteticamente pensar em fazê-lo, preferindo antes disso que o matassem.
Destino não é algo que exista, pois se existisse seria algo totalmente ingrato, um jogo em que todos seriam bonecos de marionete.
Mas se por um triste acaso destino existisse, ele iria dar um jeito de revirá-lo ao avesso até que Samantha fosse sua.
Sim, um dia ela seria dele, e ninguém ousaria impedi-lo.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua...

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Sáb Jun 02, 2012 6:38 pm

Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Ohnzie
Capitulo 31 – Controle
Troy acordou e a primeira coisa que percebeu foi que segurava um papel em sua mão.
Sua testa se franziu estranhando o fato. Não se lembrava de estar segurando nada ao ir deitar-se.
Desdobrou o papel, ainda desconfiado, e se deparou com uma caligrafia que sem duvida alguma lhe era extremamente conhecida.
Provavelmente você já ligou a maioria dos acontecimentos, não pude protegê-la, eu falhei agora só me resta confiar em você. Sinto muito por não ter lhe avisado, mas não queria lhe colocar sobre pressão. Preferi que você escolhesse entre ajuda-la ou não. Obrigado, por escolher protegê-la Troy. Depois de tudo que Christian fez por mim eu não poderia deixá-la sozinha com tudo que está por vir, e você é o único em quem posso confiar. Não diga nada a ela sobre mim, nada.
Veremos-nos em breve
Terminou de ler e ficou encarando o papel por um tempo.
“Bem do feitio dele deixar apenas um bilhete sem dizer mais nada.”
Percebendo que Samantha acordava Troy deu uma última olhada no bilhete e em seguida rasgou-o, para depois guardar os míseros pedacinhos em seu bolso.
Samantha bocejou esfregando seu rosto com as mãos.
Quando retirou a mão, sua testa estava franzida, e seus olhos se estreitaram em fendas.
Seu dedo polegar e indicador foram para seus lábios, e pousaram sobre eles por um curto tempo.
A primeira coisa que lhe veio à cabeça foi um nome: Greg.
Mas por algum motivo aquele nome não se encaixava corretamente, como se houvesse um erro de análise.
“É claro que tende haver um erro, Greg não esta mais vivo, ele não ira mais voltar”.
-Está tudo bem? - Troy perguntou ao ver a expressão dela.
Samantha franziu mais a testa e fez sinal afirmativo.
-Como você se sente? – voltou a perguntar o vampiro preocupado.
-Acho que eu não gostaria de pensar muito em como eu me sinto – respondeu ela soltando um suspiro cansado.
Troy assentiu.
-E então? Vamos ao seu plano?
-Sim, minha garganta já está ardendo novamente, e é melhor nos apresarmos antes que eu perca o controle.
-Eu irei atrás do que precisamos. Você poderia se alimentar antes de fazer isso.
Samantha discordou chacoalhando a cabeça:
-Não. Preciso saber me controlar ao máximo, se eu estiver alimentada não ira adiantar de nada.
-Você está exigindo muito de você mesma.
-Nunca gostei que ninguém tivesse controle sobre mim, e na vai ser agora que deixarei que o sangue tenha.
Troy revirou os olhos:
-Eita orgulho danado.
Samantha deu de ombros.
-Vou indo então, e, por favor, tente não fazer nada de inconsequente.
-E você tente não matar ninguém.
Troy soltou uma de suas gargalhadas gostosas:
-Já lhe disse que consigo me controlar muito bem, e se você fosse um pouco mais paciente poderia aprender a se controlar aos poucos.
-Paciência não é meu forte – respondeu ela simplesmente.
-Você acreditaria se eu dissesse que já deu para perceber isso? - perguntou irônico.
Samantha bufou.
-Eu volto logo, não irei demorar.
-Ok, prometo que não irei tentar ir até o sol neste meio tempo – falou solenemente erguendo uma das mãos no ar como promessa.
Troy a encarou apático:
-Nem o Sol, nem a Lua, tente deixar Marte em seu lugar, e não tente arrancar sua própria cabeça – completou ele.
-Pode deixar irei começar pelo braço.
Troy arregalou os olhos e abriu a boca para protestar, mas Samantha foi mais rápida e continuou:
-Não estava falando sério, prometo que irei permanecer quietinha sem causar nenhum dano a ninguém – mesmo brincando sua voz não demonstrava alegria, mas de certa forma estava mais leve, era agradável conversar com Troy, como se isso lhe aliviasse o peso em seu coração.
-Neste “nenhum dano a ninguém” está incluso você também?
-Está.
-Então está bem, vou indo – dizendo isso fez um aceno com as mãos e saiu a toda velocidade entre as árvores.
¨¨¨¨¨¨
Samantha cumpriu a promessa. Quando Troy voltou ela estava sentada em um tronco, a cabeça apoiada em uma das mãos.
Troy trazia consigo varias correntes grossas. Seus olhos cintilantes foram varias vezes das correntes para Samantha, sua boca se tornando uma linha fina de desaprovação:
-Você quer realmente fazer isso?
Samantha se levantou indo até ele, pegando uma das correntes na mão:
-Certeza que isso aguenta? – perguntou ignorando a pergunta feita por ele.
-Aguenta, e também eu trouxe verbena. E mesmo se as correntes não aguentassem você não conseguiria ser mais rápida que eu, e nem mais forte.
-Não sei ao certo se quero que você fique por perto Troy, provavelmente será constrangedor.
-Não seja tola.
Samantha mordeu o lábio inferior.
-Está bem então. Vamos fazer isso de uma vez por todas.
Troy assentiu a contra gosto.
¨¨¨¨¨¨¨¨
Alguns minutos depois eles estavam em um ponto da floresta onde as árvores estavam mais unidas, mal sobrando espaço para a luz do sol iluminar o ambiente.
O plano de Samantha era o seguinte: conseguir se controlar ao sentir o aroma do sangue humano.
Para que isso fosse possível ela sabia que deveria se acostumar com o cheiro, e por isso decidiu que essa seria a melhor forma.
Troy a havia ajudado a se acorrentar.
No total eram cinco correntes. Uma para cada um dos braços, e mais uma em cada uma de suas pernas. A última possuía uma espécie de gargantilha de aço com pontas de madeira por dentro, fazendo com que cada movimento brusco de Samantha as pontas de madeira perfurassem seu pescoço.
Para completar eles haviam passado verbena por tudo. Os pulsos e tornozelos dela já queimavam ao contato com a verbena, ela já podia sentir os ferimentos em carne viva, mas pensava de forma positiva sabendo que aquilo a ajudaria.
Logo a frente de Samantha, apenas com a distância necessária para que Samantha não a alcançasse, estava uma mulher jovem de seus vinte e poucos anos com um pequeno corte no pescoço, feito por Troy.
Troy a havia buscado no pequeno vilarejo que se encontrava a uma pequena distancia do local onde estavam. Dissera ele que a jovem estava de viagem a caminho da casa da avó, e por isso ninguém notaria a ausência dela por um curto período. E como Troy e Samantha já haviam combinado, Troy iria ir atrás de novas vitimas constantemente para que Samantha se adaptasse a todos os tipos de sangue, fazendo com que assim não causassem problemas das famílias saírem atrás das vitimas.
¨¨¨¨¨¨
Samantha não teria vergonha de admitir para si mesma o quanto foi difícil tudo aquilo. No total foram cinco dias. Cinco longos dias. Sim, ela se sentia constrangida ao agir de uma maneira tão irracional na frente de Troy, mas ela não conseguia exercer controle sobre si mesma. Ela queria matar. Queria o sangue. Queria muito o sangue, de uma maneira esmagadora. Irracional. O sangue exercia um nível de tentação sobre ela que a ideia de que ela nunca conseguiria ser tão controlada como Troy lhe veio à cabeça repetidas vezes. E se ela nunca mais pudesse viver perto de humanos normais?
Ela se debatia de tamanha forma tentando alcançar a humana que seu pescoço mal tinha tempo de se restaurar antes de se rasgar novamente. Seus urros eram horríveis, angustiantes, mas Troy não a abandonou, ele ficou ao seu lado o tempo todo. Diversas vezes tentou se aproximar, mas Samantha tentou atacá-lo e ele voltou a se afastar. Mas ele podia perceber, conforme os dias passavam Samantha ficava mais controlada, mesmo que ela mesma não percebesse isso, ela estava conseguindo adquirir o controle sobre seus instintos.
Quando chegou o quinto dia que a vampira já se encontrava naquele estado, Troy se aproximou novamente dela e se sentando ao seu lado.
As mãos de Samantha tremiam, seu maxilar estava cerrado.
Troy a cutucou com o ombro.
Samantha por um momento pareceu que iria ignorá-lo, mas por fim se virou para encará-lo.
Troy somente sorriu, não disse mais nada, mas não era preciso, ela entendeu perfeitamente, as palavras não ditas estavam claras:
“Estou com você para o que der e vier, pode contar sempre comigo”.
Samantha continuava tremendo. Troy pegou a mão dela e a segurou entre as suas.
Os dois ficaram em silêncio.
Nenhuma das humanas que Troy havia trazido havia dito alguma coisa. Troy era ótimo em compelir.
Samantha aos poucos foi parando de tremer. Troy continuou sentado ao seu lado por horas, os dois sem dizer nada, até que a vampira depois de muito hesitar quebrou o silencio:
-Troy?
-Sim?
-Posso te fazer uma pergunta?
-Estou aqui para isso.
Samantha mordeu o lábio inferior sem encará-lo.
-Você amava Jane não é? – não esperou resposta para isso, à resposta estava escrita nos olhos dele – Como é amar dessa forma?
Troy pareceu ficar perdido por alguns momentos.
-É... Aterrador. Você passa a ser completamente dependente de outra pessoa, você sobrevive a partir da presença, das palavras, do cheiro, de tudo que venha da pessoa que você está amando. É um vicio, um vicio que tem o poder de te erguer de qualquer tombo, de ser seu alicerce, ou te derrubar, te deixar de mãos atadas sem saber como proceder. É a pior das maldiçoes... Mas a melhor das bênçãos.
Samantha fez sinal de que havia entendido o que ele dissera, mas não disse nada.
-Isso é sobre o tal de Greg não é mesmo?
A vampira assentiu.
-O que você sentia por ele?
Samantha virou o rosto de lado corando.
-Não sei exatamente, – respondeu depois de um tempo – creio que não deu tempo de ser amor, mas... Era forte. A presença dele me embriagava. A voz dele ficou gravada de tal forma em minha cabeça que ainda ouço ecos, seu sorriso, a forma que ele fechava os olhos ao sorrir, o modo como seu cabelo contrastava com sua pele... Tudo nele me... Fascinava.
Troy sorriu.
-Paixão. Ela pode acontecer de uma hora para outra, mas quando vem chega derrubando tudo.
Dizendo isso Troy pegou o pulso de Samantha e arrancou a corrente fora. Samantha o encarou:
-O que você está fazendo?
-Você está pronta, já exerceu o suficiente seu controle, ira conseguir se controlar. Está na hora de ter sua primeira refeição. Não vamos começar pela moça porque ela já fez bastante por nós – disse indicando a mulher a frente deles.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Muita gente. As ruas do pequeno vilarejo estavam repletas de andarilhos, pessoas que seguiam com suas vidas rotineiras. Damas com seus longos vestidos seguravam sombrinhas bordadas para se protegerem do sol. Cavalheiros formavam pequenos grupos para tratarem de negócios.
Samantha fez uma careta: o barulho.
O barulho demasiado a incomodava.
O galopar dos cavalos revibrava em sua cabeça, ferreiros trabalhavam ao longe, fazendo com que cada batida em suas pesadas bigornas fazia Samantha sentir que era sua cabeça que estava no lugar do ferro que estava sendo moldado. As conversas paralelas das pessoas em volta soavam como gritos de pessoas histéricas.
A vampira cerrou o maxilar olhando fixamente para frente.
Troy pegou seu pulso segurando-o firme.
-Se prenda apenas a alguma conversa ou barulho, ignore todas as outras. – Sua voz não passava de um murmúrio ao falar, mas Samantha pode ouvi-lo.
Tentou fazer o que ele dissera.
Cavalos. O galopar de cavalos.
Seus olhos se fecharam por um momento. Lembranças a embalaram. Cavalos, ela sempre havia amado cavalos. Considerava-os como uma ponte que interligava sua vida de antes de seus seis anos e depois disso. Um som que seguia medidas perfeitas de sincronia. Uma sincronia quase que musical. Seus dedos começaram a se mexer com som, sem perceber parou de andar. Suas lembranças a levaram muito longe. Agora ela estava cavalgando em pensamentos, seus cabelos balançavam com o vento, Damon e Stefan estavam ao seu lado, mandavam-na ir mais devagar, antes que se machucasse. Mas ela queria voar, queria correr, queria ser livre.
Uma mão segurou seu ombro. Damon a havia alcançado. Seus olhos se abriram procurando pelos olhos azuis do irmão, um sorriso se abria em seus lábios, mas morreu ali. Não eram os olhos de céu, não eram dois globos de azul céu que a encaravam, mas sim dois globos azul cristal preocupados. Não era Damon, não era Stefan. Era Troy.
Os cantos da boca de Samantha desceram, não por ser Troy, mas pelo fato de não ser Damon e Stefan, pelo fato dela não poder mais vê-los.
-Acho bom você se concentrar em outro som – disse Troy ainda preocupado, segurando o ombro de Samantha.
Samantha olhou em volta, ela havia saído do lugar onde estava antes.
-O que aconteceu?
-Você quase saiu em disparada, acho que iria assustar os humanos se saísse correndo em uma velocidade nada normal.
Fez um leve aceno e os dois voltaram a andar.
Samantha buscou outro som para prender sua atenção. Um martelar sobre o ferro, o fogo crepitante...
A garota se afastou logo do som. Sabia exatamente onde ele a levaria: seu pai.
Flashback
Samantha chegou ao lugar onde seu pai deixava as ferramentas de trabalho. Mesmo que a maioria das vezes ele fosse para a cidade trabalhar, ainda deixava algumas ferramentas em casa.
Seus olhos percorreram a pequena oficina procurando por Christian. O fogo crepitava na forja, mas seu pai não estava ali.
Seus olhos se depararam com o martelo pesado que seu pai usava para o trabalho. Um sorriso travesso crispou seus lábios.
“Se eu esconder isso, papai não vai ter como trabalhar e passara mais tempo comigo”. – Pensou ela indo em direção ao martelo.
Chegou até ele e tentou levantá-lo. Precisou usar as duas mãos para segurar o cabo grosso. Usou toda a força que tinha, mas o martelo nem se mexeu, fez um bico e tentou novamente, nada de novo.
De repente uma gargalhada estrondosa a assustou, se virou e deu de cara com Christian.
-Não acha que isso é muito grande para você minha princesa?
-Papai? – falou com cara de que havia sido pega em fragrante.
-O que você estava tentando fazer minha filha? – perguntou ainda rindo.
Samantha corou e murmurou algo inaudível.
Christian foi até ela e apegou no colo dando um beijo no topo de sua cabeça.
-Acho que acabei de achar uma ajudante, mas se sua mãe perguntar o que estava fazendo diga que estava brincando de boneca filha, senão sua mãe nos coloca para dormir na casinha do Carmelo.
Samantha riu acompanhando a risada do pai.
Fim do flashback
A vampira acordou do devaneio percebendo que estava parada de frente a uma pequena lojinha de tecidos.
-Espere aqui. – Troy falou já se encaminhando para dentro.
Ela não precisou esperar muito, logo ele estava de volta trazendo um pequeno embrulho de papel e entregando a Samantha:
-O que é isso? – perguntou desconfiada.
-Abra. – Respondeu simplesmente.
Samantha abriu e se deparou com uma fita de cabelo da mesma cor de seu vestido.
-Para que isso?
Troy deu um sorriso travesso:
-Irei te ensinar a se alimentar de humanos.
Samantha franziu as sobrancelhas.
-Não entendi.
-Venha comigo que você vai entender, mas prenda seu cabelo primeiro porque desta forma você está aparentando ser uma bela leoa faminta.
Samantha revirou o solhos para ele prendendo a fita entre os dentes enquanto juntava um pouco do cabelo, depois os prendeu com a fita fazendo um laço.
Troy a analisou por um momento:
-Humm, acho que agora esta pronta, venha.
Samantha o seguiu.
Chegaram até uma taverna. Troy entrou, Samantha o seguiu confusa.
-Pegue sua presa. – O vampiro murmurou e se afastou.
Samantha abriu a boca para falar algo, mas Troy já estava longe.
Ficou parada, sem saber o que fazer. Algumas pessoas a observavam.
Tentando fugir dos olhares curiosos se encaminhou para o balcão e sentou em uma das banquetas velhas.
Um homem se aproximou e pediu se ela desejava alguma coisa. Samantha agradeceu, mas disse que não.
Buscou o olhar de Troy para indagar o que ela deveria fazer. Troy fez um leve aceno em direção a um homem que a encarava. Samantha ergueu uma das sobrancelhas para Troy:
-Deixe que ele se aproxime de você, depois o leve para fora e se alimente, não se preocupe que não deixarei que você o mate.
Ela tinha certeza que foi a única que conseguiu ouvi-lo, mesmo estando a uma grande distância. Virou a cabeça para frente e passou a encarar a cabeça de um urso empalhada.
Ouviu um movimento perto de si, mas não se virou para olhar até que falaram com ela:
-Uma dama tão bela sozinha.
O homem ao seu lado devia ser ao menos uns cinco anos mais velho do que ela, possuía cabelos e olhos castanhos, e um sangue de aroma delicioso.
-O que a traz aqui?
Ela não respondeu.
-Não vá me dizer que seu noivo lhe dispensou?
-Não, não, não foi isso.
Samantha ouviu Troy rindo baixinho:
-Você é péssima com isso.
-Não tenho séculos de experiência. – Murmurou em resposta sabendo que ele ouviria.
-Disse alguma coisa?
-Oh, não, é só, quero dizer... É... – abanou a mão na frente do rosto – calor,... Acho que irei para fora tomar um ar, aqui está muito quente.
O homem sorriu malandro:
-Posso lhe acompanhar, não é aconselhável uma dama tão bela sair sozinha, existem muitos caras mal intencionados.
-Tudo bem. – Concordou ela se levantando.
Vários olhares a seguiram novamente.
-Tente parecer mais humana, não ande de uma forma... tão felina – Samantha se virou e estreitou os olhos para Troy.– Respeite seu professor Samantha, seu pai não ensinou que devemos respeitar os mais velhos? – completou Troy rindo.
Samantha revirou os olhos.
-Algum problema? – perguntou o homem ao seu lado enquanto saiam pela porta.
-Problema algum. – Respondeu olhando para os lados procurando algum lugar mais privado.
Avistou um pequeno portão que levava ao fundo da taverna.
O homem sorriu ao perceber para onde ela se encaminhava.
Quando achou que já estava longe o suficiente dos olhares curiosos Samantha parou, deixou que um pouco de seus instintos se soltassem das amarras que ela usava.
O homem se aproximou mais dela. Samantha sorriu de forma provocativa seus olhos analisaram o homem a sua frente.
Sem esperar nada mais o homem a puxou pela cintura a prendendo contra a parede:
-Adoro garotas que sabem o que querem. – Sua boca explorando o pescoço de Samantha.
Samantha deixou a cabeça tombar de lado sentindo o cheiro do sangue. Tão doce. Tão quente.
As mãos do estranho subiam por sua cintura de forma sedenta.
A vampira se virou deixando ele contra a parede.
O homem pareceu surpreso, mas não protestou.
Samantha usou seu próprio corpo para apertar mais o homem contra a parede. Aproximou lentamente sua boca da dele, apenas encostando seus lábios aos dele, para em seguida descer por seu pescoço. Suas unhas rasgaram a manga da camisa dele, uma de suas mãos descendo para as costas do estranho, enquanto a outra se emaranhava nos cabelos castanhos fazendo com que ele deitasse de lado a cabeça. Sua boca continuava insistentemente pelo pescoço dele.
-Qual seu nome?
-Michael. – Respondeu com a voz fraca.
-Sabe Michael tens razão quando diz que não é aconselhável uma dama sair sozinha, ela pode muito bem acabar facilmente com um cara como você, e não digo no sentido que está pensando – disse ela contra a pele dele, antes das veias saltarem sobre seu rosto e suas presas perfurarem a pele do pescoço dele.
Michael não gritou. Samantha não fazia ideia se ele havia se dado conta do que estava realmente acontecendo. Só sentia o sangue quente descendo por sua garganta lhe transmitindo uma imensa sensação de alivio. Prazer.
A garota ainda não se sentia satisfeita quando ouviu a voz de Troy.
-Calminha Samantha, agora chega, você ainda tem um cardápio diversificado para experimentar, agora largue ele.
Samantha largou o homem que parecia confuso e procurou Troy, ele não estava por perto.
-Agora use a compulsão. – Voltou a falar surgindo do lado direito da garota e alcançando um lenço a ela.
Samantha o compeliu a esquecer de tudo, e pegando o lenço que Troy alcançava a ela limpou o pescoço de Michael.
-Muito bem. – Troy aprovou sorrindo enquanto Samantha limpava a própria boca e Michael se afastava. – Agora é você quem está sobre o controle.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua...

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Qua Jun 06, 2012 6:21 pm

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Capitulo 32 - Treinamento
-Troy, não tenho certeza se estou preparada para ficar tanto tempo perto de humanos.
-Se você não tentar nunca vai saber se está pronta. E outra, eu não vou deixar você se alimentar mais do que o necessário de ninguém.
-Mesmo assim, não sei se estou pronta. Não sei até que ponto vai meu controle.
-Você não confia em mim?
-Não é questão de confiar ou não em você, a questão é confiar em mim mesma.
-Se serve de consolo: eu confio em você.
-Você é um caso a parte, pois foi você mesmo quem disse que é bonzinho demais.
Troy se virou consternado para encara-la:
-Poderia parar de usar minhas palavras contra mim?
-Não as uso contra você, apenas lhe trago a memoria o que você disse –defendeu-se dando de ombros.
-Sabe Samantha, você é exatamente como uma rosa: esplendida, mas cheia de espinhos.
-As rosas se desfazem com o vento, suas pétalas caem e elas murcham facilmente. Podem ser belas, mas da mesma grandeza que és bela és frágil. Então não pretendo ser como uma rosa.
Troy a encarou abismado:
-Bom argumento, mas elas podem ser frágeis, mas sabem se defender.
-Não o suficiente.
-Para os padrões de uma flor pode ser o suficiente, pois nem todas tem essa capacidade.
Samantha não respondeu.
Os dois andavam vagarosamente pelas ruas do pequeno vilarejo.
Troy insistia em dizer que sua idade avançada não era privilegiada ao ter que dormir recostado em árvores. Samantha aludia ao fato de não saber se conseguiria dormir em uma pensão cheia de humanos por perto, e o fato de não ter nem um misero tostão contribuía para que fosse contra a ideia de Troy, mesmo não verbalizando o último motivo a ele.
A garota ficou tensa assim que Troy parou em frente ao sobrado com a placa escrito “pensão”.
-Não se preocupe, eu não irei deixar você machucar ninguém – assegurou Troy a puxando para dentro.
Samantha ficou para trás quando Troy foi falar com a mulher que estava atrás do balcão de recepção.
-Olá, eu e minha prima estamos de viagem, gostaria de saber se possui dois quartos livres.
Samantha sentiu que a mulher a observava, mas não se virou para encará-la.
-Vocês estão vindo de longe?
-Não muito, saímos de viagem faz poucos dias.
A mulher assentiu ainda olhando para Samantha.
-A moça me parece conhecida. Qual o nome dela?
-Samantha Blayker. – respondeu Troy sem hesitar, Samantha trocou um breve olhar com Troy, ainda sem olhar para a mulher – e creio que dificilmente você a conheça – continuou Troy – esta é a primeira vez que ela sai do lugar onde nasceu.
-Se me permite saber qual o motivo dela estar viajando com o senhor.
-Ela acaba de sofrer uma grande perda, então vim buscá-la para morar com o que sobrou de nossa família.
A mulher assentiu e foi em direção a uma porta ao seu lado.
Troy se virou para olhar Samantha.
-Você está bem? – perguntou em um sussurro.
-Não gosto dessa... – parou no meio da frase vendo os olhos de Troy se arregalarem. – O que foi? – indagou assustada.
Troy fez um leve aceno indicando algo atrás de Samantha.
A vampira se virou e deu de cara com uma fotografia sua.
-Parece que seus irmãos estão te procurando.
Samantha arregalou os olhos surpresa.
-Então é por isso, a mulher deve ter me reconhecido Troy.
-Provavelmente ainda não, ela não viu seu rosto de frente, mas por via das duvidas acho bom não arriscar.
Troy foi em direção ao folheto com o rosto de Samantha e o arrancou.
-Não podemos mais ficar aqui, o problema não serão os humanos a reconhecerem.
Samantha entendeu.
Se qualquer vampiro, ou ser sobrenatural visse sua foto deduziria que ela estava viva, e a última esperança de que desistissem de caçá-la achando que estivesse morta acabaria.
-Para onde vamos?
-O mais longe possível daqui.
-Por quantos dias... - a mulher que voltara com duas chaves na mão foi interrompida quando Troy parou em frente a ela.
Sua ordem foi tão rápida que até mesmo Samantha teve dificuldade para acompanhar.
Assim que terminou Troy já estava segurando o braço da vampira puxando-a rapidamente pelas ruas.
–Hora de irmos.
Samantha saiu tropeçando tentando acompanhar Troy.
-E as pessoas que encontramos antes?
-Não vi uma expressão surpresa em nenhum dos rostos, vamos torcer para que ninguém a tenha reconhecido.
-Troy... Eu não quero ir muito longe de minha família... Eu...
-Samantha você não pode voltar para eles, agora eu preciso fazer com que você fique viva.
-Mas e se meu pai não conseguir deter Katherine.
-Você precisa ter esperança.
Conforme os dois passavam rapidamente pelas ruas o vampiro ia arrancando os folhetos que encontrava com o rosto de Samantha.
-Espere Troy. Meus irmãos... Meus irmãos Troy, eles... Eles podem estar aqui. – Samantha disse esperançosa parando e olhando a sua volta desesperada – eles podem estar aqui Troy.
Troy parou se virando para a garota e segurando delicadamente o rosto dela entre suas mãos:
-Não acho que seu pai permitiria que seus irmãos viessem até aqui Samantha, eles devem ter mandado alguém. Agora precisamos ir embora.
A vampira assentiu, desolada deixando que ele a puxasse pelas ruas.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Uma semana havia se passado. As paisagens por onde Samantha e Troy passavam já estavam diferentes: deixara de serem as familiares montanhas e passara a ser mais planas.
Troy havia arranjado uma nova meta: ensinar a Samantha como usar suas habilidades.
Primeiramente ele a parabenizara, pois depois de desviarem de vários vilarejos decidiu que estava na hora de tentar novamente, e Samantha demonstrara um incrível autocontrole convivendo mais com humanos. A cada dia ela ficava mais pratica no quesito alimentação. Sua força também aumentará com o aumento do sangue humano que bebia.
Troy a obrigara também a comprar roupas novas e ensinara mais algumas coisinhas básicas sobre ser vampiro, como, por exemplo, não poder entrar em uma casa sem o consentimento do dono.
Os dias eram longos, sem cores, um vazio enorme comprimia o coração da vampira, mas o que ela poderia fazer a não ser tentar sobreviver a cada dia? Tentar se superar e traçar novas metas a seguir era tudo o que ela tinha a fazer. Ela era Samantha. Ela era uma Salvatore. E sempre seria uma Dellafried.
A cada novo dia que passava na presença de Troy ela tinha mais certeza que ele era um anjo, é claro não um anjo de esplendorosas assas brancas com direito a auréola na cabeça e tudo mais, mas sim seu anjo, ele a ajudara sem pedir nada em troca, a não ser sua amizade.
O dia estava nublado, a garota não tinha certeza se Troy havia realmente dormido, pois foi acordada em plena madrugada com batidas na janela do seu quarto na pensão e deu de cara com ele. Segundo ele Samantha estava ficando sedentária apenas dormindo e precisava praticar exercícios. A vampira o encarará apática. Em seus últimos dias era mais fácil contar às noites que dormiu do que as noites que passou acordada escutando histórias e lutando com Troy. O objetivo dele era ensinar Samantha a se defender de qualquer coisa. E ele estava conseguindo.
Na madrugada quando foi acordá-la apareceu com um enorme embrulho de tecido. Primeiramente Samantha achou que fosse mais roupa e estava prestes a despachá-lo se suas suspeitas se provassem reais, mas depois quando os dois chegaram à clareira a qual agora se encontravam finalmente havia descoberto o que era.
Espadas. Sim, espadas, lâminas que para qualquer vampiro não seria problema algum.
Troy sorriu descarado para Samantha quando ela o olhou indagativa.
-O que acha de esgrima?
A garota apenas ergueu uma das sobrancelhas para ele.
Troy a ignorou pegou uma das três espadas enroladas no tecido a girou uma vez no ar para depois com um bonito floreio a prender no chão. Apenas sua ponta ficou presa a fazendo balançar de um lado para o outro.
-Sério Troy? Espadas? De que isso vai adiantar?
-Esgrima é uma das melhores praticas para ensinar equilíbrio, agilidade, defesa e uma serie de necessidades em uma luta. Então não me olhe com essa cara.
-Sinto muito, você chegou atrasado, Damon e Stefan passaram na sua frente e me ensinaram tudo isso quando eu tinha doze anos.
Troy pareceu surpreso:
-Humm nesse caso será melhor ainda, pois você já saberá o básico.
-Básico? Não me subestime Troy eu sou uma Salvatore, o que eu faço, faço bem feito, e não pela metade, não gosto de meios termos.
-Ô revolta, não estou lhe subestimando, apenas quero dizer que agora e diferente de quando era humana. Mas, antes de começarmos preciso saber: serio que seus irmãos lhe ensinaram a lutar com espadas?
Samantha assentiu.
Flashback
-Damon isso já é exagero – interferiu Stefan, revoltado – Qual será seu próximo passo? Ao que aparenta ira começar a incluir Samantha em suas brigas também. Já não lhe basta que eu sempre tenha que lhe ajudar?
-Ajudar Tefinha? Você entra em minhas brigas porque quer, de intrometido que é. E não podemos chamar aquilo de ajuda, pois garanto-lhe que Samantha me ajudaria mais.
-Diga o que quiser Damon, mas lembre-se que Samantha é uma garota e tem apenas doze anos, então não queira ensinar algo que vá prejudicá-la.
-Prejudicá-la? Acorda Tefinha, quer o que? Mostrar a Samantha as artes clássicas? Vá em frente, faça o impossível, pois caso não tenha notado uma gazela de pata quebrada se for comparada a Samantha dançando pode ser considerada uma bailarina.
-Lhe agradeço irmão por tamanha sinceridade ao se referir a minha pessoa aqui presente. - Samantha meio que grunhiu enquanto tentava manejar a espada pesada.
Damon sorriu de lado vendo o esforço que a irmã fazia tentando manter o equilíbrio entre seus movimentos e os movimentos da lâmina afiada.
-Por nada maninha, a sinceridade é só uma das minhas muitas qualidades.
Stefan revirou os olhos, Samantha sorriu e se voltou para Damon:
-Pi, pi, pi, pi, aviso, aviso, risco de explosão devido a escassez de modéstia - recitou ela imitando voz robótica.
Damon deitou a cabeça de lado ampliando o sorriso:
-Me perdoe maninha, mas são tantas as minhas qualidades que não sobra espaço para modéstia. – retrucou ele dando uma piscadela. – Mas do que importa? Independentemente da quantidade de modéstia que eu possuo você sempre ira me amar, não negue.
Samantha ampliou o sorriso
-Não irei negar irmão, nem conseguiria, pois isso é um fato inalterável, algo que já me acostumei sabendo que você e Stefan são insuportavelmente os donos da maior porcentagem do meu coração. Agora irei parar por aqui, não quero ser a causadora a explosão de seu ego.
-Olha só isso Tefinha? Veja se não é a princesa Salvatore dando uma de sentimentalista.
Stefan apenas foi até Samantha beijando-lhe o topo da cabeça, mesmo ele sendo apenas pouco mais de um ano mais velho que ela possuía a estatura bem mais alta.
-O que foi tudo isso Samy? Medo de que o pai descubra que estamos lhe ensinado esgrima e que não de tempo de nos despedirmos antes de nossa morte eminente?
Samantha deu de ombro:
-Provavelmente.
-Não minta maninha que o nariz cresce, você esta dizendo isso porque minha presença causa sensações incontroláveis nas pessoas.
-Já inflei seu ego por demais hoje Damon, mas estou confusa, Stef o “estamos lhe ensinando esgrima” o que você quis dizer?
-Quis dizer que não posso deixar que Damon ensine apenas da maneira dele, irei lhe ensinar da minha também, o pai tratou de nos ensinar a se defender quando tínhamos oito anos, agora chegou nossa vez de ensiná-la.
-E lá vem Tefinha com suas teorias e blá, blá, blás. – Damon provocou se colocando atrás de Samantha e cruzando seus braços sobre a cabeça dela.
Samantha se virou em direção a ele lhe dando um cascudo.
-Não seja estraga prazeres Damon.
-Não estou sendo maninha, estou apenas avisando previamente que até Tefinha terminar de falar provavelmente você será uma velhinha que se aproveita de sua bengala para fazê-la de arma mortífera.
-Há, há, há morri de rir irmão – retrucou ela sem conter um sorriso.
-Bem que dizem que o que não é parecido com o dono é roubado. Você esta sendo um mau exemplo para a Samy, Damon, até seu sarcasmo ela já está herdando.
-Que isso Stef, Damon não é meu dono.
-Você entendeu o que quis dizer Samy.
-Acho bom procurarmos um advogado – Damon falou sério.
Samantha e Stefan o encararam confusos:
A garota inclinou uma das sobrancelhas indagativa:
-O pai corre riscos de ser preso. Afinal ele deve ter roubado Tefinha de um orfanato para crianças descendentes de alienígenas, se essa não for à explicação qual seria?
Samantha cruzou os braços ficando cara a cara com Damon e estreitando os olhos:
-Damon Salvatore você esta passando dos limites.
Damon somente sorriu, e antes que Samantha pudesse se defender ela já estava com as pernas balançando no ar, enquanto Damon corria com ela pendurada de atravessado sobre seus ombros.
Depois de Samantha finalmente convencê-lo a soltá-la Stefan deu um explicação básica sobre o tipo de cada espada, os tipos de golpes, e por último juntamente com Damon passaram para a parte pratica a ensinando os golpes por parte e os modos de defesa, assim como o equilíbrio que ela deveria ter e a forma que ela deveria explorar seus pontos fortes.
Fim do Flashback
Samantha narrou tudo a Troy. Troy era tão bom ouvinte como narrador.
-Isso não é algo que possa se ouvir diariamente, você quis trocar suas bonecas por aulas de esgrima. – Comentou rindo.
-A preferencia não estava entre uma boneca e uma espada, mas sim nas companhias, eu sabia que praticando esgrima seria mais um tempo que teria para passar com meus irmãos. E quando eu estava come eles sempre estaria tudo bem, independente do que eu estivesse fazendo.
Troy sorriu compreensivo:
-Mas e seu pai? Ele descobriu?
-Descobriu. Depois de uma semana que ele havia descoberto eu já estava de malas pronta rumo a um colégio interno na Inglaterra. Quando chegou o dia de minha partida me despedi de Stefan em casa, e depois de Damon e meu pai na estação. Mas antes do trem sair dei um jeito de escapulir de dentro dele sem que meu pai me visse, Damon já havia dado um jeito de despistar meu pai e Stefan nos esperava com nossos cavalos ali perto. Nós três ficamos escondidos por três dias. Stefan havia levado tudo o que precisávamos. Quando voltamos para casa nosso pai estava ao mesmo tempo furioso e preocupado, pois sabia que se me mandasse embora nos iríamos dar um jeito de aprontar mais uma, então desistiu da ideia. É claro que teve outras vezes que ele quis me mandar para França, Suíça, Alemanha e tantos outros lugares que cheguei a esquecer, mas eu, Damon e Stefan sempre dávamos um jeito.
-O coração de seu pai deve ser forte.
-Pois é ele teve que suportar várias de nossas façanhas. Mas ele sempre cumpriu seu dever de pai.
Troy percebendo o rosto dela se transformar resolveu mudar de assunto. Retirou a espada que havia firmado no chão e a alcançou a Samantha:
-Sua vez, me mostre o que sabe.
A vampira esticou a mão para pegá-la ainda confusa.
-O que quer que eu faça?
Troy se encaminhou para as duas espadas restantes e pegou uma para ele.
-Tente me vencer. – Desafiou rodopiando a lamina na mão com um sorriso de expectativa no rosto.
Samantha estreitou os olhos o analisando:
-Não tente facilitar as coisas só porque sou mulher, ou por ser mais nova. Se for pra lutar lute da maneira correta, sem machismo.
-Sem problemas.
-Mas por que espadas? Do que ira adiantar?
Troy apenas sorriu misterioso e partiu para cima de Samantha. Ela por reflexo bloqueou o ataque dele, fazendo as duas laminas se encontrarem no ar soltando faíscas. Troy era mais forte. Samantha percebendo isso girou sua espada o contra atacando.
Algo não saiu como o planejado. A força que utilizou foi maior do que imaginava fazendo com que ela perdesse o equilíbrio. A vampira cambaleou confusa tentando ainda manter a espada firme na mão.
Troy riu:
-Não basta você ter força, você precisa saber usar sua força. Uma combinação de força, equilíbrio e habilidades forma um bom lutador. Entende o que quero dizer? Você ainda é uma vampira nova, mas se treinar pode ficar mais forte ate mesmo que Katherine. Pretendo ensiná-la a se defender sozinha em qualquer situação Samantha e esgrima é um dos melhores exercícios para isso, ele utiliza de todas essas habilidades de uma só vez. Força, equilíbrio, e ataques criativos. Nunca use um golpe obvio contra alguém mais forte que você, o surpreenda. Faça o inimaginável, o improvável.
Samantha trincou os dentes. Isso era injusto. Troy não só era forte, como também possuía todas as outras características necessárias. Ela lembrava perfeitamente de como Damon e Stefan a ensinara:
“Você não tem tanta força quanto nós, mas é mais leve, e desta forma se torna mais ágil, use sua agilidade a seu favor.”
Samantha partiu para cima de Troy, mais uma vez as laminas se encontraram provocando um estrondo. Ela se manteve firme. Seus braços tremiam com a força que exercia, mas Troy estava normal, como se não fizesse esforço nenhum. A vampira bufou e resvalou a lamina de lado fazendo com Troy tivesse que mudar de posição.
Troy aparava todos os golpes dela sem ter de se esforçar, com uma naturalidade inumana e ao mesmo tempo divina. Seus olhos claros cintilavam, enquanto um sorriso brincava nos cantos de sua boca.
Samantha no intuído de usar mais força acabou exagerando, sentiu somente o cabo da espada se desfazer em suas mãos até virar pó.
Parou apática, Troy também parou rindo dela:
-Tem uma reserva. – Disse indicando a última espada que restava – Imaginei que algo do gênero aconteceria.
A garota o encarou por alguns segundos.
Como ele conseguia cuidar de todos os detalhes?
Quando recomeçaram Samantha tomou mais cuidado, se manteve mais na defesa esperando uma brecha para atacar.
Troy continuava levando vantagem, mas Samantha não permitiria que ele vencesse de maneira fácil. Ela aparava todos os golpes dele, tentando virar a luta a seu favor. Ficou imaginando de que distancia seria possível ouvir o barulho do choque entre os metais. Por mais que os dois cuidassem para manter as laminas inteira a força que ambos usavam continuava a ser superior a de qualquer humano.
Com um belo floreio Samantha desviou o golpe de Troy e voltou a atacar ao invés de se defender.
Entre meio aos golpes buscava algo que pudesse servir de distração para Troy, algo que desse tempo suficiente para derrota-lo.
Seus olhos focalizaram uma pequena proeminência no terreno logo atrás do vampiro. Era pequena o suficiente para passar despercebida, mas grande o bastante para causar um desequilíbrio.
“Perfeito.”
Seus golpes passaram a ser mais rápidos, enquanto tentava distrair Troy o levando diretamente em direção à pequena saliência no chão.
Quando Samantha começava a se vangloriar mentalmente algo saiu diferente do que ela havia planejado.
Em um minuto Troy tentava se desviar de seus golpes, e depois havia desaparecido.
A garota tentou ficar em alerta, mas a surpresa a havia desconcentrado.
Seus olhos deslizando rapidamente por todos os lados em busca de Troy.
Ela não o encontrou.
Aquilo a estava irritando.
-Troy Blayker deixe de enrolação e apareça.
Ouviu uma risada baixa logo acima de sua nunca, mas não teve tempo de se virar.
Troy a havia encurralado.
O braço do vampiro a contornava segurando a espada rente a seu pescoço, mas sem relar.
-Touché. – falou ele, como se saboreasse cada silaba, pronunciando a palavra de forma lenta como o gotejar do mais doce dos chocolates. – Sinto muito Srta. Salvatore, mas parece que já temos um vencedor.
Samantha não pode evitar que um arrepio a percorresse sentindo o hálito quente dele em seu pescoço.
Seu cheiro transmitia um aroma quente, o que lembrava a Samantha tardes de primavera. Um perfume que era ao mesmo tempo selvagem, tropical e quente.
Subitamente os pensamentos de Samantha a levaram até Greg. Não era algo que ela pudesse controlar, seus pensamentos abriam caminho sozinho até as poucas lembranças que tinha dele, mas que estavam gravadas em sua mente com ferro em brasa. O gosto de seus lábios nos dela, o calor inebriante do corpo dele.
A pele de Samantha queimava com a simples lembrança, sua respiração passou a ser ofegante.
Troy afrouxou um pouco os braços em volta dela. Suas mãos a viraram de maneira ágil, mas gentil para que ela o encarasse. Suas mãos ergueram o queixo dela em um gesto tão dele. Samantha se viu mais uma vez encarando seus olhos de cristais cintilantes:
-Você está bem? – perguntou ele com a voz tensa e preocupada enquanto a analisava.
Samantha por um momento hesitou confusa. Como ele percebia tão facilmente as reações dela? Onde é que ficava nessas horas seu dom de fingir que estava “tudo bem” e “nada me atinge”? Onde estava sua dignidade?
A vampira girou seu próprio corpo com rapidez e graciosidade, e assumiu a posição que antes Troy ocupava. A lâmina desta vez se encontrava rente ao pescoço dele.
-Belo professor esse meu que se deixa enganar por qualquer distração.
Troy sorriu.
-Ou o professor que é muito ruim ou a aluna que é muito aplicada. Quem sabe seja necessário lhe arranjar um novo mestre.
Samantha deu de ombros:
-Acho melhor deixarmos como está, seria difícil sua aluna achar outro mestre que não tenha como principal objetivo liquida-la.
-Então a aluna terá de se contentar com o professor que possui.
Samantha abaixou a espada livrando Troy:
-Posso tentar conviver com isso.
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