The Hunter

- Que tal eu te chamar de cadáver?

- Não acho muito agradável, e também não combinaria com minha beleza. – Retrucou ele.

- Você não vai precisar se preocupar com isso quando eu matar você. – Ameaçou ela. Mais já controlada.

- Uma pena pra você não? Já que isso não vai acontecer – Falou ele em tom sonolento.

- Por quê? Você vai me matar antes? – Perguntou sarcástica.

- E desperdiçar tudo isso? – Ele apontou pra ela, que não esboçou reação nenhuma – Não querida, tenho outros planos para nós dois.

- Incrível, eu também tenho planos para nós dois. - Ela sorriu sádica - E nele está incluso a sua morte de uma forma horrenda.

- Não vamos desperdiçar o nosso tempo falando de besteiras sim. – Disse ele pegando o cardápio – E então?

- E então o que? – Perguntou ela, ainda em choque apesar de não demonstrar.

- O que você pediu pro café? Estou em dúvida entre o tostex misto e o com ricota. Acho ricota um tanto sem gosto, não acha?

- Serio que você esta falando de ricota? Você não percebeu algo na nossa situação não? – Ela estava começando a ficar confusa. Pelo amor de deus que palhaçada era essa?

- Er, não? – Sínico. Ela pensou.

- Você é um vampiro – disse baixo, sabia que ele ouviria – E eu, sou uma caçadora. Deveríamos estar brincando de gato e rato e tentando nos matar. É o que sempre acontece. É uma regra natural da vida. – E era mesmo. Humanos versus Vampiros. Sobrevivência versus morte. – Aquela era a única regra que ela seguia e por isso estava viva.

- Desculpa – Pediu ele sem sinceridade alguma – Não gosto de regras. – Fez uma pausa – Vou ficar com o misto mesmo.

Elena engoliu saliva e mordeu a língua. Respirou fundo e sorriu pra garçonete que entregava o seu pedido, enquanto olhava para o homem sentado a sua frente. Por duas vezes a garota quase deixa tudo cair em cima dela.

- Olha aqui – Disse Elena, segurando o braço da mulher e a fazendo desgrudar o olhar do vampiro - Quem você está servindo sou, não ele, então se você não quiser ser demitida faça o seu trabalho direito. Entendeu? – A garçonete balançou a cabeça e se pôs a servir a garota.

Ela percebeu o olhar do vampiro sobre si e lançou outro a ele. Era culpa daquele sínico que ela quase foi queimada com café. E o que ela podia fazer se já estava irritada com ele?

- O que eu posso fazer se causo esse efeito nas mulheres? - O vampiro disse com um sorriso gracioso nos lábios. Ela esperava que ele estivesse falando da garçonete e não dela.

Elena bebeu seu café.

Ele estava amargo.

Sentado na cadeira do bistrô, ele analisava a garota em sua frente. Stefan realmente não havia mentido quando disse que ela era a copia fiel da antiga ex-amada dele. Isso e o fato dela ter dado uma surra no irmão em seu irmão mais novo o havia deixado intrigado. E Damon Salvatore raramente ficava interessado. Mas foi uma grata surpresa ao perceber que a garota tinha um temperamento forte, uma língua ferina e um olhar que poderia congelar o inferno.

E acima de tudo, ela havia chutado o traseiro de Stefan, coisa que ele nunca iria esquecer. Claro que Stefan era um fraco se comparado com ele.

Damon acreditava que a má alimentação dele, havia não somente comprometido sua força como também seu cérebro.

Historicamente aquele fato ia durar. E seria sempre uma forma dele atazanar o irmão. Em sua mente a noite de ontem voltou.

Estava sentado no sofá bebendo da veia de uma linda loira, quando o celular havia tocado. Relutante atendeu irritado para descobrir que Stefan estava em um corredor da mansão Lockwood se esvaindo até a morte. Havia realmente pensado na possibilidade de deixa-lo morrer, mas ai lembrou-se que iria perder sua diversão favorita.

- O que aconteceu com você? – Perguntou ele assim que encontrou o irmão. Havia usado a super velocidade vampírica e entrara na casa com a maior facilidade do mundo. Depois disso, foi mais do fácil achar Stefan, ele era o único quase cadáver por ali.

- Você trouxe? – Perguntou com a voz rouca e Damon tirou da jaqueta uma garrafa térmica – Coelho. Seu favorito. Pensei em ovelha, mas elas são realmente muito felpudas. E só de pensar em morder aqueles bichos fiquei nojo


- Damon – Chamou o mais novo. E ele riu. Nada melhor do que uma pequena provocação. Principalmente se a pessoa estivesse à beira da morte. Muito divertido.

- Você está me devendo – Jogou a garrafa para ele, que pegou e começou a beber rapidamente – De novo. - Stefan bebia rapidamente com seus olhos fechados. Ele realmente estava apreciando aquilo? Se não fosse um vampiro ele vomitaria. Ainda bem que ele era um.

- E então vai me contar como você conseguiu quase ser morto, de novo. - Isso de morrer realmente está se tornando um habito não? Ele pensou.

- Elena Gilbert – Sussurrou ele.

- A garota nova? O que tem ela? - Ele sabia quem era ela, apesar de não a ter visto ainda. Todos naquela maldita cidade só falavam dela.

- Ela fez isso comigo. – Contou Stefan.

A primeira reação de Damon deveria ter sido choque, mas foi de humor.

Jogando a cabeça pra trás ele gargalhou.

- Oficialmente você chegou ao fundo do poço Stefan. Apanhar de um humano e o pior de uma mulher – Não aguentando ele riu novamente. Riu tanto que suas pernas não aguentaram e ele escorreu para o chão – Eu sabia que ainda existia um motivo para você está vivo. Me divertir é o suficiente.

- Damon, isso não é hora para gracinhas. Ela não era uma humana qualquer, ela era uma caçadora. Ela sabia o que eu era. Ela veio atrás de mim e me encurralou, eu não tive a menor chance.

- Claro que não. Você um vampiro e ela uma humana. Claro que ela seria mais forte, mais veloz – Ironizou ele. – Tudo isso culpa dessa sua dieta. Se você se alimentasse de verdade não estaria sendo estacado por uma mulher – Dessa vez ele não riu, por mais que ele quisesse.

- Nós já conversamos sobre isso, e esse não é o melhor momento para voltar a esse tópico – Stefan já estava bem, mas continuava sentado no chão ao lado de Damon – Precisamos saber o que fazer com ela.

- Simples. Vamos mata-la. Está decidido.

- Não é tão simples assim. Damon o que eu vou te falar agora. Espero que você não surte... – Começou Stefan, com aquele jeito que o moreno não suportava.

- Corta a introdução e fala logo o que você quer.

- A caçadora. A tal Elena. Ela é igualzinha a Katherine.

Damon havia afirmado que não poderia ser. Que ela poderia lembrar a Katherine, mas não poderia ser igual. Mas estava redondamente enganado.

Elena Gilbert era a copia fiel de Katherine Pierce.

- Porque você está me olhando fixamente? Se estiver pensamento em mim como um lanchinho, esqueça – A garota falou e ele sorriu torto.

- Estava somente apreciando sua beleza. – Ele disse entre um tom brincalhão e sério.

- Só falta me chamar de princesa para isso ficar mais brega do que já esta – Retrucou ela, sarcástica.
Damon estava gostando de estar ali com aquela garota, ela era simplesmente fascinante. Tão diferente de Katherine que se fingia de doce e inocente, mas o manipulava – e a seu irmão também – como ninguém. Katherine era falsa, sem autenticidade, tudo dela era programado, suas falas, seu tom de voz. Tudo.

Ele não tinha enxergado isso até recentemente. Já Elena era ao contrario de Katherine, ela não manipulava e nem fingia. Ela olhava para ele com o cenho franzido mostrando totalmente sua indignação. Elena era uma brisa suave. Um ar novo. E ele queria provar disso.

- O que você ainda está fazendo aqui?

- De novo com isso? Já disse que estou tomando meu café da manhã.

- Você não precisa comer – Lembrou ela.

- Isso não significa que eu não gosto.

- E não significa que você gosta. – retrucou com acidez na voz.

- Bom ponto.

Provocar Elena era incrível, ele se sentia maravilhosamente bem ao vê-la revidando a altura.

Ele gostava disso.

Tinha ido atrás dela achando que Stefan estava sofrendo de alucinações assim ele poderia mata-la e então... Tudo definitivamente mudou.

- Você a matou? – Perguntou Stefan assim que ele chegou em casa.

- Não. – Respondeu se servindo de um Uísque e sentando no sofá.

- Por quê? – Perguntou confuso.

- Pensei que você não quisesse isso, mudou de ideia irmão? – Provocou.

- Você sabe que não Damon. Eu quero saber por que você não a matou.

- Curioso você Stefan. Não sabia que a curiosidade matou o coelho? – Damon pode vê as linhas de expressão do irmão, endurecendo.

- Foi o gato Damon... – Concertou o rapaz.

- Isso importa? - Respirou fundo e deu um gole em sua bebida – Eu não a matei por que não quis Stefan. Isso está bom pra você?

- Damon, você precisa me dizer se isso tem haver com Katherine, por que...

- Por que o que Stefan? - Perguntou irritado - Porque diabos tudo tem que ter haver com a Katherine? Ela me abandonou. Ou melhor, nós abandonou. Se fingiu de morta durante todos esse anos e agora ela aparece – mais morta do que nunca – querendo voltar. Você acha que eu me importo? Não. Eu não me importo.

- Pare de mentir Damon. Você sempre amou a Katherine. Você somente não quis ficar com ela por que ela te enganou se não você teria se jogado nos braços dela.

- Talvez isso, e o fato dela querer nós dois de volta Stefan. – Revirou os olhos, irritado – E, por favor, não haja como se não tivesse quase feito a mesma coisa. Me espantou você ter vindo atrás de mim e não ter ficado em Chicago com ela.

- Você é meu irmão Damon. – Disse como se aquilo explicasse tudo – E, além disso, nós prometemos que a Katherine não iria mais nós separar, lembra?

- Infelizmente – Resmungou ele.

- Eu entendo que a Elena se parece com a Katherine, que você ama – Damon olhou feio para o irmão – Que nos amamos – concertou ele – Mais ela é humana, é uma caçadora. Ela não é a Katherine.

- Você afinal de contas, quer que eu a mate ou não? Porque você está começando a ficar confuso.

- Não Damon, eu quero que você não a mate. Mas você não pode ficar com ela. É isso que eu quero dizer.

- E por que eu não posso ficar com ela? Nós dois somos adultos, vacinados e ...

- Você é um vampiro, ela é uma humana que caça vampiros, isso deveria bastar.

- Você falando assim faz parecer que nosso amor está destinado a tragédia – Continuou bebendo seu drink.

- Você não a ama Damon. – Disse Stefan como se estivesse o relembrando.

- Eu sei – Sorriu Damon.

Desde quando ele precisava disso?