Diários do Vampiro
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Mensagem por Den!se ;D Sáb Mar 24, 2012 10:42 pm

Meninas mais um caps pra vcs =)
mais uma vez desculpem pela demora, e espero que gostem desse caps, ele é amis voltado para o Troy que vai ser um personagem bem frequente na fic, espero que simpatizem com ele kkk
bjao lindas
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Mensagem por Den!se ;D Dom Mar 25, 2012 7:59 pm

meninas o caps ficou na pagina 19, e mais uma vez ficou enorme Embarassed
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Mensagem por Bia Pierce Seg Mar 26, 2012 10:04 am

ownnnnn
que bonitinho o capt
o troy é fofinho
gostei dele e da historia com a jane
espero q ele e a samantha consigam um ajudar o outro
acho q eles precisam de amor
Bia Pierce
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Mensagem por Den!se ;D Seg Mar 26, 2012 11:17 pm

Bia Pierce escreveu:ownnnnn
que bonitinho o capt
o troy é fofinho
gostei dele e da historia com a jane
espero q ele e a samantha consigam um ajudar o outro
acho q eles precisam de amor


Que bom que vc gostou Bia, fico feliz aqui *----*
o Troy vai ajudar bastante a Samantha e tbm vai aparecer bastante durante a fic kkkk
a Samanht avai se ruma otima companhia pra ele, e mas pra frente a historia da Jane ainda vai ser mais explicada Wink
concordo com vc, acho que tanto o Tory quanto a Smantha estao precisando de amor, mas agora eles tem um ao outro =)
bjos linda
e obg pelo coment
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Mensagem por Vaanny Ter Mar 27, 2012 6:40 pm

Filhooota Embarassed
amr.. que saudades de vir aqui.
desculpe sua mãe desnaturada pelo sumiço tão grande filhoota...
sorry, sorry, sorry.
logo logo eu me atualizo direitinho e faço um comentário grande, do jeito que a sua fic maravilhosa merece filhaa. *-*
te amo filhoota
beijoos
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Mensagem por Den!se ;D Qua Mar 28, 2012 12:08 pm

Vaanny escreveu:Filhooota Embarassed
amr.. que saudades de vir aqui.
desculpe sua mãe desnaturada pelo sumiço tão grande filhoota...
sorry, sorry, sorry.
logo logo eu me atualizo direitinho e faço um comentário grande, do jeito que a sua fic maravilhosa merece filhaa. *-*
te amo filhoota
beijoos

Mamy, mamy sera que vou ter que falar pra vovys te por de castigo? rumm onde ja se viu falar que é uma mãe desnaturada, tenho a melhor mamys do mundo #fataço
Nao precisa ter pressa mamy, assim que vc tiver tempo vc aparece Wink
wonnn mamy maravilhosas sao sua fics e todas as historia que vc cria que me deixam toda boba de orgulho
te amo mamys l
inda I love you
bjao
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Mensagem por NandaSalvatore Qua Mar 28, 2012 12:16 pm

Oi amor!
Desculpa o sumiço!
Eu não abandonei a fic não!
É que eu estou SUPER sem tempo
E além disso ainda fiquei doente.
Mas logo logo, eu venho e me atualizo
Aí prometo que vou fazer um big comment descente, sobre toda a fic
Afinal é uma das minhas preferidas
Beijinhos
NandaSalvatore
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Mensagem por Den!se ;D Qui Mar 29, 2012 12:39 pm

NandaSalvatore escreveu:Oi amor!
Desculpa o sumiço!
Eu não abandonei a fic não!
É que eu estou SUPER sem tempo
E além disso ainda fiquei doente.
Mas logo logo, eu venho e me atualizo
Aí prometo que vou fazer um big comment descente, sobre toda a fic
Afinal é uma das minhas preferidas
Beijinhos

Wonn Nanda sem problemas
quando vc tiver tempo vc se atualiza =)
sei bem como é estar sem tempo, ultimamente estou assim tbm kkk
agora fiquei nas nuvens aqui Nanda *----*, fico muuuito, muito feliz que vc goste da fic,
obriga
dao linda
bjos
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Mensagem por Den!se ;D Dom Abr 01, 2012 8:10 pm

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Capitulo 29 - Amigos
O sol começava a dar as caras, mas não o suficiente para espantar toda a escuridão.
Giuseppe não exibia emoção alguma, sua expressão estava vazia.
Para a surpresa de Samantha Edmundo também estava ali.
É claro que Giuseppe seria precavido.
Edmundo, diferentemente de Giuseppe, estava de ombros caídos e parecia não se sentir bem por estar ali.
Samantha viu os olhos dos dois a analisarem de cima a baixo. Os lábios de Giuseppe se franziram.
Subitamente ela se sentiu pior. Havia esquecido completamente de como deveria estar sua aparência.
Ainda usava o vestido vermelho do baile, se é que aquilo ainda poderia ser chamado de vestido. A barra estava completamente suja e rasgada. E vários outros rasgos se espalhavam por toda a extensão do vestido. A maior parte do tecido estava coberta por manchas de um vermelho mais escuro, quase preto, uma mistura formada pelo seu sangue, pelo sangue de Margareth, do homem que ela atacara, de Greg e até mesmo de Katherine.
Ficou feliz por não ter um espelho para que pudesse ver seu rosto e cabelo. Ela estava literalmente imunda.
Tentou ignorar o olhar de repugnância que seu pai lhe lançava.
Molhou os lábios tentando ter foco no que deveria dizer. Sentia suas mãos tremerem. E para piorar a vontade de atacá-los era enorme. Suas unhas se fincaram em sua própria mão a cortando, a dor serviu para controlá-la.
Ela podia sentir Troy perto de seu ombro direito.
Respirou fundo e finalmente tomou coragem para quebrar o silêncio:
-Pai. – sua voz soou fraca.
Giuseppe não esboçou reação.
-Pai sou eu. – as lágrimas ameaçavam queimar, mas não era hora de chorar.
-Não sou seu pai. Minha filha esta morta. – Giuseppe respondeu seco.
Samantha sentiu o chão em baixo de seus pés sumir. Teve a sensação de diminuir de repente. Cada palavra de Giuseppe a perfurará como adagas de gelo.
-Diga-me por que me chamou aqui. – não era um pedido, mas sim uma ordem.
A garota podia sentir seu corpo começava a tremer com o esforço que fazia para não chorar e para manter-se sobre controle. Troy se aproximou mais segurando sua mão com força.
Samantha engoliu o choro.
Ela precisava fazer isso. Por seus irmãos. Por seu pai.
-Queria me mostrar pessoalmente o mostro que roubou de mim minha filha? – Giuseppe continuou sua voz assumindo o tom um pouco mais alto que o normal - Já não é o suficiente tirá-la de mim? Precisa jogar em minha cara que eu falhei?
-Eu sou sua filha. Sou eu pai. Sou eu... Samantha.
-Não me chame de pai. Minha filha não é uma assassina. Minha filha esta morta.
-Aceite ou não, eu sou sua filha. Não sou um vírus que se infiltrou no corpo de sua filha. Eu sou sua filha. Não sou isso porque quero, e se você fosse esperto o suficiente saberia disso ao ler a carta. Você ao menos leu meu diário? Ou ainda acredita que Katherine é a boazinha da história? Ela continua sendo a filha que você sempre sonhou? Foi isso que você me disse aquela vez não é mesmo? Katherine era uma dama perfeita, e eu nada mais do que um peso. Agora me diz Giuseppe – o nome parecia errado saindo de sua boca – você vai deixar Katherine matar seus filhos também? Quem sabe Damon tenha razão, quem sabe você nunca se importou com nenhum de nós, quem sabe eu tenha sido durante esse tempo todo uma tola por ter acreditado que você nos amava, e mais tola ainda por amá-lo e ainda amar. Você vai impedir Katherine ou vai segurar Damon e Stefan para facilitar para ela? – as palavras explodiram da boca de Samantha, como se não fosse mais possível segurar aquilo pra si mesma.
-Não lhe devo satisfações nenhuma.
-Se você não me considera mais como filha, eu ainda tenho Damon e Stefan como irmãos, e nada que você diga irá mudar isso, então tenho todo o direito de saber. Você falou para eles? Você os alertou?
-O que me garante que o que eu lhe dizer agora você não irá ir correndo contar para Katherine?
Samantha bufou, sua mão livre voou para sua cabeça, perplexa.
-Ora, ora, quem diria que Giuseppe Salvatore seria tão tolo. Para o caso de você não saber ela matou meus pais, ela matou Greg, matou Alex, me obrigou a matar Margareth e me transformou em um monstro. Agora você acredita que eu iria esquecer-me de tudo e me tornar uma pedra fria sem sentimentos? Argh por favor. Ela me tirou tudo. Mais de uma vez. A única coisa que quero dela agora e vê-la gritando de dor enquanto seu coração é perfurado, mas olha que engraçado – sua voz estava histérica – eu não poderei vê-la gritar enquanto a matam porque sua bruxinha de estimação também conhecida como Emily Bennet lançou um feitiço que me impede de entrar na cidade e ter o prazer de quebrar o pescoço das duas eu mesma. Mas ao menos pelo visto você finalmente abriu seus olhos e começou a enxergar debaixo de seu próprio teto e sabe a cobra que vem protegendo. E agora? Conseguiu entender o motivo por tê-lo chamado aqui? Conseguiu entender que eu só quero tentar proteger quem eu amo? Pois eu não poderia acreditar que você fosse levar a sério o que eu havia escrito, não é mesmo? Você sempre achou que eu tinha implicância com a “doce e perfeita” Katherine. O chamei aqui somente por um motivo: quero que prometa que irá salvar meus irmãos. Você os ama não é mesmo? Isso que você usa é somente uma armadura não é? Uma armadura feita inteiramente de indiferença. Mas toda armadura tem uma brecha, um ponto fraco, assim como todo guerreiro tem um calcanhar de Aquiles. Você só usa essa armadura pra se proteger de seus próprios sentimentos. Você ama seus filhos tanto quanto eu amo meus irmãos. Então por favor – Sua voz mudou completamente se tornando suplicante – Por favor... Salve aqueles que mais importam tanto pra mim quanto pra você. Salve Damon e Stefan pai, cuide deles, proteja-os.
Giuseppe não fez nada, apenas a encarava.
Edmundo estava ao seu lado. Os olhos dele apenas se desviavam do rosto de Samantha para a mão de Troy que segurava a dela. Seu rosto tomado pela tristeza.
-Como Damon e Stefan estão? – Samantha voltou a perguntar vendo que ninguém falaria nada.
-Eles ainda a procuram Samantha – foi Edmundo quem respondeu, fitando-a com intensidade – eles estão desesperados. Tanto Damon como Stefan estão péssimos.
Samantha engoliu em seco:
-Até que ponto eles sabem da verdade Ed?
-Somente o que você escreveu na carta.
-Eles devem me odiar.
-Não. Eles não acham que você seria capaz de fugir sem dizer nada. Eles sabem o que está escrito na carta, mas não acreditam realmente nela.
-E as coisas na cidade como estão? – continuou ela, tentando se atualizar nos acontecimentos.
-Katherine ainda só esta viva pelo fato de nos precisarmos de um plano para acabar com todos de uma só vez, mas ela não sabe que já sabemos a verdade sobre ela. E agora...
-Calado Edmundo, já fiz muito aceitando que viesse junto no lugar de Jonathan, agora não sou obrigado a aturar que você aja como um tolo apaixonado.
Edmundo abaixou a cabeça corando.
Samantha se sentiu mal por ele lembrando-se do que Katherine dissera sobre tê-lo compelido para que a agarrasse no baile. Apesar de tudo ele não odiava Samantha. Seu nariz estava com uma pequena saliência em sua base, provavelmente Damon o quebrara para deixar como aviso. Mas nada disso havia feito com que ele a odiasse.
-Você diz que eu sempre defendi Katherine, e age como se eu fosse o culpado de tê-la feito vim até aqui. Eu conversei com o Lockwood, eu lembrava-me do jeito dele tê-la tratado e achei melhor saber seus reais motivos por tratá-la daquela forma. Se alguém é culpada por ela estar aqui esse alguém é você e não eu, você nunca foi que pensei que fosse.
Samantha arfou com as palavras.
-O senhor já sabe de tudo não é? E ainda assim veio com a conversa de que eu poderia querer ajuda-la. Para o caso de você não saber a cidade tem muitas mais coisas fora do comum do que você imagina, por exemplo, sabia que seu amigo Lockwood é um lobisomem?
-Ele não está com a transformação completa. – respondeu firme. – precisa cometer um assassinato para completar, e diferentemente de você ele não pretende fazer isso.
Samantha o fuzilou com os olhos.
-Ok, então vamos fingir que ele é humano como você. Agora para sua acusação de que foi minha culpa que Katherine viesse para cá você está completamente certo, mas não sei se você acredita ou não, mas eu não sabia nada sobre o que meus pais eram, eu não sabia que era algo que não deveria existir, não sabia que era uma aberração que todos queriam ver morta. E pode ter certeza se eu soubesse não teria colocado nenhum de vocês em perigo, pois ao contrario do que você pensa eu tenho um coração. Agora me diz: caso Katherine não tivesse me transformado, caso os vampiros não chegassem à cidade, se eu tivesse me transformado no que minha linhagem me obrigasse a ser, o que você teria feito? Teria me botado porta a fora?
-Eu a teria matado. –Giuseppe não hesitou ao responder, suas palavras soaram de forma ríspida.
Samantha sentiu Troy se sobressaltar apertando com mais força sua mão.
Edmundo fez uma careta como se fosse ele o atingido pelas palavras de Giuseppe.
Samantha fixou seus olhos nos de Giuseppe:
-Algum dia eu representei algum valor em sua vida, ou você simplesmente apagou tudo como se eu nunca tivesse existido?
-Você sempre foi uma farsa. A filha que acreditei que possuía e amava nunca existiu.
-Uma farsa. – Samantha repetiu cética – você age como se eu estivesse representando o tempo todo. Eu não sabia de nada ate Katherine voltar e jogar tudo em minha cara de seu jeito “meigo e gentil”. Não era de boca pra fora que eu dizia que amava vocês, isso nunca foi uma mentira. Mas quer saber? Agora pouco me importa o que você acha que sou só me prometa que ira matar Katherine, se você me prometer isso poderá fazer o que quiser. É me matar que você quer não é mesmo? Foi por esse motivo que você veio aqui, não foi?
Samantha se soltou de Troy e deu alguns passos à frente.
-Fique a vontade. – disse, abrindo os braços com indiferença – acredite seria um favor que você faria para mim, mas primeiro preciso que você me prometa que irá acabar com Katherine, ou terei que dificultar as coisas pra você. Pois se você não prometer irei ter que dar um jeito de criar um imã que atraia vacas hematófagas, e atrair Katherine até aqui, para que eu possa tentar concertar um pouco o erro de ter nascido. – andou mais alguns passos à frente, estava quase impossível aguentar o cheiro do sangue – Vamos, decida-se logo.
Giuseppe não respondeu.
Samantha fechou os olhos por um momento tentando ter certeza se deveria fazer aquilo e arriscou ir mais alguns passos à frente ficando cara a cara com seu pai:
-Fique a vontade para me matar, contanto que a mate também.
Sua garganta queimava.
Giuseppe segurava a estaca com força erguendo-a um pouco.
Edmundo se moveu inquieto.
E então, antes de Samantha dizer qualquer coisa a mais e Giuseppe se decidir Troy já estava se colocando entre ela e seu pai:
-Já fez o que precisava Samantha, acho que já esta na hora de ir. – disse encarando Giuseppe.
-Saia Troy.
-Já falou o bastante, Samantha. Agora chega. Vamos embora.
Samantha tentou empurra-lo, mas ele era mais forte que ela.
Giuseppe encarava o loiro a sua frente sem piscar.
-Você deveria ter mais cuidado com suas palavras e rever seus conceitos, pois eles estão totalmente sem nexo. Deveria ter orgulho de chamá-la de filha e não tratá-la desse modo. Não faz nem ideia do esforço que ela está fazendo nesse exato momento para não matá-lo. Mas vamos lá, me mostre que tem ao menos um pingo de raciocínio e tente acompanhar o que digo. Imagine que você está em um deserto, o calor lhe deixa cansado, zonzo, com fome, e principalmente com sede, você está perdido nesse deserto já faz duas semanas. Sua garganta queima ansiando por água, você não precisa de água por mero capricho, precisa por pura necessidade, e de repente surge um oásis, cheio de coqueiros, e com uma fonte de água fresca e cristalina. O que você faria? Você sabe que não é uma simples miragem, sabe que é real. Com toda a certeza iria querer sair correndo e se fartar de água, o desejo e a necessidade o dominariam. Agora multiplique esse desejo que você sentiria pela água por um desejo umas cem vezes mais forte. Você aguentaria seguir em frente e ignorar a água? Não, não é mesmo? Pois é exatamente assim para nós, mas ao contrário do que você julga nos temos a escolha de que caminho seguir: se querermos ser monstros ou não. Ela fez a escolha dela. Uma prova foi o homem que te deu o recado estar vivo, ela não o matou. Então ai está à prova de que ela é muito melhor do que você imagina. Antes de julgá-la tente ao menos entendê-la, e para isso que servem os pais. Servem para compreender os filhos, independentemente da opinião dos outros. E quer saber de uma coisa? Se ela fosse minha filha eu teria o maior orgulho de poder dizer que sou o pai dela.
Samantha encarava as costas de Troy estática, havia até mesmo esquecido de continuar a empurrá-lo inutilmente.
-Não se meta em assuntos que não são da sua conta garoto. – Giuseppe o cortou colérico.
Troy riu.
-Garoto? Você não viveu nem metade do que eu já vivi, e não passa de uma criança sem escrúpulos.
Samantha sabia que agora ele havia conseguido atingir Giuseppe.
-Saia Troy. – mandou autoritária tentando se colocar entre ele e Giuseppe.
Os olhos de Giuseppe queimavam, Samantha voltou a encará-lo tentando manter-se a frente de Troy.
-Como você mesmo isso não é assunto dele, então se esqueça dele e me fale logo qual vai ser sua decisão.
-Eu não preciso que você me peça para proteger meus filhos, eu os protejo por vontade própria.
Samantha assentiu.
-Ok, então estou aqui, faça o que achar necessário.
Troy tentou movê-la, mas ela se manteve firme.
Seus olhos não desgrudavam dos de seu pai.
As mãos de Giuseppe tremiam enquanto ele erguia a estaca.
-Giuseppe, ela ainda é Samantha, isso não é necessário. – Edmundo interveio.
Giuseppe o ignorou.
-Está tudo bem Ed. – Samantha tentou acalmá-lo – O importante é que vocês impeçam Katherine.
-Samantha pare com isso. – Troy tentou novamente convencê-la.
Samantha não o ouviu, apenas continuou a encarar seu pai:
-Você me odeia não é? – sua voz saiu fanha, embargada pelo pesar.
Giuseppe hesitou. Seu rosto fazendo caretas estranhas. E então seus dedos vacilaram derrubando a estaca.
-Eu não consigo. Eu não posso. Você ainda tem a voz dela, os olhos dela... Por quê? POR QUE EU NÃO POSSO TER MINHA FILHA DE VOLTA?
Tropeçou para trás, as pernas bambas. Seu rosto se transfigurara em uma máscara de dor. Lágrimas silenciosas caiam de seus olhos.
-Me devolva ela. – implorou.
-Pai...- dessa vez Samantha não conseguiu impedir as lágrimas – Pai... Eu não posso... Essa sou eu agora.
Os joelhos de Giuseppe cederam, ele caiu. Samantha tentou dar um passo a frente, mas foi impedida por Troy:
-Você sabe que não pode se aproximar mais. – sussurrou ele.
Samantha olhou para Troy como que buscando uma solução.
Ele apenas a encarou, balançando vagarosamente a cabeça desolado.
Edmundo se adiantou para Giuseppe e o levantou, o amparando.
Giuseppe murmurava palavras sem sentindo.
-Pai... – a voz de Samantha falhou.
-Samy sinto muito, mas preciso levá-lo embora.
Samantha assentiu para Edmundo ainda olhando para seu pai.
-Te amo pai... Muito.
Troy colocou a mão em seu ombro o apertando enquanto Edmundo levava Giuseppe até a carruagem.
-Ed?
-Sim? – Edmundo se virou novamente para Samantha
-Desculpa por tudo. Não queria ter te magoado.
Ele deu de ombros.
-Esta tudo bem. E... Não se preocupe, nós cuidaremos de Katherine.
-Tome cuidado.
Edmundo assentiu se virando para Troy e dizendo:
-Cuide bem dela está bem?
-Farei o melhor possível. – Troy respondeu sério.
Edmundo deu um sorriso fraco e embarcou na carruagem ao lado de Giuseppe que ainda estava em estado de choque.
A carruagem fez a volta, e começou a se afastar aos poucos de volta a caminho de Mystic Falls.
Samantha sentia soluços percorrer todo seu corpo. De todos os momentos aquele havia sido o mais dolorido. Ver seu pai sofrendo e não poder fazer nada. Ter vontade de abraça-lo e não poder.
Seus braços penderam ao lado de seu corpo e ela caiu de joelhos.
Troy se abaixou e a abraçou com força pousando seu queixo sobre a cabeça dela.
Ele podia sentir os espasmos de choro passando pelo corpo dela. Se pudesse ele roubaria um pouco da dor dela para si mesmo. Ele mal a conhecia, mas sentimentos sempre foram e sempre serão o maior mistério do universo, eles podem surgirem com o tempo, ou simplesmente surgirem de uma simples troca de olhar, isso é nosso coração quem decide. Ele cuidaria da garota, sabia os riscos que corria, mas não se importava, ele a protegeria.
Por pior que fosse a situação de Samantha uma tênue luz de esperança poderia ter se acendido, uma luz no fim de um longo túnel. Ela ganhara um amigo. Um grande amigo.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua
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Mensagem por Den!se ;D Dom Abr 01, 2012 8:30 pm

Meninas mais um caps,vou tentar postar um caps por semana, provavelmente nos finais de semana.
Bem agora desse ultimo capitulo pra frente ja começa a entrar na historia de TVD que conhecemos, a kath transforma o Damon e o Stefan, dai depois ela engana todo mundo, e assim por diante. Mas antes de chegar na epoca da Elena ainda vai ter varias coisas por acontecer, e tem o reencontro da Samy com os irmaos que vai ser antes disso tbm Wink
Por enquanto Damonzito e Tefinha irao aparecer mais em Flashbacks, mas nao vou trazer eles de volta a historia o mais cedo possivel ok? =)
Espero que gostem
bjao lindas
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Mensagem por Den!se ;D Qui Abr 12, 2012 9:19 pm

AVISO
Bem meninas, vou deixar a fic como parada por um tempo,
a escola ta puxada e a fic ta meio parada entao achei melhor assim, pode ser que mais pra frente eu volte a postar ela, mas nao vou garantir nada
entao obrigado por terem acompanhado ate aqui minhas lindas, obrigada por cada coment que me inspirou, obrigado por me insentivarem, enfim obrigado por tudo.
Vou continuar a escrever conforme der tempo, mas vou deixar pra decidir se continuo a postar ou nao quando terminar toda ela ok?
Mais uma vez obrigada minhas lindas,e desculpa por deixar ela inacabada.
bjao.


Última edição por Den!se ;D em Ter maio 22, 2012 1:47 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Den!se ;D Seg maio 07, 2012 7:37 pm

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Mensagem por Den!se ;D Sáb maio 26, 2012 4:01 pm

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Capitulo 30 - Coração x Alma
Samantha abriu lentamente seus olhos, suas pálpebras estavam pesadas.
Uma luz fraca iluminava o teto de pedra bruta acima dela.
Pestanejou buscando se lembrar de como havia parado ali. Imagens vagas e distantes serpenteavam por sua mente.
Aos poucos uma tênue linha de lembranças foi se formando.
Seu pai. Tudo o que ele lhe dissera, e tudo que ela dissera a ele. Edmundo agindo de uma forma completamente diferente da que ela esperava dele. E Troy, Troy a defendendo e ficando de seu lado.
A última coisa que conseguiu lembrar-se foi dos braços de Troy a envolvendo enquanto um acesso de soluços a invadia ao ver seu pai partir. Depois disso Troy balbuciara alguma coisa sobre não ser seguro ficar na estrada e a carregara para o lugar em que estava agora.
Seus olhos esquadrinharam o ambiente.
Ao reconhecer o lugar lembranças de Greg a dominaram repentinamente. Um suspiro lhe escapou ao se lembrar dele. O abismo em seu estômago se intensificou.
Ela estava novamente ao lugar em que havia passado os últimos dias: sua espécie de caverna-abrigo.
Fechou os olhos com força tentando não pensar muito no que quer que fosse.
Ao abri-los deparou-se com Troy sentado tranquilamente, e com sua aparência de sempre: deslumbrantemente angelical. A ideia dele como anjo ainda não saia de sua cabeça, isso se ainda fosse sair algum dia. Era praticamente impossível acreditar que ele fosse um vampiro. Seu sorriso era tão sincero e transmitia uma sensação de calma e proteção que era necessário se esforçar para conseguir desviar os olhos.
-Hey, pensei que não acordaria mais.
Samantha encarou o sol que iluminava fracamente o ambiente.
-Por quanto tempo dormi?
-A manha inteira, e quase a tarde inteira. Se bem que você se debateu tanto que imagino que não tenha sido um sono muito prazeroso.
Samantha fez um leve aceno com a cabeça. Com certeza não havia sido prazeroso dormir.
-Pesadelos? – os olhos de Troy a analisavam.
Samantha assentiu novamente.
-Vampiros não costumam ter pesadelos, então é provável que eles não durem muito tempo, assim que o choque de tudo isso começar a diminuir eles irão parar, não se preocupe. – o vampiro a assegurou.
-Espero que tenha razão.
Troy sorriu indicando um emaranhado de tecido deixado perto de Samantha.
Samantha se levantou e o pegou na mão. Era um vestido verde água com bordados simples.
-Achei que você precisaria - Troy deu ombros ao se deparar com o olhar especulativo dela.
-É..humm...obrigado...acho que estou mesmo precisando. – Sua boca se crispou ao analisar seu vestido. Provavelmente um espantalho estaria em melhor estado do que ela.
Troy riu da expressão dela:
-Tem um riacho a leste daqui, não é muito longe, você pode se lavar e se trocar lá.
-Ok...- respondeu concordando e se dirigindo a saída – E...é... – mordeu a parte inferior do lábio nervosa.
As sobrancelhas de Troy se inclinaram:
-O que houve? – perguntou desconfiado.
-É que... humm...onde...onde você arranjou?... Quero dizer, como você conseguiu este vestido?
Troy olhou incrédulo para ela:
-Sério? É isso? Você esta preocupada se eu adquiri o vestido de uma forma desonesta? – um riso alto irrompeu de sua garganta – Juro que não consigo lhe entender – continuou ainda rindo. – Apesar de tudo, você esta preocupada que eu tenha roubado um vestido? – soltou mais uma gargalhada. – Você é inacreditável.
Samantha continuava a encará-lo, sua expressão se fechou.
Troy percebeu o perigo e se esforçou para controlar o riso:
-Calminha aí, eu não roubei está bem? Adquiri de forma totalmente honesta - soltou uma espécie de soluço ao tentar segurar o riso. – enquanto você dormia eu fui à cidade mais próxima daqui e comprei – deu ênfase a ultima palavra. –Comprei está bem?
Samantha não desviou os olhos dele.
-Você não acredita em mim?
-Acredito. É só que... Eu não entendo o porquê de você estar fazendo tudo isto.
Troy deu de ombros novamente:
-Tente trocar de posição comigo. Se você me encontrasse da forma que te encontrei o que você faria?
Samantha acompanhou o pensamento dele e não tinha nenhuma dúvida quanto a qual seria sua resposta: ela faria o possível para ajudá-lo.
Troy sorriu ao perceber em seu rosto qual seria a resposta que ela lhe daria:
-Viu? Agora você entende?
Samantha franziu a testa pensativa antes de voltar a falar:
-Não sei se um dia irei realmente entender. Parece que a cada resposta adquirida surge o triplo de perguntas. Eu sei que não seria capaz de deixá-lo se o encontrasse precisando de ajuda, teria feito o mesmo que você, quer dizer – deitou a cabeça de lado - com algumas diferenças é claro, pois minha paciência não é das melhores, e seria provável que eu lhe arrastasse embora se você insistisse em me ignorar, como eu tentei fazer com você. Mas há certas coisas que não se encaixam, não fazem sentido, por exemplo: por que você? Por que justamente você me encontrou? Existem tantos lugares que você poderia estar, mas não, você estava perto o suficiente para me encontrar, e outra: por que eu confio tanto em você sem ao menos conhecê-lo? Eu não sou assim Troy, nunca fui. Nunca deixei minhas fraquezas ao alcance de quem quer que fosse não importa o que fosse eu sempre seguraria para mim mesma, não permitiria que ninguém nem sequer tentasse ultrapassar as barreiras impostas por mim, eu simplesmente fingiria estar tudo bem, fingiria não me importar. Por quê? Por que eu desmoronei daquele jeito ao ver meu pai partir? E por que eu me senti segura por ter você por perto? – sentiu suas bochechas queimarem – Por que sou egoísta a ponto de não conseguir expulsá-lo de perto de mim? Por que você?
Troy havia escutado tudo o que Samantha dissera sem interromper nenhuma vez. Ao ver que ela havia terminado seus lábios se curvaram em mais um sorriso sincero, e lá estavam novamente as covinhas em suas bochechas.
-Bem, para a maioria de suas perguntas eu não sei uma resposta, mas posso tentar responder algumas. Então vamos lá. Primeiro: eu não estava por aqui à toa, eu havia encontrado um velho conhecido, e depois disso quando estava de partida eu encontrei você. Por que eu? Não sei. Mas acredito que já passou da hora das pessoas perceberem que o mundo não gira apenas em torno das coisas lógicas. Existem certas respostas que nunca obteremos, passe o tempo que passar. Agora por que você confia tanto em mim? Acho que isso você deveria saber melhor de que eu, mas é claro – seu sorriso se tornou presunçoso – que o fato de eu ser um cara extremamente charmoso pode influenciar nisso – Samantha revirou os olhos. – E sobre você me expulsar, sinceramente garota você se acha além da conta, acha mesmo que seria tão fácil assim me expulsar? – perguntou erguendo uma das sobrancelhas, Samantha bufou – E pode ter certeza: nunca você vai obter respostas o suficiente, cada resposta sempre acaba gerando uma nova pergunta, então se você pensa que um dia todas suas respostas vão ser respondidas desista, pois é impossível, mas você pode começar a pensar diferente, muitas vezes as perguntas podem ser a resposta que procuramos, uma pergunta pode ser a resposta da outra, então pare de procurar tantas respostas e comece a fazer mais perguntas. Enfim seu problema é o seguinte: você pensa de duas formas, ou completamente racional ou unicamente emocional. Precisamos da razão, é claro, mas ao mesmo tempo necessitamos do coração, ele pode nos indicar caminhos que a razão não é capaz de enxergar - deu de ombros – só é necessário o equilíbrio entre os dois. E agora... – se levantou indo em direção a Samantha e a empurrando de leve – agindo com a razão, o coração, mas – enfatizou a palavra – principalmente com o olfato, Samantha você precisa tomar um banho urgentemente, sério, você vai ter todo tempo do mundo para continuar com seu bombardeamento de perguntas, mas agora vá tomar um banho, e ao menos antes de sair faça um teste pra ver se esse colar realmente funciona.
Samantha fez uma careta:
-Você fala, fala, diz que eu me acho, mas garanto que se eu quisesse eu teria fugido.
-Se está se referindo a hora em que você decidiu dar uma de inconsequente, pode ir descendo alguns degraus do seu ego, pois você só escapou porque eu estava ocupado, e mesmo assim sou muito mais rápido que você, então contínuo ganhando – deu uma piscadela.
-Estava ocupado? Fazendo o quê? – perguntou desconfiada – e não seja presunçoso, que eu saiba você não é o Sr. Maravilha para levar sempre a melhor.
-Não estou sendo presunçoso – respondeu fazendo pouco caso.
-Você não respondeu minha pergunta – a garota insistiu notando o fato de ele ter ignorado sua pergunta.
-Que pergunta?
-Não se faça de desentendido.
-Você me deixa tonto fazendo tantas perguntas. Não tem um botão de desliga não? Sério como você consegue elaborar tantas perguntas em tão pouco tempo?
-Repetindo suas palavras: “pare de procurar tantas respostas e comece a fazer mais perguntas”,
-Santo Deus, não precisa levar tão a risca o que eu digo.
-Então só me responda: o que você estava fazendo? E alguma coisa envolvida com o fato do meu colar não é?
Troy suspirou:
-Ok, ok, você venceu. Sim eu estava tentando descobrir quem foi que estava tentando te ajudar, mas não achei nenhuma pista.
-Humm... Mas – seu rosto se franziu se tornando pensativo – o que você quer dizer com “nenhuma pista”? Você é um vampiro, então deveria sentir o cheiro, ou até mesmo achar alguma pegada, sei lá alguma coisa deveria ter.
-Não tinha.
-Mas tem que ter.
-Não tinha nada Samantha.
-O que ele é? – perguntou decidida.
-Não sei.
-Sabe sim, só não quer me dizer, ele é um Venator é isso? Eles podem andar sem deixar rastros? Por isso são tão temidos? Diz-me Troy, que motivos alguém teria para me ajudar.
-Samantha, olha, há certas coisas que é melhor ignorar. Ele quis te ajudar e deveria ter seus próprios motivos, mas se alguém descobrir pode ter certeza que não irão ficar contentes, então deixe isso de lado, quando chegar a hora certa você vai descobrir, não é bom continuarmos falando disso.
Samantha resolveu deixar quieto o assunto, ao menos por enquanto, mas continuava o encarando.
-Está bem, só uma ultima dúvida. A barreira que me impede de entrar em Mystic Falls foi feita por uma bruxa, você disse que seu anel foi enfeitiçado por uma bruxa – Troy fez sinal pra que ela prosseguisse – então a barreira não poderia ser desfeita? Outra bruxa não poderia desfazer o feitiço?
-Não é bem assim, esse tipo de feitiço é feito para ser difícil de ser quebrado, então é usado sangue de algo que fique dentro da barreira, seja animal ou humano, e o seu sangue. Então mesmo que tivéssemos uma bruxa e o seu sangue precisaríamos do sangue que foi usado do lado de dentro, e mesmo que soubessem de quem ou do que é o sangue precisaríamos da ajuda de alguém lá de dentro.
Os cantos da boca de Samantha tremeram:
-E se eles não conseguirem, e se... E se... Eles se ferirem? Tem de haver um jeito Troy... Seja ele qual for.
-Confie mais em seu pai Samantha, ele pareceu-me saber perfeitamente o que faz, saberá como lidar com os vampiros.
Samantha soltou um suspiro longo permanecendo imóveis, seus pensamentos distantes. A preocupação se cravando em todo seu corpo, como facas feitas todas de lembranças e culpa.
Troy a encarava, seus olhos cintilantes preocupados.
-Agora chega, vai tomar banho Samantha, não vai dizer-me que tem medo de água, será que vai ser necessário que eu te jogue dentro da água?
Samantha não podia negar: ele sabia o melhor meio de distrai-la.


-Não, não ira ser preciso, eu já estou indo, só antes de ir... Eu queria... É... Obrigado Troy. Obrigado por tudo – suas palavras derramavam sinceridade.
Troy eriçou uma das sobrancelhas:
-Você está pensando em fugir? Será que vou ter que te vigiar?
Samantha estreitou os olhos:
-Sem gracinhas, Damon Salvatore é meu irmão, sei de todos os truquezinhos que vocês usam, então fique longe.
-Calma, calma, foi só uma brincadeira – disse rindo – por mais que você não acredite eu sou um perfeito cavalheiro.
-É bom mesmo.
-Mas que fique claro: se você fugir eu vou te achar.
-Eu não vou fugir. Só que fique sabendo desde já: você escolheu, eu te avisei quem anda comigo corre mais riscos do que se andasse em cima de um campo minado. Então não irei me culpar nem chorar – disse sabendo que suas ultimas palavras eram apenas de boca pra fora.
-Não se preocupe, não vou morrer – seus olhos fixaram-se nos de Samantha – e isso é uma promessa.
-É bom cumpri-la, pois se você morrer eu irei matá-lo.
Troy riu
-Como se isso fosse possível, eu já estaria morto.
-Eu daria um jeito.
-Não direi que duvido.
Antes que Troy terminasse de falar Samantha já estava longe. Havia esquecido até mesmo de conferir se o colar realmente funcionava, simplesmente partira em disparada.
Troy arregalou os olhos:
-Ok, já entendi, é preciso conversar com ela de forma reversa, assim as chances de que me escute serão maiores – murmurou consigo mesmo ainda parecendo surpreso.
¨¨¨¨¨¨¨
Troy já estava preocupado com a demora de Samantha quando finalmente ela reapareceu, desta vez limpa.
Respirou, aliviado ao vê-la.
Samantha havia se demorado o máximo possível dentro da água, pois de certa forma a agua a deixava mais calma e leve, como se não limpasse apenas exteriormente, mas também interiormente.
O vestido que Troy arranjara coubera perfeitamente, se moldado ao corpo de Samantha.
O cabelo ainda molhado formava ondas que caiam até metade de suas costas.
-Humm, bem melhor assim – falou Troy aprovando logo que Samantha chegou perto dele.
-Pior não dava pra ficar – murmurou ela estendendo algo para Troy.
Troy abaixou os olhos estendendo a mão para pegar o que ela lhe alcançava.
-O que é isso?
-Olhe.
Era uma fotografia em preto e branco.
Uma família. Um homem, uma mulher, e uma garotinha.
O homem exibia uma expressão satisfeita, seus cabelos castanhos estavam bagunçados. A mulher possuía uma pele de porcelana e olhos claros e ostentava um sorriso gentil. Um dos braços do homem passava por seus ombros, enquanto o outro descia até a cabeça da garotinha. A primeira coisa que se notava na criança eram seus olhos, quentes e brilhantes, seu rosto era iluminado por um imenso sorriso.
Troy franziu a testa confuso.
-Essa garotinha... Essa garotinha é você.
-Sim, eu meu pai e minha mãe. Lembro-me perfeitamente do natal em que meu pai quis tirar essa foto, foi o último que passei com eles.
A fotografia mostrava um forte contraste entre a antiga Samantha e a atual.
Samantha quando viu sua imagem refletida na água enquanto se banhava já havia notado as diferenças, seu rosto não tinha vida, seus olhos possuíam um brilho diferente dos de antes, agora eles só brilhavam por serem obrigados a isso, antes brilhavam por motivos próprios, um brilho sincero.
-Mas... Mas onde conseguiu a foto? Quem lhe entregou?
-Estava presa em uma arvore, mas não vi ninguém, nem senti cheiro, e muito menos vi qualquer pegada que fosse. Mas seja quem for que deixou a foto, deveria conhecer meus pais, e tenho certeza que foi o mesmo que me ajudou com o colar.
Troy lambeu o lábio nervoso.
-E você sabe quem foi – completou Samantha sem emoção. – Mas não ira me dizer quem é não é mesmo?
-Não posso te dizer quem é não seria apenas nós dois que eu colocaria em risco.
Samantha assentiu conformada.
-Um dia você vai me contar – afirmou.
-Quem sabe o que está por vir? Só o tempo nos dirá. E estive pensando, eu acho que esta na hora de você aprender a se defender, já lhe disse que quanto mais velho for um vampiro mais forte ele será, mas conheço umas técnicas que ajudam muito, eu vou ensiná-las a você.
-Primeiro quero sua ajuda para outra coisa.
-O que é?
-Tive uma ideia que acredito que me ajudara a controlar meu desejo pelo sangue.
-Que ideia seria essa?
-Deixo para lhe contar no caminho da próxima vila, vamos precisar de algumas coisas. Você vem comigo? – perguntou indecisa.
Troy ergueu uma das sobrancelhas como se achasse que aquilo não era pergunta que se fizesse:
-Não irei perder meu tempo respondendo isso. Agora vamos. – devolveu a fotografia para Samantha e antes dela abrir a boca para protestar ele já estava correndo.
Samantha murmurou algo inaudível e o seguiu.
-Espere Troy, primeiro preciso fazer uma coisa. – gritou ela, mesmo sabendo que Troy a ouviria se falasse normalmente.
Troy estacou no lugar, sua cabeça virando para trás encarando-a.
-Margareth... – respondeu ela ao olhar dele – preciso despedir-me de Margareth.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Samantha não quis demorar. Ficar perto do tumulo improvisado de Margareth fazia a faca em seu estomago revirar. Como previra nem mesmo ali havia algum sinal do estranho misterioso que a ajudara.
Era apenas uma parte mais elevada de terra, com uma pedra no lugar em que estaria a cabeça de Margareth. A garota se ajoelhou do lado depositando um ramalhete de flores silvestres. Tinha a impressão de estar congelada, sem reação, sem saber o que fazer ou sentir.
¨¨¨¨¨¨¨¨
Samantha e Troy haviam chegado aos arredores da vila mais próxima quando decidiram que seria melhor executar o plano de Samantha no dia seguinte.
Ela havia explicado para Troy sua ideia, de inicio tentou convencê-la a pegar mais leve, mas ela foi teimosa o suficiente para convencê-lo, por fim ele cedeu dizendo que acreditava que realmente funcionaria para Samantha se controlar.
Depois de deixarem tudo decidido resolveram deixar para por em prática o plano no dia seguinte.
O tempo restante gastaram conversando, Samantha já sabia quase tudo da vida de Troy, assim como ele sabia da dela.
Troy narrou os últimos dez anos que ele havia passado procurando por Jane, enquanto Samantha dava detalhes de sua relação com seus irmãos e seu pai.
Quando a lua chegou ao sue auge cada um fez uma espécie de cama de folhas seca ficando em silêncio perdidos cada um com seus próprios pensamentos.
Samantha revisava tudo o que havia acontecido em sua vida nos últimos dias, ela nunca imaginara que tudo poderia mudar tão drasticamente.
Sentiu uma facada em seu estomago ao ser embalada pelas lembranças. Era irônico como até mesmo as boas lembranças contribuíam para aumentar a dor, elas tornava de certa forma mais perceptível tudo o que agora Samantha havia perdido.
Tentando expulsar as lagrimas a vampira se esforçou a dormir. Sabia que teria pesadelos, mas até mesmo eles seriam melhor que a realidade.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora.
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Foi de maneira lenta que ele se aproximou de Samantha. Depois de tanto tempo apenas podendo observá-la e cuidá-la de longe agora ele finalmente poderia tocá-la.
Suas mãos tremiam.
O que estava acontecendo com ele? Por que ela exercia tamanho domínio sobre ele?
Tanto Samantha quanto Troy dormiam, mas por garantia lançou uma onda de sonolência sobre eles, fazendo com que os dois dormissem mais profundamente.
Aproximou-se mais de Samantha se ajoelhando ao seu lado.
Ela dormia profundamente, seus cabelos dourados ganhando um brilho a mais por conta do luar, sua boca de traços perfeitos possuía um vermelho vinho intenso, seus longos e espessos cílios formavam uma curvatura perfeita acima de suas bochechas, deles pendia uma única lágrima solitária.
Hesitante levou seu polegar delicadamente até o rosto dela secando a lágrima.
Ao tocá-la sentiu uma onda de calor se apossar de seu corpo.
Acariciou de leve as bochechas dela deixando que seus dedos traçassem cada detalhe da face dela.
Mesmo agora quando podia tocá-la nunca havia se sentido tão longe dela.
Durante cada dia dos últimos anos ele tinha esperança de que quando os poderes dela despertassem ele poderia ajudá-la, poderia lhe dizer tudo sobre seus pais, poderia ser feliz com ela.
Mas agora ele falhará, falhará na missão de protegê-la.
Por que ele tinha que ter voltado tarde demais?
Agora até mesmo ele representava um perigo para ela, até mesmo ele não poderia ficar perto dela.
Seus dedos fizeram o contorno dos lábios dela.
Fechou os olhos se contrariando. Ele não deveria fazer aquilo, só acabaria tornando tudo mais difícil na hora de partir.
Mas não era algo que ele pudesse controlar.
Seu tronco se curvou na direção da vampira, sua boca indo de encontro à dela, sua mão desceu pelo pescoço da garota, seguindo por todo o comprimento de seus braços, para depois seus dedos se entrelaçarem aos dela.
Seus lábios alcançaram os dela, se detendo ali, gravando seu gosto, se moldando perfeitamente aos dela.
Sentiu seu coração pular de maneira desenfreada, era irônico que até mesmo nos mais fortes dos seres o coração continuava a ser o ponto mais fraco, o mais facilmente atingível e... Mais facilmente destruído.
Pressionou seus lábios contra os dela, os mantendo prisioneiros entre os seus.
Sua mão apertou com mais força a de Samantha, e para sua surpresa... Uma leve pressão se deu como resposta.
Um suspiro escapou dos lábios dela, enquanto se aconchegava mais perto do corpo dele. Seus lábios retribuíram de maneira leve a pressão dos lábios dele sobre os dela.
Dizem que o amor verdadeiro sobrevive ao tempo, seja ele qual for não importando se o relógio bata uma ou um bilhão de badaladas. Dizem que o amor verdadeiro permanecera sempre intacto, inquebrável, e imutável.
Nosso coração é o primeiro a demonstrar os sinais mais visíveis de que estamos amando. Ele simplesmente abandona tudo e salta de maneira desenfreada em nosso peito, causando uma sensação esquisita, um tremelico nas pernas, borboletas no estomago... Mas existe uma grande diferença entre ser o primeiro a demonstrar e o primeiro a sentir, e essa é a diferença entre o coração e o que podemos chamar de alma.
Todo coração, não importa de quem seja um dia ira parar de bater, essa é a dura realidade, e outra realidade é que até o mais imortais dos seres possui um coração. Até mesmo vampiros possuem coração que não resiste a uma estaca. Todo coração um dia ira simplesmente falhar, assim como um relógio repentinamente desprovido de corda. E assim tudo que um dia esse coração sentiu será apagado, esquecido.
E é ai que a alma prova seu valor.
Ela ira reconhecer o que um dia foi seu independentemente do tempo decorrido, e por mais que a memoria possa falhar ela a fara se lembrar de tudo que já viveu, irá fincar suas garras e puxara a mais distante das lembranças.
O verdadeiro amor ficara encrustado na alma, impossível de ser apagado, nada nem ninguém será capaz de impedi-lo de recuperar o que um dia foi seu.
Rainer Gluttler diz que diamantes só deixarão de existir quando expostos a uma temperatura de 5500 °C, portanto somente quando a Terra deixar de existir, e literalmente se fundir ao Sol.
Tão frágeis os diamantes se comparados a uma alma... Ou melhor, a um distinto grupo de almas.
Portando mesmo que o coração se engane, e a memoria falhe, a alma ira lembrar, saberá a essência que lhe pertence.
Os pesadelos de Samantha se dissiparam, seu sono estava completamente livre da intrusão de coisas ruins.
Como se segurasse a mais frágil das flores ele colocou uma mecha do cabelo solto de Samantha atrás de sua orelha.
Um sorriso tomou seus lábios enquanto a admirava.
Christian teria tanto orgulho dela.
Ele podia ver que Samantha ainda segurava a foto que ele deixara presa na árvore firmemente entre uma de suas mãos.
Queria tanto ele mesmo poder protegê-la ao invés de deixar que Troy fizesse isso. Mas ele não podia.
Seus dedos correram por uma ultima vez sobre o rosto dela gravando suas feições, em seguida percorreram por uma ultima vez os lábios dela, antes dele se afastar com dificuldade dela.
Seus caminhos havia traçados rumos completamente ao contrario.
Ele era o caçador e ela sua caça.
Ela se tornara algo que seu destino seria caçar.
Algo que ele era impelido a matar, mas que nunca iria nem sequer hipoteticamente pensar em fazê-lo, preferindo antes disso que o matassem.
Destino não é algo que exista, pois se existisse seria algo totalmente ingrato, um jogo em que todos seriam bonecos de marionete.
Mas se por um triste acaso destino existisse, ele iria dar um jeito de revirá-lo ao avesso até que Samantha fosse sua.
Sim, um dia ela seria dele, e ninguém ousaria impedi-lo.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua...

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Sáb Jun 02, 2012 6:38 pm

Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Ohnzie
Capitulo 31 – Controle
Troy acordou e a primeira coisa que percebeu foi que segurava um papel em sua mão.
Sua testa se franziu estranhando o fato. Não se lembrava de estar segurando nada ao ir deitar-se.
Desdobrou o papel, ainda desconfiado, e se deparou com uma caligrafia que sem duvida alguma lhe era extremamente conhecida.
Provavelmente você já ligou a maioria dos acontecimentos, não pude protegê-la, eu falhei agora só me resta confiar em você. Sinto muito por não ter lhe avisado, mas não queria lhe colocar sobre pressão. Preferi que você escolhesse entre ajuda-la ou não. Obrigado, por escolher protegê-la Troy. Depois de tudo que Christian fez por mim eu não poderia deixá-la sozinha com tudo que está por vir, e você é o único em quem posso confiar. Não diga nada a ela sobre mim, nada.
Veremos-nos em breve
Terminou de ler e ficou encarando o papel por um tempo.
“Bem do feitio dele deixar apenas um bilhete sem dizer mais nada.”
Percebendo que Samantha acordava Troy deu uma última olhada no bilhete e em seguida rasgou-o, para depois guardar os míseros pedacinhos em seu bolso.
Samantha bocejou esfregando seu rosto com as mãos.
Quando retirou a mão, sua testa estava franzida, e seus olhos se estreitaram em fendas.
Seu dedo polegar e indicador foram para seus lábios, e pousaram sobre eles por um curto tempo.
A primeira coisa que lhe veio à cabeça foi um nome: Greg.
Mas por algum motivo aquele nome não se encaixava corretamente, como se houvesse um erro de análise.
“É claro que tende haver um erro, Greg não esta mais vivo, ele não ira mais voltar”.
-Está tudo bem? - Troy perguntou ao ver a expressão dela.
Samantha franziu mais a testa e fez sinal afirmativo.
-Como você se sente? – voltou a perguntar o vampiro preocupado.
-Acho que eu não gostaria de pensar muito em como eu me sinto – respondeu ela soltando um suspiro cansado.
Troy assentiu.
-E então? Vamos ao seu plano?
-Sim, minha garganta já está ardendo novamente, e é melhor nos apresarmos antes que eu perca o controle.
-Eu irei atrás do que precisamos. Você poderia se alimentar antes de fazer isso.
Samantha discordou chacoalhando a cabeça:
-Não. Preciso saber me controlar ao máximo, se eu estiver alimentada não ira adiantar de nada.
-Você está exigindo muito de você mesma.
-Nunca gostei que ninguém tivesse controle sobre mim, e na vai ser agora que deixarei que o sangue tenha.
Troy revirou os olhos:
-Eita orgulho danado.
Samantha deu de ombros.
-Vou indo então, e, por favor, tente não fazer nada de inconsequente.
-E você tente não matar ninguém.
Troy soltou uma de suas gargalhadas gostosas:
-Já lhe disse que consigo me controlar muito bem, e se você fosse um pouco mais paciente poderia aprender a se controlar aos poucos.
-Paciência não é meu forte – respondeu ela simplesmente.
-Você acreditaria se eu dissesse que já deu para perceber isso? - perguntou irônico.
Samantha bufou.
-Eu volto logo, não irei demorar.
-Ok, prometo que não irei tentar ir até o sol neste meio tempo – falou solenemente erguendo uma das mãos no ar como promessa.
Troy a encarou apático:
-Nem o Sol, nem a Lua, tente deixar Marte em seu lugar, e não tente arrancar sua própria cabeça – completou ele.
-Pode deixar irei começar pelo braço.
Troy arregalou os olhos e abriu a boca para protestar, mas Samantha foi mais rápida e continuou:
-Não estava falando sério, prometo que irei permanecer quietinha sem causar nenhum dano a ninguém – mesmo brincando sua voz não demonstrava alegria, mas de certa forma estava mais leve, era agradável conversar com Troy, como se isso lhe aliviasse o peso em seu coração.
-Neste “nenhum dano a ninguém” está incluso você também?
-Está.
-Então está bem, vou indo – dizendo isso fez um aceno com as mãos e saiu a toda velocidade entre as árvores.
¨¨¨¨¨¨
Samantha cumpriu a promessa. Quando Troy voltou ela estava sentada em um tronco, a cabeça apoiada em uma das mãos.
Troy trazia consigo varias correntes grossas. Seus olhos cintilantes foram varias vezes das correntes para Samantha, sua boca se tornando uma linha fina de desaprovação:
-Você quer realmente fazer isso?
Samantha se levantou indo até ele, pegando uma das correntes na mão:
-Certeza que isso aguenta? – perguntou ignorando a pergunta feita por ele.
-Aguenta, e também eu trouxe verbena. E mesmo se as correntes não aguentassem você não conseguiria ser mais rápida que eu, e nem mais forte.
-Não sei ao certo se quero que você fique por perto Troy, provavelmente será constrangedor.
-Não seja tola.
Samantha mordeu o lábio inferior.
-Está bem então. Vamos fazer isso de uma vez por todas.
Troy assentiu a contra gosto.
¨¨¨¨¨¨¨¨
Alguns minutos depois eles estavam em um ponto da floresta onde as árvores estavam mais unidas, mal sobrando espaço para a luz do sol iluminar o ambiente.
O plano de Samantha era o seguinte: conseguir se controlar ao sentir o aroma do sangue humano.
Para que isso fosse possível ela sabia que deveria se acostumar com o cheiro, e por isso decidiu que essa seria a melhor forma.
Troy a havia ajudado a se acorrentar.
No total eram cinco correntes. Uma para cada um dos braços, e mais uma em cada uma de suas pernas. A última possuía uma espécie de gargantilha de aço com pontas de madeira por dentro, fazendo com que cada movimento brusco de Samantha as pontas de madeira perfurassem seu pescoço.
Para completar eles haviam passado verbena por tudo. Os pulsos e tornozelos dela já queimavam ao contato com a verbena, ela já podia sentir os ferimentos em carne viva, mas pensava de forma positiva sabendo que aquilo a ajudaria.
Logo a frente de Samantha, apenas com a distância necessária para que Samantha não a alcançasse, estava uma mulher jovem de seus vinte e poucos anos com um pequeno corte no pescoço, feito por Troy.
Troy a havia buscado no pequeno vilarejo que se encontrava a uma pequena distancia do local onde estavam. Dissera ele que a jovem estava de viagem a caminho da casa da avó, e por isso ninguém notaria a ausência dela por um curto período. E como Troy e Samantha já haviam combinado, Troy iria ir atrás de novas vitimas constantemente para que Samantha se adaptasse a todos os tipos de sangue, fazendo com que assim não causassem problemas das famílias saírem atrás das vitimas.
¨¨¨¨¨¨
Samantha não teria vergonha de admitir para si mesma o quanto foi difícil tudo aquilo. No total foram cinco dias. Cinco longos dias. Sim, ela se sentia constrangida ao agir de uma maneira tão irracional na frente de Troy, mas ela não conseguia exercer controle sobre si mesma. Ela queria matar. Queria o sangue. Queria muito o sangue, de uma maneira esmagadora. Irracional. O sangue exercia um nível de tentação sobre ela que a ideia de que ela nunca conseguiria ser tão controlada como Troy lhe veio à cabeça repetidas vezes. E se ela nunca mais pudesse viver perto de humanos normais?
Ela se debatia de tamanha forma tentando alcançar a humana que seu pescoço mal tinha tempo de se restaurar antes de se rasgar novamente. Seus urros eram horríveis, angustiantes, mas Troy não a abandonou, ele ficou ao seu lado o tempo todo. Diversas vezes tentou se aproximar, mas Samantha tentou atacá-lo e ele voltou a se afastar. Mas ele podia perceber, conforme os dias passavam Samantha ficava mais controlada, mesmo que ela mesma não percebesse isso, ela estava conseguindo adquirir o controle sobre seus instintos.
Quando chegou o quinto dia que a vampira já se encontrava naquele estado, Troy se aproximou novamente dela e se sentando ao seu lado.
As mãos de Samantha tremiam, seu maxilar estava cerrado.
Troy a cutucou com o ombro.
Samantha por um momento pareceu que iria ignorá-lo, mas por fim se virou para encará-lo.
Troy somente sorriu, não disse mais nada, mas não era preciso, ela entendeu perfeitamente, as palavras não ditas estavam claras:
“Estou com você para o que der e vier, pode contar sempre comigo”.
Samantha continuava tremendo. Troy pegou a mão dela e a segurou entre as suas.
Os dois ficaram em silêncio.
Nenhuma das humanas que Troy havia trazido havia dito alguma coisa. Troy era ótimo em compelir.
Samantha aos poucos foi parando de tremer. Troy continuou sentado ao seu lado por horas, os dois sem dizer nada, até que a vampira depois de muito hesitar quebrou o silencio:
-Troy?
-Sim?
-Posso te fazer uma pergunta?
-Estou aqui para isso.
Samantha mordeu o lábio inferior sem encará-lo.
-Você amava Jane não é? – não esperou resposta para isso, à resposta estava escrita nos olhos dele – Como é amar dessa forma?
Troy pareceu ficar perdido por alguns momentos.
-É... Aterrador. Você passa a ser completamente dependente de outra pessoa, você sobrevive a partir da presença, das palavras, do cheiro, de tudo que venha da pessoa que você está amando. É um vicio, um vicio que tem o poder de te erguer de qualquer tombo, de ser seu alicerce, ou te derrubar, te deixar de mãos atadas sem saber como proceder. É a pior das maldiçoes... Mas a melhor das bênçãos.
Samantha fez sinal de que havia entendido o que ele dissera, mas não disse nada.
-Isso é sobre o tal de Greg não é mesmo?
A vampira assentiu.
-O que você sentia por ele?
Samantha virou o rosto de lado corando.
-Não sei exatamente, – respondeu depois de um tempo – creio que não deu tempo de ser amor, mas... Era forte. A presença dele me embriagava. A voz dele ficou gravada de tal forma em minha cabeça que ainda ouço ecos, seu sorriso, a forma que ele fechava os olhos ao sorrir, o modo como seu cabelo contrastava com sua pele... Tudo nele me... Fascinava.
Troy sorriu.
-Paixão. Ela pode acontecer de uma hora para outra, mas quando vem chega derrubando tudo.
Dizendo isso Troy pegou o pulso de Samantha e arrancou a corrente fora. Samantha o encarou:
-O que você está fazendo?
-Você está pronta, já exerceu o suficiente seu controle, ira conseguir se controlar. Está na hora de ter sua primeira refeição. Não vamos começar pela moça porque ela já fez bastante por nós – disse indicando a mulher a frente deles.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Muita gente. As ruas do pequeno vilarejo estavam repletas de andarilhos, pessoas que seguiam com suas vidas rotineiras. Damas com seus longos vestidos seguravam sombrinhas bordadas para se protegerem do sol. Cavalheiros formavam pequenos grupos para tratarem de negócios.
Samantha fez uma careta: o barulho.
O barulho demasiado a incomodava.
O galopar dos cavalos revibrava em sua cabeça, ferreiros trabalhavam ao longe, fazendo com que cada batida em suas pesadas bigornas fazia Samantha sentir que era sua cabeça que estava no lugar do ferro que estava sendo moldado. As conversas paralelas das pessoas em volta soavam como gritos de pessoas histéricas.
A vampira cerrou o maxilar olhando fixamente para frente.
Troy pegou seu pulso segurando-o firme.
-Se prenda apenas a alguma conversa ou barulho, ignore todas as outras. – Sua voz não passava de um murmúrio ao falar, mas Samantha pode ouvi-lo.
Tentou fazer o que ele dissera.
Cavalos. O galopar de cavalos.
Seus olhos se fecharam por um momento. Lembranças a embalaram. Cavalos, ela sempre havia amado cavalos. Considerava-os como uma ponte que interligava sua vida de antes de seus seis anos e depois disso. Um som que seguia medidas perfeitas de sincronia. Uma sincronia quase que musical. Seus dedos começaram a se mexer com som, sem perceber parou de andar. Suas lembranças a levaram muito longe. Agora ela estava cavalgando em pensamentos, seus cabelos balançavam com o vento, Damon e Stefan estavam ao seu lado, mandavam-na ir mais devagar, antes que se machucasse. Mas ela queria voar, queria correr, queria ser livre.
Uma mão segurou seu ombro. Damon a havia alcançado. Seus olhos se abriram procurando pelos olhos azuis do irmão, um sorriso se abria em seus lábios, mas morreu ali. Não eram os olhos de céu, não eram dois globos de azul céu que a encaravam, mas sim dois globos azul cristal preocupados. Não era Damon, não era Stefan. Era Troy.
Os cantos da boca de Samantha desceram, não por ser Troy, mas pelo fato de não ser Damon e Stefan, pelo fato dela não poder mais vê-los.
-Acho bom você se concentrar em outro som – disse Troy ainda preocupado, segurando o ombro de Samantha.
Samantha olhou em volta, ela havia saído do lugar onde estava antes.
-O que aconteceu?
-Você quase saiu em disparada, acho que iria assustar os humanos se saísse correndo em uma velocidade nada normal.
Fez um leve aceno e os dois voltaram a andar.
Samantha buscou outro som para prender sua atenção. Um martelar sobre o ferro, o fogo crepitante...
A garota se afastou logo do som. Sabia exatamente onde ele a levaria: seu pai.
Flashback
Samantha chegou ao lugar onde seu pai deixava as ferramentas de trabalho. Mesmo que a maioria das vezes ele fosse para a cidade trabalhar, ainda deixava algumas ferramentas em casa.
Seus olhos percorreram a pequena oficina procurando por Christian. O fogo crepitava na forja, mas seu pai não estava ali.
Seus olhos se depararam com o martelo pesado que seu pai usava para o trabalho. Um sorriso travesso crispou seus lábios.
“Se eu esconder isso, papai não vai ter como trabalhar e passara mais tempo comigo”. – Pensou ela indo em direção ao martelo.
Chegou até ele e tentou levantá-lo. Precisou usar as duas mãos para segurar o cabo grosso. Usou toda a força que tinha, mas o martelo nem se mexeu, fez um bico e tentou novamente, nada de novo.
De repente uma gargalhada estrondosa a assustou, se virou e deu de cara com Christian.
-Não acha que isso é muito grande para você minha princesa?
-Papai? – falou com cara de que havia sido pega em fragrante.
-O que você estava tentando fazer minha filha? – perguntou ainda rindo.
Samantha corou e murmurou algo inaudível.
Christian foi até ela e apegou no colo dando um beijo no topo de sua cabeça.
-Acho que acabei de achar uma ajudante, mas se sua mãe perguntar o que estava fazendo diga que estava brincando de boneca filha, senão sua mãe nos coloca para dormir na casinha do Carmelo.
Samantha riu acompanhando a risada do pai.
Fim do flashback
A vampira acordou do devaneio percebendo que estava parada de frente a uma pequena lojinha de tecidos.
-Espere aqui. – Troy falou já se encaminhando para dentro.
Ela não precisou esperar muito, logo ele estava de volta trazendo um pequeno embrulho de papel e entregando a Samantha:
-O que é isso? – perguntou desconfiada.
-Abra. – Respondeu simplesmente.
Samantha abriu e se deparou com uma fita de cabelo da mesma cor de seu vestido.
-Para que isso?
Troy deu um sorriso travesso:
-Irei te ensinar a se alimentar de humanos.
Samantha franziu as sobrancelhas.
-Não entendi.
-Venha comigo que você vai entender, mas prenda seu cabelo primeiro porque desta forma você está aparentando ser uma bela leoa faminta.
Samantha revirou o solhos para ele prendendo a fita entre os dentes enquanto juntava um pouco do cabelo, depois os prendeu com a fita fazendo um laço.
Troy a analisou por um momento:
-Humm, acho que agora esta pronta, venha.
Samantha o seguiu.
Chegaram até uma taverna. Troy entrou, Samantha o seguiu confusa.
-Pegue sua presa. – O vampiro murmurou e se afastou.
Samantha abriu a boca para falar algo, mas Troy já estava longe.
Ficou parada, sem saber o que fazer. Algumas pessoas a observavam.
Tentando fugir dos olhares curiosos se encaminhou para o balcão e sentou em uma das banquetas velhas.
Um homem se aproximou e pediu se ela desejava alguma coisa. Samantha agradeceu, mas disse que não.
Buscou o olhar de Troy para indagar o que ela deveria fazer. Troy fez um leve aceno em direção a um homem que a encarava. Samantha ergueu uma das sobrancelhas para Troy:
-Deixe que ele se aproxime de você, depois o leve para fora e se alimente, não se preocupe que não deixarei que você o mate.
Ela tinha certeza que foi a única que conseguiu ouvi-lo, mesmo estando a uma grande distância. Virou a cabeça para frente e passou a encarar a cabeça de um urso empalhada.
Ouviu um movimento perto de si, mas não se virou para olhar até que falaram com ela:
-Uma dama tão bela sozinha.
O homem ao seu lado devia ser ao menos uns cinco anos mais velho do que ela, possuía cabelos e olhos castanhos, e um sangue de aroma delicioso.
-O que a traz aqui?
Ela não respondeu.
-Não vá me dizer que seu noivo lhe dispensou?
-Não, não, não foi isso.
Samantha ouviu Troy rindo baixinho:
-Você é péssima com isso.
-Não tenho séculos de experiência. – Murmurou em resposta sabendo que ele ouviria.
-Disse alguma coisa?
-Oh, não, é só, quero dizer... É... – abanou a mão na frente do rosto – calor,... Acho que irei para fora tomar um ar, aqui está muito quente.
O homem sorriu malandro:
-Posso lhe acompanhar, não é aconselhável uma dama tão bela sair sozinha, existem muitos caras mal intencionados.
-Tudo bem. – Concordou ela se levantando.
Vários olhares a seguiram novamente.
-Tente parecer mais humana, não ande de uma forma... tão felina – Samantha se virou e estreitou os olhos para Troy.– Respeite seu professor Samantha, seu pai não ensinou que devemos respeitar os mais velhos? – completou Troy rindo.
Samantha revirou os olhos.
-Algum problema? – perguntou o homem ao seu lado enquanto saiam pela porta.
-Problema algum. – Respondeu olhando para os lados procurando algum lugar mais privado.
Avistou um pequeno portão que levava ao fundo da taverna.
O homem sorriu ao perceber para onde ela se encaminhava.
Quando achou que já estava longe o suficiente dos olhares curiosos Samantha parou, deixou que um pouco de seus instintos se soltassem das amarras que ela usava.
O homem se aproximou mais dela. Samantha sorriu de forma provocativa seus olhos analisaram o homem a sua frente.
Sem esperar nada mais o homem a puxou pela cintura a prendendo contra a parede:
-Adoro garotas que sabem o que querem. – Sua boca explorando o pescoço de Samantha.
Samantha deixou a cabeça tombar de lado sentindo o cheiro do sangue. Tão doce. Tão quente.
As mãos do estranho subiam por sua cintura de forma sedenta.
A vampira se virou deixando ele contra a parede.
O homem pareceu surpreso, mas não protestou.
Samantha usou seu próprio corpo para apertar mais o homem contra a parede. Aproximou lentamente sua boca da dele, apenas encostando seus lábios aos dele, para em seguida descer por seu pescoço. Suas unhas rasgaram a manga da camisa dele, uma de suas mãos descendo para as costas do estranho, enquanto a outra se emaranhava nos cabelos castanhos fazendo com que ele deitasse de lado a cabeça. Sua boca continuava insistentemente pelo pescoço dele.
-Qual seu nome?
-Michael. – Respondeu com a voz fraca.
-Sabe Michael tens razão quando diz que não é aconselhável uma dama sair sozinha, ela pode muito bem acabar facilmente com um cara como você, e não digo no sentido que está pensando – disse ela contra a pele dele, antes das veias saltarem sobre seu rosto e suas presas perfurarem a pele do pescoço dele.
Michael não gritou. Samantha não fazia ideia se ele havia se dado conta do que estava realmente acontecendo. Só sentia o sangue quente descendo por sua garganta lhe transmitindo uma imensa sensação de alivio. Prazer.
A garota ainda não se sentia satisfeita quando ouviu a voz de Troy.
-Calminha Samantha, agora chega, você ainda tem um cardápio diversificado para experimentar, agora largue ele.
Samantha largou o homem que parecia confuso e procurou Troy, ele não estava por perto.
-Agora use a compulsão. – Voltou a falar surgindo do lado direito da garota e alcançando um lenço a ela.
Samantha o compeliu a esquecer de tudo, e pegando o lenço que Troy alcançava a ela limpou o pescoço de Michael.
-Muito bem. – Troy aprovou sorrindo enquanto Samantha limpava a própria boca e Michael se afastava. – Agora é você quem está sobre o controle.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua...

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Qua Jun 06, 2012 6:21 pm

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Capitulo 32 - Treinamento
-Troy, não tenho certeza se estou preparada para ficar tanto tempo perto de humanos.
-Se você não tentar nunca vai saber se está pronta. E outra, eu não vou deixar você se alimentar mais do que o necessário de ninguém.
-Mesmo assim, não sei se estou pronta. Não sei até que ponto vai meu controle.
-Você não confia em mim?
-Não é questão de confiar ou não em você, a questão é confiar em mim mesma.
-Se serve de consolo: eu confio em você.
-Você é um caso a parte, pois foi você mesmo quem disse que é bonzinho demais.
Troy se virou consternado para encara-la:
-Poderia parar de usar minhas palavras contra mim?
-Não as uso contra você, apenas lhe trago a memoria o que você disse –defendeu-se dando de ombros.
-Sabe Samantha, você é exatamente como uma rosa: esplendida, mas cheia de espinhos.
-As rosas se desfazem com o vento, suas pétalas caem e elas murcham facilmente. Podem ser belas, mas da mesma grandeza que és bela és frágil. Então não pretendo ser como uma rosa.
Troy a encarou abismado:
-Bom argumento, mas elas podem ser frágeis, mas sabem se defender.
-Não o suficiente.
-Para os padrões de uma flor pode ser o suficiente, pois nem todas tem essa capacidade.
Samantha não respondeu.
Os dois andavam vagarosamente pelas ruas do pequeno vilarejo.
Troy insistia em dizer que sua idade avançada não era privilegiada ao ter que dormir recostado em árvores. Samantha aludia ao fato de não saber se conseguiria dormir em uma pensão cheia de humanos por perto, e o fato de não ter nem um misero tostão contribuía para que fosse contra a ideia de Troy, mesmo não verbalizando o último motivo a ele.
A garota ficou tensa assim que Troy parou em frente ao sobrado com a placa escrito “pensão”.
-Não se preocupe, eu não irei deixar você machucar ninguém – assegurou Troy a puxando para dentro.
Samantha ficou para trás quando Troy foi falar com a mulher que estava atrás do balcão de recepção.
-Olá, eu e minha prima estamos de viagem, gostaria de saber se possui dois quartos livres.
Samantha sentiu que a mulher a observava, mas não se virou para encará-la.
-Vocês estão vindo de longe?
-Não muito, saímos de viagem faz poucos dias.
A mulher assentiu ainda olhando para Samantha.
-A moça me parece conhecida. Qual o nome dela?
-Samantha Blayker. – respondeu Troy sem hesitar, Samantha trocou um breve olhar com Troy, ainda sem olhar para a mulher – e creio que dificilmente você a conheça – continuou Troy – esta é a primeira vez que ela sai do lugar onde nasceu.
-Se me permite saber qual o motivo dela estar viajando com o senhor.
-Ela acaba de sofrer uma grande perda, então vim buscá-la para morar com o que sobrou de nossa família.
A mulher assentiu e foi em direção a uma porta ao seu lado.
Troy se virou para olhar Samantha.
-Você está bem? – perguntou em um sussurro.
-Não gosto dessa... – parou no meio da frase vendo os olhos de Troy se arregalarem. – O que foi? – indagou assustada.
Troy fez um leve aceno indicando algo atrás de Samantha.
A vampira se virou e deu de cara com uma fotografia sua.
-Parece que seus irmãos estão te procurando.
Samantha arregalou os olhos surpresa.
-Então é por isso, a mulher deve ter me reconhecido Troy.
-Provavelmente ainda não, ela não viu seu rosto de frente, mas por via das duvidas acho bom não arriscar.
Troy foi em direção ao folheto com o rosto de Samantha e o arrancou.
-Não podemos mais ficar aqui, o problema não serão os humanos a reconhecerem.
Samantha entendeu.
Se qualquer vampiro, ou ser sobrenatural visse sua foto deduziria que ela estava viva, e a última esperança de que desistissem de caçá-la achando que estivesse morta acabaria.
-Para onde vamos?
-O mais longe possível daqui.
-Por quantos dias... - a mulher que voltara com duas chaves na mão foi interrompida quando Troy parou em frente a ela.
Sua ordem foi tão rápida que até mesmo Samantha teve dificuldade para acompanhar.
Assim que terminou Troy já estava segurando o braço da vampira puxando-a rapidamente pelas ruas.
–Hora de irmos.
Samantha saiu tropeçando tentando acompanhar Troy.
-E as pessoas que encontramos antes?
-Não vi uma expressão surpresa em nenhum dos rostos, vamos torcer para que ninguém a tenha reconhecido.
-Troy... Eu não quero ir muito longe de minha família... Eu...
-Samantha você não pode voltar para eles, agora eu preciso fazer com que você fique viva.
-Mas e se meu pai não conseguir deter Katherine.
-Você precisa ter esperança.
Conforme os dois passavam rapidamente pelas ruas o vampiro ia arrancando os folhetos que encontrava com o rosto de Samantha.
-Espere Troy. Meus irmãos... Meus irmãos Troy, eles... Eles podem estar aqui. – Samantha disse esperançosa parando e olhando a sua volta desesperada – eles podem estar aqui Troy.
Troy parou se virando para a garota e segurando delicadamente o rosto dela entre suas mãos:
-Não acho que seu pai permitiria que seus irmãos viessem até aqui Samantha, eles devem ter mandado alguém. Agora precisamos ir embora.
A vampira assentiu, desolada deixando que ele a puxasse pelas ruas.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Uma semana havia se passado. As paisagens por onde Samantha e Troy passavam já estavam diferentes: deixara de serem as familiares montanhas e passara a ser mais planas.
Troy havia arranjado uma nova meta: ensinar a Samantha como usar suas habilidades.
Primeiramente ele a parabenizara, pois depois de desviarem de vários vilarejos decidiu que estava na hora de tentar novamente, e Samantha demonstrara um incrível autocontrole convivendo mais com humanos. A cada dia ela ficava mais pratica no quesito alimentação. Sua força também aumentará com o aumento do sangue humano que bebia.
Troy a obrigara também a comprar roupas novas e ensinara mais algumas coisinhas básicas sobre ser vampiro, como, por exemplo, não poder entrar em uma casa sem o consentimento do dono.
Os dias eram longos, sem cores, um vazio enorme comprimia o coração da vampira, mas o que ela poderia fazer a não ser tentar sobreviver a cada dia? Tentar se superar e traçar novas metas a seguir era tudo o que ela tinha a fazer. Ela era Samantha. Ela era uma Salvatore. E sempre seria uma Dellafried.
A cada novo dia que passava na presença de Troy ela tinha mais certeza que ele era um anjo, é claro não um anjo de esplendorosas assas brancas com direito a auréola na cabeça e tudo mais, mas sim seu anjo, ele a ajudara sem pedir nada em troca, a não ser sua amizade.
O dia estava nublado, a garota não tinha certeza se Troy havia realmente dormido, pois foi acordada em plena madrugada com batidas na janela do seu quarto na pensão e deu de cara com ele. Segundo ele Samantha estava ficando sedentária apenas dormindo e precisava praticar exercícios. A vampira o encarará apática. Em seus últimos dias era mais fácil contar às noites que dormiu do que as noites que passou acordada escutando histórias e lutando com Troy. O objetivo dele era ensinar Samantha a se defender de qualquer coisa. E ele estava conseguindo.
Na madrugada quando foi acordá-la apareceu com um enorme embrulho de tecido. Primeiramente Samantha achou que fosse mais roupa e estava prestes a despachá-lo se suas suspeitas se provassem reais, mas depois quando os dois chegaram à clareira a qual agora se encontravam finalmente havia descoberto o que era.
Espadas. Sim, espadas, lâminas que para qualquer vampiro não seria problema algum.
Troy sorriu descarado para Samantha quando ela o olhou indagativa.
-O que acha de esgrima?
A garota apenas ergueu uma das sobrancelhas para ele.
Troy a ignorou pegou uma das três espadas enroladas no tecido a girou uma vez no ar para depois com um bonito floreio a prender no chão. Apenas sua ponta ficou presa a fazendo balançar de um lado para o outro.
-Sério Troy? Espadas? De que isso vai adiantar?
-Esgrima é uma das melhores praticas para ensinar equilíbrio, agilidade, defesa e uma serie de necessidades em uma luta. Então não me olhe com essa cara.
-Sinto muito, você chegou atrasado, Damon e Stefan passaram na sua frente e me ensinaram tudo isso quando eu tinha doze anos.
Troy pareceu surpreso:
-Humm nesse caso será melhor ainda, pois você já saberá o básico.
-Básico? Não me subestime Troy eu sou uma Salvatore, o que eu faço, faço bem feito, e não pela metade, não gosto de meios termos.
-Ô revolta, não estou lhe subestimando, apenas quero dizer que agora e diferente de quando era humana. Mas, antes de começarmos preciso saber: serio que seus irmãos lhe ensinaram a lutar com espadas?
Samantha assentiu.
Flashback
-Damon isso já é exagero – interferiu Stefan, revoltado – Qual será seu próximo passo? Ao que aparenta ira começar a incluir Samantha em suas brigas também. Já não lhe basta que eu sempre tenha que lhe ajudar?
-Ajudar Tefinha? Você entra em minhas brigas porque quer, de intrometido que é. E não podemos chamar aquilo de ajuda, pois garanto-lhe que Samantha me ajudaria mais.
-Diga o que quiser Damon, mas lembre-se que Samantha é uma garota e tem apenas doze anos, então não queira ensinar algo que vá prejudicá-la.
-Prejudicá-la? Acorda Tefinha, quer o que? Mostrar a Samantha as artes clássicas? Vá em frente, faça o impossível, pois caso não tenha notado uma gazela de pata quebrada se for comparada a Samantha dançando pode ser considerada uma bailarina.
-Lhe agradeço irmão por tamanha sinceridade ao se referir a minha pessoa aqui presente. - Samantha meio que grunhiu enquanto tentava manejar a espada pesada.
Damon sorriu de lado vendo o esforço que a irmã fazia tentando manter o equilíbrio entre seus movimentos e os movimentos da lâmina afiada.
-Por nada maninha, a sinceridade é só uma das minhas muitas qualidades.
Stefan revirou os olhos, Samantha sorriu e se voltou para Damon:
-Pi, pi, pi, pi, aviso, aviso, risco de explosão devido a escassez de modéstia - recitou ela imitando voz robótica.
Damon deitou a cabeça de lado ampliando o sorriso:
-Me perdoe maninha, mas são tantas as minhas qualidades que não sobra espaço para modéstia. – retrucou ele dando uma piscadela. – Mas do que importa? Independentemente da quantidade de modéstia que eu possuo você sempre ira me amar, não negue.
Samantha ampliou o sorriso
-Não irei negar irmão, nem conseguiria, pois isso é um fato inalterável, algo que já me acostumei sabendo que você e Stefan são insuportavelmente os donos da maior porcentagem do meu coração. Agora irei parar por aqui, não quero ser a causadora a explosão de seu ego.
-Olha só isso Tefinha? Veja se não é a princesa Salvatore dando uma de sentimentalista.
Stefan apenas foi até Samantha beijando-lhe o topo da cabeça, mesmo ele sendo apenas pouco mais de um ano mais velho que ela possuía a estatura bem mais alta.
-O que foi tudo isso Samy? Medo de que o pai descubra que estamos lhe ensinado esgrima e que não de tempo de nos despedirmos antes de nossa morte eminente?
Samantha deu de ombro:
-Provavelmente.
-Não minta maninha que o nariz cresce, você esta dizendo isso porque minha presença causa sensações incontroláveis nas pessoas.
-Já inflei seu ego por demais hoje Damon, mas estou confusa, Stef o “estamos lhe ensinando esgrima” o que você quis dizer?
-Quis dizer que não posso deixar que Damon ensine apenas da maneira dele, irei lhe ensinar da minha também, o pai tratou de nos ensinar a se defender quando tínhamos oito anos, agora chegou nossa vez de ensiná-la.
-E lá vem Tefinha com suas teorias e blá, blá, blás. – Damon provocou se colocando atrás de Samantha e cruzando seus braços sobre a cabeça dela.
Samantha se virou em direção a ele lhe dando um cascudo.
-Não seja estraga prazeres Damon.
-Não estou sendo maninha, estou apenas avisando previamente que até Tefinha terminar de falar provavelmente você será uma velhinha que se aproveita de sua bengala para fazê-la de arma mortífera.
-Há, há, há morri de rir irmão – retrucou ela sem conter um sorriso.
-Bem que dizem que o que não é parecido com o dono é roubado. Você esta sendo um mau exemplo para a Samy, Damon, até seu sarcasmo ela já está herdando.
-Que isso Stef, Damon não é meu dono.
-Você entendeu o que quis dizer Samy.
-Acho bom procurarmos um advogado – Damon falou sério.
Samantha e Stefan o encararam confusos:
A garota inclinou uma das sobrancelhas indagativa:
-O pai corre riscos de ser preso. Afinal ele deve ter roubado Tefinha de um orfanato para crianças descendentes de alienígenas, se essa não for à explicação qual seria?
Samantha cruzou os braços ficando cara a cara com Damon e estreitando os olhos:
-Damon Salvatore você esta passando dos limites.
Damon somente sorriu, e antes que Samantha pudesse se defender ela já estava com as pernas balançando no ar, enquanto Damon corria com ela pendurada de atravessado sobre seus ombros.
Depois de Samantha finalmente convencê-lo a soltá-la Stefan deu um explicação básica sobre o tipo de cada espada, os tipos de golpes, e por último juntamente com Damon passaram para a parte pratica a ensinando os golpes por parte e os modos de defesa, assim como o equilíbrio que ela deveria ter e a forma que ela deveria explorar seus pontos fortes.
Fim do Flashback
Samantha narrou tudo a Troy. Troy era tão bom ouvinte como narrador.
-Isso não é algo que possa se ouvir diariamente, você quis trocar suas bonecas por aulas de esgrima. – Comentou rindo.
-A preferencia não estava entre uma boneca e uma espada, mas sim nas companhias, eu sabia que praticando esgrima seria mais um tempo que teria para passar com meus irmãos. E quando eu estava come eles sempre estaria tudo bem, independente do que eu estivesse fazendo.
Troy sorriu compreensivo:
-Mas e seu pai? Ele descobriu?
-Descobriu. Depois de uma semana que ele havia descoberto eu já estava de malas pronta rumo a um colégio interno na Inglaterra. Quando chegou o dia de minha partida me despedi de Stefan em casa, e depois de Damon e meu pai na estação. Mas antes do trem sair dei um jeito de escapulir de dentro dele sem que meu pai me visse, Damon já havia dado um jeito de despistar meu pai e Stefan nos esperava com nossos cavalos ali perto. Nós três ficamos escondidos por três dias. Stefan havia levado tudo o que precisávamos. Quando voltamos para casa nosso pai estava ao mesmo tempo furioso e preocupado, pois sabia que se me mandasse embora nos iríamos dar um jeito de aprontar mais uma, então desistiu da ideia. É claro que teve outras vezes que ele quis me mandar para França, Suíça, Alemanha e tantos outros lugares que cheguei a esquecer, mas eu, Damon e Stefan sempre dávamos um jeito.
-O coração de seu pai deve ser forte.
-Pois é ele teve que suportar várias de nossas façanhas. Mas ele sempre cumpriu seu dever de pai.
Troy percebendo o rosto dela se transformar resolveu mudar de assunto. Retirou a espada que havia firmado no chão e a alcançou a Samantha:
-Sua vez, me mostre o que sabe.
A vampira esticou a mão para pegá-la ainda confusa.
-O que quer que eu faça?
Troy se encaminhou para as duas espadas restantes e pegou uma para ele.
-Tente me vencer. – Desafiou rodopiando a lamina na mão com um sorriso de expectativa no rosto.
Samantha estreitou os olhos o analisando:
-Não tente facilitar as coisas só porque sou mulher, ou por ser mais nova. Se for pra lutar lute da maneira correta, sem machismo.
-Sem problemas.
-Mas por que espadas? Do que ira adiantar?
Troy apenas sorriu misterioso e partiu para cima de Samantha. Ela por reflexo bloqueou o ataque dele, fazendo as duas laminas se encontrarem no ar soltando faíscas. Troy era mais forte. Samantha percebendo isso girou sua espada o contra atacando.
Algo não saiu como o planejado. A força que utilizou foi maior do que imaginava fazendo com que ela perdesse o equilíbrio. A vampira cambaleou confusa tentando ainda manter a espada firme na mão.
Troy riu:
-Não basta você ter força, você precisa saber usar sua força. Uma combinação de força, equilíbrio e habilidades forma um bom lutador. Entende o que quero dizer? Você ainda é uma vampira nova, mas se treinar pode ficar mais forte ate mesmo que Katherine. Pretendo ensiná-la a se defender sozinha em qualquer situação Samantha e esgrima é um dos melhores exercícios para isso, ele utiliza de todas essas habilidades de uma só vez. Força, equilíbrio, e ataques criativos. Nunca use um golpe obvio contra alguém mais forte que você, o surpreenda. Faça o inimaginável, o improvável.
Samantha trincou os dentes. Isso era injusto. Troy não só era forte, como também possuía todas as outras características necessárias. Ela lembrava perfeitamente de como Damon e Stefan a ensinara:
“Você não tem tanta força quanto nós, mas é mais leve, e desta forma se torna mais ágil, use sua agilidade a seu favor.”
Samantha partiu para cima de Troy, mais uma vez as laminas se encontraram provocando um estrondo. Ela se manteve firme. Seus braços tremiam com a força que exercia, mas Troy estava normal, como se não fizesse esforço nenhum. A vampira bufou e resvalou a lamina de lado fazendo com Troy tivesse que mudar de posição.
Troy aparava todos os golpes dela sem ter de se esforçar, com uma naturalidade inumana e ao mesmo tempo divina. Seus olhos claros cintilavam, enquanto um sorriso brincava nos cantos de sua boca.
Samantha no intuído de usar mais força acabou exagerando, sentiu somente o cabo da espada se desfazer em suas mãos até virar pó.
Parou apática, Troy também parou rindo dela:
-Tem uma reserva. – Disse indicando a última espada que restava – Imaginei que algo do gênero aconteceria.
A garota o encarou por alguns segundos.
Como ele conseguia cuidar de todos os detalhes?
Quando recomeçaram Samantha tomou mais cuidado, se manteve mais na defesa esperando uma brecha para atacar.
Troy continuava levando vantagem, mas Samantha não permitiria que ele vencesse de maneira fácil. Ela aparava todos os golpes dele, tentando virar a luta a seu favor. Ficou imaginando de que distancia seria possível ouvir o barulho do choque entre os metais. Por mais que os dois cuidassem para manter as laminas inteira a força que ambos usavam continuava a ser superior a de qualquer humano.
Com um belo floreio Samantha desviou o golpe de Troy e voltou a atacar ao invés de se defender.
Entre meio aos golpes buscava algo que pudesse servir de distração para Troy, algo que desse tempo suficiente para derrota-lo.
Seus olhos focalizaram uma pequena proeminência no terreno logo atrás do vampiro. Era pequena o suficiente para passar despercebida, mas grande o bastante para causar um desequilíbrio.
“Perfeito.”
Seus golpes passaram a ser mais rápidos, enquanto tentava distrair Troy o levando diretamente em direção à pequena saliência no chão.
Quando Samantha começava a se vangloriar mentalmente algo saiu diferente do que ela havia planejado.
Em um minuto Troy tentava se desviar de seus golpes, e depois havia desaparecido.
A garota tentou ficar em alerta, mas a surpresa a havia desconcentrado.
Seus olhos deslizando rapidamente por todos os lados em busca de Troy.
Ela não o encontrou.
Aquilo a estava irritando.
-Troy Blayker deixe de enrolação e apareça.
Ouviu uma risada baixa logo acima de sua nunca, mas não teve tempo de se virar.
Troy a havia encurralado.
O braço do vampiro a contornava segurando a espada rente a seu pescoço, mas sem relar.
-Touché. – falou ele, como se saboreasse cada silaba, pronunciando a palavra de forma lenta como o gotejar do mais doce dos chocolates. – Sinto muito Srta. Salvatore, mas parece que já temos um vencedor.
Samantha não pode evitar que um arrepio a percorresse sentindo o hálito quente dele em seu pescoço.
Seu cheiro transmitia um aroma quente, o que lembrava a Samantha tardes de primavera. Um perfume que era ao mesmo tempo selvagem, tropical e quente.
Subitamente os pensamentos de Samantha a levaram até Greg. Não era algo que ela pudesse controlar, seus pensamentos abriam caminho sozinho até as poucas lembranças que tinha dele, mas que estavam gravadas em sua mente com ferro em brasa. O gosto de seus lábios nos dela, o calor inebriante do corpo dele.
A pele de Samantha queimava com a simples lembrança, sua respiração passou a ser ofegante.
Troy afrouxou um pouco os braços em volta dela. Suas mãos a viraram de maneira ágil, mas gentil para que ela o encarasse. Suas mãos ergueram o queixo dela em um gesto tão dele. Samantha se viu mais uma vez encarando seus olhos de cristais cintilantes:
-Você está bem? – perguntou ele com a voz tensa e preocupada enquanto a analisava.
Samantha por um momento hesitou confusa. Como ele percebia tão facilmente as reações dela? Onde é que ficava nessas horas seu dom de fingir que estava “tudo bem” e “nada me atinge”? Onde estava sua dignidade?
A vampira girou seu próprio corpo com rapidez e graciosidade, e assumiu a posição que antes Troy ocupava. A lâmina desta vez se encontrava rente ao pescoço dele.
-Belo professor esse meu que se deixa enganar por qualquer distração.
Troy sorriu.
-Ou o professor que é muito ruim ou a aluna que é muito aplicada. Quem sabe seja necessário lhe arranjar um novo mestre.
Samantha deu de ombros:
-Acho melhor deixarmos como está, seria difícil sua aluna achar outro mestre que não tenha como principal objetivo liquida-la.
-Então a aluna terá de se contentar com o professor que possui.
Samantha abaixou a espada livrando Troy:
-Posso tentar conviver com isso.
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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Sáb Jun 09, 2012 7:58 pm

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Capitulo 33 – Propósito
Samantha ouviu o ruído que poderia se passar por uma simples folha caindo no chão.
-Já ouviu falar de uma coisa chamada porta? – perguntou sem se dar o trabalho de se virar.
Recebeu a risada baixa de sinos de Troy como resposta:
-Bater na porta de uma dama tão cedo não é coisa que se faça, seria falta de cavalheirismo.
Samantha revirou os olhos, largando a escova que penteava os cabelos em cima da penteadeira e pegando uma fita de cetim azul claro:
-Won, claro, e entrar pela janela não é considerado falta de cavalheirismo?
-Seria se você fosse uma humana.
-E qual a diferença exatamente?
-Os outros não sabem que você é vampira, e nos julgariam se me vissem batendo na porta do seu quarto essa hora.
-Como coisa que não vão fofocar igualmente quando acordarem e verem que já saímos. Deixe de desculpas Troy, a única diferença é que pular uma janela é mais divertido.
-Está bem, está bem, você me pegou. – Admitiu ainda rindo. – Vim ver se você também vai querer “café da manhã” antes de irmos.
-Hum... Acho que ainda estou satisfeita, “jantei” bem ontem.
-Percebi pela demora.
Samantha deu de ombros enquanto prendia os cabelos com a fita e formava um laço.
-O sangue dele era mais doce do que o dos outros. Talvez por ser mais jovem. Não havia tanto álcool.
-Provavelmente. Mas já que você já esta satisfeita eu vou ir me alimentar e te encontro na campina ao norte daqui, não vou demorar uns quinze minutos e apareço por lá.
-Ok, depois iremos partir de lá mesmo?
-Acho que sim, será melhor, três dias aqui já foi cansativo.
-Está bem.
Troy assentiu e pulou novamente pela janela.
O sol do lado de fora começava a aparecer, havia se passado mais de um mês que Samantha deixará Mystic Falls.
Seu treinamento já avançara bastante. Já sabia administrar sua força e controlar sua agilidade. Troy estava satisfeito com tanto avanço em tão pouco tempo.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Logo que Samantha chegou à grande clareira Troy apareceu.
Agora seu objetivo era ensinar Samantha a defender sua própria mente, até mesmo sem verbena.
Ela havia passado os últimos dias sem tomar verbena, o que na verdade era um alivio, por mais que não ardesse mais tanto quando era no começo, ainda queimava sua garganta.
-Vai lá Samantha, você consegue, é só se concentrar.
A vampira grunhiu:
-Fácil falar.
-Deixe seus pensamentos direcionados a apenas uma coisa, e use isso como uma barreira.
-Não adianta fazermos isso, você não poderia me hipnotizar, e quando eu precisar defender realmente minha mente não será o mesmo que me defender de você.
-Mas já será um grande avanço se você me impedir de te fazer ter visões. Agora vamos de novo. Pronta?
Samantha se concentrou nós olhos de Troy.
A íris negra como a noite. O azul límpido como o oceano. A perfeita mistura de azul e cristal transparente, que ilusionavam o brilho de mil facetas de diamante.
Sentiu uma pontada brusca no ponto de sua mente que Troy tentava invadir.
Tentou fixar sua mente no brilho de cristais dos olhos de Troy, mas as pontadas a incomodava.
Cerrou os dentes com o esforço que fazia, mas falhou.
Assim que perdeu sua linha de concentração sua mente foi invadida por água. Água, água, água por todos os lados, ela não conseguia respirar, ela não conseguia chegar à superfície, seus braços batiam em desespero sem sucesso.
E lá estava ela de volta a clareira.
Sua respiração estava ofegante. Suas mãos tremiam.
-Desculpe, mas tive que pegar pesado. Assim você se empenha mais.
A garota bufou, se adaptando novamente a realidade.
-Tente novamente.
Samantha fechou os olhos.
“Não deixe ele entrar, não deixe ele entrar, não deixe ele entrar”, as pontadas continuavam, mas Samantha as ignorou.
“Não deixe ele entrar, não deixe ele entrar, NÃO DEIXE ELE ENTRAR”.
As pontadas pararam, a vampira abriu os olhos, Troy se dobrara levando as mãos a cabeça:
-Caramba, acho que agora você conseguiu, mas poxa, não precisava ter pego tão pesado.
-Desculpe, não foi intencional.
-Tudo bem, tudo bem, é melhor praticarmos mais um pouco.
Agora que Samantha já sabia melhor como funcionava não foi difícil impedi-lo. Ela o bloqueava com facilidade. Uma vez após outra.
Troy ia para mais uma tentativa de invadir a mente de Samantha, quando percebeu que algo mudara.
Os olhos da garota ficaram sem foco suas mãos tremia, sua pele ficou branca como cera.
-Samantha? – Chamou se aproximando.
A boca da vampira tremeu, seus olhos ganharam vida, suas mãos voaram para sua cabeça, e com um grito de horror caiu de joelhos, ainda segurando a cabeça.
-O que houve? – Troy pediu se ajoelhando a sua frente.
-Da... Da... Damon, Stefan...meu pai...alguma coisa...alguma coisa está acontecendo Troy – um grunhido de dor lhe impediu de prosseguir.
-Mas... Mas... Como?
-É como o sonho... O sonho que tive com Katherine antes de ela me atacar... Só que lá não doía, mas é tão real quanto foi o sonho. Minha Cabeça Troy... Minha cabeça... Vai explodir. – falou entre dentes, tentando se impedir de gritar.
-Seus poderes Samantha, sua parte bruxa ainda está de alguma forma livre para te fazer ter visões, quando você me contou de Katherine achei normal, pois seus poderes já estavam na hora de começarem a despertar, mas agora... Olhe para mim Samantha – colocou sua mão sobre o queixo da garota levantando seu rosto – o que esta acontecendo? O que você vê?
-Eles sentem dor... – disse entre os dentes cerrados - Está vermelho... Tem sangue... Eles estão sofrendo Troy eu preciso ajudá-los. Eu preciso ajudá-los.
Os olhos da garota brilhavam com uma umidade desconfortável. A mão quente de Troy segurando seu rosto era a única coisa que a mantinha lúcida.
Samantha se pôs de pé de um salto e começou a correr floresta adentro.
-Espere você não pode.
Samantha não o ouviu.
Troy bufou, pegou a mochila com as coisas dos dois e disparou atrás dela.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Samantha não parou para descansar. Mesmo com sua velocidade vampírica os dois demoraram dias para chegar até a barreira de Mystic Falls. Chegando lá a garota hesitou por um momento, para em seguida tentar entrar. Ela passou. Nenhuma barreira a impediu. A barreira havia sumido.
Olhou para Troy confusa.
Troy lhe devolveu outro olhar confuso.
Samantha fez menção de continuar, mas Troy a parou.
-Espere – remexeu em sua mochila até achar uma capa preta com capuz – acho melhor vestir isso.
Samantha assentiu e pegou a capa.
Estava de noite, mas isso não era o suficiente para escondê-la de olhares curiosos.
Uma sensação estranha a inundou quando chegaram à mansão Salvatore, nostalgia, e uma avalanche de saudades.
A casa estava um breu, nenhuma luz, nenhum movimento.
A vampira se aproximou temerosa, mas não ouviu nenhum ruído, aquilo só serviu para aumentar sua preocupação.
-Não há ninguém ali dentro, mas pode ser que eles tenham viajado – comentou Troy temeroso.
Samantha deu uma última olhada em volta da casa antes de chegar a Troy dizendo:
-Melhor procurarmos alguém quem saiba o que aconteceu. Vamos até a casa dos Forbes, Acredito que Edmundo seja o único que não queira me ver morta.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
POV Samantha
Paremos do lado da casa dos Forbes. Possui um modelo antigo assim como a mansão dos Salvatore, mas não chegava nem perto de ser tão grande. Tirei a capa a dobrando e entregando- a para Troy. Ele a guardou.
Olhei para cima em direção a janela que sabia ser o quarto de Edmundo.
As luzes da casa estavam todas apagadas.
Respirei fundo. Abaixei-me pegando uma pedrinha no chão. Fiquei a rodando nos dedos, nervosa. Eu deveria fazer aquilo? Deveria aparecer mais uma vez na frente de Edmundo? Isso poderia magoá-lo mais do que eu já o havia magoado. Mas eu precisava de respostas. Respostas que só ele poderia me dar.
Olhei para Troy ele parecia rir de algo que eu ignorava.
Fiz uma careta para ele.
Como resposta me mandou ficar em silêncio e escutar.
Revirei os olhos, mas obedeci.
Prendi uma mecha de cabelo solta atrás da orelha e escutei.
Por quê? Por que é que eu fui fazer aquilo?
Senti meu rosto esquentar, e tiraria proveito de estar escuro, é claro, se não fosse o fato de Troy ser vampiro e enxergar tão bem de noite quanto de dia. Eu senti minhas bochechas ficarem rosa, vermelha, escarlate, roxa, e sabe se lá que cor.
Edmundo dizia meu nome dormindo. Sim, meu nome, e como se isso não fosse o bastante Troy não iria deixar esse fato passar despercebido.
Sem pensar peguei a pedra que tinha na mão e joguei-a em Troy.
Ele desviou sem dificuldade.
-Acho que isso é um sinal – murmurou ele em resposta. – Você ainda tem algo a resolver com ele.
Franzi a testa, não era possível que Edmundo acreditava ainda haver uma chance para existir um “nós dois”.
-Vai – Troy continuou indicando a janela com o queixo.
Suspirei mais uma vez, peguei outra pedra e atirei-a na vidraça.
Esperemos em silêncio, mas nada.
Tentei novamente, e nada de novo.
Bufei.
Dei um salto, segurei no parapeito da janela, e bati de leve no vidro com medo de quebrá-lo.
Esperei, esperei... E adivinha?!...Nada outra vez.
-Edmundo.
Nenhuma resposta.
-Pelo visto o sonho está bom. – Troy murmurou baixinho lá de baixo, ainda rindo.
O fuzilei com os olhos. Bati novamente na vidraça. Exagerei. Senti o vidro de rachando em meu punho.
Ops. Edmundo precisaria de uma vidraça nova.
Como resposta, ouvi um reboliço dentro do quarto, e um baque abafado.
-Edmundo, sou eu, Samantha.
Passos rápidos, e a cortina sendo escancarada.
Assim que me viu os olhos de Edmundo se arregalaram, sua boca virando um perfeito “O”.
Deu alguns passos para trás, antes de abrir a janela desesperado.
-Samantha. – Finalmente falou surpreso.
Tentei sorrir, mas meus lábios não obedeceram, acho que eles não se lembravam de como fazer isso.
-Oi Ed. – Foi tudo o que consegui dizer.
-O...o...o que você está fazendo aqui?
-Preciso conversar com você.
Ele assentiu e seus olhos se desviaram para Troy lá embaixo. Troy como resposta acenou, mas Edmundo apenas estreitou os olhos para ele. Pelo visto os dois não seriam grandes amigos, ao menos se dependesse de Edmundo não.
-Entre Samantha. – Deu ênfase ao meu nome deixando bem claro que somente eu estava sendo convidada.
-É... Ed... Quem sabe seja melhor conversarmos aqui fora.
-Aqui será melhor, confio em você, mas não tenho motivos para confiar no outro.
-Ed ele não vai...
-Entre Samantha.
Suspirei. Lancei um último olhar para Troy o advertindo para não me abandonar justamente naquela hora.
Ele simplesmente acenou com a mão e se afastou.
-Traidor. – Murmurei Edmundo que estava ao meu lado não ouviu, mas sabia que Troy havia escutado, pois ouvi o tilintar de sinos como resposta.
Suspirei uma ultima vez e pulei para dentro do quarto.
-Não pensei que nos veríamos novamente.
Só então percebi que Edmundo estava sem camisa, vestindo apenas uma calça larga. Seus cabelos loiros escuro estavam desgrenhados, apontando para tudo quanto é lado.
-É...é...é – gaguejei – também não imaginava.
-Não irei dizer que não gostei da surpresa.
Por que é que ele estava tão perto de mim?
-Ed...eu vim aqui por um motivo. - Disse, me afastando.
-Posso imaginar qual seja.
Assenti, mordendo o lábio inferior:
-E então... O que foi que aconteceu? – perguntei, minha voz saiu falhada.
-As noticias não são boas Samy. – Edmundo demorou para responder, mas quando respondeu sua voz saiu preocupada.
-Me diga mesmo assim. – Falei aflita – Eu vim aqui para saber, sejam as noticias boas ou ruins, a ignorância não tornara nada melhor.
Dessa vez foi Edmundo a suspirar:
-Acho melhor se sentar. – Disse indicando a cama.
-Estou bem assim. – Disse abanando a cabeça.
Edmundo assentiu e continuou de pé em minha frente:
- Johnathan fez algumas invenções úteis, ajudou a todos nós na caça aos vampiros, a parte da captura ocorreu tudo bem, até chegar a hora de capturarmos Katherine. Seu pai deu verbena a seu irmão, Stefan, pois sabia que esse era o meio mais fácil de atingi-la...
-Espere, Stefan sabia que Katherine era vampira?
-Sim, tanto Stefan quanto Damon sabia, mas não ligavam – ofeguei surpresa com a descoberta, Edmundo parecia relutante em continuar então fiz sinal para que prosseguisse – Assim que Katharine bebeu da verbena do sangue de Stefan seu pai estava preparado, nós a levamos, mas seus irmãos não aceitavam, eles queriam vê-la livre, então, quando ela estava pressa sendo levada a igreja, onde havíamos combinados de colocar todos os vampiros para depois tacar fogo, os dois tentaram soltá-la... - Edmundo ficou branco e parou de falar.
-Continue. – Pedi com a voz fraca.
-Samantha...
-Continue.
-Seu pai recebeu aquilo como uma traição vinda dos próprios filhos... Ele não suportou... E atirou neles.
Foi como um balde de água gelada. Senti-me diminuir, minha mente primeiramente ficou branca, para depois caracterizar-se de vermelho.
Minhas pernas bambearam, fazendo com que eu caísse sentada na cama de Emundo.
Eu estava paralisada. Tanto por dentro quanto por fora.
Vi somente deslumbres borrados de Edmundo, ajoelhado a minha frente, supus que ele estivesse segurando minha mão e falasse alguma coisa, mas não podia ter certeza, estava tudo confuso:
-Cadê? – foi tudo o que consegui dizer, minha pergunta saiu sem sentido até para mim mesma – Co...Co...Como? – pestanejei tentando me sintonizar com a realidade – Damon... Stefan... Onde Edmundo? Onde meu pai os acertou? Como eles estão? Onde eles estão? Onde está meu pai?
Edmundo me encarava mais pálido do que nunca, podia sentir sua mão começar a gelar:
-Fale Edmundo. Fale. Eu vim aqui para saber e quero saber, me diga o que aconteceu. Por favor.
-Seus irmãos eles... Eles... Agora são como você Samantha... Quero dizer... Não exatamente como você... Mas são vampiros.
Aquilo me pegou desprevenida.
Minha boca se escancarou sem que eu conseguisse controlar, em seguida minha testa se vincou confusa:
-Eles... Mas Katherine... Katherine... O que houve com ela?
-Ela está morta.
-Mas meus irmãos escolheram ser isso? Eles escolheram completar a transformação?- perguntava-me para mim mesma em voz alta, Edmundo parecia não entender o que eu dizia, subitamente a realidade me dominou, a mansão vazia, meu pai sem se importar em matar meus próprios irmãos e... – Meu pai... Meu pai... Edmundo onde está meu pai?
-Samantha...
-Desembucha Edmundo.
-Não sei dizer qual dos dois fez aquilo, seu pai foi achado com o sangue todo drenado... E varias outras pessoas da cidade também... Seus irmãos no começo não se importaram de se expor.
-Não pode ser... Não pode ser... Não pode ser... Meu pai...- me levantei e comecei a andar de um lado para o outro – Como Edmundo? Por que motivo Katherine os transformaria? Por que eles escolheriam completar a transformação? Onde eles estão agora?
-Ninguém sabe, sumiram.
Fiquei em silencio encarando o nada.
-Katherine... – a raiva fervilhava dentro de mim – Ela ainda não havia se vingado o suficiente? – cerrei os dentes.
-Samantha eu... Eu sinto muito.
Olhei para Edmundo. Eu precisava me controlar antes que ele tivesse um treco. Precisava me controlar até eu sair de perto dele, precisava me controlar, ao menos por enquanto. Ele podia saber lidar com negócios, mas certamente que não com uma vampira histérica.
Segurei tudo. As lágrimas. A vontade de gritar. A vontade de despedaçar cada osso de Katherine até transforma-los em pó. Segurei a sede. Segurei a dor.
-Obrigado por me contar Ed. – Falei firme.
Eu estava prestes a explodir, precisava sair de perto dele o mais rápido possível, e agora eu tinha algo a fazer.
-Uma ultima pergunta, Katherine está mesmo morta?
-Não seria possível ela sobreviver, a igreja foi tomada em chamas com ela e todos os outros dentro.
Não sei dizer o motivo, mas aquilo não parecia real, não parecia fazer sentido.
Guardei minhas dúvidas para mim mesma.
Edmundo vendo que eu me silenciara, pensativa, se aproximou de mim:
-Como você está?
Minha boca se abriu repetidas vezes sem emitir som algum, quando finalmente consegui falar minha voz estava absurdamente embargada:
-Chega a um ponto... Que você nem mesmo quer se fazer essa pergunta, pois sabe que a resposta não ajudara em nada, ela simplesmente lhe trará lembranças desagradáveis.
Edmundo assentiu olhando para o chão. Suas mãos tremiam. Sua pele ganhava uma cor mais clara do que o normal.
Senti minha testa se vincando ao observá-lo:
-Está tudo bem? – perguntei confusa.
Seu rosto se transformou em uma careta de angustia, o que serviu para aumentar gradativamente minha confusão:
-Ed?
-Você não vai mais voltar não é mesmo? Desta vez não haverá chances para que eu a veja novamente.
E mais uma vez a fala me abandonou. Dessa vez precisei me esforçar mais para saber o que dizer:
-Ed... Eu não sou mais como você... Eu não sou mais humana. Sei que ainda aparento ser a mesma, mas eu mudei. Eu não sei até que ponto conseguirei me controlar. Troy tem me ajudado, ajudado muito, mas eu nunca terei um controle inquebrável, eu não posso mais viver por muito tempo em um mesmo lugar, eu não envelheço, eu serei sempre a mesma, por meses, anos, décadas, e até quem sabe séculos, não irei mais mudar Ed. Sinto muito, mas sim, essa será a ultima vez que nos veremos.
-Este é o problema? Você não poder viver como humana? Então me transforme, não me importarei. Deixe-me ir com você.
Ok, isto não estava em meus planos.
Vai lá Samantha respira, pensa, não o magoe, mas não pegue leve demais.
Respira... Respira... Respira... E vai:
-Não faria isso nem com você nem com ninguém. E não seja tolo a ponto de fazer um pedido desses, se eu tivesse uma escolha tenha certeza que seria bem o reverso de ser isso, preferiria sem duvidas a morte, e por este motivo não desejo isso a ninguém, muito menos a você. Este pedido está fora de cogitação, desista.
-Então pedirei para o outro lá. – fez um gesto em direção a janela – Pedirei que ele me transforme.
Meus olhos se estreitaram automaticamente. Edmundo deu um passo atrás.
-Agora basta. Represento mais perigo para você do que eu mesma imaginava.
Dei as costas a ele indo em direção a janela:
-Preciso ir, tenho dois irmãos perdidos pelo mundo que eu preciso encontrar. Não faça nada de irracional Ed, construa uma vida, seja feliz, você poderá construir uma bela família. Será sortuda a mulher que ter seu amor.
-Essa mulher é você.
Senti um murro no estomago. E estaquei no lugar. Eu queria chorar. Por que ele não entendia?
E boca. Sempre dizendo as coisas erradas, nas horas erradas e para as pessoas erradas.
Virei-me para encará-lo de longe para não correr riscos desnecessários.
-Edmundo Forbes, escute bem o que vou dizer – que coisa de criança Samantha apontar o dedo desta forma Argh – Sabe quantos vampiros perdidos pelo mundo fariam de tudo para ter sua vida? Não a desperdice, não sou algo que valha a pena.
-Você nunca ira realmente acreditar que lhe amo não é mesmo? Pois eu te amo Samantha, e mesmo que eu venha a me casar algum dia e ter filhos tenha certeza que a cada instante estarei pensando que gostaria que fosse você ao meu lado.
-Não seja tolo...
-Espere me deixe terminar. Mas com o andar das coisas toda e qualquer esperança que me restava de lhe ter se esvaiu então lhe peço somente uma coisa...
Won não, não e não. Troy apareça, por favor, me ajude.
Tarde demais.
Edmundo já estava a minha frente, sua mão segurado a minha de maneira delicada, uma maneira humana de carinho que há muito tempo não sentia, um tipo de toque que eu sentia falta, mas que agora vinha de forma errada. Da pessoa errada.
-Ed, por favor...
-Psiu – seu indicador da mão direita se pousou em meus lábios – sei que já fiz isso uma vez, mas acho que não conta pois foi um ato involuntário em que mesmo sendo de meu desejo tenho certeza que não faria se não estivesse compelido , mas agora eu preciso... É tudo que eu lhe peço... Alguns segundos para que eu possa sentir como se você fosse minha... Alguns segundos para que eu possa prosseguir com minha vida sem você... Não sou tão forte como você Samantha, nunca serei, e duvido que alguém seja por isso me conceda ao menos esse pedido.
-Ed, não acho...
Suas mãos deslizaram sobre minha cintura me puxando para frente. Meu corpo ficou preso contra ao dele e seus lábios já estavam nos meus, mais macios e quentes do que eu me lembrava.
Tentei afastar as correntes de pensamentos, afinal não me custava nada, Ed sempre seria meu amigo e nada mais do que isso, mas se esse era o ultimo pedido dele a mim era melhor não lhe negar.
Entreguei-me. Minha língua dançando juntamente com a dele, primeiramente suave e depois mais intensamente. Mas eu não queria. Eu não queria isso.
Uma de suas mãos ainda me puxava para mais perto dele, se é que isso ainda era possível, enquanto a outra se ocupava em se emaranhar em meus cabelos. Minhas mãos pendiam ao lado de meu corpo imóveis, aquilo era o máximo que eu poderia exigir de mim mesma, tanto na forma de autocontrole quanto na forma emocional.
Sentia o corpo dele tão junto ao meu que eu em mesma estava com dificuldades para divisar qual que era de qual.
Mas por quê? Porque a corrente elétrica que sentia com o simples toque de Greg nem mesmo dessa forma aparecia com Ed?
Senti os dedos ágeis de Ed soltando as fitas que prendiam meu vestido, tentei me afastar, mas ele era insistente.
Puxei os braços dele para baixo, os segurando firmemente.
Edmundo grunhiu.
E então me senti caindo. A queda foi rápida e macia.
Wonn agora e demais.
Senti meu rosto corar
Edmundo não parecia se importar.
Seu corpo me prendia contra a cama, seus dedos ainda buscando soltar meu vestido enquanto sua boca deslizava por meu pescoço.
Coloquei minhas mãos sobre seu peitoral o afastando:
-Chega, Edmundo. Pare.
É claro que ele me ignorou.
-Edmundo.
Hey onde ele pensa que está indo com essa boca?
Rolei para o lado e antes que ele tivesse tempo de me impedir eu já estava empoleirada na janela:
Edmundo me encarava, não consegui decifrar muito bem sua expressão, mas podia jurar que seu rosto estava agoniado. Sua respiração estava ofegante, seus batimentos estavam acelerados:
-Me leve com você. – Pediu-me suplicante.
Antes que eu tivesse tempo de responder ouvi um barulho. Passos. Havíamos acordado alguém.
-Tenho que ir, seu pai está prestes a adentrar aqui. Sinto muito, muito mesmo Ed, por tudo que fiz você passar. Adeus.
Dizendo isso pulei, no exato momento em que a porta do quarto se abriu.
Pousei no chão sem fazer ruído algum. Sem esperar disparei seguindo o rastro de Troy.
Ainda podia ouvir as vozes vindas de dentro da casa:
-Edmundo? O que está acontecendo?
-Nada pai, pensei ter ouvido um barulho e me levantei para ver.
Um momento de silencio.
-O que aconteceu com a vidraça?
Epa.
-Derrubei o abajur sem querer e acertei o vidro. – Edmundo respondeu rápido.
Desta vez o silencio foi maior. Só quebrado pelo Sr. Forbes dizendo algo que eu não esperava:
-Está na hora de esquecê-la, filho. Samantha não ira voltar. E mesmo que voltasse... Ela não é mais uma de nós...
Pelo visto Edmundo não havia tido tempo de recompor sua expressão o suficiente para enganar o pai totalmente.
-Dizer fácil, o difícil é conseguir. – Ouvi o resmungo de Edmundo como resposta, aquilo só serviu para fazer a faca em meu estomago revirar e se aprofundar... Mais ainda.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Troy não estava longe, não demorei para encontra-lo sentado na raiz de uma arvore grande em uma subida íngreme.
Ele se virou para me encarar quando me aproximei.
Seu sorriso e covinhas nunca deixava seu rosto, e por mais que eu não estivesse nos meus melhores dias para sorrir, eu gostava do sorriso dele, gostava que ele estivesse sorrindo, e mais ainda de saber que eu poderia contar com ele. Gostava de saber que eu tinha um amigo, um amigo como ele.
Sentei-me ao lado dele, os dois em silencio, minhas mãos estavam fechadas em punhos.
-Meu pai está morto. – Deixei as palavras saírem me cortando. Doía. Muito.
Ele não pareceu surpreso.
-Você ouviu tudo. – Afirmei.
-Só a conversa. Achei melhor ficar por perto...
-Se eu me descontrolasse.
-Não, não se descontrolar da forma que você está pensando. Fiquei por perto caso... Você precisasse de um amigo.
Olhei para ele, não consegui segurar as lágrimas, elas foram mais fortes. Uma após a outra saia de meus olhos escorregando por meu rosto. Eu as odiava. Realmente as odiava. Elas nunca me serviram para nada a não ser me fazerem sentir-me fraca. Mas ali estava Troy. E eu realmente precisava dele. Eu precisava de um amigo. Soltei as palavras deixando de lado por alguns instantes meu orgulho auto dependente:
-Eu preciso. – Confessei me entregando totalmente a tudo que me machucava, e mostrando o quão vulnerável eu me sentia. Eu não sou de ferro. Sou feita do mesmo material que qualquer outro humano. Eu sinto. Mesmo que prefira muitas vezes não demonstrar. Eu sinto. E isso doí.
Troy não disse mais nada. Somente me abraçou, deixei que minha cabeça caísse em seus ombros.
Ele não se importou de que eu encharcasse sua camiseta com lágrimas.
Ele somente ficou ali... Ao meu lado... E isso era tudo que eu precisava.
Sei que era egoísmo, que eu o estava colocando em perigo, que ao trazê-lo para minha vida eu o colocava em perigo, mas eu precisava, precisava dele.
Sua pele possuía um perfume agradável. Seus ombros eram confortáveis de uma maneira quente e macia.
Fechei meus olhos por alguns poucos segundos, apenas tentando me manter inteira. Não cair. Não desmoronar ali mesmo.
-30, 29, 28, 27... – comecei entre soluços.
Troy se afastou um pouco para olhar meu rosto:
- O que você está fazendo?
-26, 25, 24, 23, 22,21...
-Samantha?
-20, 19,18. Trinta segundos. Trinta segundos é o tempo que eu me permito, antes de ir atrás de meus irmãos. 17, 16, 15, 14, 13, 12,11...
-Não seria melhor trinta minutos?
-Não tenho tempo para trinta minutos. 10, 9,8... Eles estão sozinhos... Eles estão sofrendo... Não posso deixa-los sozinhos. 7,6,5...
-Agora você poderá fica perto deles.
Interrompi minha contagem, eu já havia pensado naquilo, mas não havia tido tempo para formar minha opinião sobre o assunto:
-Seria muito egoísmo de minha parte dizer que queria que meus irmãos se transformassem nisso para eu poder ficar perto deles, eles não merecem sofrer, não posso pensar somente em mim mesma, no que eu gostaria.
-Você é acima de tudo egoísta consigo mesma, sabia?
-4, 3, 2,1... 0. - Me levantei, limpei o rosto, e o encarando perguntei – Por que diz isso?
-Você só pensa nos outros, nunca em si mesma.
-Se não pensasse em mim mesma nunca teria posto ninguém em perigo.
Troy suspirou:
-Quer ajuda com seu vestido?
Eu corei. Não havia percebido. Os laços de trás do meu vestido estavam uma em grande parte soltos.
Troy somente sorriu para mim e se levantando também, me virou de costas, e colocando meu cabelo para frente começou a refazer os laços. Seus dedos ágeis contra minha pele.
-Por que Greg e não Edmundo?
Pensei na pergunta, ela era a mesma que eu fiz a mim mesma muitas vezes:
-Eu também gostaria de saber a resposta. Pode ser porque aprendi a viver com Edmundo como amigo, e Greg... Bem... Greg... Era o desconhecido charmoso e... E... E eu... Simplesmente fiquei perdida quando o vi.
Troy terminou o laço e recolocou meu cabelo para trás.
-Ele era um mistério que você estava... Ou melhor... Precisava desvendar. O perigo que você estava disposta a encarar.
Não precisei dizer nada, ele sabia que eu concordava com tudo o que ele dissera.
Somente assenti.
-Troy, preciso ir visitar meus pais, antes de ir atrás de Damon e Stefan, preciso ir até eles. E também quero ir até o local onde ficava minha antiga casa... A primeira... Algo me chama até lá... Algo me diz que preciso ir lá.
Ele assentiu e mais uma vez nós dois partimos, cortando a noite, voando com os pés no chão. Correr era melhor do que ficar parada, eu havia sido criada de uma forma que soubesse que meus problemas não se resolveriam sozinhos, de uma forma que soubesse que se deixasse para mais tarde tudo iria se acumular, tudo iria se amontoar, e depois como uma bola de neve eu não poderia mais soluciona-los, eu não poderia mais vence-los. Agora eu não podia ficar parada, eu precisava encontra-los, encontrar Damon, encontrar Stefan, meus irmãos. Sim porque independentemente de como eles estariam eu iria fazer o possível, o impossível, e tudo mais para ajuda-los. Eu não precisava ter o mesmo sangue para ser ligada a eles, a vida tratou de me unir a eles, gestos, palavras, detalhes... Detalhes que nos tornaram irmãos... Irmãos. Meus irmãos... Meus.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua...
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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Qua Jun 13, 2012 7:21 pm

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Capitulo 34 - Fases

O vento balançava os galhos das árvores atribuindo um clima mais fantasmagórico do que o normal ao cemitério. A única luz era provida do brilho das estrelas e da lua.

O lugar estava diferente do que Samantha conhecia sua área, antigamente coberta por um gramado bonito, agora era quase que totalmente preenchida por túmulos e cruzes.

A vampira se encaminhou para o lado do cemitério em que estava reservado a família Salvatore.

Troy a seguia de perto, de vez em quando parando para ler os nomes gravados nas lápides e fazer perguntas a Samantha.

As flores que a garota trazia consigo eram flores simples, arrancadas de uma fazenda qualquer. Flores brancas, com pétalas delicadas e um doce aroma inebriante.

De longe o mausoléu pertencente à família Salvatore era visível. Samantha não teve problemas em arrebentar o grosso cadeado.

Suas pernas insistiam em querer derrubá-la.

Não era apenas o cemitério, a cidade, as flores, as roupas, o penteado que haviam mudado acima de tudo Samantha havia mudado, sua vida havia mudado, tudo havia mudado. Ela nunca sonhara com um conto de fadas em que ficasse esperando seu príncipe encantado chegar montado em um cavalo branco e resgatá-la, para dizer a verdade ela sempre preferiria enfrentar o dragão e ir ao encontro de seu amado. Mas por que justamente com ela a vida lhe tirava tudo o que lhe era mais precioso? Desta vez era diferente do que foi perder seus pais biológicos, desta vez ela precisava fazer escolhas por si própria, escolhas que determinariam seu caráter, seu destino. Troy estaria ao seu lado, sim, mas ele não poderia escolher por ela, isso dependia dela, somente dela.

Agora ali estava ela, diante de todos que amava, de todos que a vida lhe ensinou a amar, de todos que ajudaram a criar seu caráter.

Seis lapides. Sim, seis. Amanda Salvatore era a primeira. As características mais marcantes de Damon eram heranças dela, os olhos de um tom de azul tão parecido com o do filho que era impossível encontrar diferenças. Samantha não a conhecerá, mas a agradecia por ter lhe deixado dois irmãos. Depois Giuseppe, seu pai, seu pai de coração, os olhos profundos, inteligentes, o homem que fora temido por muitos, e respeitado por tantos outros. E os dois últimos Salvatore também haviam ganhado túmulos, é claro, os fundadores precisavam manter a cidade escondida da verdade, seu pai precisava proteger a dignidade da família, esse era seu problema, orgulho demais, honra demais, valor demais atribuído a coisas banais. Damon e Stefan estavam um do lado do outro, como Samantha sempre os veria, dois irmãos. Seus irmãos. Samantha sabia que nenhuma fotografia representaria a verdadeira beleza dos dois, ignorou-as, sabia que em pouco tempo elas estariam gastas, sem vida, não eram o suficiente para representar seus irmãos. E, do outro lado do mausoléu, mais afastado do túmulo dos Salvatore estava seus pais, Christian e Anne Dellafried. Giuseppe foi quem decidiu colocá-los ali, Samantha lembrava-se perfeitamente do enterro há dez anos, chovia, como na maioria dos enterros, o que tornara tudo pior.

-Você é parecida com eles. Uma mistura dos dois. – A voz de Troy não passava de um murmúrio.

Nem mesmo a voz dele fugia das atribuições de Samantha a vê-lo como anjo, um tilintar suave, uma canção de ninar viciante.

Samantha assentiu a afirmação dele:

-É o que dizem-iam . – Samantha mudou o final da palavra rapidamente.

-Apesar de tudo, você não pode negar uma coisa: você sempre foi muito amada.

Samantha se virou para encará-lo.

Ele simplesmente deu de ombros:

-Todos eles deram provas mais do que o suficiente disso, seus pais fizeram de tudo para lhe salvar, seu pai Giuseppe... Bem ele não lhe matou, e seus irmãos...

-Eles são um pedaço de mim... Eles são meus sentidos...

Troy voltou a assentir.

-Meu pai não queria matá-los, ele estava sofrendo, ele... Ele... Ele não queria realmente fazer isso... Eu sei... Eu sei... Eu sei que ele os amava... Eu sei que ele sempre os amaria. E seja qual dos dois foram, Stefan ou Damon, eles não queriam vingança... Eles não queriam... Não queriam. Eles eram uma família. Sei disso. Sei disso e acredito com toda minha alma nisso, eu afirmo, e volto a afirmar que eles se amavam.

Samantha se encaminhou para o tumulo de Amanda ficando bem de frente a ele:

-Obrigada, obrigada por me deixar ter seus filhos como meus irmãos, obrigada por me deixar eles, e mesmo eu estando afogada em minhas próprias promessas, agora eu prometo a você: irei ajudá-los, farei de tudo para ajudá-los. – A garota ergueu a manga do vestido azul claro revelando a pulseira com as inicias “D.S.S” que Stefan lhe dera de presente. – E, eles também. Eles irão se ajudar. Não permitirei que se esqueçam-se quem são.

Samantha depositou uma flor branca em cima do mármore negro.

O próximo foi Giuseppe:

-Pai, foi errado atirar em meus irmãos, seus filhos. Você sempre foi tão orgulhoso... E sempre me julgou por meu orgulho... Eu e Damon herdamos isso de você... Vocês dois são parecidos, por isso sempre discutiam, brigavam e se desentendiam, mas... Amavam-se... Vocês nunca me enganaram. O jeito de durões era só pose... Sei disso. Vocês se amavam, assim como eu os amo. Sei que se arrepende te ter atirado. Doía não é mesmo? Doía vê-los atrás dela? Queria poder ter a tacado em um poço de verbena e a feito em pedacinhos para depois torrá-la no sol. Mas eu não pude, sinto muito, sou a culpada, a grande culpada. Desculpe. Te amo muito, e... Obrigado. Obrigado por ser meu pai, obrigado por ter me recriminado quando eu estive errada, e até mesmo quando estive certa, serviu para que eu pensasse melhor e me compreendesse de maneira mais clara. Obrigado, por tudo.

Samantha depositou a flor sobre o tumulo e pulou os dois seguintes, indo direto aos que se encontravam do outro lado do mausoléu, andou pelo curto corredor entre os dois, e se sentou no chão entre meio aos dois ao, lado do lugar em que estaria repousando as cabeças de seus pais.

-Vocês poderiam ter me avisado, eu teria aguentado... Não deveriam ter me protegido tanto, não sei se merecia, olhe o que sou agora, o que papai sempre caçou, o que era meu destino caçar... Eu seria uma péssima caçadora... Apaixonei-me por minha própria caça... Se bem que devo ter herdado isso de vocês não é mesmo? Se apaixonar por quem não deveria... Gostaria de saber como foi com vocês... Gostaria de ouvir a história. Seria interessante. – Samantha ficou um longo tempo em silencio, Troy estava quieto no canto mais afastado, apenas a observando – Senti muita falta de vocês, e vocês acertaram: eu fui feliz, mas sempre faltava alguma coisa, sempre faltavam vocês para preencher o vazio. Era angustiante, algumas vezes doía como brasa jogada sobre meu coração... E agora... Bem agora... Agora sinto falta de quando era como sentir apenas brasa... Agora juntou tudo... Mas preciso ir não é mesmo? É isso que vocês gostariam que eu fizesse não é? Seguir em frente? Estou tentando, devagar, do meu jeito, dói, mas aos poucos eu consigo, Troy me ajuda bastante, ele é um chato, vive pegando no meu pé, – Troy sorriu – formamos uma dupla horrível, um poço de lamurias...

-Hey não exagere, não somos tão ruins assim. – Troy interveio.

Samantha revirou os olhos:

-Não falei que ele vive pegando no meu pé? Mas... Agora eu preciso ir... Tenho que ir atrás de meus irmãos... Eles sabem aprontar umas boas quando querem, então é melhor eu dar um jeito. – A vampira se levantou depositando mais duas flores, uma em cada túmulo, depois passou a mão por toda a extensão do mármore e com uma última olhada para a fotografia se voltou para o túmulo de Stefan e Damon.

Troy não esperava pela reação que ela apresentou. Os olhos da garota se estreitaram, antes que ele pudesse contê-la ela correu para fora voltando com um pedaço de madeira na mão. Rodopiou a madeira uma vez no ar e começou e despedaçar as duas lápides.

-Samantha, o que é isso? – Troy correu tentando segurá-la, mas a vampira foi mais rápida desviando-se.

-Não gostei das fotos que colocaram, não gostei desse túmulo falso. Os dois não gostariam.

Sobraram três flores brancas que estavam firmes em sua mão esquerda enquanto a direita se ocupava em terminar de destruir o mármore.

Terminado o serviço Samantha jogou a madeira longe, e analisando cada uma das flores disse:

-Agora é hora de fazer Damon e Stefan engolirem essas flores pessoalmente, onde já se viu se deixar enganarem por aquela lacraia hematófaga.

Samantha saiu de dentro do mausoléu com Troy seguindo-a surpreso, a terceira das flores que restavam à garota se ocupava em despetalar dizendo:

-New York, Las Vegas, New York, Las Vegas, New York…

-Agora mais essa, poderia me explicar?

-Nosso próximo destino depois de visitar o local onde eu morava, acho que Damon e Stefan gostariam de visitar esses dois lugares, estou escolhendo qual iremos primeiro.

Troy revirou os olhos:

-Acho que nisso posso ajudar, tenho uma ideia melhor.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Samantha havia aprendido enxergar sua vida como se houvesse passado por varias fases, fases que a cada termino lhe deixava cicatrizes fundas, mas que lhe deixavam mensagens, lições, que ela só poderia aprender passando por aquilo.

Agora, ali, era como um mundo paralelo. Um mundo paralelo onde todas as fases de sua vida se interligavam, passado, presente, futuro, tudo em um só. Um só mundo, um só lugar.

Ali estava ela, no inicio de tudo, e no começo do fim. Um lugar que guardava uma enorme quantidade de suas melhores lembranças, e ao mesmo tempo era responsável por boa parte das cicatrizes em sua alma.

Lembranças distantes, e ao mesmo tempo tão presentes.

A marca de fogo delimitava um circulo perfeito, destroços de madeira queimados ainda se espalhavam pelo chão. A maioria das árvores estavam intactas, resistentes ao tempo, como se nada houvesse acontecido, como se o relógio estivesse parado.

O balanço continuava lá. Pendurado nó pé de carvalho, logo a frente do lago de água verde cristalina. Quando criança ela costumava pular do balanço diretamente para o lago, como se voasse. Seu pai, Christian, não a impedia, a precaução dele era simplesmente pular junto.

Os olhos da garota somente se limitavam a vasculhar cada mínimo detalhe ao seu redor, cada mínimo detalhe preenchido de lembranças. Uma tarde de verão, uma manhã de natal, um abraço apertado, um beijo de boa noite.

Troy se encaminhara para o balanço, pousando uma de suas mãos na corda que prendia o brinquedo a árvore.

Samantha foi junto com ele, sentando-se no balanço, suas pernas não balançavam mais livremente no ar.

A garota impulsionou vagarosamente o balanço para a gente com os pés, o movimentando lentamente.

Por um momento se sentiu confusa, olhou para Troy, no rosto dele também transparecia confusão. Samantha voltou a olhar para frente.

Sim, algo estava acontecendo.

O clima mudou, o vento frio deu lugar a uma brisa suave, um clima perfeito, nem quente nem frio demais.

Flores que antes não estavam ali começaram a brotar do nada em volta do lago. Primeiro apenas um pontinho verde, depois um raminho pequeno, em seguida folhas, para depois abrir espaço para os botões de todas as cores que se abriam pétalas por pétalas. Samantha reconhecia aquelas flores, eram as mesmas que sempre apareciam na primavera naquele mesmo lugar, o aroma era doce, suave, e delicioso. O lago se tornou um verde mais vivo, onde peixinhos coloridos brincavam.

A garota levantou-se depressa se voltando para trás.

Seus membros travaram.

Assim como as flores, a casa, a mesma casa em que ela vivia na infância também estava ali, a mesma madeira sem tintura, as mesmas janelas com floreiras.

-Tr..Tr..Troy o que é isso? – gaguejou.

Troy estava tão apático quanto ela:

-Foi quando você relou no balanço, quando relei não aconteceu nada. Foi você Samantha, sua mãe deve ter lhe deixado uma mensagem, isso é uma miragem, uma espécie de espectro de algo que já aconteceu, não é real, é como uma gravação. Coisa típica que as bruxas costumam fazer para que as mensagens só sejam entregues para quem seja realmente destinada. E é claro, sua mãe era capaz de fazer isso melhor do que qualquer uma de sua geração.

Os olhos de Samantha ganharam um brilho estranho, um brilho de orgulho, admiração, encanto.

Troy sorriu, Samantha parecia mais viva quando seus olhos brilhavam, demonstrava que ela ainda queria viver, não somente existir. Ela havia decidido buscar seus irmãos como um proposito, como se sua felicidade dependesse daquele fato, ela não tinha medo de como iria encontrá-los, ela só queria encontrá-los... Encontrá-los e ajudá-los. E agora vendo-a ali admirarando o que sua mãe era capaz de fazer tornava tudo no mínimo fascinante.

-MÃE.

Troy se sobressaltou ao ouvir o grito de Samantha. Antes que pudesse fazer qualquer movimento para impedi-la Samantha já se atirava em direção à mulher loira de olhos claros.

As mãos da garota se estenderam para frentes esperançosas, mas agarraram o vazio.

Samantha recolheu rapidamente a mão, seus olhos estavam arregalados.

-Hey, é só uma imagem, você não pode tocá-la, mas ela quer lhe mostrar alguma coisa. – Troy a assegurou, adiantando-se até ela e prendendo o rosto da garota entre suas mãos para que ela o encarasse.

Samantha assentiu tremula, observando o espectro de sua mão ir em direção à floresta.

Os dois a seguiram.

A loira seguia hesitante pela floresta olhando para os lados como se procurasse alguém.

-Samantha? Samantha... Se está vendo isso significa que já estaremos mortos, eu e seu pai. Sinto muito – Samantha viu os olhos da mãe cintilarem, a vampira andava ao lado de Anne, como em uma conversa ocasional, Troy segurava sua mão – seu pai quis lhe contar, mas não deixei, para mim você não passa de minha garotinha, não queria lhe trazer para esse mundo tão cedo, depois que entramos nele não podemos mais sair. Lhe darei todos os passos para que você encontre algumas respostas. Não lhe falo agora porque isso gasta muito mais energia no feitiço, e preciso assegurar que ele dure tempo o suficiente para que você saiba a verdade, ao menos uma parte dela.

Anne parou de falar e continuou por um caminho entre as árvores.

-Samantha? – Troy a chamou.

-Sim? – pediu confusa com a expressão dele.

-Você... Você continua a vê-la?

A vampira franziu a testa:

-Sim, ela parou de falar, mas posso vê-la.

-Pelo visto ela não quer que ninguém além de você veja daqui para frente. Caramba, nunca vi um feitiço tão especifico.

Samantha sentiu o orgulho aflorar dentro de seu peito novamente. Sua mãe era incrível.

Anne parou de andar indo direto a um tronco de uma enorme Sequoia.

-O que ela está fazendo?

-Espere um pouco, já te digo.

Sua mãe tirou alguma coisa que pendia de seu pescoço.

Samantha se aproximou mais para ver o que era:

-É meu colar Troy, ela está com este mesmo colar. – disse segurando o colar que agora era seu, entre os dedos.

-Espero que você esteja com o colar Samantha, caso contrario será mais complicado para que saiba a verdade.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Continua...
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Mensagem por Den!se ;D Sáb Jun 16, 2012 6:41 pm

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Capitulo 35 – O que nos leva a quebrar todas as regras?

Samantha não desviava os olhos de sua mãe, como se a encarando daquela forma fosse possível torna-la real e mantê-la ali.

Ouviu-a pronunciar algumas palavras em uma língua desconhecida. No principio as palavras saiam claras, mas a cada nova silaba que pronunciava Samantha começou a ouvir de maneira difusa, como se ela estivesse se afastando. Até a voz sumir por completo.

-O que foi? – perguntou Troy ao seu lado observando sua expressão.

-Não a ouço, a voz sumiu.

Troy inclinou a cabeça para o lado:

-Você sabia que isso iria acontecer Samantha, é só um feitiço.

A garota suspirou:

-Sei disso, é só que...

-Gostaria que não precisasse ser assim. – O vampiro terminou a frase por ela como se soubesse o que ela estava sentindo e pensando.

Samantha assentiu, era exatamente aquilo. Ela queria se agarrar ao irreal.

Quando a boca de sua mãe terminou de se movimentar um pequeno corte surgiu em seu pulso.

Não foi possível sentir o cheiro do sangue, as imagens também estavam ficando focas.

A vampira viu sua mãe esfregar o sangue do pulso na imensa Sequoia a sua frente.

Automaticamente uma pequena cavidade surgiu no tronco da árvore.

Samantha precisou se esforçar para prestar atenção no que via em seguida, mas era difícil ver sua mãe se evaporando na sua frente e não poder fazer nada.

Anne encaixou o colar na concavidade do tronco da sequoia e girou.

Como se fosse uma porta o tronco da árvore se abriu, dando espaço para uma pessoa passar inclinada.

Samantha se boquiabriu.

-O que foi?

-A...a...a árvore.

-O que aconteceu com a árvore?

Samantha não respondeu, ela encarava sua mãe que dava um sorriso e entrava pela abertura recém-feita. Samantha leu os lábios dela que se mexiam sem emitir som:

-O que você vai ver aqui, não poderá se espalhar, pertence a nossa família, a nossa raça...

O resto da frase Samantha nunca saberia.

A imagem se desfez por completo, trazendo o ambiente à realidade novamente, e lhe tirando sua mãe.

Troy percebendo o que aconteceu mesmo sem notar diferença se aproximou de Samantha pousando a mão em seu ombro.

Samantha mordeu o lábio inferior suspirando novamente, e deixando seus instintos livres por um momento expos suas presas e cortou seu próprio pulso.

Troy imaginando que aquilo teria uma razão não tentou impedi-la.

Samantha esfregou seu pulso na árvore em dúvida se funcionaria.

Seu sangue ainda valeria alguma coisa?

Funcionou a cavidade apareceu como da primeira vez. Dessa vez não era só uma miragem. Pelo visto ela ainda possui sua linhagem sanguínea.

Retirando o colar do pescoço imitou o que sua mãe havia feito.

A abertura apareceu como antes.

Troy estava pasmo.

Samantha sabia que sua mãe não seria contra de mostrar a ele o que fosse que estivesse lá dentro.

A garota foi em frente hesitante.

Era um buraco oco, com uma escada íngreme que descia.

-Vamos? – ela chamou Troy vendo que ele não a seguia.

-Não tenho certeza se devo ir, isso é algo de família...

Samantha revirou os olhos:

-Deixe disso e pare de enrolação. Venha.

Troy franziu os lábios, mas a seguiu.

A vampira contou quinze degraus, antes de chegarem ao que parecia ser uma espécie de masmorra pequena com todos os lados da parede encobertos de cima a baixo por grossos livros.

-Caramba. – Troy soltou estupefato.

-Por que tanta surpresa? É apenas livros velhos, o que tem demais?– na verdade ela estava decepcionada, esperava encontrar algo mais emocionante.

-Livros? Livros Samantha? Você faz ideia do que uma bruxa sentiria ao entrar aqui? São grimórios. Centenas de grimórios reunidos que devem datar de milhares de anos atrás.

-Grimórios? – pediu confusa.

-Livros de feitiços, geralmente cada bruxa possui um em que escreve todos os seus feitiços, e aqui está a maior coleção de grimórios que deve existir, com sabe se lá quantos feitiços.

Troy passou a mão por alguns dos livros, fascinado.

Samantha só possuía olhos para um objeto.

No lado oposto ao que estava, havia uma escultura grande e negra no formato de uma rosa.

A garota foi em direção a ela e a tocou. Nada aconteceu.

Samantha arregalou os olhos ao perceber do que era feita a escultura:

-Troy?

-O que foi? – perguntou Troy indo até ela.

-Este material é o mesmo que o de meu colar.

-Mas seu colar... Caramba... Mas é diamante Samantha... Diamante negro.

Samantha assentiu pasma.

-Deve ter alguma ligação. Para ser do mesmo material deve haver algum significado. Os grimórios não devem ser tudo.

Samantha se abaixou olhando ao redor da pedra. Logo abaixo, perto da base, do lado esquerdo havia uma cavidade parecida com a que havia aparecido na grande sequoia.

Samantha colocou o pingente do colar na cavidade e girou.

As pétalas da rosa de diamante se abriram sozinha revelando um espaço pequeno com somente um pedaço de papel dobrado.

Samantha pegou o papel, o desdobrou e leu para si mesma:

“A esperança não será a prova de um sentido oculto da Existência, uma coisa que merece que se lute por ela?”

-Hã?

-Por que um papel em branco?

Samantha encarou Troy:

-Em branco onde?

-Como onde? Não tem... hãm, ok, entendi, sua mãe era prevenida, pelo visto é mais uma coisa que só você pode ler. Para mim não passa de um papel em branco.

-“A esperança não será a prova de um sentido oculto da Existência, uma coisa que merece que se lute por ela?” – Samantha releu em voz alta a frase – O que eu faço com isso?

Como em resposta o pingente de seu colar fez um estralo, em seguida uma pequena chave com uma estrutura complicada saiu para fora.

Samantha a revirou na mão:

-Está vendo algum lugar que precise disso?

-Eu diria que hoje o que eu vejo não tem muita serventia, tente você olhar dentro da rosa.

Samantha passou os dedos analisando o espaço vazio que surgira na rosa.

-Nada.

-Tente seu sangue novamente.

Samantha o obedeceu.

Cortou-se novamente e colou uma gota de seu sangue na pedra.

Uma pequena fechadura surgiu.

Samantha colocou a chave e rodou sentindo-se eufórica.

Com um Click, as pétalas da rosa se abriram mais deixando a vista uma caixinha de madeira ordenada com mais rosas.

A garota pegou a caixa na mão, mas estava fechada e não havia feixe algum, nem letras.

Suspirou e tentou mais uma vez com seu sangue, e outra vez funcionou.

A vampira leu mais uma vez a frase, que como as outras também era invisível para Troy:

-“O único, se torna completo, ao reunir o que no principio foi separado.”.

Outro click e a tampa foi aberta para dar espaço a mais uma que ostentava uma fechadura.

Samantha colocou a chave e girou, torcendo para que fosse a ultima vez, aquilo já estava cansativo.

-Está frase é diferente da primeira. – Troy comentou pensativo quando a garota terminou de ler.

-Percebi isso também, mas eu não saberia dizer o que é. Quem sabe a resposta esteja dentro da caixa.

Samantha levantou a tampa de madeira.

Dentro havia dois rolos de pergaminho, um mapa, e um caderno de capa de couro de uma cor negra de aspecto velho.

Samantha pegou o rolo maior e o desenrolou.
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Mensagem por Den!se ;D Sáb Jun 16, 2012 6:54 pm

Continuação...
Era uma carta de sua mãe.
A letra bem desenhada e delicada era facilmente reconhecível, mesmo depois de tanto tempo.
-Você consegue ler? –perguntou a Troy que estava espiando por cima de seu ombro.
Troy fez sinal negativo com a cabeça.
Samantha suspirou, por um momento confusa, mas acabou por decidir ler em voz alta:
Filha
Primeiramente quero que você saiba que nossos sentimentos não são algo que podemos controlar, eles simplesmente acontecem, sem regras, impedimentos ou qualquer razão. Sentimentos nos dominam, embebedam e nos deixam sem reação. Foi assim que tudo começou.
Sei que nossas escolhas afetaram você mais do que a nós mesmos, sinto muito por isso meu anjo, e o que mais me machuca e saber que mesmo se eu tivesse outra chance, eu voltaria e faria tudo igual, pois mesmo sendo inadmissível o meu amor por seu pai, ele não é algo que acabaria com o tempo, nunca foi possível ignorar o que eu sentia por ele, e de nossa união surgiu nosso tesouro mais precioso: você.
Você descende de duas linhagens: as bruxas, e os caçadores, venator’s
Para que você entenda melhor irei começar explicando quem é sua família por parte bruxa.
As bruxas são a raça mais antiga dos seres místicos. Seus poderes passavam de geração para geração na família, sendo naquela época muito mais bem desenvolvido do que hoje em dia por diversos motivos. Um deles era o nível de magia no corpo que era altamente mais intenso do que atualmente, pois foi a partir de uma família de bruxas originais que surgiram todas as outras. Não se sabe o porquê e nem quem começou com isso, mas certo dia alguma de nossas antepassadas resolveu dividir seus poderes com alguém que não era da linhagem, acredito que pensava ela que seu poder era o suficiente para ser dividido sem que lhe fizesse falta. Assim foi criado mais uma família de bruxas, uma linhagem a partir da nossa, que mesmo com poderes mais fraco poderiam ser bem forte com algumas práticas e treinamentos. A ideia de dividir os poderes se espalhou, varias outras famílias passaram a possuir o sangue místico, em algumas épocas isso gerou conflitos, mas que foram apagados na história. Nós, as originais, ficamos, é claro, encarregadas de manter a ordem. Precisávamos manter nossa identidade em sigilo. Trabalhávamos arduamente para isso. Fizemos então uma aliança com os venator’s, não posso lhe dizer a parte da história que está direcionada a eles, mas irei lhe dizer às partes que mais interessam. A aliança é claro possuía várias regras. No começo eles eram em numero altamente reduzido, mas com o passar dos anos foram se reproduzindo e passaram a representar ameaça até mesmo para as bruxas, seus poderes diferentemente dos de vampiros e lobisomens dependem de técnicas. Seu desenvolvimento está dividido em etapa, quando mais eles treinarem mais poderosos serão.
A aliança que no começo tinha uma base de respeito foi se dissolvendo, na época de minha mãe as coisas se agravaram, mas antes que ela morresse tudo se resolveu, e mesmo que grande parte da confiança estivesse perdida a aliança permanecia.
Tanto eu quanto seu pai possuímos uma idade maior do que aparentamos. Usei meus poderes para impedir meu envelhecimento, pois depois que sua avó faleceu, ficou a meu dever proteger o legado da família original e manter a ordem. Eu não possuía uma herdeira, e não confiava em ninguém para assumir o meu lugar, sabia a importância que tudo isso tinha e as consequências de cada erro.
Foi tentando manter a ordem que conheci seu pai.
Uma das regras do acordo era a de que nenhum venator tinha permissão de matar qualquer bruxa. Elas seriam julgadas somente por nossa família, eles cuidariam somente dos vampiros e lobisomens, e esta regra foi quebrada.
Quando descobri fui diretamente até eles, eu precisava tomar providencias quanto aquilo. Quando cheguei eles já estavam avisados da minha visita e me esperavam.
Os venartor também possuem um líder, líder esse que só é substituído quando o atual morre. Um venator possui características distintas de qualquer outro ser, eles são ao mesmo tempo os mais humanos e os mais selvagens. Dependendo do tempo de treinamento eles podem ser imbatíveis. Sua pele pode ser tão frágil quanto à de um humano, e se sofrerem qualquer tipo de ferimento demoram o mesmo tempo que qualquer humano demoraria em se curar, mas isso na verdade não é problema, pois não é qualquer um que consegue encostar neles, eles tem força, agilidade, e sua formação de ataque é praticamente intransponível.
O líder atual deles não possuía um gênio fácil, mas por sorte eu desde cedo precisei aprender a controlar muito bem meu gênio.
Naquela ocasião eu queria ser breve, agir sem delongas, apenas saber a verdade e deixá-los avisados das consequências.
Flashback
Anne entrou na grande sala, as paredes todas de pedra polida, iluminada somente pela luz amarelada de um candelabro que ficava em cima da grossa mesa de madeira, onde estavam sentados vários homens de grande estrutura, e semblante bem demarcado.
-Pensei que não viria Srta. Petrova – a voz grave veio diretamente da outra extremidade da grande mesa.
Anne sorriu:
-Pois pensou errado Hector, ao contrario de vocês não costumamos faltar em nossos compromissos ou ignorar nossos tratados. – A voz da mulher, diferentemente de Hector era suave, mesmo deixando bem claro que exigia respeito.
Hector encarava Anne como se seu desejo fosse apedrejá-la ali mesmo. Ela ignorou seu olhar continuando a falar no mesmo tom baixo de sempre:
-Temos um acordo, e neste acordo está incluso vocês não matarem nenhuma das bruxas. Vocês o violaram.
-Ela estava do lado dos vampiros, era uma traidora, se voltou contra nós, precisávamos nos defender.
-Neste caso deveriam trazê-la até nós, não matá-la. Esse assunto seria apenas do interesse de minha família, de minha raça, você tratem apenas de cuidar dos vampiros e lobisomens.
-Que eu saiba sua família se resume a você.
-Não se preocupe, dou conta de meu serviço sozinha, e mesmo sendo a única das originais, ainda existem bruxas de linhagens secundárias com altas capacidades, nós daríamos um jeito. Não era necessário você intervirem.
-Ela machucou um dos nossos.
-Não muda o fato de que seríamos nós a castigá-la.
-Pois caso não se lembre Anne não somos seus escravos, temos um acordo, nada mais do que isso.
-Acordo esse que vocês violaram, e caso volte a acontecer iremos tomar decisões que não lhes agradaram.
-Não lhe aconselharia a nós ameaçar, as coisas mudaram desde que o acordo foi feito, não somos apenas três, estamos em um número bem maior do que éramos, e caso não tenha percebido você está em nosso território.
-Está me ameaçando?
-Não ousaria.
-Pois saiba que caso ousar apontar um dedo para mim eu lhe arranco sua cabeça fora Hector. E se não me engano este lugar não pertence a você. Não estaria na hora de deixá-lo a quem realmente o mereça?
-Isso não é de seu interesse. – Disse brusco.
Um movimento na visão periférica de Anne chamou sua atenção.
-Ele é mais velho, e também é descendente de um dos três. – A voz do homem que lhe dirigia a palavra era firme, mas não ofensiva como a de Hector – E quando ao caso que a trouxe aqui eu estava presente, e posso afirmar que não pretendíamos machucá-la, mas ela não se rendeu e continuou a nos atacar, não tivemos outra alternativa.
-Sente-se Christian, você não foi chamado à conversa. – Hector o cortou.
-Isso não envolve somente você Hector, mas a todos nós, e não iremos pagar por sua falta de bom senso e liderança.
-Calado Dellafried.
Christian deu um sorriso bem humorado como resposta o que serviu para enfurecer mais ainda Hector, e se levantando foi até a saída, só parando para fazer um leve aceno para Anne que o encarava séria.
-Onde pensa que vai Dellafried? – Hector urrou.
Christian se virou para encará-lo ainda sorrindo:
-Já deixei bem claro meu ponto de vista, não tenho mais nada a fazer aqui.
O outro grunhiu:
-E onde está seu cão de guarda? Não deveria ele estar aqui?
-Ao contrario de você não preciso de cães de guarda. Mas caso se refira ao meu aluno deve estar dando mais uma surra em seu pupilo que insiste em confrontá-lo.
Dizendo isso Christian saiu deixando Hector escarlate de raiva.
Os outros homens presentes na sala se mexeram desconfortáveis. Anne não se abalou:
-Tenho apenas um último comunicado: deixaremos que desta vez passe em branco, mas da próxima não será assim. Agora, se me permitem irei me retirar, não tenho mais nada a dizer.
-Espere, eu tenho algo a reivindicar.
-Pois diga.
-Onde estão as escrituras?
-Poderia esclarecer de que escritura está falando? Não estou com animo para adivinhações.
-As escrituras que por direito pertence aos venator’s.
-Isto eu não saberia dizer, elas não estão mais ao nosso alcance, foram entregues a vocês.
-Pois se foram entregues a nós onde estão?
-A resposta você deveria saber. – Respondeu de forma direta e baixando levemente a cabeça lançou um ultimo olhar de despedida a todos. – Agora com licença.
Hector ficou encarando a loira se afastar, o vestido longo verde claro dançando pelo chão.
Fim do Flashback
Seu pai, ao contrario de Hector, o atual líder, sabia ser um líder, na verdade seu pai possuía tantos direitos quanto Hector de ser líder, mas Christian não se preocupava com isso, ele preferia gastar seu tempo aumentando suas habilidades.
Quando ele dirigiu-se a mim aquele dia eu acreditei, não sei porque razão, em cada palavra que ele dissera.
Ele agia por impulso, mas suas escolhas eram sensatas, fazendo com que ele não se arrependesse depois.
Quando deixei bem claro aos venator’s que as regras ainda eram as mesmas, eu retirei-me da sala pretendendo ir embora, mas algo que eu não esperava aconteceu.
Flashback
Anne andava a passos rápidos pelo corredor escuro em direção ao ar livre.
Hector não merecia exercer tanto poder sobre os outros, ele causaria mais confusões, disso ela tinha certeza. Seu mau gênio o tornava impulsivo e irritante.
Achava que seria melhor o tal de...
-Epa, desculpe-me.
Seus pensamentos foram interrompidos ao topar com alguém.
Seus olhos claros encontraram com os olhos escuros e sinceros do venator ao qual seus pensamentos estavam direcionados.
-Está tudo bem – respondeu já continuando seu caminho, mas foi impedida pela mão de Christian que segurava seu pulso firmemente:
-Tem um minuto?
Anne inclinou as sobrancelhas:
-Depende. Do que se trata?
-Venha que descobrirá.
-Diga primeiro se quer que eu vá.
O venator deu um sorriso, seus olhos se estreitavam de maneira magnifica quando sorria.
Por algum motivo ao ver o sorriso Anne corou.
-Parece que temos um impasse, será que sua curiosidade é o suficiente para que a faça vir comigo?
-Será que a urgência de querer falar comigo é o suficiente para me dizer antes do que se trata para que eu decida se vou ou não?
-Sim, seria, mas não desejava dar de cara com Hector, já estou cheio dele por hoje.
-Você é um dos dessedentes diretos não é mesmo? Por que não pega o cargo que lhe pertence por direito?
-Direi se vir comigo.
Anne o encarou por um momento seus olhos claros possuíam um brilho novo:
-Está bem, irei, mas peço que não demore.
-Christian a puxou pelo braço pelo resto do corredor, quando já estavam ao ar livre virou a esquerda, e continuaram por um gramado verde vivo:
-Não gosto de Hector, e muito menos da forma que comanda os venator’s, mas não quero ser o líder, a liderança me tiraria a liberdade, tenho outros interesses que vem antes desse.
-E quais seriam?
-Não sei se poderia dizer-lhe.
-Então não conte.
-Se eu contar promete não dizer a ninguém.
Anne o encarou novamente:
-E por que motivos me contaria seu segredo?


-Porque você ganhou meu respeito ao tratar Hector de forma tão superior.
-Não o tratei de forma superior, só não admito que ele não tenha respeito por mim, o tratei da mesma forma que me tratou.
-Sei disso, mas é bom ter alguém que o confronte de vez em quando.
-Você pareceu que estava acostumado a confrontá-lo.
-Isto já se tornou algo muito rotineiro, perdeu a graça.
-Entendo.
-Então posso lhe contar? Não ira contar a ninguém?
-Se não envolver nada como um ataque surpresa as bruxas, não a necessidade de eu contar a ninguém.
-Quando você estava saindo da sala de reunião Hector lhe pediu sobre as escrituras não é mesmo?


-Sim,...mas como sabes?
O venator levou mão à cabeça constrangido:
-É bem... Eu estava lhe esperando... O esbarrão foi proposital.
Anne parou de andar o encarando:
-Como é?
-Espere... Espere – disse ele a puxando para que voltasse a andar – Depois lhe dou meus motivos, agora deixe-me terminar de falar. Então, sobre as escrituras, eu sei onde elas estão.
-Sinto muito, mas isto não tem importância para mim.
-Você me pediu o motivo de eu abdicar meu lugar na liderança, estou lhe explicando o porquê disso.
-E o que a escritura têm a ver com isso?
-Eu consegui abri-la.
Anne parou novamente:
-O que? –pediu surpresa – impossível.
-Também achava, mas quando vocês a entregaram foi meu pai que ficou de guardião. Quando ele foi morto eu a encontrei, e agora as uso para meu treinamento.
-As escrituras estavam seladas, minhas descendentes a selaram. Somente no inicio elas foram abertas.
-Sei disso, mas algo mudou, eu consegui abri-las sem nenhum impedimento.
-Como?
-Quem sabe os tempos então mudando.
-Mudanças não ocorrem sem motivos, ainda mias quando estão relacionadas a fatos como esse. Há séculos as escrituras foram seladas, a chave ficou perdida por metade do tempo, e quando conseguiram juntar as duas ninguém foi capaz de abri-las.
-Eu as abri, e consegui passar para a terceira fase da transformação.
Anne abriu a boca como se fosse falar alguma coisa, mas não conseguiu.
-Sei que parece mentira, mas é a verdade. Demorei anos para traduzir uma única palavra, e mais um tanto para conseguir entender o que significava, mas no final rendeu resultados. E agora preciso da sua ajuda com a próxima.
-Desista, não irei ajudá-lo.
-Se você me ajudar poderei ir mais rápido e reivindicar pela liderança, o que facilitaria para você.
-Faça isso agora mesmo, a liderança não exige que você ultrapasse todos os outros venator, você só precisa ser um bom líder e fazer as melhores escolhas para seu povo.
-Mas quanto mais forte formos melhor poderemos defender nossas raças.
-As bruxas e os venators ultimamente não são o melhor exemplo de aliança, você ficando mais forte não traria benefícios a minha raça, você poderia trair-nos a qualquer momento.
-Não ousaria trai-la. – Christian a interrompeu seu olhar firme fez com que Anne sentisse uma corrente elétrica passasse por seu corpo, incapacitando-a de qualquer coisa por breves momentos.
-Infelizmente palavra não tem tanto valor quanto ação. – Disse ao se recuperar.
-Não costumo quebrar minhas palavras.
-Não costumo acreditar em todos que dizem isso.
-Não acredite em todos, acredite somente em mim.
-Confiança se ganha com o tempo, então não tenho nenhuma razão para acreditar em você.
-A farei acreditar, não parta ainda dê-me três dias eu lhe provarei que pode confiar em mim.
-Não tenho tempo pra ficar de folga.
-Três dias, nada mais do que isso, lhe garanto que não se arrependerá.
-Irei partir hoje mesmo, não posso permanecer aqui.
-Eu lhe passo a localização do grimório original.
-Ninguém sabe onde ele se encontra.
-Me de três dias que você saberá.
-Se você soubesse poderia me dizer agora.
-Três dias e eu garanto que voltarei com a localização do grimório da Petrova original.
-E como você saberia a localização?
-Como eu disse eu tenho as escrituras, e antigamente os venator’s eram confidentes das bruxas, agora me basta traduzi-las que lhe passarei a localização.
Anne pensou por um momento.
O grimório estava perdido há séculos, e nele estavam guardados os maiores feitiços, e a verdadeira história do inicio das raças.
Três dias... Três dias... Mas o pior não era o tempo, mas sim... O perigo que ela pressentia ao ficar perto de Christian.
Mas ela precisava tentar:
-Três dias.
-Três dias e volte aqui, neste mesmo local quando o sol estiver se pondo.
-Nenhum dia a mais.
-Nenhum dia a mais.
-Se eu chegar aqui e você...
-Eu estarei lhe esperando.
Anne assentiu.
-Mas não estou garantindo nada.
-Se você não vir eu irei atrás de você.
-Você não me encontraria.
-Sim, eu encontraria.
-Não se eu não quisesse. – Respondeu virando as costas para o outro e fazendo o caminho de volta.
Christian sorriu:
-Garanto-lhe que te encontraria. – gritou vendo a outra se afastar.
Fim do Flashback
Depois do combinado eu me afastei e me escondi dele.
Eu não poderia ficar ali mais três dias, eu não confiava em minhas reações perto dele, eu não tinha controle sobre meus atos. Sensações estranhas me tomavam ao estar na presença dele. Eu precisava me afastar antes que aquilo piorasse.
Mas o grimório. O grimório da original estava perdido há séculos, e se ele soubesse realmente onde estava eu tinha a chance de recuperá-lo.
Então eu o segui.
O segui até sua casa.
Sim foi uma infantilidade, mas era o único meio que eu tinha de conseguir pistas sobre a localização do grimório sem ter que esperar os três dias.
Ele entrou na sua casa e eu esperei.
Não era tola de me aproximar mais de um venator do que já estava. Não poderia entrar na casa enquanto ele estivesse lá. Precisava manter distância e esperar que ele saísse.
Foi o que fiz
Quando ele saiu, fiz um feitiço de arrombamento e entrei.
Procurei, procurei, procurei, mas nada. Feitiços de localização não funcionavam, eu não tinha nada que pudesse usar como ponto de apoio. Nunca nem mesmo havia tocado nas escrituras, e feitiços mais fortes deveriam protegê-lo.
Mas é claro, eu era previsível para seu pai, um livro aberto de letras enormes, como se eu andasse com todos meus pensamentos escritos na testa. Desde o começo foi assim. Sempre foi assim.
Ele havia me pregado uma peça. Esperou para que eu invadisse sua casa para me dar um flagrante.
O descarado teve a coragem de rir de minha cara. Foi sem pensar que eu comecei a pronunciar um feitiço de esquecimento
Mas ele me impediu.
Flashback:
Christian se aproximou da loira sorrindo.
-Desculpe-me deveria ter lhe dado um tempo a mais.
-Você... Você...
-Eu te enganei.
-Como ousa? – sua voz não passava de um sussurro, mas era um misto de revolta, nervosismo, raiva, e algo que nem ela conseguia detectar.
-Como eu ouso? Foi você quem invadiu minha casa.
-Eu não invadi, vim pegar o que me pertence.
-Esperasse três dias que você teria o que lhe pertence.
-Não tenho três dias.
Ele se aproximou mais dela. Anne deu um passo para trás, para em seguida Christian dar dois em direção a ela.
Se ele estendesse um pouco o braço poderia tocá-la.
Anne sentia como se fosse cair a qualquer momento, suas pernas estavam bambas, sua respiração ofegante.
-Por que motivos você não teria três dias?
Ela não respondeu.
-Diga-me, o que te impede de ficar?
-Nada que seja de seu interesse – murmurou virando o rosto.
-Certeza?
-Por que seria? Agora poderia me fazer o favor de...
Anne foi impedida de falar, seu corpo se chocou contra o de Christian, quando os braços fortes do venator a puxaram para si.
A bruxa sentiu uma estranha sensação de incapacidade ao sentir seus lábios contra os dele, era como se uma corrente a prendia junto dele, a impossibilitando de sair.
Seu corpo se encaixava de maneira perfeita contra o dele, sua língua sem forças para resistir se renderam dançando juntamente com a dele.
Suas pernas bambearam e seu estomago aparentava estar recebendo visita de pequenas borboletas travessas.
Os braços dele subiram por suas costas a prendendo mais firme contra si.
-Eu vou te encontrar. – Murmurou com os lábios ainda junto dos dela.
Um estalo se fez ouvir quando Anne levantou a mão dando um tabefe no rosto de Christian:
-Como ousa?
Mas não esperou por resposta, saiu correndo desesperada.
Aquilo não poderia ter acontecido, nunca.
Christian não a seguiu, ele teria tempo para aquilo depois.
Fim do Flashback
Eu sabia que aquilo não era permitido, Christian sabia, por isso fugi.
Mas ele me encontrou, assim como o prometido, ele trouxe consigo a localização do grimório pela metade, pois ela estava gravada nas escrituras do venator’s, e como ele dissera, não estava totalmente traduzido, os símbolos eram antigos, e difíceis de reconhecer.
Fugi mais uma vez, não nos vimos durante mais de três anos, mas por mais que eu tentasse, não conseguia me afastar dele, eu o avisei sobre os perigos, mas ele não ligava, ele sempre me encontrava.
Por fim desisti de lutar. Nos encontrávamos escondidos, e por muito tempo deu certo.
Até que por fim boatos se espalharam. Boatos não eram o suficiente para fazerem qualquer coisa contra nós, mas quando os boatos se comprovaram, a situação se complicou.
As bruxas não admitiam que eu sendo uma da linhagem principal misturasse nosso sangue com um venator, isso enfraqueceria a linhagem. Era permitido somente nos juntarmos com alguém da nossa própria raça, ou humano, pois assim a linhagem teria pouca interferência.
E os venators só permitiam a união com da alguém da aldeia. Alguém da mesma raça.
Eles nos pediram para desistirmos, mas não podíamos, não podíamos controlar o que sentíamos.
Aplicaram vários castigos em Christian, e me tiraram do comando, eu não possuía mais o direito de liderar a raça bruxa, eu era uma traidora, fui expulsa. Christian foi preso pelos venator’s, mas eu consegui soltá-lo. As bruxas mesmo me expulsando não eram fortes o suficiente para retirarem meus poderes.
Viemos nos esconder em Mystic Falls. Por mais que eles nos quisessem mortos não tinham esse direito, mas os vampiros queriam vingança pelos que Christian havia matado e os lobisomens também, isso gerou muita confusão para nosso lado.
Assim que chegamos a Mystic Falls descobrimos sobre os Lockwood, nenhum deles havia matado ainda, então não estavam com a transformação completa, mas sentiram o perigo. Seu pai conversou com um deles e deu o aviso, ninguém interferia na vida de ninguém e tudo ficaria tranquilo.
Seu pai precisava sair para caçar, ele precisava do veneno de vampiros e lobisomens para se alimentar, somente comida não bastava, eram necessário os dois na alimentação de um venator. Por isso a caça deles não era somente uma obrigação como também um modo de sobrevivência.
Quando descobri que estava gravida entrei em pânico. Sabia quais eram os riscos, mas mais uma vez eu não podia deixá-la, eu precisava conhecer minha filha, e não matá-la antes mesmo de lhe dar uma chance.
Quando você nasceu foi o dia mais feliz de nossas vidas, como se o verdadeiro motivo de termos feito todas aquelas loucuras estivesse sido explicado, você se tornara tudo para nós.
Mas nunca pretendíamos deixá-la desprotegida, criei a melhores formas que pude de informá-la se precisasse, está é uma delas, garanti que você só saberia a verdade ao entrar aqui, pois até mesmo os melhores feitiços podem ser revertidos, e colocando um sobre o outro ficaria mais complicado de conseguirem fazer isso, por isso à carta ao invés de lhe falar como uma lembrança espectral, as lembranças seriam mais fracamente protegidas e não teria garantia de duração.
A carta somente você pode ler, mas é necessário que a queime depois. Principalmente pelo fato da situação das alianças e das escrituras, isso não pode se espalhar, os venators até hoje manterão o anonimato melhor do que ninguém, e isto garantiu a sobrevivência da espécie, e se a aliança deles com as bruxas for descoberta não traria boas consequências por meio das outras raças restantes.
Desde há primeira semana que descobri estar gravida comecei a criar um feitiço, um feitiço que garantisse sua segurança, um feitiço que captasse as intenções de cada humano, venator, vampiro, bruxa, ou lobisomem, para com você, se as intenções fossem ruins Mystic falls não ficaria visível.
Seu pai também criou suas próprias maneiras de deixá-la protegida.
Esperamos que tenha sido o suficiente.
O resto da história você sabe melhor do que eu.
Agora enquanto escrevo está carta você acaba de pronunciar suas primeiras palavras, foi um meio termo entre pai em mãe. Seu pai está a sufocando de orgulho, se bem que não se conforma que você não tenha falado somente “papai”.
Agora irei ir te dar um abraço de boa sorte, pois sei que nossas escolhas giraram todas em torno de você, somente de você Samantha, e nunca voltaríamos atrás de nenhuma delas. Nós te amaremos para todo e todo sempre, independentemente de onde estivermos.
Anne Marie Dellafried
¨¨¨¨¨¨¨

Continua...

___________

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Qua Jun 20, 2012 6:50 pm

Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Ixqdzr
Capitulo 36 – Coisas de bruxas

Samantha terminou de ler a carta sua voz a cada linha se tornava mais fraca.

-Você percebeu o que eu percebi? – perguntou Troy se ajoelhando ao lado da vampira.

-O que você percebeu? – a garota continuava absorta na carta.

-Você além de ser a última da linhagem das bruxas originais, ainda poderia ser a líder dos venator, você teria tanto direito quanto seus pais.

-Eles foram expulsos Troy, eles perderam todos os direitos, e tenho certeza que a única coisa que qualquer uma dessas duas raças quer é me ver morta. Eu não sou mais uma deles.

-Mas também não é puramente uma vampira. Sua linhagem ainda está ai, escondida, mas permanece em você. Quando você teve a visão de seus irmãos foram seus poderes bruxos lhe dando um aviso.

-Obrigado por lembrar-me de que não me encaixo em nenhuma das raças, naturais ou sobrenaturais.

-Você sabe que não foi isso que quis dizer – continuou o vampiro se levantando e retirando um grimório da estante. – Só estou lhe dizendo que você sempre terá uma parte de seus pais.

-Será que há uma maneira de acordar meu lado bruxa e venator por completo?

-Mesmo se houvesse seria perigoso.

-Tem alguma ideia do que aconteceria?

-Samantha, seria muito poder para seu corpo aguentar. Quem sabe tenha sido por isso que as bruxas resolveram dividir seus poderes. Quem sabe elas estavam perdendo o controle.

Samantha deixou o assunto morrer e começou a folhear o caderno que também estava dentro da caixa. Pela forma da escrita era um diário, mas estava escrito em uma caligrafia que Samantha não reconhecia:

-Troy?

-Diga.

-Consegue ler?

Troy se aproximou e Samantha lhe passou o diário.

-Desta vez consigo ver a escrita, mas não é uma escrita que conheço, é algo que nunca vi. Deve ser muito antiga.

Samantha concordou e pegando novamente o diário na mão o guardou dentro da caixa. Em seguida pegou o mapa. Girou-o de todos os lados, mas não reconhecia a região desenhada.

Troy fez uma careta:

-As bruxas devem achar graça brincar com nossa cara. Quando não estão pregando peças com seus poderes é porque ninguém a não ser uma múmia saberia decifrar seus enigmas.

Samantha estreitou os olhos para ele, mas no fundo concordava.

Recolocou o mapa dentro da caixa e pegou o último pergaminho, desenrolando-o. Este possuía a caligrafia de sua mãe assim como a carta, mas não passava de um bilhete:

“Filha, guarde está caixa com você, nunca consegui descobrir o que este diário e este mapa vem tentando nos dizer, mas eles estão em nossa família há mais tempo que qualquer um destes grimórios. E quanto aos grimórios o feitiço continuará mesmo depois que você tenha desfeito os selos, eles se refarão sozinhos. Então, você decidira o que deseja fazer com eles, mas é claro, é extremamente importante que a localização deles não se espalhe.”

“Daquela que sempre ira te amar, sua mãe: Anne Marie Dellafried.”

Samantha enrolou novamente o pergaminho e o recolocou dentro da caixa.

-E então o que fará com os grimórios?

-Os deixarei aqui, Giuseppe estava como guardião destas terras, mas como para todos eu estou como sumida, e não morta, ninguém poderá passar do nome de Giuseppe para outro nome sem conversar comigo antes, então não creio que resolvam mexer neste local.

Troy assentiu e se voltou novamente para os grimórios:

-Você já viu as datas? – perguntou foleando um dos livros grossos.

Samantha fechou a caixa e passou a chave, assim que rodeou a chave o colar voltou ao normal a sobressaltando.

Levantou carregando a caixa consigo e foi até Troy observando o grimório que ele segurava.

-A época em que Noé era criança?

-Ótimo chute, mas eu arriscaria dizer que alguns destes grimórios são mais velhos que Matusalém. 732, 436, 524, 276, 43. E pelo que sua mãe disse na carta o primeiro grimório ainda está perdido. – Troy soltou um assovio admirado – E eu que me sentia idoso.

Samantha bufou e pegou um dos grimórios o abrindo:

-Será que elas não poderiam escrever em uma língua mais conhecida? Que de preferencia não aparenta ser apenas um monte de rabiscos.

-São seus antepassados, não meus.

A garota deu de ombros:

-Existem apenas bruxas, ou bruxos também?

-São poucos os bruxos, e eles gostam de se intitular feiticeiros. – Respondeu revirando os olhos.

-E os lobisomens e venators?

-Neste caso a população masculina é maior, as venatrix’s como são chamadas no feminino, são casos raríssimos, pelo que sei, nem todas as mulheres se transformam. E sobre lobisomens eles são raros hoje em dia, não sei muito sobre eles e como é sua população.

Samantha recolocou o livro na estante assentindo:

-Minha mãe mencionou na carta as Escrituras. As que eram por direito dos venator’s. Elas estavam com meu pai, então não deveriam estar aqui?

-Muita coisa aconteceu depois que sua mãe escreveu essa carta. Ela até mencionou que seu pai foi preso pelos venator’s por um tempo. Ele pode ter perdido as Escrituras nessa época. – A vampira estava de costas para ele, por isso não pode perceber a repentina tensão com que ele respondeu.

A garota suspirou enquanto se voltava para a saída:

-Vamos embora, temos muito que fazer, já fizemos o que precisávamos fazer aqui.

-Não vai levar nenhum? – Perguntou o loiro indicando as estantes recheadas de grimórios.

-Só se for para usar como alicerce de cadeira quebrada. Não tenho poderes Troy, se tivesse não saberia nem como usar, e sei ler o que está escrito nesses livros tão bem quanto sei ler as estrelas, traduzindo: nada. Irei levar somente essa caixa e ponto final. Se um dia precisar de alguns destes grimórios é só vir buscá-los. Não temos tempo, nem condição, e muito menos precisão de leva-los. É melhor deixá-los aqui, estarão mais protegidos. E se algum dia aprendermos a ler “bruxanes”, ou seja, qual for o nome dessa escrita ilegível, voltamos e buscamos todos.

-Ok então né, você que manda. – Concordou recolocando o grimório que segurava na prateleira. – Vamos então?

Samantha como resposta foi em direção à escadaria já subindo o primeiro degrau, quando um baque a assustou.

Os dois se viraram em direção ao barulho.

A grande rosa negra havia se fechado novamente, se mantendo da mesma forma que eles a haviam encontrado.

-Está bem, está bem, chega de magia por hoje, vamos Samantha, vamos. – Troy se apressou a empurrando escada acima.

¨¨¨¨¨¨¨¨

Assim que voltaram ao ar livre, a grande sequoia voltou ao normal, como se ali não houvesse nada de anormal.

-E agora? – Troy pediu.

-Agora vamos começar nossa caçada.

-Sobre isso, acho que sie um meio de adiantarmos um pouco o lugar onde ela ira começar.

-E onde seria?

-Conheço uma bruxa, a mesma que enfeitiçou meu anel, ela é de confiança, e mesmo assim não é necessário dizermos quem você é, pois isso poderia colocá-la em riscos. Podemos pedir a ela se é possível localizar seus irmãos.

-Ela conseguiria fa.....

Troy colocou o dedo indicador sobre os lábios pedindo silêncio. Samantha sentiu seu corpo se retesar em alerta.

Apurou seus sentidos.

Podia ouvir o som de um coração humano não muito longe. Estava sozinho, a não ser por o que devia ser um cavalo em um ponto um pouco mais afastado.

Os dois se esgueiraram entre as árvores em uma velocidade sobre humana sem fazer ruído algum.

Samantha teve uma surpresa ao chegar ao local:

-Ed? – chamou saindo de entre meio as árvores, a caixa de madeira segura em suas mãos, com Troy ao seu encalço.

-Oi Samy– Edmundo respondeu ignorando por completo Troy que estava ao lado de Samantha.

-O que está fazendo aqui?

-Imaginei que você apareceria por aqui.

Samantha suspirou:

-Ed já lhe disse...

-Calma, calma não lhe pedirei mais nada, só achei que você precisaria disso – a interrompeu retirando um envelope pardo e grosso de dentro do paletó.

-O que é isso? – perguntou a garota confusa levantando uma das sobrancelhas.

-Abra - disse estendendo o envelope para ela.

Samantha, o pegou desconfiada, e o abriu.

Seus olhos se arregalaram na hora.

Dentro havia uma grande quantia em dinheiro e uma barra de ouro:

-Edmundo...

-Isso lhe pertence por direito, meu serviço só foi fazer chegar até você. Essa é uma pequena quantia de tudo que seu pai mantém guardado. Passei na mansão dos Salvatore hoje de manha e peguei para você.

-Se descobrirem...

-Ninguém vai descobrir, e também tenho uns pontos a meu favor com seu pai, então ninguém desconfiaria, e mesmo assim ninguém sentirá falta.

Samantha gemeu contrariada:

-Você não deveria ter feito isso.

-Não seja chata, só quis lhe ajudar, acho que mesmo você não gastando com alimentação você precisará.

A garota assentiu.

-Quem está cuidando da mansão?

-Seu tio, ou melhor, os tios de Damon e Stefan, um irmão de Amanda, ele veio assinar os papéis para passar a mansão ao nome dele, mas não sei disser se vai morar por aqui ou continuar onde está.

-Entendo.

-E Samy, tem outra coisa, como você bem sabe seu pai estava passando para seu nome este local também – disse mostrando o lugar a sua volta com a mão. – Então lhe trouxe os documentos – pegou os documentos alcançando a ela.

Samantha pegou os papeis que ele lhe estendia.

A garota mordeu o lábio inferior, nervosa.

Se ela ficasse com os papeis ninguém poderia mexer em nada ali, mas Edmundo corria riscos de se meter em uma bela confusão.

-Ed...

-Quase ninguém sabia os planos de seu pai Samantha, e ninguém irá se dar conta de que os documentos sumiram. Até que percebam já terão se passado anos.

A vampira o encarou nervosa:

-Ok, mas uma pergunta: como você fez para entrar na mansão?

Edmundo corou dando um sorriso sem jeito:

-Eu... éh... Eu quebrei uma das janelas e entrei.

A vampira arregalou os olhos. Aquilo não era de se esperar, não vindo de Edmundo Forbes.

-Não me olhe deste jeito – a repreendeu corando ainda mais.

Samantha abanou a cabeça descrente.

Um silêncio pairou constrangedor, o que serviu para que Edmundo deixasse de ignorar Troy e passasse a olhá-lo com uma carranca emburrado.

-Ed este é Troy...Troy este é Edmundo. – Tentou ela sem jeito.

-Humm . – Foi tudo o que Edmundo disse aumentando o bico.

Troy sorriu de lado achando grassa:

-Hey Edmundo tudo bem? Nunca havíamos sido apresentados corretamente não é mesmo? – disse estendendo uma das mãos.

Edmundo o lançou um olhar de poucos amigos, ignorando a mão que Troy lhe estendia.

-Não se preocupe, eu não mordo... - deitou o pescoço de lado ampliando o sorriso fazendo Samantha revirar os olhos e enquanto Edmundo arregalava os seus – Quer dizer... Não irei lhe morder.

Samantha lhe cutucou no ombro.

-Boa hora para piadas de mau gosto – murmurou, irritada, para que somente ele ouvisse.

-A culpa não é minha se o garoto não sabe levar a vida de um jeito mais leve. – se defendeu ele no mesmo tom baixo.

-E então... O que você vai fazer agora? Para onde pretende ir? – pergunto Edmundo alheio à conversa dos dois.

-Antes de qualquer coisa iremos ir atrás de Damon, Stefan e Jane. Eu não poderia abandonar meus irmãos agora.

Troy pareceu surpreso e confuso com a adição do terceiro nome. Um pequeno tremor percorreu seu corpo.

O humano assentiu:

-E Jane? Quem é ela?

Nem Samantha nem Troy responderam verbalmente, mas pela expressão de compreensão de Edmundo ele havia entendido.

-Hãm... Então... Então isso é um adeus definitivo?

-Nossos adeuses não estão se cumprindo, acho bom deixar que o tempo resolva isso.

-Torço para que ele esteja a meu favor.

-Éh nem sempre sabemos o que é melhor para nós mesmos, às vezes aquilo que queremos nem sempre é o que precisamos.

-Mas independentemente disso não deixaremos de querer, mesmo não sendo o que precisamos.

-Ed...

-Tudo bem, não irie mais insistir. – interrompeu-a, indo em sua direção.

Samantha involuntariamente foi dando um passo para trás, mas Troy esticou seu braço a impedindo.

Edmundo lançou um olhar rápido para Troy antes de voltar a ignorá-lo, para em seguida se inclinar para Samantha e lhe dar um beijo na bochecha.

A garota corou.

Edmundo passou o polegar por sua pele corada dizendo:

-Não imaginava que isso não se alteraria depois da transformação, pensei que nunca mais teria a chance de lhe ver deste jeito.

-É...é...é...também pensei que me livraria disto, mas meu coração continua batendo. Ele funciona diferente é claro, pois mesmo sem sangue o veneno continua sendo bombeado, mas queima, e o sangue serve para impedir essa queimação, serve para aliviar a dor.

-Mas por que é necessário sempre mais sangue?

-O veneno faz com que o sangue evapore, o dissolve até que não sobre mais nada e a ardência volta com tudo.

-Interessante.

-Repugnante.

-Se me dissesse isso até pouco tempo atrás eu concordaria, mas agora as coisas mudaram.

A contra gosto se virou para Troy:

-Lembre-se você me disse que cuidaria dela.

Troy assentiu:

-Não era necessário eu ter lhe feito a promessa, faria isso mesmo sem prometer a ninguém.

Edmundo cerrou o maxilar e se voltando novamente para Samantha pegou sua mão lhe depositando um beijo.

-Preciso ir.

Samantha fez sinal afirmativo:

-Desta vez não diremos adeus.

-Quem sabe um até breve? – pediu se afastando.

-Melhor não dizermos nada.

-Então até um dia quem sabe?

-Humm, podemos deixar assim, mas o até um dia pode nunca chegar.

-Por este motivo o “quem sabe” no final.

-Então, frase aceita.

Edmundo riu continuando a se afastar:

-E... Samantha?

-Sim?

-Não me arrependo da noite passada, mesmo sabendo que não foi em boa hora.

A vampira se sentiu corar até a raiz dos cabelos, enquanto Troy ao seu lado se segurava para não rir da expressão dela. Samantha pisou em seu pé, fazendo com que as feições perfeitas do vampiro se retorcessem em uma careta.

Emundo sorriu e com um ultimo aceno se infiltrou entre as árvores. Alguns segundos depois Samantha ouviu o galopar de um cavalo se afastando.

-Sabe, meu peso na consciência por Damon ter quebrado o nariz de Edmundo diminui de repente. – Comentou ela ainda corada.

-Pega leve com o coitado. E não precisava ter pisado tão forte. Suas caretas são engraçadas, não tem como não rir. Mas o que foi que ele te fez para seu irmão quebrar o nariz dele? – Perguntou exibindo seu sorriso de covinhas.

Samantha ignorou a provocação de Troy, apenas lhe lançando um olhar de reprovação.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Continua....

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Sáb Jun 23, 2012 9:08 pm

Antes de mais nada, é claro que eu não poderia deixar de dedicar esse capitulo para aniversariante da semana, minha mana linda: Patty. Então mana esse vai dedicado a você sz.
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Capitulo 37- Intromissão

-Certeza que ela ainda mora na mesma casa?

-Certeza, certeza não, mas não custa tentarmos.

Samantha estava sentada ao lado de Troy, seus dedos se ocupavam em desenhar a borda do copo de whisky. Os dois haviam feito uma pausa no caminho para a casa da bruxa que Troy acreditava poder ajudá-los na busca por Stefan e Damon.

-Ainda estamos muito longe?

-Não, não, se continuarmos no ritmo em que estamos em menos de três dias chegamos lá.

-Três dias? – perguntou Samantha desanimada.

-Não reclame, se tudo der certo nos poupara muito tempo para encontrarmos seus irmãos.

Samantha assentiu um silêncio pesado pairando entre os dois, somente quebrado quando a vampira depois de muito pensar se devia ou não entrar naquele assunto perguntou:

-Tem alguma ideia de onde Jane possa estar?

-Não, e já lhe disse que nossa busca não vai dar em nada. Ela não quer ser encontrada Samantha, se quisesse eu a teria encontrado, não passei os últimos dez anos sentado em banco de praça fazendo músicas de dor de cotovelo, sabe?

-Não estou dizendo isso, é só que... Bem... Você não fez nada para que ela partisse não é mesmo? – Ela mesma duvidava de sua própria pergunta.

Troy bufou:
-Depois de religar meus sentimentos eu estava muito ocupado tentando me redimir por tê-la feito se preocupar tanto comigo para ter tempo de fazer qualquer coisa que pudesse magoá-la.


-Algo deve ter acontecido.

-Jane era de fases, ela deve ter simplesmente se cansado de mim.

-Não acredito nisso, se ela quisesse se cansar de você ela não teria ficado ao seu lado quando você precisou. Você não devia nem pensar isso dela.

-Por que está a defendendo? Você nem a conhece.

-Não a conheço, mas não acredito que ela lhe abandonaria por livre e espontânea vontade.

-Por que não acredita?

-Porque se fosse eu no lugar dela não te abandonaria. – A garota respondeu corando.

Troy a encarou por um momento:

-Não sou perfeito Samantha.

-Perfeição é uma questão de ponto de vista. A perfeição universal não existe, ela é algo subjetivo, único, pessoal. E acredito que Jane te considerava perfeito, perfeito para ela, assim como você a considera perfeita.

-Assim como você considera Greg perfeito.

-É bem... Na verdade Greg não era perfeito... Ele quis experimentar meu sangue por pura curiosidade, – disse fazendo uma careta – mas eu devo ter alguma ligação com o perigo, sempre quero o que não posso ter ou algo assim. E tem o fato de ele ter se apaixonado por mim por causa de meu sangue... Isso não é romântico... Era como se eu o compelisse a sentir isso por mim.

-Ninguém precisa ser compelido a isso Samantha, é difícil ignorá-la.

Samantha virou o resto de whisky de uma vez.

-Da mesma forma que é difícil Jane ter lhe abandonado por vontade própria.

-Questões diferentes.

-Nem tanto dependendo do ponto de vista. Acorda Troy, chega ser maldade com os meros mortais. Você deveria ter ao menos um defeito, mas não, fica o tempo todo aí todo estilo você. Que ser, humano, vampiro, bruxa, venator, ou seja, lá o que for tem a capacidade de me aturar sem sequer se encher de minha incrível capacidade de ser chata ao quadrado?

-Minha super capacidade é a paciência. Então você fica com a sua de construir barreiras expulsando todo mundo, e eu com paciência vou quebrando essas barreiras.

Samantha fixou o perfil do loiro intensamente:

-Viu porque digo que não há a mínima hipótese de Jane ter partido por livre e espontânea vontade?

-OK, ok, não estou a fim de continuar uma discussão em que sei que irei perder. Isso é injusto, você sempre ganha.

-Você desiste muito fácil, não tem nem graça discutir com você.

Troy soltou uma gargalhada gostosa:

-Você não sabe o que quer.

-Eis ai a questão. O que eu quero? Simples: dois nomes, um sobrenome, dois teimosos, lindos, charmosos, que chamo de irmãos. Damon e Stefan são tudo o que quero.

-Boa resposta.

-Ótima resposta.

-Seja modesta.

-Damon diria que modéstia é falta de competência, ou humildade hipócrita.

Troy soltou outra gargalhada pelo modo sério de Samantha falar:

-Acho bom voltarmos à estrada, temos muito caminho pela frente.

Samantha concordou já levantando-se.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Três dias depois os dois ainda seguiam caminho.

-Certeza que já não passamos por aqui?

-Certeza, assim como tenho certeza que você é péssima em geografia.

-Mas essas formações de árvores... Têm certeza que já passamos por elas Troy?

-Estamos na América, quer que as espécies de árvore mudem a cada quilometro? Calma está bem? Não estamos muito longe, mais algumas horas e estaremos lá.

-Continuo achando...

-Por favor, Samantha, já disse a você que não estamos perdidos.

-Está bem, está bem, mas se estivermos...

-Não estamos perdidos Samantha, eu não sou tão mau vampiro assim a ponto de não saber me localizar.

-Está dizendo que eu sou não sirvo para ser vampira?

-Bem, não foi isso que quis dizer, mas...

Troy deixou a frase morrer, Samantha soltou um rosnado baixo:

-Só avisando, se estivermos perdidos eu vou falar: eu avisei.

-Não estamos perdidos.

-Nunca alguém que está perdido irá admitir que esteja perdido.

-Para sua informação os vampiros tem um senso de localização melhor do que os humanos, especialmente quando o vampiro em questão passou os dez últimos anos explorando cada canto do mundo em busca de alguém.

Samantha ficou pensativa por um instante:

-Está bem, não estamos perdidos, mas se estivermos eu irei falar “eu avise”.

Troy revirou os olhos enquanto os dois seguiam finalmente em silêncio.

Os dois passavam como borrões pela paisagem.

O clima esfriava, um vento cortante jogava para o lado os cabelos de Samantha.

-Se não quiser se molhar acho bom acelerar, vai vim temporal.

Como que para afirmar o que Troy havia dito antes de Samantha falar qualquer coisa um raio cortou o céu sendo seguido pelo estrondo de um trovão.

-Acha que ainda da tempo de chegarmos antes da chuva?

-Não sei, mas podemos tentar.

Outro raio cortou o céu, desta vez o barulho veio de um lugar mais próximo.

-Sabe como calcular a distância em que um raio caiu do local onde você está?-Troy pediu ainda correndo e desviando os olhos do céu para olhar para Samantha.

-Não faço ideia. Sei lá, contando a quantidade de passos que dá até o local do raio?

Troy riu:

-Acho que isso daria muito trabalho. Basta quando você vir o relâmpago começar a contar até o começo do som do trovão, quando der o trovão você para, o número que der você divide por três.

-Duvido que isso funcione.

-O resultado provavelmente não será exato, mas não acho que seja totalmente errado.

-Você pode provar que é verdade?

-Pode provar que não é verdade? – Troy sorriu revelando as covinhas na bochecha – Vamos tentar.

Troy esperou até ver um relâmpago, assim que viu começou a contar:

-Um, dois, três, quatro...

Samantha apenas o observava, quando o Trovão se fez ouvir Troy parou, mas Samantha ficou mais atenta. Ela tinha certeza que havia escutado alguma coisa, além do som do trovão.

-Deu seis...

-Troy, você ouviu isso? – Samantha o interrompeu.

-O que você acha que eu estava fazendo?

-Não estou falando do trovão - continuou ela parando de correr e olhando para os lados atenta. – Preste atenção.

Troy a encarou por um momento, mas depois obedeceu.

Um grito de desespero soou mais alto que os trovões.

-Vamos alguém precisa de ajuda.

-Samantha, preste atenção, não é apenas um humano.

-Vamos Troy.

Troy não teimou apenas a seguiu.

Os dois não precisaram correr muito para chegar ao local.

Samantha paralisou ao ver o que estava acontecendo.

Um vampiro se debruçava por cima de uma mulher. Do pescoço da vitima sangue escorria por um corte fundo na lateral.

Por um momento a garota hesitou. Mas sem mais delongas trancou a própria respiração e se jogou para cima do vampiro antes que Troy a impedisse.

O outro rosnou e a jogou contra uma parede de pedras.

Samantha sentiu alguns ossos de sua coluna se quebrar com o impacto. Suas presas apareceram enquanto seus olhos ganhavam uma coloração avermelhada e veias se salientavam de seu rosto.

Um urro escapou de sua garganta enquanto ela se preparava para ignorar a dor e saltar contra seu adversário, que já se preparava para atacá-la novamente, mas ela não precisou, Troy agarrara o outro pelo pescoço e o afastava de Samantha, segurando-o firme.

Troy não olhava para ela.

Samantha pode ver apenas o vislumbre de seu rosto transfigurado, Troy evitava ao máximo se alimentar perto dela, e as poucas vezes que Samantha o vira se alimentar ele virara o rosto para que ela não o visse, suas vitimas eram tratadas com um cuidado extremo. Samantha sabia, se ela não servia para ser vampira ele se encaixava nessa posição menos ainda. Ele era bom demais, independentemente de ser vampiro ele nunca trataria suas vitimas como simples alimentos.

O vendo daquela forma, como se o constrangesse mostrar aquele seu lado, Samantha se recompôs.

Até que ponto ele amava Jane? Ele aceitará viver de uma forma que o corroía apenas para poder ficar com ela, amá-la pela eternidade. Quem desperdiçaria isso? Quem em sã consciência o abandonaria?

-Eu não ia machucá-la, só queria me alimentar, se sua companheira não fosse tão intrometida eu não iria atacá-la, ela que pediu. – O outro vampiro tentou defender-se.

Samantha rosnou, olhando para o vampiro, suas presas ameaçaram sair novamente. Suas costas já estavam completamente curadas.

-Não precisa matá-la, não precisa tratá-la desta maneira. Ela é humana, ela tem família.

-Ela não passa de alimento para mim.

-Isso porque você é um lixo - Samantha cuspiu as palavras, enojada, o vampiro se debatia para se soltar de Troy, mas Troy era mais forte. – Você nunca teve uma família? Você nunca amou ninguém?

-Do que te importa garota? Você se alimenta do jeito que bem entender agora a minha alimentação sou eu quem escolhe a forma que será.

-Não na minha frente.

-Samantha quieta, já chega, por hoje já foi o suficiente.

Samantha rosnou mais uma vez antes de se virar e ir em direção à mulher trêmula.

Troy prenderá o outro vampiro contra uma árvore e o encarava:

-Vá embora se preza sua vida, se tentar atacar eu te mato. Ouviu bem?

-Me solte fedelho.

Samantha se virou ao ouvir um som de engasgo. Troy apertara com mais força o pescoço do vampiro.

-Sua última chance. Vá embora.

-Não antes de acabar com a justiceirazinha. – Sua voz estava engasgada.

-Você não está em condições de acabar com ninguém, se ainda tem um pingo de dignidade vá embora, se tentar relar um dedo na garota eu acabo com sua raça.

Samantha sentiu um arrepio passar por seu corpo ao ouvir o tom da voz de Troy. Ele deixara bem claro que não queria ser questionado.

-Então se decida: vai embora ou vai tentar o impossível?

O vampiro com um urro se livrou de Troy e disparou para longe dos dois.

Troy o observou até que estivesse longe. Samantha foi ate a mulher prendendo novamente a respiração.

-Quem... Quem... É você? – perguntou a Samantha com um fiapo de voz.

-Venho perguntando-me isso há muito tempo – a garota respondeu enquanto cortava o próprio pulso e dava de seu sangue para a mulher.

A mulher bebeu sem ter forças para contrariar.

-O que ele era? O que você é? – pediu desviando os olhos para o vampiro que Troy segurava.

-Algo que não vale a pena você se preocupar. – Samantha fixou seus olhos nos da mulher. – Esqueça-o, siga sua vida normalmente, não acredite em qualquer cara boa pinta, charmoso, case-se com alguém que lhe de valor, tenha filhos, aproveite sua vida, fique velhinha ao lado das pessoas que você ama, depois agradeça por você ter vivido apenas o suficiente para ser feliz. Se mantenha viva por no mínimo vinte quatro horas, e se alguém lhe perguntar o que foi que aconteceu você dirá apenas que se perdeu e se cortou em um galho de árvore qualquer, mas que já está bem, não foi nada grave.

Depois disso os dois a enrolaram na capa que Samantha usará para entrar em Mystic Falls. Não foi difícil Troy hipnotizá-la para que dissesse onde morava. A chuva se encarregou de limpar o sangue que a cobria, e os dois a deixaram em um lugar seguro perto de sua casa.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

-Posso lhe fazer uma pergunta?
Os dois continuavam a correr, a chuva encharcava suas roupas.


-Faça.

-Porque você não o matou? Quero dizer... Por que você não matou o vampiro?

Troy não respondeu instantaneamente, seus olhos se perderam no vazio, pensativos.

-Eu não consigo... Não consigo... Não me sinto no direito de julgá-lo... Não o conheço... Não sei o que o levou a ser o que é hoje... Não conheço sua história, não sei nada sobre ele.

-Ele ia matar a mulher, Troy.

-Eu já perdi a conta de quantos humanos matei Samantha.

-Você se arrependeu.

-E o que nos faz acreditar que ele também não se arrependerá?

Samantha desviou os olhos por um momento olhando para o nada:

-Ele não estava atrás de mim, mas pode espalhar boatos que interesse aos outros, aos que me querem morta, você podia fugir, podia matá-lo e fugir, você não é obrigado a viver uma vida que não é sua, ter que se esconder de algo que você não é culpado. Você podia continuar a viver do jeito que sempre viveu até hoje, e agora se ele por acaso abrir o bico dizendo algo sobre mim e que eu não estava sozinha, se isso chegar aos ouvidos de “pessoas” erradas eles vão te caçar Troy, assim como fizeram com meus pais, você não vai poder mais ter sua vida de volta.

-Eu já escolhi meu caminho, não a necessidade de mudá-lo. Eu escolhi ficar ao seu lado, e vou ficar independentemente do que aconteça. Agora a não ser que queira gastar saliva à toa pare de me mandar embora.

-É sua ultima chance Troy, é agora ou nunca, você já me ajudou o suficiente, de valor a sua vida, sinceramente ela é preciosa de mais para ser jogada ao acaso.

-Não a necessidade de repetir minha resposta, ela sempre será a mesma.

Samantha o olhou por um momento. Seus cabelos se espalhavam por seu rosto, escuros por causa da chuva, seus olhos com um brilho sempre presente, seu rosto com linhas bem desenhadas.

Seu anjo sem assas.

-Obrigado Troy, obrigado... Por existir. – Agradeceu, sincera.

-Vamos combinar o seguinte: quando tudo, mas tudo mesmo estiver resolvido você vai me pagar com uma promessa, uma única promessa.

-Que promessa?

Troy sorriu:

-Quando tudo estiver resolvido... Quando tudo estiver bem.

-E se eu não concordar com a promessa?

-Você vai concordar. Vai ser o seu pagamento... Vai por mim... Você vai concordar.

-Isso é um acordo?

-Entenda da forma que quiser.

Samantha soltou um suspiro longo:

-Você é complicado.

-As coisas facilmente decifráveis perdem a graça.

Samantha revirou os olhos:

-Estamos longe?

-Não... Não, é na próxima cidade.

-E se o feitiço não funcionar? Ou, é se ela não morar mais aqui? Ou se ela não quiser nos ajudar? Ou...

-Espere um momento.

Samantha ficou observando Troy enquanto ele se afastava, quando voltou trazia consigo uma margarida, as pétalas brancas como neve com as gotas de chuva escorrendo.

-O que é isso?

Troy alcançou a flor a ela:

-Tenho certeza que ela não ira recusar nos ajudar, mas se por um acaso ela ter se mudado, volte para seu “bem me quer, mal me quer” estilo prováveis cidades que seus irmãos se encontram.

Samantha abanou a cabeça ainda segurando a flor, por que ele a fazia se sentir tão bem?

-Ok, e se não os encontrarmos... Bem... Teremos que sair na rua pedindo informações, afinal quem tem boca vai a Roma não é mesmo?

Troy inclinou a cabeça de lado:

-Espero que eles estejam mais perto do que Roma, demoraríamos muito até chegar lá.

-Você nunca ouviu falar de ditados populares não é mesmo?

Troy deu mais uma de suas risadas gostosas.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

-É aqui. – Troy foi logo dizendo enquanto abria o portão de madeira pintado de branco.

Das janelas da casa pendia flores coloridas, assim como o jardim na frente da casa.

Samantha por um momento paralisou onde estava apenas observando a casa de madeira bem trabalhada até nos mínimos detalhes.

-Você vem? – Troy a chamou vendo que a garota parara estupefata.

Samantha o seguiu hesitante.

Troy bateu uma vez na porta, mas não houve resposta. Bateu novamente, desta vez Samantha pode ouvir movimento dentro da casa. Na terceira batida à porta se abriu.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Continua...

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Qua Jun 27, 2012 8:18 pm

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Capitulo 38 – Uma ajudinha

Uma expressão de surpresa passou pelo rosto da garota parada no batente da porta. Surpresa essa que logo foi deixada de lado dando lugar a um sorriso que iluminou todo seu rosto.

-Hey Vaanny, sentiu minha falta? – Troy perguntou lhe, abraçando-a com força e retribuindo o sorriso.

As pontas dos cabelos chocolate da garota caiam em ondas perfeitas, seus olhos castanhos brilhavam gentis.

-Por onde esteve Troy? Por que sumiu por tanto tempo? – pediu ela, em tom preocupado.

Troy a soltou, e em resposta a pergunta dela franziu os lábios.

Vanessa exibiu um sorriso de entendimento, adivinhando o que ele não expressara em palavras. Seus olhos se desviaram para Samantha que se encontrava meio escondida atrás de Troy.

As duas olharam inquisitivas para ele.

-Ah, Vaanny essa é Samantha, Samantha essa é Vanessa.

-Hey Samantha, prazer em conhecê-la. – Vanessa sorriu.

Samantha tentou sorrir em resposta, mas ultimamente seus sorrisos sempre saiam errados, tortos, mais para uma careta do que para um sorriso. Então somente a abraçou deixando explicito que também era um prazer conhecê-la.

-O prazer é todo meu. – Respondeu ela.

-Mas não posso deixar vocês aqui fora não é mesmo? – disse a garota indo até a porta a abrindo mais, dando caminho para que os dois passassem. – Vamos, entrem.

Troy foi à frente seguido por Samantha.

A casa possuía um clima leve, confortável.

¨¨¨¨¨¨

Depois de Troy e Samantha trocarem suas roupas molhadas da chuva, por roupas secas, que Troy trazia consigo em uma bolça junto com a caixa de madeira que Anne deixara a Samantha, Vanessa os levou até a sala, onde se sentaram em poltronas confortáveis.

Samantha se sentou balançando as pernas ansiosas, Vanessa olhava de Samantha para Troy confusa, enquanto Troy sorria achando graça na expressão das duas.

-Você não mudou nada Vaanny. – Comentou ele.

Ela sorriu:

-Digo o mesmo de você Troy, se bem que somos casos bem diferentes um do outro não é mesmo? A magia pode ter varias utilidades, basta saber como usá-la.

Troy riu:

-E como está?

-Poucas coisas mudaram desde que nos vimos pela ultima vez, mas estou curiosa para saber o que lhe aconteceu nos últimos anos, você pelo que vejo têm muitas novidades.

Troy sorriu levando a mão a cabeça despenteando mais ainda seus cabelos.

-Para ser sincero, as coisas mudaram apenas de pouco mais de um mês para cá, depois que encontrei Samantha, mas minhas buscas continuam sem respostas, Jane, bem...Jane... Continuo sem noticias dela.

-Nenhum sinal? Nada?

-Nada.

-E... Quanto a isso... Eu também tentei localizá-la outras vezes, mas também não obtive sucesso.

Troy assentiu:

-Ela não quer ser encontrada.

-Troy não... – tentou Vanessa.

Troy a interrompeu, continuando:

-Se ela quisesse nós já teríamos achado alguma coisa Vaanny. Mas agora deixando de lado isso, queria lhe pedir mais um favor.

-Peça, sabe que sempre que possível tentarei lhe ajudar.

-Desta vez pode ser complicado, é Samantha, ela precisa encontrar os irmãos.

-E onde está o complicado nisso? – pediu ela, inclinando uma das sobrancelhas.

-Bem... Ela como você já deve ter percebido é uma vampira... Uma vampira novata.

-Espere um momento... - Vanessa encarou a garota – Novata? Vocês estão de brincadeira não é mesmo? - inquiriu descrente.

-Na verdade não. Ela é mesmo uma novata. – Troy sorria, Samantha ficou surpresa ao detectar o tom de orgulho em suas palavras.

Os dois encararam Samantha que corou, sentindo-se na obrigação de esclarecer ela mesma a situação:

-Troy me ajudou a assumir o controle, tentei alimentar-me de animais, mas o gosto... – fez uma careta – o gosto não é bom, então pedi ajuda a Troy para me ajudar a adquirir controle. E funcionou.

-Você resumiu a história, assim não tem graça.

Samantha revirou os olhos para Troy.

-Esta é a parte essencial.

-Tudo bem, por enquanto aceito ficar só com o essencial, mas depois você irá contar-me tudo. – Vanessa cobrou – Mas agora me digam qual a parte complicada?

-Samantha foi transformada em vampira, e depois lançaram um feitiço que a impedia de voltar para sua casa, mesmo se quisesse, e a mesma vampira que a transformou se aproveitou desta situação para transformar os irmãos de Samantha, e agora Samantha quer encontrá-los, e gostaríamos da sua ajuda.

A bruxa terminou de processar as palavras do loiro, sua testa se franzindo:

-Desta forma fica realmente complicado. Localizar um humano é muito mais fácil do que um vampiro, e mesmo que existam feitiços para tal tipo de coisa seria necessário algo que pertencia a eles, algo que eles tocaram depois da transformação.

-Eu... Não tive mais contato com eles, não os vi mais depois da transformação, a única coisa que tenho deles... De Stefan, é de antes da transformação... – Samantha chacoalhou a pulseira no braço – foi Stefan quem fez, mas nunca foi realmente dele, ele já fez para mim.

-Pode me alcançar por uns instantes? – Vanessa pediu indicando a pulseira.

Samantha retirou-a e passou para ela.

A garota fechou os olhos por alguns instantes murmurando algumas palavras, baixinho.

Samantha e Troy apenas a observavam.

-Ainda possui uma essência, quase inexistente, mas possui. Podemos tentar, quem sabe funcione, mas as chances são poucas, pois com a transformação as maiorias das essências mudam, pois a essência de cada um é como se fosse o resultado das escolhas, algo como o caráter da pessoa, só que ao tocar em algum objeto fica gravado. Como digitais. Mas estive pensando em outra maneira de realizar o feitiço. O sangue muitas vezes não se dissipa por completo, o veneno nem sempre o dissolve rapidamente, então quem sabe com o seu sangue poderíamos localizá-los. – Disse olhando para Samantha.

A vampira abriu a boca algumas vezes em vão, antes de finalmente conseguir dizer:

-Wonn...eu...eu sou adotada.

Vanessa piscou confusa:

-Bem... Acho que temos mais um acréscimo na lista de coisas que um dia você poderia me contar.

Samantha mordeu o lábio inferior deitando a cabeça de lado:

-Não sei se você gostaria de saber, e provavelmente você passaria a me olhar de forma diferente depois de escutá-la.

-O que me deixa mais curiosa para saber – respondeu sorrindo. – Mas agora temos mais o que fazer, irei separar alguns feitiços que podem funcionar.

¨¨¨¨¨¨

Vanessa colocou a pulseira de Samantha no centro da mesa em cima de um mapa. Novamente começou a dizer palavras que para Samantha não faziam nenhum sentido.

Primeiro nada aconteceu, mas em seguida a pulseira se levantou no ar, os olhos dos três a acompanharam, por fim dando mais uma cambalhota a pulseira voltou a cair no mesmo lugar.

Vanessa pegou a pulseira a entregando para Samantha desapontada.

-Primeira tentativa sem resultado.

-E qual vai ser a segunda tentativa? – Troy especulou.

-Essa precisará bastante de sua ajuda Samantha. Preciso que crie em sua mente uma imagem mais vívida o possível de seus irmãos. Através dessa imagem tentarei buscá-los.

Samantha assentiu se aproximando, Vanessa fez sinal para que ela lhe desse as mãos, Samantha obedeceu-a e fechando os olhos buscou uma imagem de Damon e Stefan.

Flashback

-Samy? – Stefan a chamou entrando na cozinha da mansão Salvatore.

-Hey maninha resolveu botar fogo na casa? – Damon surgiu logo atrás de Stefan esticando o pescoço pelo portal tentando encontrar Samantha.

A garota apareceu bloqueando o caminho dos dois:

-Parados ai, estão proibidos de passar deste ponto. – Disse com as mãos esticadas para a frente.

Damon e Stefan a encaravam pasmos.

Stefan exibia os cabelos bem penteados os olhos de carvalho serenos. Damon por outro lado estava com os cabelos revoltados, uma ponta para cada lado, do jeito que ele sempre gostava de deixar, seus olhos um brilho aceso.

A garota estava toda branca, desde a raiz do cabelo até toda a extensão do avental que usava sobre o vestido rosa chá.

-Brincando de loira da cozinha maninha? aaaaaa – Damon fingiu gritar, balançando as mãos para frente fingindo ter se assustado, e com uma tentativa de voz falseta continuou – Salve-se quem puder, aloira da cozinha está a solta.

Samantha estreitou os olhos para o irmão mais velho indo até ele e dando um pulinho para lhe dar um cascudo na cabeça:

-Não morri coisa nenhuma, e muito menos estou tentando botar fogo na cozinha. Magg está me ensinando a cozinhar. – Disse contente exibindo um sorriso e dando um pulinho de alegria.

-Ensinando a cozinhar? – Damon engoliu uma gargalhada – Maninha acho que Magg esqueceu-se de avisá-la que a farinha vai à tigela.

-Wonn muito engraçado Damon, agora vão, os dois. –Samantha tentou empurrá-los sem sucesso.

Margareth surgiu empunhando uma colher de pau comprida:

-Vamos garotos, a cozinha não e lugar para vocês, vamos... Vamos... Vamos - disse ajudando Samantha a empurrá-los porta a fora.

-Por que não podemos ficar Magg? – Stefan pediu confuso.

Os três viram as bochechas de Samantha corar por debaixo da farinha espalhada em seu rosto.

-Wonnn vocês são dois intrometidos, era para ser surpresa. Agora meus esforços foram todos por água abaixo.

-Não seja exagerada minha pequena pestinha. – Magg a repreendeu arrumando a toca que estava sobre a cabeça de Samantha.

-Magg você não devia permitir que Samantha fizesse isso, o pai não ficara contente quando a casa pegar fogo. – Margareth bateu de leve a colher de pau na cabeça de Damon.

-Continuem assim que colocarei vocês dois para fazerem o jantar.

Damon sorriu de lado:

-Sou um exímio cozinheiro Magg, minhas qualidades nunca terminam.

-Exímio cozinheiro porque nunca me deixava em paz. Agora preciso tentar fazer entrar alguma coisa boa na cabeça de Samantha, ela mais do que vocês tem a obrigação de saber cozinhar, não tarda seu pai vai querer...

Samantha tapou os ouvidos cantarolando:

-Láralarala eu não estou ouvindo, Magg não vai dizer isso de novo. Daqui eu não saio daqui ninguém me tira – a garota tirou as mãos dos ouvidos. – Desista Magg, já lhe disse não me caso enquanto não encontrar meu príncipe não encantado – a garota disse firme, os olhos piscando sonhadora.

Dessa vez foi à vez de Samantha ganhar uma colherada na cabeça:

-Eu devo ter tacado pedra na cruz, você gosta de provocar seu pai também não é menina? Quero só ver quando ele parar de ameaçar e te mandar de vez pra um colégio do outro lado do mundo, e dessa vez não terá como vocês dois esconderem ela. – Terminou apontando para Damon e Stefan

-Não se preocupe Magg, a não ser que Samantha queira se casar com um “príncipe” sem cabeça tudo isso é irrelevante.

-Você nos entregaria Magg? – Samantha pediu, fingindo-se de magoada, os olhos brilhando com um falso choro.

-Wonn... Chega... Chega de conversa paralela... Os dois – indicou Stefan e Damon – Já para fora – e você – apontou para Samantha – volte já para seu serviço. Vamos... Vamos... Vamos... Os três.

Fim do flashback.

Samantha não sabia o que a levará a lembrar-se justamente daquilo, ela simplesmente veio como todas as outras.

Vanessa apoiava uma das mãos no mapa e a outra segurava as mãos de Samantha. Seus olhos novamente fechados, seus lábios formando palavras rápidas.

Samantha sentiu um vento passar por eles, levantando seus cabelos.

Vanessa abriu os olhos. Um brilho iluminava seu rosto agora mais confiante:

-Não é exatamente do que precisávamos, seus irmãos estão mudando de lugar constantemente, mas as características deles não são tão comuns. Éh... você tem irmãos muito bonitos Samantha – Vanessa complementou corando.

-Nunca diga isso para Damon, o ego dele é altamente inflável. Se bem que preciso concordar com você, tanto um como o outro tem todo o direito de se vangloriar.

-Com certeza – a garota concordou baixinho, seu rosto corando mais um pouco – Então... O feitiço... Bem... Ele deu uma rota que vocês podem seguir, mas apareceu todas as cidades que seus irmãos já estiveram até agora... E foram muitas.

-Os dois estão juntos?

-Não sei ao certo, em algumas ocasiões eles se separaram, mas voltaram a se encontrar.

Samantha suspirou aliviada.

-Você acreditava que seria o contrário? – Vanessa perguntou vendo a reação da outra.

-Não sei o que aconteceu ao certo quando estive longe deles, mas não era de se duvidar que não estivessem juntos. Mas bem... Stefan havia me feito uma promessa, estava torcendo para que ele cumprisse.

-Promessa?- Troy perguntou entrando na conversa.

-Éh, prometeu que cuidaria de Damon.

-E Damon lhe fez essa promessa também?

-Damon e Stefan precisam ser lidados de forma diferente. Damon cuidaria de Stefan mesmo que Stefan o mandasse embora, mas Stefan sempre respeitou o desejo dos outros, e Damon costuma agir de forma que sua defesa é o ataque, então... Bem... Acho que deu para compreender.

Os dois assentiram.

Vanessa marcou todos os pontos do mapa em que os dois estiveram. A cada novo pontinho Samantha desmoronava mais. Eram muitos.

-Há alguma forma de sabermos mais precisamente a localização dos dois?

-Na verdade era justamente isso que eu iria falar agora, pode ser que de certo, mas preciso da ajuda de vocês dois. E acho que nosso serviço rendera mais amanhã, vocês devem estar esgotados.

Samantha não havia se dado conta de que já havia escurecido a chuva lá fora parará por completo, deixando somente um clima frasquinho e gostoso.

A vampira olhou por algum tempo para Vanessa, antes de ir até ela a abraçando e dizendo:

-Obrigada. Muito obrigada por estar nos ajudando.

¨¨¨¨¨¨

Samantha se virou na cama bocejando, seus olhos se abriram devagar, deparando-se com a luz do sol que se infiltrava através da cortina iluminando o quarto de cores claras.

Vozes se faziam ouvir de outro cômodo, provavelmente a cozinha.

As palavras eram ditas em sussurros, mas ainda assim ela podia ouvir. Ter seus sentidos ampliados tinha suas serventias.

-Samantha lhe faz bem. Seus olhos possuem vida novamente. – A garota reconheceu a voz de Vanessa.

Um som de sinos baixos indicava que Troy ria constrangido:

-Ela... Bem... Ela me serviu de inspiração. Quero dizer... Eu perdi Jane, e isso... Isso me feriu muito, mas Samantha não perdeu só uma pessoa, ela perdeu muito mais, de uma forma mais dolorida. E... Isso me fez criar como proposito... Vê-la sorrindo novamente. Não sei quanto tempo isso pode levar, mas eu quero ajudá-la, ajudando-a, eu me ajudo, a presença dela me faz bem.

Samantha sentiu seu rosto esquentar.

-Ela lhe faz bem de que forma?

A resposta demorou a chegar, quando finalmente Troy começou a responder sua voz estava mais baixa:

-Ela é especial, ela... Ela... Consegue me fazer enxergar coisas que antes eu não enxergava... A força de vontade que ela tem... A persistência. Tudo nela é contagiante.

-Ela é especial de que maneira para você? –Vanessa voltou a reformular a pergunta.

-Só sei que preciso dela, eu não consigo esquecer Jane, ela ainda esta aqui presente em cada lembrança, cada canto de minha memoria, se infiltrando em meus pensamentos, mas Samantha... Eu gosto dela... Já gosto muito... Não sei ao certo de que forma... Só sei que não consigo mais ficar longe dela. Convivi com ela o último mês inteiro e ela se tornou um vicio, algo que eu preciso... Algo que eu preciso para me sentir bem... Para conseguir levantar de manha todos os dias. Ela é especial... De todas as maneiras... Possíveis... E impossíveis.

-Quem sabe esteja na hora de você dar uma nova chance ao seu coração Troy.

O silêncio caiu pesado.

Samantha achando que já estava na hora de se levantar soltou um bocejo alto para alertá-los.

¨¨¨¨¨¨¨

A vampira depois de se lavar e se arrumar foi até a cozinha, onde Vanessa tomava seu café sozinha.

-Conseguiu descansar? – perguntou assim que viu Samantha.

Samantha assentiu:

-Muito, acho que estava precisando mesmo dormir.

Vanessa riu:

-Nem mesmo os vampiros aguentam ficar o tempo todo sem descanso. Eu ia te oferecer café... Mas bem... Acho que café não lhe agradaria não é mesmo?

-Não se preocupe mais tarde eu vou caçar.

Vanessa encarou a garota, seu rosto ganhando uma cor mais avermelhada:

-Posso lhe fazer uma pergunta?

-É claro.

-Bem... Troy mantém alimentação a base de humanos... Mas diferentemente de alguns ele não mata. Você... éh...

-Wonnn não, não, minha alimentação é basicamente a mesma de Troy. Só varia no gênero. E por falar nele, onde ele está?

-Foi caçar.

-Hãmm. Vaanny estou curiosa sobre uma coisa, Troy uma vez me disse que era difícil uma bruxa se associar a vampiros, por que você está nos ajudando.

-Há muito tempo atrás eu conheci Jane. Ela era uma vampira antiga, mas não podia andar no sol, ela veio até mim e me pediu ajuda. De inicio neguei, mas com o tempo fui me afeiçoando a ela. Jane é diferente, o avesso de Troy, fechada, séria, mas tem um bom coração. Propus um acordo a ela, se ela deixasse de matar humanos, passando a se alimentar apenas do suficiente para que se sentisse bem, eu lhe daria o que ela queria: o anel que a permitisse andar no sol. E assim foi. Não é bem uma associação. Os vampiros e as bruxas a maioria das vezes são inimigos, mas a há algumas exceções. Acabei por me tornar amiga de Jane e mais tarde de Troy.

-O que você acha que pode ter acontecido a Jane? – Samantha perguntou se sentando em uma cadeira ao lado de Vanessa.

-Eu nunca consegui achar um motivo para que ela sumisse. Ela amava Troy, isso estava explicito nos olhos dela. Não a vejo o abandonado.

-Acha que podemos encontrá-la?

-Já tentei todos os feitiços, mas nenhum funcionou. É como se ela estivesse invisível, como se algo a protegesse para não ser encontrada. E já que estamos neste assunto posso lhe fazer um pedido Samantha?

-Se estiver ao meu alcance concretizá-lo.

-Troy por mais que não demonstre tanto, ele sente falta dela, muita, mas você o tem ajudado muito. Então por favor, cuide bem dele. Ele tem um coração enorme que não merece ser machucado. Eu não sei do que ele tanto quer protegê-la, não sei quais são os riscos que vocês correm, mas ele está muito melhor com você do que sem.

Samantha a fitou por um momento:

-Algumas vezes eu acho que estou sendo egoísta o mantendo ao meu lado, muitos me querem morta, Vaanny, e se ele estiver comigo vão inclui-lo nesta lista. Não lhe digo toda a história justamente para não colocá-la em perigo também. Mas eu tenho medo por ele, medo por mim de como ficarei se perdê-lo. Perdê-lo por minha culpa.

-Egoísmo seria se você não lhe desse espaço para ajudá-la, é isso que ele quer, e é isso que faz bem a ele. Não me importo se você ainda não pode me contar sua história, mas um dia você ainda me contará, ou descobrirei por conta própria, mas seja qual for ela não acredito que alguém teria o direito de querer matá-la.

-Obrigada, e eu queria mesmo poder lhe contar tudo, mas seria realmente perigoso para você.

-Seja como for, você vai se sair bem, você é poderosa. Sabe, as bruxas tem uma forte ligação com a natureza, e como venho me impedindo de envelhecer isso se intensificou, pois quando mais tempo decorrido maior nossa ligação. Então passei a perceber coisas que antes passavam despercebidas, como o poder interior que muitos guardam dentro de si. Troy por exemplo, Troy eu vejo luz. E você possui uma chama dentro de si... Uma chama enorme buscando justiça e a solução de mistérios esquecidos. Acho que valeu a pena ter esperado tanto tempo... Quem sabe assim tenho a chance de saber qual vai ser sua missão.

Samantha corou.

-O que a levou a se impedir de envelhecer?

-Sabe quando você acha que ainda não está pronta para deixar esse mundo? Quando sente que ainda não viveu o principal? Bem... Foi algo assim.

As duas ficaram em silencio. Samantha contornando o desenho da toalha de mesa com o dedo.

-Você nunca escolheu ser vampira não é mesmo? Você gostaria de poder viver uma vida normal? Envelhecer? – Vanessa perguntou a analisando a garota.

-Tudo aconteceu tão rápido, mas provavelmente independentemente do tempo que decorresse minha escolha sempre seria querer ter uma vida normal. Envelhecer pode não ser tão ruim quando se faz tudo o que deseja enquanto pode.

-E você acha que já fez?

-Essa é a parte que me confunde, acho que nem comecei a viver.

-Então aproveite a eternidade, ela pode ser agradável quando sabemos como lidar com ela.

¨¨¨¨¨¨

Samantha se escorou na janela.

Alguns pássaros cantavam uma musica suave em seus ninhos no alto das árvores.

Troy já havia voltado, mas estava um pouco afastado da casa. Samantha o observou estranhando o fato de ele estar com uma grande ave pousada no pulso.

-Vaanny? - chamou ela.

Vanessa surgiu em seguida carregando grossos livros. Livros que Samantha supôs ser grimórios. Vanessa explicou a eles que se achassem um feitiço que medisse o tempo decorrido, ou que mostrasse mais detalhes, seria fácil de excluir alguns dos pontinhos do mapa.

Deixando os livros em cima de uma das poltronas a garota se aproximou ficando ao lado de Samantha.

Samantha indicou Troy com a cabeça:

-Ele... Ele... – Vanessa começou o observando, seu semblante se franzindo.

-Está... Conversando com aquela ave? - Samantha terminou as duas se encarando confusas.

Troy olhou em direção as duas. Sua expressão mudou rapidamente, mas ainda foi possível ver a preocupação e a confusão presentes em seus olhos de cristais cintilantes.

O pássaro virou a cabeça na direção das duas seguindo o olhar de Troy, e com um pio alto alçou voo.

Troy chegou dentro da casa antes que as duas tivessem tempo de recuperar:

-O que você estava fazendo? – Samantha foi logo o bombardeando, tendo o olhar aquisitivo que Vanessa lançava a Troy como a liado a sua pergunta.

-Estava me sintonizando com a natureza.

As duas inclinaram uma sobrancelha para ele.

O vampiro sorriu:

-Isto é um interrogatório?

-O que você acha?

-Acho que as duas estão vendo coisas onde não tem – disse dando as costas as duas e se jogando em uma poltrona enterrando a cara em um dos grimórios que Vanessa havia trazido. – O que acham de voltarmos ao trabalho?

-Wonn agora o senhor “sintonize-se com a natureza” quer voltar ao serviço? – Samantha cortou-o revoltada.

Troy deixou seu grimório de lado só para pegar outros dois e tacar em direção a Vanessa e Samantha.

-Posso fazer um feitiço que o faça dizer Troy. – Vanessa disse sorrindo de um jeito que deixava bem claro que aquilo era verdade.

Troy virou a cabeça lentamente para ela, erguendo seus olhos do livro para encara-la, preocupado:

-Vocês estão de complô?

-Exatamente – responderam as duas juntas.

-Pois usem esta união de grupo para acelerarmos na busca de um feitiço de localização. Puxa, não posso nem me comunicar com a natureza que vocês se unem contra mim.

Samantha revirou os olhos enquanto Vanessa abanava a cabeça sem acreditar no que ele dizia.

-Não pense que iremos esquecer isso Troy, na próxima oportunidade você nos contará.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Quando partiram, ainda naquele mesmo dia, Samantha levava consigo um mapa com metade das marcações que havia no inicio. Vanessa havia achado o feitiço e teve sucesso em determinar mais claramente os lugares mais prováveis em que Damon e Stefan estariam.

Despedir-se dela foi diferente de todas as outras despedidas que Samantha havia feito recentemente, as outras era despedidas permanentes, sem volta, já Vanessa ela sabia que veria novamente.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Continua...

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Dom Jul 01, 2012 4:20 pm

Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 2zylavb
Capitulo 39 – Planos

Seis meses haviam se passado.

As buscas por Damon e Stefan continuavam. Samantha e Troy ainda seguiam a rota do mapa que Vanessa lhes dera.

Desencontros pontuavam suas buscas. A cada lugar que chagavam havia apenas vestígios de que Damon e Stefan passaram por ali, nunca eles próprios.

De Jane também não havia sinal algum. Troy exibia uma expressão vazia a cada vez que o nome dela era citado, o que servia para impelir Samantha a procurá-la com mais afinco ainda.

As paisagens mudavam conforme avançavam. Florestas, planícies, montanhas.

Troy era a melhor companhia imaginável. Seu humor dependia somente de si mesmo, nada que acontecia ao seu redor o fazia alterar qualquer pensamento. Samantha não sabia dizer se ele aprendera a controlar seus sentimentos primeiro, ou seus instintos. Só sabia que o autocontrole dele era invejável.

Já a vampira se sentia uma gangorra. Seu humor variava de ataques de nervos, para crises de silêncio ininterrupto. Mesmo isso Troy ignorava, fazendo brincadeiras tentando animá-la.

A garota se sentia muitas vezes uma máquina. Uma maquina fabricada somente para buscar seus irmãos.

Seus olhos analisaram rapidamente o lago a sua frente enquanto apertava com força a pedrinha que segurava em sua mão direita, antes de arremessá-la com força para dentro do lago.

A pedrinha bateu na água e afundou.

Samantha bufou revoltada:

-Isto é impossível. Simplesmente impossível.

O riso de Troy ressoou baixinho.

Os dois estavam sentados com os pés dentro do lago. A água, nem fria, nem quente, de uma temperatura agradável, batia em seus pés, massageando-os.

O loiro levantou-se:

-Antes de tudo escolha uma pedra mais achatada, para que fique mais proporcional à água. – Disse ele, varrendo o chão com os olhos, em busca de uma pedra que lhe agradasse.

Se dependesse de Samantha os dois não parariam um segundo sequer antes de encontrar seus irmãos, porem Troy havia parado o pé obrigando-a a relaxar por alguns instantes.

Outra coisa agradável na companhia do loiro era a imprevisão. A cada dia ele surgia com uma novidade. Uma nova habilidade.

Não que a garota nunca tivesse visto alguém fazer uma pedrinha quicar sobre a água, não mesmo. Já havia visto várias vezes, era um passatempo para vários garotos um pouco mais novos do que ela. Ela cansara de ver eles em grupinhos competindo para ver quem conseguia fazer a pedra quicar mais vezes.

A diferença estava em Troy. No modo como os músculos de seu braço contraiam-se brevemente. Na maneira como seu sorriso se projetava. Na forma como seus olhos brilhavam. Um brilho de expectativa, encantamento. Um brilho ao mesmo tempo singelo e envolvente.

O loiro lançou a pedrinha que ricocheteou oito vezes antes de afundar na água.

-É fácil. – Disse, escolhendo outra pedrinha e indo até Samantha – Você precisa apenas fazê-la girar com o dedo indicador ao lançá-la – continuou ele, abaixando-se perto dela e fazendo os movimentos conforme dizia. – Seu problema está em lança-la diretamente para baixo. Você precisa jogá-la de forma que a água revide o baque jogando-a para cima.

Samantha revirou os olhos:

-Ah claro, simples, é só uma questão de gravidade, precisão, e pedra certa. Nossa, estou impressionada com a facilidade. – Comento irônica revirando os olhos.

Troy riu se aproximando mais e entregando a pedrinha a ela.

A vampira pegou a pedra, desanimada.

Troy passou os braços ao redor dela. Um deles prendendo-a pela cintura, deixando-a mais ereta, enquanto o outro levantava o braço da garota que segurava a pedra.

Samantha olhou diretamente para frente evitando os olhos do vampiro.

-Isso não está ajudando, Troy. – Murmurou ela.

-Ãhn? –perguntou ele, confuso, aproximando mais o rosto do dela fazendo com que seus ombros se colassem.

Seria possível que ele fosse ingênuo ao ponto de não saber o que sua própria presença exercia sobre quem quer que fosse?

A garota corou, ainda sem encará-lo.

Troy inclinou uma das sobrancelhas, mas voltou a dizer:

-Gire-a entre o polegar e o indicador, e lance-a. – Falou, usando os próprios dedos para impulsionar os dedos da vampira a girarem sobre a pedra.

Samantha deixou seus dedos se moverem junto com os dele, sentindo a pedra girar.

-Isso – o loiro aprovou. – Agora repita esse movimento e lance-a com força, de forma precisa, sem incliná-la muito em direção à água. Tente jogá-la o mais reto possível. – Terminou, soltando o braço dela, mas mantendo o outro em volta da cintura da garota sem nem mesmo se dar conta.

Samantha soltou um suspiro longo, antes de lançar a pedra.

A pedra bateu na água e voltou a pular para cima, ricocheteando quatro vezes antes de ser sugada para baixo.

Os olhos da garota brilharam, satisfeitos.

O vampiro ao lado dela sorriu, fazendo a garota corar mais ainda.

-Viu? Eu lhe disse que você conseguiria. – Comentou contente, apertando o mais o braço ao redor dela automaticamente.

A garota assentiu nervosa, levantando-se e fugindo de uma maior aproximação.

-Agora acho melhor irmos. A cada instante ficamos mais longe de Damon e Stefan.

O vampiro levantou-se também, dando-se conta da ausência da cintura da garota entre seus braços, e só então percebendo o motivo das bochechas rosadas da vampira.

Sorriu de uma forma que Samantha poderia considerar constrangida, molhando os lábios, nervoso.

O que ele estava pensando?

Brigou consigo mentalmente. Ele não poderia ser tolo o suficiente para fazer algo que pudesse afastá-la.

Ele não poderia afastá-la. Por quê?

Porque... Bem, ele precisava dela ali, ao seu lado.

Simples assim, de uma forma persuasiva e completamente indefinível.

Troy abria a boca para dizer alguma coisa, mas parou antes de começar a falar o que quer que fosse.

Sua testa se franziu, assim como a de Samantha, que virara em direção ao ruído que haviam ouvido.

-Tem alguém vindo, não está em velocidade humana, e também duvido que humanos façam visita frequentes a este lugar. Acho melhor nos apresarmos. – O loiro pronunciou cada palavra de forma rápida.

Samantha deu uma última olhada para trás antes de assentir e segui-lo.

Os dois dispararam para o lado contrário ao barulho que haviam ouvido, mas foram obrigados a parar quando chegaram a uma clareira.

Um homem alto de ombros largos, de olhar perigoso e cabelo cor de palha, impediu-lhes o caminho:

-Fiquem para a festa, está cedo para irem embora. – Disse, com um sorriso irônico.

O modo de falar, os gestos, e também um leve cheiro no sangue que diferenciava os vampiros de humanos, fez com que a garota tivesse certeza de que era um vampiro.

Troy sorriu tranquilo. Uma tranquilidade que não estava ali, mas que ele soube invocar:

-Sinto muito, hoje já possuímos outro compromisso.

-Sinto informá-los que terão que adiá-lo. – Outra voz, desta vez vinda de trás dos dois, do caminho que haviam acabado de percorrer.

Ambos, Samantha e Troy, viraram-se de lado. Sabiam que era a melhor forma de ficar de olho nos dois vampiros ao mesmo tempo.

-Quero dizer, a garota vem conosco. – O recém-chegado continuou - Queremos a mestiça. Você pode ir embora – disse, indicando Troy - se não intervir em nosso caminho.

-Mestiça? Não sei do que falam. – O loiro fingiu ignorância.

-Tanto sabe como está com ela ao seu lado. – O de cabelos cor de palha prosseguiu.

Troy inclinou uma das sobrancelhas:

-A garota que está a sua frente é uma vampira, não uma mestiça. Mestiça, pelo que sei, é quem possui mais de uma raça. E se não me engano isso é impossível.

-Sabemos fazer nosso serviço, garoto. A garota que está ao seu lado é uma mestiça e temos certeza disto. Nos entregue ela e você poderá ficar livre.

-O que os leva a pensar que ela é uma mestiça? Ela é como cada um de nós. Vocês podem sentir o cheiro do sangue misturado com o veneno de vampiro. Eu mesmo a transformei. Se existe uma mestiça, o que duvido, acho melhor irem atrás da verdadeira, pois lhes garanto que esta não é.

-Sua garantia de nada vale. Temos fontes mais fiéis. Queremos a garota.

-Isso não é questão do que vocês querem ou deixam de querer. Ela não irá com vocês se essa não for a vontade dela, e pelo que vejo, certamente que não é. Onde está o cavalheirismo em querer obrigar uma dama a ir para um lugar que não é de seu desejo?

O último vampiro a chegar, de cabelos castanhos que batiam até o ombro, riu:

-O cavalheirismo de nada vale em alguém que pode estar prestes a morrer.

Troy estreitou os olhos. Duas fendas cristalinas:

-Certamente que este alguém não sou eu.

-Então entregará a garota e irá partir, acredito eu, já que está é a única forma que tem de sobreviver.

Troy soltou uma gargalhada:

-A única? Certeza?

-A não ser que seja capaz de lutar sozinho contra nós.

-Não estou sozinho, garanto-lhe que ela poderia muito bem fazer-lhe engolir cada palavra dita. – Disse, indicando Samantha.

O outro riu com gosto:

-Muito interessante, mas a não ser que admitam que ela seja a mestiça ela não teria essa capacidade.

-Ela não precisa ser mestiça para quebrar a cara de um idiota qualquer.

-Ela é a mestiça, e Klaus a quer. Viva. No entanto não possuímos objeção sobre eliminar você.

-Klaus? Então você é mais um dos escravos de Klaus sem vontade própria?

-Se preza sua vida saia daqui, agora. a mestiça fica com nós.

Samantha sentiu seus instintos se livrarem das barreiras. Ela queria briga, ela queria luta, ela queria sangue, ela queria morte. A morte dos dois que estavam ameaçando Troy.

Ela não permitiria que ninguém mais lhe tirasse algo de precioso.

Um sorriso de escarnio se formou em seus lábios, suas presas se sobressaindo por entre seus lábios. Seus olhos um brilho assassino:

-A mestiça que é importante o suficiente para vocês se importarem, aliás, qual é mesmo seu nome? Sinto muito estar desinformada sobre a identidade do meu candidato a assassino.

O vampiro rosnou mostrando as presas a ela.

Troy segurou o pulso da garota a mantendo perto de si.

-O que Klaus quer com ela?

-Ele tem planos. – Sua fúria deu lugar a um sorriso cruel.

Samantha rosnou.

Troy trincou os dentes, se aproximando de Samantha esticando seu braço na frente dela como uma barreira. Suas presas até aquele momento escondidas abriram caminho se projetando sobre seus lábios. Um rosnado animal rasgou sua garganta.

-Ele que trate de esquecer seus planos. – As palavras saíram mais grossas do que o normal, com o esforço que exercia para não perder o controle por completo.

-Você está falando de Klaus, não de um simples vampiro.

-Não me lembro de ter lhe perguntado nada. E o que vocês vieram buscar não vão conseguir. Sinto muito, mas a garota não vai a lugar nenhum, não com vocês.

Samantha viu os dois vampiros enormes assumirem uma posição de ataque.

Ela não pensou, só sabia que não poderia simplesmente deixar que eles atacassem Troy. Seu treinamento devia ter algum valor, ela devia saber ao menos distrair um deles por um tempo. Ela precisava fazer alguma coisa.

Se lançou para frente, seus cabelos voando, seu vestido dançando em volta de seu corpo. Troy não teve tempo de segurá-la.

As mãos da vampira voaram direto para o pescoço do vampiro maior de cabelos castanhos. As unhas dela perfuraram a pele de seu adversário, fazendo com que uma linha de sangue vermelha escorresse.

O outro revidou empurrando-a com força, fazendo com que Samantha voasse alguns metros para trás, mas ela não o largou, o vampiro caiu em cima dela tentando se soltar de suas garras. Seu companheiro tentará atacar Samantha pelas costas, mas Troy o acertou em cheio no estômago.

O vampiro tentou acertar o rosto de Samantha, mas a garota desviou o soltando momentaneamente e saltando por cima dele. Antes que ela tivesse tempo para qualquer coisa seu adversário saltava para cima dela novamente.

Agarota concentrou-se, sua respiração ofegante. Ela precisava se concentrar. Seu adversário era mais velho, era mais forte, e sem duvida alguma havia tido treinamento. Mas como Troy a ensinara, como Damon e Stefan a ensinaram, ela era mais ágil, só precisava pegá-lo desprevenido. Com um golpe inovador.

O vampiro cambaleou, quando a garota desviou nos últimos segundos de seu golpe fincando as garras no pescoço do vampiro outra vez, desta vez por trás, derrubando o vampiro de cara no chão e pisando em suas costas.

O vampiro urrou. Samantha pisou mais firme, fincando mais fundo as unhas na carne.

Mas algo deu errado. A vampira sentiu seus cabelos serem puxados com força para trás, algo lhe atingiu com força, primeiramente na cintura, depois nas costas.

Sentiu seu corpo rodopiar, antes de frear bruscamente, seus dedos cravando no chão.

Seus olhos se desviaram para ver quem a atacara. Havia um terceiro, um terceiro vampiro havia chegado.

Tanto seus cabelos quanto seus olhos negros como a noite. Tão grande quanto os outros dois.

Samantha mostrou as presas para seu novo adversário.

Ele voltou a atacar.

A garota desviou do primeiro golpe, mas um segundo golpe lhe atingiu no estômago.

O vampiro puxou o pescoço da garota para trás pelos cabelos, antes mesmo dela se recuperar do último golpe.

Samantha forçou seu corpo para frente, conseguindo livrar-se do vampiro, porém não sem antes perder uma mecha de seu cabelo.

Mais um rosnado lhe escapou.

-Desgraçado, meu cabelo. Que direitos acha que tem para relar em um fio sequer de meu cabelo?

O vampiro não ligou, apenas voltou a atacar mirando desta vez o pescoço da garota.

A vampira deslizou para o lado antes que ele a atingisse, mas algo sólido lhe bloqueou o caminho.

Seu primeiro adversário lhe sorria vitorioso, prendendo-a, e segurando firmes seus braços.

A vampira urrou, tendo como resposta outro urro vindo de Troy, este furioso jogou seu adversário longe e partiu em direção ao vampiro que segurava Samantha.

Antes que tivesse tempo de alcança-la o vampiro de cabelos negros se arremessou contra ele.

Troy conseguiu aparar o golpe, segurando o braço do outro, mas urrou novamente furioso, vendo Samantha se debater furiosa nos braços do outro, enquanto se afastava a levando com sigo.

Troy envolveu o pescoço do vampiro que o atacava com o braço, o enforcando, para depois atirá-lo contra uma árvore.

Tentou ir atrás de Samantha, porem o vampiro de cabelo cor de palha já estava de pé novamente.

Troy urrou.

O vampiro que carregava Samantha estava na borda da floresta, prestes a adentrá-la.

Samantha continua a se debater sem sucesso.

Troy mostrou as presas rosnando, e como resposta outro rosnado, mais gutural e selvagem fez com que todos parassem. O chão momentaneamente sacudido por um tremor.

O vampiro que carregava Samantha deu um passo para trás. Seus olhos cheios de pavor.

O rosnado havia vindo da floresta.

Samantha aproveitando da hesitação do vampiro que a carregava soltou-se, empurrando-o para dentro da floresta.

Um grito de pavor cortou o ar, sendo seguido pelo barulho de algo sendo estraçalhado e mais nada.

A vampira tremia, sentiu seu braço ser agarrado com força e alguém a puxando.

Troy também havia parado de lutar, seus adversários estavam estáticos, ou por pânico ou algum outro motivo desconhecido.

-Vamos embora. – O loiro a chamou.

A vampira não estava em posição de discutir.

Olhou para Troy assentindo, vários cortes ainda sangrando se projetavam pelo rosto do vampiro de feições perfeitas.

A garota começou a abrir a boca para dizer alguma coisa, mas Troy a impediu adivinhando o que ela diria:

-Seu estado não está muito melhor do que o meu. Agora vamos embora, também não estamos seguros aqui, não exija mais do que o necessário, dele.

Samantha tentou entender aquelas palavras, mas elas não faziam sentido, sua cabeça não estava processando direito.

Deixou que Troy a puxasse para longe, só se virando para trás quando ouviu um novo rosnado ensurdecedor, mas nada viu.

-Troy o que é? Quem ele é?

-Você tem a resposta Samantha, não posso lhe dizer nada, mas você pode adivinhar sozinha.

-É ele não é? Foi ele que me ajudou da primeira vez. Por quê? Por que ele está me ajudando? Responda-me Troy.

Troy não respondeu instantaneamente. Os cortes de seu rosto começavam a se fechar.

-É ele... Sim é ele.

¨¨¨¨¨¨¨¨

Continua...

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Qua Jul 04, 2012 10:36 pm

Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Tumblr_m6nyxzLq4T1rrkz4fo1_500
Capitulo 40 – Más noticias

-Diga-me Troy quem é ele, eu tenho o direito de saber. – Samantha continuava a tentar persuadi-lo.

-Você tem o direito de saber, mas eu não tenho o direito de contar. – O loiro continuava a arranjar desculpas.

Samantha estacou no lugar, os dois já estavam afastados o bastantes do lugar que havia acontecido à luta para terem sido seguidos.

Por um momento a garota hesitara. Algo a puxava de volta, algo a impedia de afastar-se daquele local.

Mas a única coisa que pode fazer foi olhar para trás buscando entender tudo aquilo.

O maxilar da vampira estava cerrado, seu queixo tremendo, seus olhos fixos em Troy que também deixara de correr parando junto dela.

Por que Troy sempre lhe dava respostas incompletas?

-Pode me dizer ao menos quem é Klaus? – perguntou não conseguindo esconder toda sua frustação.

-É um dos originais.

-Wonn é um dos originais, bela resposta. Originais do que? Todos falam deles, mas ninguém se da ao trabalho de dizer-me quem é.

-São uma família de vampiros, os primeiros. Os mais fortes. E Klaus é o mais forte deles.

-E por que ele me quer? Por que ele me quer viva?

-Pelas histórias que já ouvi presumo que ele quer ter o gostinho de lhe conhecer pessoalmente.

-Me conhecer pessoalmente?

-Sim.

-E depois me matar?

-Provavelmente.

A arcada dentaria da garota devia ser bem forte para aguentar tamanha pressão.

Uma enxurrada de infortúnios jorrou de sua boca, rápido demais até mesmo para que Troy compreendesse.

-O que há com ele? Por que não vem ele mesmo atrás de mim em vez de mandar seus morcegos domesticados? Não pode levantar o traseiro ele mesmo e vim me procurar?

-De graças a Deus por não vir ele mesmo procurá-la. Não teríamos chances contra ele. Nenhuma chance.

A vampira bufou:

-E por que todos obedecem a ele? Katherine quando me transformou deu como um dos principais motivos eu ter fugido lhe tirando a única chance de ser livre. Livre dos originais. O que ela tem de ligação com eles?

Troy pareceu ficar interessado naquele assunto.

-Ela lhe disse isso?

-Sim.

-E o que mais ela lhe disse?

-O nome dela... - Samantha parou seus olhos se arregalando, sua boca se abrindo e fechando sem emitir som – o nome dela... Oh... Oh não – a garota balançava a cabeça incrédula – Oh não, não, não... Não pode ser. O nome... O nome dela antigamente era Katherine... Katherine Petrova.

A testa de Troy encrespou-se, confuso.

-Já ouvi esse nome.

-A carta... A carta de minha mãe – a vampira prosseguiu. - Eles a chamaram de Srta. Petrova. – Fez uma pausa tentando conciliar os fatos - Troy... O que eu sou de Katherine? Por que os originais estavam atrás dela?

-Não pode haver uma ligação entre vocês duas... Sua mãe era a última das originais, isso estava claro na carta.

-Mas Katherine era velha, pode ter sido antes de minha mãe, e com a transformação não a consideravam mais.

-Impossível, sua mãe também disse que ela e seu pai não demostravam possuir a verdadeira idade que possuíam. E duvido que qualquer dia Katherine tenha chegado a ser uma bruxa, as bruxas tem princípios diferentes, elas não aceitariam se transformarem em vampira, antes disso se matariam. E duvido que ela sobrevivesse a transformação sendo uma bruxa. Até hoje não entendo como você sobreviveu.

-Então o que explica o mesmo nome?

-Ela deve ter algum parentesco muito longínquo, que por algum motivo não possuía mais magia no sangue.

Samantha assentiu, sentindo certo alivio por não ter o sangue sujo de Katherine.

-Quem foi a primeira bruxa? – continuou com sua seção de perguntas.

-Histórias assim nunca são reveladas, sou um vampiro, mas não sei nem mesmo como foi que os vampiros passaram a existir.

A garota concordou, enquanto os dois voltaram a seguir caminho disparando por entre as árvores em silêncio.

-Troy, tem outra coisa.

-Diga.

-Eles sabiam que eu estava viva, eles sabiam da minha transformação. Eles sabiam como eu era. Alguém os informou.

Troy compreendeu o que ela queria dizer:

-E você supõe, que ou Katherine ou a bruxa que a ajudou a denunciou. Mas... Katherine não devia estar morta?

-Algo me diz que não seria tão fácil me livrar dela, e que ela ainda não está satisfeita com a vingança, ela espalhou que o feitiço de proteção se rompeu, Ela deve ter sobrevivido e espalhou que fui transformada, e é claro, duvido que tenha dito quem foi que me transformou, ela não seria tola, pois se o tal de Klaus me quer viva agora, provavelmente no começo também me quis, e que eu saiba a transformação não conta como viva. Só espero que se minha teoria estiver certa eu a ache antes dele, quero acabar com ela eu mesma.

-Tem algo mais Samantha. – Troy murmurou apreensivo.

-O que é?

-Lembra-se quando eu disse que há muito tempo algumas raças tentam criar um ser que possua mais de uma das raças? Vampiro com poderes de bruxas, ou lobisomem, e até mesmo um vampiro lobisomem. Híbridos. Mestiços de duas raças.

-Lembro, mas você nunca me disse os motivos.

-É porque nunca soube direito, mas dizem que o sangue de alguém que possua raças misturadas adquire certas... Características próprias, raras.

-Que características? – Perguntou, as frases começando a fazer sentido.

-Não sei, mas o sangue é poderoso. E quem o bebe...

-Adquire os poderes – terminou ela. – Então eles não me querem morta apenas por vingança ou por medo do que posso me transformar, mas também por causa de meu sangue. Espere... mas e Greg?

Troy hesitou:

-Quando Greg bebeu seu sangue seus poderes não haviam despertado, apenas era capaz de intensificar sentimentos, criá-los, ou até mesmo obedecer a seus desejos, como da vez que me disse que Katherine se repudiou com seu sangue. Você quis que ela sentisse dor, mentalizou isso, e foi isso que ocorreu.

-Está me dizendo que se quiser posso matar com meu sangue?

-Provavelmente não mais, antes acredito que se mentalizasse de forma forte o suficiente conseguiria.

A vampira piscou confusa:

-Mas... Agora... Agora que meus poderes por herança estão adormecidos, o que Klaus pretende fazer?

-Klaus vai querer despertar seus poderes das duas raças adormecidas.

-Mas por que eles não criam um hibrido ao invés de correrem atrás de mim?

-Porque todas as tentativas falharam, todos morreram. O corpo não aguenta tanto poder. E Katherine não deve ter feito todo o dever de casa, ao contrario teria se interessado mais se você iria sobreviver ou não.

-Katherine era um jumento. Um jumento inteligente, mas mesmo assim um jumento. Mesquinha a ponto de pensar apenas em si mesma e seu sorriso vencedor do prêmio mais falso. Agora deixando de lado a miss vovó egoísmo. Se tantas pessoas morreram nas tentativas de criar-se um hibrido, porque estou viva? Como meu corpo aguentou? E o que garante que se meus poderes despertarem realmente, meu corpo aguentará?

-Não sei responder isso, mas você possui o sangue de uma das raças mais poderosas, uma raça nunca misturada. Os venator’s mantêm-se intocáveis. E com certeza o sangue deles é o mais poderoso. Eles matam vampiros não só por obrigação, mas também por desejo. Nosso veneno é à base da alimentação deles.

-Mas nosso veneno não iria queimá-los? Secar o sangue deles?

-Por este motivo o sangue deles é tão forte. Ele resiste ao nosso veneno.

Samantha pareceu perdida:

-Então porque meu sangue venator não foi mais forte que o veneno de Katherine.

-Sua transformação não estava completa. Katherine soube agir no momento certo. Eu não daria mais nem dois meses para que você virasse uma meio bruxa meio Venator.

-E se eu virasse? O que aconteceria? Eu me transformaria em um animal de uma hora para a outra?

-Se Katherine estivesse perto, provavelmente.

-Como assim?

-Sem treinamento nenhum deles consegue se transformar, ao menos que esteja a uma distância considerável de um vampiro.

-Por quê?

-Não sei.

-O que você quer dizer com “treinamento”?

-Eles possuem táticas de treinamento que ensinam os recém transformados a terem mais autoridade sobre suas próprias mutações. Eles possuem algo como barreiras. Barreiras que os impedem de fazerem determinadas funções. Quanto mais barreiras eles ultrapassarem mais forte se tornam. A primeira a ser quebrada e a que os impede de se transformar em qualquer lugar. Quebrada essa eles se transformam na hora e local que quiserem em lobos de porte médio. A próxima quebrada aumenta sua velocidade, tamanho, força e aguça muito mais os sentidos. A terceira os deixa entre um meio termo de forma de humano e de lobo, sua força é bem... Você pode imaginar.

-É há mais barreiras?

-Sim, mas a maioria das vezes apenas a segunda é quebrada.

-Quais são as outras?

-As outras aumentam ainda mais as habilidades e permitem... Bem... Um maior contato com a natureza... Algo como ter certos domínios sobre a natureza e muitas vezes sobre a mente do adversário.

Samantha piscou surpresa:

-Domínio sobre a natureza?

-Sim, não me pergunte quais. E nunca peça para nenhum deles lhe mostrar suas habilidades, você não terá tempo nem de descobri-las.

-E quebrada as barreiras eles podem simplesmente fazer tudo isso?

-Não. Primeiramente eles precisam de muita técnica, treinamento, e habilidades para quebrar qualquer uma dessas barreiras, e depois de quebra-las precisa aprender a dominá-las, desbloquear as habilidades e aprender a usá-la. Quanto mais treinamento e prática, maior será a agilidade com que atacará os inimigos. O golpe sairá mais forte, mais rápido, e pode atingir mais de um de uma só vez.

Samantha ficou pensativa.

-E “ele”, o venator que você não quer me dizer quem é e que por algum motivo está me ajudando, ele vai ficar bem? – Sua sobrancelha se inclinou enquanto seus olhos se estreitavam apreensiva.

Troy sorriu:

-Digamos somente que os vampiros não estavam em seu dia de sorte, e agora já devem todos ter partido para seja onde for que os vampiros vão depois de morrer novamente.

-Eles eram três, ele era só um. Como isso é possível?

Troy soltou uma gargalhada envolvente:

-Quem sabe ele tenha conseguido se divertir um pouquinho.

Samantha não soube o que mais dizer, então seus olhos pregaram-se em Troy, analisando-o:

-E você? Como está? – perguntou preocupada vendo as manchas de sangue seco sobre seu rosto e roupas.

O vampiro por um momento ficou surpreso.

Há quanto tempo alguém não lhe perguntava alguma coisa assim?

Sorriu dando de ombros:

-Não sou um venator, mas também não sou feito de um material tão facilmente quebradiço.

Samantha assentiu, mordendo o lábio inferior e corando um pouco:

-Mas você... Bem você disse-me que se sente mal por machucar e julgar alguém sem ao menos conhecer. Não possui exatamente um equilíbrio entre ser cruel ou ser bondoso. Só possui a segunda opção.

-Isso não quer dizer que irei os deixar fazer o que bem entenderem, eles queriam machucá-la. – respondeu como se aquilo tudo fosse obvio e sorrindo. – Como eu disse, sou um cavalheiro. Tanto que... – parou, fazendo com que Samantha parasse também – venha cá.

A vampira inclinou as sobrancelhas não saindo de seu lugar.

Troy bufou aproximando-se dela. Com delicadeza levou a mão direita até o cabelo cor de mel da garota, retirando uma folha seca que se prendera ali, durante a briga.

-Pronto, bem melhor. – Disse enquanto jogava a folha fora e colocava a mecha de cabelo para trás da orelha da garota vendo-a corar.

¨¨¨¨¨¨¨¨

O incidente com os vampiros fez com que Samantha e Troy perdessem os rastros de Damon e Stefan.

Outros seis meses se foram sem encontrá-los. Samantha se sentia mais longe do que nunca deles.

Os dias se passavam ao mesmo tempo longos e curtos. Longos por não tê-los por perto, e curtos por ir dormir sem encontrá-los.

A questão de como eles a receberiam também não saia de sua cabeça. Como seria? O que eles diriam? Eles a culpariam por ter trazido Katherine até eles?... Bem eles não estariam errados a culpando, mas ela não podia negar que ouvir deles próprios esta acusação doeria mais do que sua própria consciência lhe avisando.

Sua vida passava como borrões, dia após dia com uma dor sufocante tentando afundá-la. Nenhum outro vampiro os havia encontrado, muito menos lobisomem ou qualquer outra espécie. Nem mesmo seu ajudante secreto, sendo este o motivo de suas maiores dúvidas. Quem era ele? Por que a ajudara? De onde Troy o conhecia?

Troy não colabora em lhe dar respostas, ele era excelente em fugir do assunto. Mas tirando este fato o vampiro era a melhor companhia imaginável. Seu humor possuía apenas duas variações: bom e ótimo.

Ótimo quando estava realmente bem e feliz.

Bom quando geralmente pensava muito em Jane.

Mas fosse da forma que fosse ele nunca reclamava de nada para Samantha, mas assim como ele havia aprendido a decifrá-la, ela aprendeu a compreendê-lo simplesmente observando seus gestos, a maneira como falava, a intensidade do brilho de seus olhos, o tamanho de seu sorriso.

Ele não gostava de falar sobre si, não gostava de valorizar seus problemas, simplesmente os ignorava, mas Samantha sempre insistia em querer ajudá-lo, mesmo ele não pedindo.

Verdadeiras amizades não são feitas somente de palavras, mas sim de compreensão, e nisso tanto um como o outro eram ótimos.

Troy independentemente do humor da garota sempre estava ali, ao seu lado, para tudo que ela precisasse.

Ele passará a exercer um domínio sobre ela de uma dimensão que não havia explicações. Ele era seu amortecedor, aquele que tornava tudo mais suave, menos dolorido. Aquele que dava cor aos momentos de escuridão, conforto nos momentos de solidão.

Tudo estava bem, na medida do possível, bem até demais por se tratar de Samantha. Tranquilo demais. Os poucos encontros com vampiros foram sem nada de incomum, apenas vampiros. Vampiros interessados somente em manter sua alimentação como estavam acostumados, sem ao menos desconfiar de que a garota ao lado deles era caçada por seres muito mais poderosos do que eles que se achavam os grandes maiorais, tratando humanos como um delicioso prato de sopa em dia frio. Aquilo irritava Samantha, não o fato de eles não se darem conta, é claro, mas sim a forma como tratavam os humanos, como se fossem meros objetos descartáveis.

Mas tirando o fato de algumas confusões que Samantha se metera por pensar desta maneira, e também em consequência de suas crises histéricas. Nada de realmente ruim havia acontecido, é claro que aquilo não podia continuar daquela maneira por muito tempo.

O sol naquela tarde era uma grande bola laranjada que obrigava a todos a se abrigarem do excesso de calor.

Troy e a vampira haviam chagado a pequena vila, os dois estavam três dias sem parar para descansar, e a sede já os incomodava.

Samantha ficou satisfeita quando entraram na pequena, mas bem organizada pensão. O dono era um senhor bem apessoado com uma idade avançada.

Mesmo com o colar o Sol quando muito forte a incomodava, sua visão por ser mais apurada se tornava mais sensível.

O homem os recebeu com um sorriso.

Troy pediu ao homem que reservasse dois quartos, um para ele e outro para sua “prima”. Assim que o vampiro terminou de falar Samantha foi logo perguntando:
-O senhor poderia nos informar se dois rapazes, um de cabelos negros olhos de um azul muito bonito, não muito alto – conforme ia falando a garota ia fazendo gestos e expressões – e outro um pouco mais alto de olhos cor de carvalho, cabelo castanho claro. Tanto um como o outro muito bonito e que devem ter se identificado pelo sobrenome Salvatore. Eles estiveram por aqui?


O homem pensou por um momento. Seus lábios se franzindo pensativo:

-Olha sinto muito Srta. Blayker mas não, não me lembro de tê-los visto por estas bandas.

Samantha soltou um suspiro e continuou:

-E uma moça, ruiva, olhos verdes... – Troy sempre fazia uma careta quando Samantha pedia informações de Jane.

Desta vez o homem ficou em silêncio por mais tempo, e quando respondeu sorria:

-Ora essa, claro, claro, lembro-me dela, passou aqui alguns meses atrás, e agora que você falou lembrei-me de porque suas características me pareciam familiares. Ela estava procurando por você Srta. Blayker.

Samantha por um momento sentiu o chão em baixo de seus pés sumir.

Troy por impulso pegou o pulso dela, segurando-a com força.

Samantha pestanejou sentindo as pernas ficaram bambas.

O homem arregalou os olhos:

-Mas o que houve? Pensei que essa fosse uma noticia boa?

Troy sorriu. Ele era ótimo em sorrir até mesmo nas piores situações.

-Está tudo, ela só está cansada, irei levá-la até seu quarto. Obrigado.

O homem assentiu confuso e indicou uma porta logo ao lado.

Troy e Samantha foram até ela e a abriram revelando uma escadaria estreita de madeira. Os dois subiram Samantha ainda meio trôpega.

Quando chegaram ao corredor com varias portas Troy abriu a porta que exibia o mesmo número de uma das chaves que o homem lhe alcançará.

Assim que entrou no quarto Samantha se deixou despencar na cama. A sacola com suas roupas e a caixa de sua mãe caiu de lado.

Troy havia abandonado sua expressão calma. Na verdade quando Samantha finalmente criou coragem para encará-lo ele estava tenso, mais tenso do que em qualquer outra ocasião de que ela se lembrava. Seus lábios brancos. Seus olhos brilhavam diferentes do normal.

-Troy? – chamou ela, com a voz fraca.

O vampiro continuou imóvel.

-Troy sinto muito... Eu não queria.

Quando o homem dissera aquilo Samantha sentiu como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo.

Jane havia deixado Troy para cassá-la. Era a resposta clara. A solução obvia.

-Eu realmente não...

-Samantha pare de se desculpar, por favor, está bem? Dez anos Samantha... Dez anos... Quando lhe encontrei fazia pouco mais de dez anos que seus pais haviam sido assassinados não é mesmo? – ele voltou a andar de um lado para o outro – Dez anos... Dez anos... Dez anos que você estava sumida... Dez anos que lhe procuravam... Dez anos que Jane havia ido embora... Como eu não havia percebido isso antes?

A boca da vampira tremia. Algo por dentro dela revirava. Um nó apertava sua garganta.

Ela havia feito Troy sofrer, antes mesmo de conhecê-lo. Quantos mais ela havia machucado?

Quando aquilo iria parar? Quando seu peso de culpa iria deixar de aumentar?

Mas havia algo que ela poderia fazer. A única coisa que ela poderia fazer para tentar diminuir toda a dor que involuntariamente havia feito Troy sofrer.

Samantha o encarou em silêncio, para a surpresa do loiro os cantos da boca da garota se ergueram trêmulos, em uma falha tentativa de sorriso:

-Bem... Se isso for verdade... Agora ao menos sabemos uma forma de encontrá-la...

Desta vez foi Troy quem ficou confuso:

-O que quer dizer?

-Se ela está me procurando precisamos chamar a atenção dela.

Troy se boquiabriu, sua cabeça foi de um lado a outro lentamente, como se duvidasse estar ouvindo aquilo:

-Nunca – sua resposta foi firme, sem hesitação.

-Não seja bobo Troy, você a ama. E isso é o mínimo que posso fazer, ela lhe abandonou por minha causa, eu a tirei de você.

Troy bufou:

-Sua causa? Você por acaso a obrigou a te perseguir? Ela me abandonou porque quis.

-Não. Duvido. Duvido muito. Alguém deve tê-la ameaçado, ou alguma coisa assim.

-E por isso ela se sentia no direito de caçar uma garota que nem conhecia? Querer matá-la?

-Ela não é a única que quer isso Troy.

-Pouco me importa os outros, mas ela... Ela não devia ter feito isso.

-A chamamos aqui e você conversa com ela.

Troy tremia tentando se controlar para não gritar.

-Se fosse para lhe calçar ela não estaria sozinha, eles te matariam.

Samantha mordeu o lábio inferior:

-Eu não estaria mais aqui, Jane de uma maneira ou de outra não me aceitaria. Eu serviria apenas de isca, depois iria continuar a procurar por meus irmãos, e você iria esperá-la.

-Não te aceitaria? Pois isso só demonstraria que ela não liga mínima para mim. Não pense que eu iria querer qualquer coisa com ela se ela fizesse qualquer coisa com você.

Samantha levou a mão à cabeça.

Por que ele não entendia?

-Você a ama Troy.

-Do que importa eu amá-la se ela não da à mínima para mim? – suas palavras continuavam baixas, mas de um tom duro.

-Você não pode dizer isso sem saber os motivos dela.

-Motivos? Que motivos ela teria?

Samantha não respondeu, apenas ficou o encarando.

-Se ela me ama, precisa aceitar que onde eu estiver você estará comigo.

A garota bufou:

-Não pode cobrar isso dela.

-Não posso? Não posso? Ela que não pode querer lhe matar. Ela não tem o direito. Não tem.

-Ela tem tanto direito quanto qualquer um. E vai ter mais direito ainda quando souber que coloquei você em perigo.

-Você não entende, nunca entendeu. Eu não estou sendo obrigado a ficar aqui, você não me obrigou a ficar ao seu lado. Estou aqui porque quis, por minha vontade não sua.

-Não é aqui que você tem que estar, é ao lado de Jane.

-Eu não vou deixar que você se coloque em perigo. Eu não vou permitir que você saia por ai sozinha. Jane partiu porque quis.

-Jane partiu por minha culpa. Porque eu não deveria existir. Porque o que eu sou representa perigo. Perigo para você, perigo para minha família, para todos os que eu amo e até mesmo quem não conheço. A prova está bem clara, olha o que aconteceu com meus pais, meus irmãos, Greg, Alex, Margareth e sabe se lá quantos mais. Eu fiz você sofrer...

-O problema não está em você. Você não escolheu ser isso. O problema está neles, no fato de acharem que tudo gira em torno do poder, poder, e nada mais.

-Basta disso Troy, você não pode me defender. Você já fez muito por mim e o que eu fiz? Eu lhe tirei Jane. Grite comigo, faça qualquer coisa, mas, por favor, não diga que eu não tenho culpa de nada porque isso não é verdade.

O loiro bufou.

A dor transparecia em seus olhos de cristais, tanto quanto nos olhos de Samantha.

-Você simplesmente não entende. – Dizendo isso Troy saiu do quarto batendo a porta com força. A dor em suas feições se ampliou, seus olhos possuíam um marejar que não deveriam estar ali.

Samantha se deitou enfiando o rosto nos travesseiros. O nó em sua garganta aumentando. As lágrimas finalmente escorregando por sua face.

Por que ela não poderia ao menos deixar de sentir? Deixar de se importar? Quem sabe desta forma ela conseguisse não interferir na vida de ninguém.

Ela não queria ter magoado Troy. Não queria.

Ela era uma arma de destruição. Uma arma de destruição criada para matar e magoar todos os que amava.

Ela queria deixar de existir. Queria nunca ter existido. Queria nunca ter nascido.

O que aconteceria se ela simplesmente desligasse seus sentimentos?

Ela ainda lembrava-se de quando Alex que lhe disse: “seus sentimentos são seus piores inimigos e seus maiores aliados”.

Ela entendia perfeitamente a parte dos piores inimigos. Ela entendia perfeitamente que com isso ele pretendia deixar claro para que ela nunca desligasse seus sentimentos.

Troy também havia lhe dito que se arrependia de ter desligado seus sentimentos.

Mas doía tanto, doía tanto não saber o que fazer para parar de ferir quem amava.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Continua...

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Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll] - Página 12 Empty Re: Brilho Eterno [Dedicada p/ Vaanny e Keroll]

Mensagem por Den!se ;D Sáb Jul 07, 2012 7:00 pm

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Capitulo 41- Tem males que vem para o bem

Samantha levantou de madrugada. Não precisou perder tempo se vestindo, pois não se dera ao trabalho de tirar seu vestido.

Apenas pegou a sacola em que estavam suas outras roupas, o dinheiro que Edmundo lhe alcançara e a caixa que sua mãe lhe deixara, e saltou a janela sem fazer qualquer ruído.

Estava uma noite clara, iluminada pelo brilho forte da lua.

Por fim ela sabia que não conseguiria desligar seus sentimentos. Do que adiantaria?

Agora ela só precisava tentar concertar todos os erros e mágoas que causara. Primeira coisa era deixar Troy. Sim ela havia prometido a Vanessa que não iria magoá-lo, mas era necessário. Ele precisava de Jane, isso podia perceber-se pelos olhos dele cada vez que ouvia o nome dela. E enquanto Samantha estivesse com ele, ela sabia que ele não iria procurar por Jane. Não depois do que haviam descoberto. Não depois de saber que Jane a queria morta. Assim como tantos outros.

O vento batendo em seu rosto era reconfortante, clareava seus pensamentos, lhe deixava mais lúcida para saber o que iria fazer.

Depois de deixar Troy havia uma única coisa que era estritamente necessário: achar seus irmãos.

Ela precisava garantir que eles soubessem a verdade. Precisava garantir que eles estivessem bem. Precisava revê-los.

Depois disso não se importava de morrer. Não ligando se caísse em uma emboscada ou se ela mesma se matasse. Com certeza isso pouparia trabalho para muitos, e pouparia quem quer que fosse o próximo de sofrer por culpa dela, direta ou indiretamente.

Ela só precisava garantir que seus irmãos ficassem bem. Só isso. Apenas isso e nada mais.

O vilarejo estava silencioso, nenhum andante.

Por garantia Samantha entrou na floresta assim que a avistou.

As árvores eram suficientemente separadas para que a luz da lua a adentrasse até mesmo ali.

Uma coruja piou e a vampira a ouviu levantar voo.

A ave sabia, pressentia o perigo se aproximando. Seus instintos avançados lhe alertava sobre a vampira.

Do mesmo modo como todos os outros animais que assim que a ouviam aproximando-se já saiam em debandada.

Ela gostava de animais. Quando humana costumava passar horas os observando.

Porém agora ela estava limitada a somente vê-los fugindo. Dela.

Ela nunca fora normal, nunca gostara realmente de brincar como as outras garotas. Sempre possuíra seu próprio lema do que era diversão: estar com seus irmãos. Brincar no lago, cavalgar, passar a tarde toda apartando as brigas de Damon e Stefan enquanto se fartavam com a grande variedade de frutas do pomar.

Independentemente do que fosse ela só precisava estar com eles. Esse era seu sinônimo de diversão.

Ela havia se divertido. Havia se divertido muito. Se sua vida acabasse agora ela não teria sido totalmente perdida. Totalmente em vão.

Ela realmente havia sido feliz junto de seus irmãos e Giuseppe. Muito feliz.

Um farfalhar de folhas lhe chamou atenção, fazendo com que reduzisse a velocidade.

Havia um vulto logo à frente.

Os cabelos balançando ao vento. Os braços cruzados sobre o peito. A expressão impassível.

A luz da lua deixava os fios dourados, como se possível, mais belos do que já eram.

A garota sentiu o peso em seu estômago aumentar.

A dor de vê-lo magoado era pesada demais. Afundava-a, afogava, lhe derrubava deixando-a sem reação.

Ela queria fechar os olhos. Queria poder voltar no tempo. Queria ser apenas uma criança. A mesma criança que passava as tardes aproveitando ao máximo a presença de seus pais, ou brincando com Carmelo, seu cachorro.

A mesma criança que dizia todos os dias possuir os pais mais perfeitos do mundo. Os pais que mesmo estando esgotados sempre lhe acompanhavam em suas brincadeiras.

Quem sabe eles soubessem. Quem sabe era só mais uma maneira de se prepararem, aproveitar ao máximo enquanto tivessem tempo.

É, era exatamente isso, eles só queriam aproveitar o tempo limitado que teriam com ela. Eles sabiam. Eles esperavam por tudo o que tinha acontecido, ou pelo menos grande parte.

Mas ela sabia que nada que fizesse iria mudar aquilo. Fechar os olhos não traria seus pais de volta, não mudaria nada.

Eles não voltariam. Eles não ganhariam vida somente por ela almejar aquilo.

Ergueu os olhos como se pedisse desculpas.

Troy estava ali. Troy adiantara o passo que ela daria. Ele a conhecia o suficiente para saber que ela tentaria fugir.

Fugir. Aquela palavra deixava a garota enojada.

Ela era uma fugitiva.

Fugia de todos, fugia de tudo, fugia de si.

Ela não queria fugir, mas qual era a outra saída? Se até mesmo depois de morta poderia deixar seu sangue ao alcance de quem quer que fosse para criar um provável super-hibrido.

A garota parou de frente para o vampiro:

-O que faz aqui? – perguntou, tentando ao máximo manter a voz firme. Fingir-se de indiferente.

-Isso, pergunto eu. – Ele estava tremendamente irritado.

Encarou-o por um momento.

Os olhos de cristais que tanto a fascinavam, os fios de cabelo dourado, a linha perfeita de sua mandíbula.

A vampira tentou manter-se firme, porém sua voz falhou ao dizer:

-Estou indo embora.

-Isso eu percebi, quero saber o porquê. Já não lhe deixei claro o suficiente que irei com você para onde quer que você vá?

Ela fechou os olhos respirando fundo e impedindo-se de chorar:

-Sinto muito Troy. Prometi que não me afastaria, mas as coisas mudaram, ou sou eu ou é Jane, e ela é melhor pra você. Você a ama, ela não o colocará em perigo. Seja o que for que eu tenho a fazer preciso fazer sozinha, isso já está mais do que claro há muito tempo, e agora não há forma de ignorar. Ela lhe deixou antes mesmo de eu conhecê-lo, eu estraguei sua vida antes mesmo de você se aproximar de mim. Assim como estraguei a de meus pais, de meus irmãos, de Greg, de Alex, de Margareth. Não posso continuar fazendo isso. Não posso continuar me fingindo de cega. Você me ajudou mais do que eu merecia. Você tem todo direito de me odiar, mas não, você somente me ajudou, sempre que precisei você esteve ao meu lado. E agora é minha vez de retribuir, isso é tudo que posso fazer. Você ficará melhor longe de mim, mesmo que isso não seja exatamente o que queremos.

O loiro sorriu sem humor algum:

-Você está enganada em tudo que diz. Pensa que está agindo de maneira correta dizendo tudo isto, mas não está. Já lhe disse uma vez: cada um deles teve a oportunidade de escolher entre protegê-la ou não...

-Giuseppe e meus irmãos não, eles não sabiam do que se proteger, não sabiam o que eu era.

-Porque você não sabia e não havia como avisá-los. E sinto muito decepciona-la, mas pelo que deu para perceber seus irmãos tiveram chance de escolha. Agora não vou dizer por ninguém, somente por mim mesmo. Eu quero você aqui. Quero você comigo. Jane lhe quer morta? Beleza, ela que me mate primeiro, pois não vou mais desperdiçar meu amor por quem não dá a mínima para mim, pois do contrário ela não iria nem pensar em lhe ferir. E outra, a Jane que conheço simplesmente acharia que sair atrás de uma garota mestiça simplesmente não é de grande importância. Para que isso a ajudaria? Ela simplesmente ficaria assistindo de camarote enquanto todos se descabelavam preocupados com o que você representava. Se ela quiser matá-la deixará de ser a Jane que conheço, a Jane que amo... – passou a língua pelos lábios, nervoso, suas mãos involuntariamente fechando-se em punhos. Suspirou fundo tentando continuar -... E por consequência deixarei de amá-la.

-Você não escolhe se quer amá-la ou não, você simplesmente... Ama.

-Sei disso, mas ninguém consegue amar pela eternidade, se não houver no mínimo compreensão conjunta.

-Mas você a ama.

-Isso não significa quero ficar longe de você.

-Mas você precisa ficar longe de mim está bem?

-Por quê?

Samantha bufou:

-Porque eu sou um imã para desgraças, e isso vaia acabar atingindo você mais do que já atingiu.

-Você esqueceu-se de perguntar se eu me importo com isso. Se me importo que você atraia todos os infortúnios possíveis e impossíveis.

-Grande sensibilidade a sua. Você pode não se importar, mas eu me importo, está bem? – a garota gritou perdendo o controle. – Eu não quero que algo de ruim aconteça a você. Eu não posso permitir isso. Eu não suportaria. – Terminou ela abaixando a voz, por fim não passando de um sussurro.

Troy sorriu. Ele devia possuir um estoque de sorrisos guardados. Sorrisos para todo tipo de ocasião, mas que sempre acabavam sendo sinceros. Desta vez era uma mistura de sorriso de discordância e compreensão.

Em um gesto lento retirou um lenço branco do bolço da camisa e o estendeu para Samantha. A garota fez um bico, cerrando os dentes e franzindo a testa:

-Para que isso?

-Você está chorando.

-Eu não estou chorando.

Por que ela sempre precisava perder o controle e acabar gritando?

Troy se aproximou mais, ampliando o sorriso com a negação dela.

Antes de a garota perceber o que ele estava fazendo sentiu o polegar dele deslizar suavemente por sua bochecha.

-Sim você está chorando, e está descontrolada, como sempre.

A vampira urrou o empurrando usando menos força do que gostaria:

-Eu não estou descontrolada, está bem? Não estou descontrolada. Você é que não entende. Você não pensa é isso? O que você tem na cabeça? Titica de galinha? – os braços da garota a acompanhavam freneticamente fazendo gestos enquanto gritava.

Troy riu.

Samantha por um momento ficou pasma o observando:

-Do que está rindo.

-De você.

-Por acaso tenho cara de palhaça agora?

Ela cerrou os olhos com força, com raiva de si mesma por estar gritando.

-Não, não, você parece mais aquele anão daquele conto da garotinha branca e os sete anões, sabe aquele que vive implicando com todo mundo, mas que é o que faz a gente rir mais? O Ranzinza.

-É Zangado, idiota. – Ele havia conseguido fazer com que ela parasse de gritar.

-Tanto faz, mas você é exatamente como ele.

-Está me chamando de anã?

Troy a observou, seus olhos passando lentamente por ela. Quanto voltou a fixar seus olhos aos dela fez cara de pensativo:

-Bem...

-Hey, eu tenho 1,65, não sou baixa, você que é muito alto – se defendeu.

-Tenho apenas 1,85 de pura sedução – seu comentário foi acompanhado de uma gargalhada ressoante que teve como resposta o revirar de olhos de Samantha.

Troy parou de gargalhar de repente:

-Hey, foi só uma brincadeira não precisa rosnar desse jeito – repreendeu.

-Não fui eu.

Os dois se encararam tensos.

Troy olhou para o céu. Entre as camadas de galhos das árvores a lua se destacava. Um círculo branco em meio à escuridão. Lua cheia.

O vampiro xingou baixinho se concentrando.

-Que cheiro é esse?

-Lobisomens.

Samantha abriu a boca para perguntar alguma coisa, mas foi impedida.

Troy saltara sobre ela bem na hora.

Um lobo cinza, enorme, saltou no exato lugar em que ela estava segundos antes.

Samantha caiu com Troy em cima dela.

A garota gravou mentalmente para em uma próxima ocasião tentar evitar um contato tão próximo com o loiro. Não que ela não estivesse satisfeita que ela a tivesse salvo de virar churrasquinho mal passado de lobisomem, era só pelo fato da pele do vampiro ter um cheiro muito bom, fazendo com que ela não conseguisse raciocinar direito com tanta proximidade.

Troy interrompeu os pensamentos da vampira a levantando e disparando pela floresta puxando-a consigo.

Outro fato que ela precisava anotar: não se perder em seus acessos de fúria. Isso a deixava desligada para qualquer outra coisa que estivesse acontecendo ao seu redor.

Enquanto corria a garota sentia um bafo quente e passadas pesadas logo atrás dela.

Virou a cabeça rapidamente para olhar. O grande lobo cinza estava quase os alcançando.

Troy parou de correr bruscamente, Samantha tentou frear, mas acabou colidindo com ele, fazendo com que ele fosse obrigado a segurá-la para que não caísse.

A vampira xingou. Outro lobisomem estava ali, este de uma pelagem marrom, não tão grande quanto o outro.

Samantha e Troy começaram a se afastar lentamente para a direita.

Os lobos imensos observavam cada movimento deles.

-Argh – Samantha interrompeu o rosnar de seus perseguidores – Olha... – Troy havia ficado pasmo, a garota colocará as mãos para frente como se quisesse objetivar – Vocês não escolheram um bom dia... Noite que seja... Mas sério, meu último ano não foi fácil, e hoje foi um dia muito estressante. Agora de verdade... Eu estou muito, mas muito irritada mesmo... E em consequência estou com muita vontade de bater em o que quer que seja, e nenhum pouco de vontade de virar espetinho de lobisomem. Então coloquem o rabinho entre as pernas e vão atrás de algo mais apetitoso como, por exemplo... Hãm vamos ver...vamos ver...

Os lobisomens a interromperam com um rosnado ressoante.

-Hum, Samantha acho que sua tentativa de conversa amigável saiu às avessas.

-Não custava tentar – respondeu dando de ombros.

-É... Mas agora – Troy abaixou a voz para apenas um sussurro dando outro passo para trás com Samantha junto dele enquanto os lobisomens se aproximavam – Preparada para correr?

-Tem que estar não é mesmo?

-Vamos pelas árvores.

-No três?

-Não,... Agora.

Os dois pularam.

Os galhos por quais pulavam estalavam embaixo de seus pés, mas não se partiam.

A garota sentia o vento varrer seus cabelos para trás. E acima de tudo sentia o gosto que nunca imaginara ser possível da adrenalina passando por todo seu corpo como descargas de energia.

Ela não podia negar: correr a fazia esquecer-se de tudo. Fazia-a sentir livre.

Seus pés batiam com graciosidade e habilidade ao mesmo tempo conforme pisava nos galhos das árvores.

Fechou os olhos deixando dominar-se por seus instintos, as preses pressionando sue lábio inferior. As veias saltando por seu rosto.

Ao abrir novamente os olhos um vermelho sangue os possuía.

Abaixou se desviando de um ramo enquanto esticava os braços para cima fechando seus dedos em um galho ao seu alcance e se impulsionando para frente.

Troy grunhiu frustrado ao seu lado.

Samantha percebeu o motivo. Por mais que os dois corressem os lobisomens não desistiam. Mesmo que não fossem tão ágeis quanto os vampiros em escalada, os lobos os perseguiam pelo chão logo abaixo.

-Acho que seu breve discurso só serviu para que se esforçassem mais em acabar com nós.

-Não me culpe, apenas fui sincera. Sinceridade é um dom, não tenho culpa se eles não sabem escutar.

O loiro bufou.

Como em resposta o lobo menor e marrom disparou à frente deles e pulou para cima de um galho bloqueando a passagem dos vampiros.

Sem hesitar Troy foi logo falando:

-Você pega o da frente.

-Fale de um modo mais sutil, Troy. Por exemplo: acabe com o da frente.

-Muita sutileza a sua. E qual o motivo de estar dando uma de humorista?

-Estou de mal humor. Como pode perceber este dia não foi um dos melhores nem para mim nem para você. E como cereja do bolo você me chama de anã e dois cabeludinhos resolvem que querem me fazer de churrasquinho. É sério, quando for para eu morrer quero morrer de uma forma mais a altura de algo marcante.

-Então preocupe-se em não morrer. – Troy falou rapidamente antes de segurar rapidamente o pulso da garota fixando seus olhos nos dela – Não deixe nem sequer que ele te arranhe. – Suas mãos voaram para os ombros da garota, segurando-a firme, seus olhos implorando – Por favor, tome cuidado.

Dizendo isso deu um belo salto para trás caindo diretamente em cima do lobo cinza grandão.

Samantha piscou rapidamente, se recompondo, antes de se abaixar em posição de ataque.

Troy já havia lhe dito que qualquer mordida de lobisomem era fatal e este não era exatamente o melhor momento para morrer... De novo. Ela ainda precisava encontrar seus irmãos.

Com um gracioso, porém bem calculado salto a vampira saltou para cima do lobisomem marrom passando seus braços sobre o tórax do lobo. Com um baque forte, e nada gracioso os dois caíram rolando no chão.

Samantha apertou mais os braços em volta do tórax do animal enquanto ele se debatia tentando mordê-la.

Ainda com uma das mãos no tórax do lobo, levou uma das mãos até a garganta do lobisomem apertando-a e afastando sua cabeça para trás.

O lobo lhe deu uma patada no estômago deixando-a passageiramente sem fôlego e a obrigando a soltá-lo.

A vampira sentiu suas costas baterem no chão com um estrondo quando o lobisomem pulou por cima dela.

A garota urrou, afundando o punho no focinho do lobo, que grunhiu.

Antes que o animal tivesse tempo de se recuperar, Samantha lhe ergueu pelas duas patas da frente e o arremessou contra uma árvore.

Limpou rapidamente o vestido o abanando com as duas mãos e se preparava para saltar novamente sobre o lobisomem quando Troy a impediu:

-Espere – disse, segurando-a pelo ombro – ele pode saber de alguma coisa- respondeu ao olhar indagativo dela.

-Não creio que ele irá dizer. – A garota respondeu, desviando os olhos em direção ao adversário de Troy caído mais ao longe.

Troy foi até o lobisomem contra qual Samantha lutara e o encarou:

-Vamos fazer um acordo – nisso arrancou alguns pelos da nuca do lobo marrom que grunhiu – deixamos vocês vivos, mas em troca você nos responde algumas perguntas.

O lobo soltou um rosnado olhando para o companheiro caído logo atrás.

-Ele não está morto. Ainda. Você que decide. Algumas respostas em troca de suas vidas. E se as responderem errado, ou tentar nos enganar, nós o encontraremos. – Disse mostrando os pelos que havia arrancado. – Isso será muito útil para achá-los onde quer que forem. E então? Como vai ser?

Os olhos amarelos do lobisomem por um momento se fixaram ameaçadoramente para Troy, mas em seguida se desviaram para Samantha.

Troy percebendo se virou para ela:

-Ele precisa voltar à forma humana.

Por um momento Samantha não entendeu, sua testa se vincou confusa. Troy ergueu uma sobrancelha e a garota compreendeu.

Com um muxoxo de impaciência se virou de costas e se afastou alguns passos.

Claro, era só o que lhe faltava. Troy protegendo sua virtude.

Alguns estalar de ossos se fez ouvir, e uma respiração mais suave, mas ainda assim sôfrega substituiu a respiração pesada.

-Pegue isso. – Samantha ouviu Troy dizer.

Alguma coisa leve foi jogada no ar.

-Pronto Samantha, pode virar-se.

Samantha se virou, seus olhos passaram rapidamente pelo homem que roubara o lugar do lobo, ainda encolhido e enrolando em o que parecia ser uma camisa cinza, deixando apenas a parte acima do tronco totalmente desnudo.

A garota não podia deixar de negar que esperava mais de um lobisomem, mas seus pensamentos logo foram varridos de sua mente quando seus olhos foram até Troy.

Ali estava a resposta de onde é que o lobisomem tinha arranjado uma camisa e do objeto que ela ouvira Troy alcançar para ele.

É claro que Samantha já havia percebido que Troy não possuía apenas um sorriso perfeito, olhos de cristais cintilantes, um cabelo que parecia balançar mesmo sem vento, mas também um corpo que não podia ser facilmente deixado de notar.

Mas aquilo? Aquilo era uma injustiça tremenda. Onde é que estavam os defeitos?

Seus ombros largos eram acompanhados de braços e peitorais perfeitamente definidos. Um leve tom de bronzeado se fazia notar na luz da lua.

A garota fixou os olhos no lobisomem.

O que ela estava pensando? Troy era seu amigo e nada mais. Não é mesmo? E além do mais ela era apaixonada por Greg, está certo que ela nunca teve tempo de descobrir realmente o que sentia por ele, mas mesmo assim ela sentia algo por ele. Mesmo que as chances dela ficar com ele eram mínimas afinal de contas ele estava morto, mas ela não podia ignorar o fato de que ele estava morto exatamente pelo fato de ter tentado salvá-la.

Sim, ela estava confusa.

Ok, mas ela não podia negar que Troy era bonito. Lindo. Muito lindo.

-Como nos achou? – a voz do loiro a trouxe de volta a realidade.

O lobisomem demorou a responder:

-Ouvi vocês pedindo informações hoje de tarde. E ficou mais do que na cara o que vocês eram.

-Se ficou tão na cara o que éramos você sabe algo sobre quem procurávamos. Diga o que você sabe.

-Eu vi a mulher, a ruiva, mas ela somente passou por aqui procurando a garota, agora os outros dois, os dois Salvatore’s eles deixaram alguns estragos por onde passaram. Não pudemos impedi-los porque não era lua...

-Não quero saber disso. Para onde eles foram?

-Quem? A ruiva ou os outros dois?

-Se estamos pedindo informações dos três é porque são os três não é mesmo Sr. Pelúcia? – Samantha respondeu em total falta de escrúpulos.

Troy a repreendeu com o olhar, mas Samantha não viu porque estava evitando olhar para o vampiro.

O lobisomem fechou o semblante mais do que já estava fechado:

-Engula sua linga e morra sufocada, sangue suga em miniatura.

A garota estreitou os olhos perigosamente:

-Caso não tenha percebido “Au Au” você não está em posição de mandar nada. E não é cavalheirismo insultar a altura de uma dama.

O homem rosnou, Samantha retribuiu rosnando mais alto.

-Olha, estamos tentando todos ser amigáveis não é mesmo? Por que brigar? Vamos agir todos pacificamente. O que uma boa conversa não resolve?

-Diga isso para sua amiguinha morcega – o homem grunhiu ainda fuzilando Samantha com os olhos sem sucesso, pois a garota estava a ponto de enterra-lo com os olhos.

-Samantha colabore está bem?

A vampira revirou os olhos e ficou quieta.

-Bem... Então para que direção eles foram?

-A ruiva eu não sei, mas os outros foram para o norte.

-Quanto tempo isso faz?

-Umas duas semanas.

-Eles estavam sozinhos?

-Tirando as garotas que pegaram para fazer um lanchinho, sim estavam sozinhos.

Samantha sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao ouvir aquilo.

O lobisomem a encarou:

-Qual é a dessa garota? É uma sangue suga é não aguenta ouvir a verdade.

-Como já disse, não é você quem faz as perguntas aqui.

-Samantha...

-Está bem, Está bem.

-Acho que já respondeu o que precisávamos saber – Troy continuou. – Agora lembre-se, temos um acordo: não abra o bico sobre nós e vocês continuam vivos.

-O acordo não era esse...

-Vai por mim, se pedirem sobre nós é melhor para você fingir que não sabe de nada.

O lobisomem xingou revoltado.

Troy estendeu uma das mãos para o lobisomem:

-É sempre um prazer fazer negócios com os de outras espécies, ainda mais quando são tão compreensíveis.

O lobisomem ignorou a mão que Troy lhe estendia fazendo uma careta de nojo.

Samantha deu um passo para frente:

-Hey onde está sua educação? Sua mãe não lhe ensinou que devemos retribuir um cumprimento?

-Se você deixar essa... Essa “coisa” irritante aqui por mais um segundo eu juro que não me responsabilizo por meus atos.

Troy garrou firme o pulso de Samantha a puxando para longe e se afastando.

-De vez em quando é bom manter a boca fechada sabe? – falou, quando já estavam mais longe.

-Não tenho a culpa se nasci com escassez de paciência.

Troy riu retirando uma camisa de mangas comprida limpa de dentro da bolça que havia pegado encostada em uma árvore.

-Hey, se você já estava com suas roupas ai o tempo todo porque é que não se vestiu logo?

Troy eriçou uma das sobrancelhas para ela:

-Qual a diferença?

A garota corou. Troy abriu um sorriso.

Samantha bufou começando a afastar-se dele, mas Troy a segurou, prendendo-a entre seus braços:

-Você não me respondeu. – Disse se aproximando.

-Se enxerga Troy, não sou obrigada a lhe responder nada. – Cortou ela tentando se desvencilhar dele.

Troy aproximou mais seu rosto do dela, testando-a.

A vampira sentiu seu rosto esquentar ao sentir seu corpo preso entre uma árvore e o corpo do vampiro.

Não era bom sinal ela gostar tanto da sensação de seu corpo colado no dele e sua boca a centímetros dos lábios do loiro.

Estreitou os olhos. Com um movimento rápido um de seus braços se soltaram e ela o levou com força até o rosto de Troy lhe aplicando um tabefe com mais força do que o necessário.

Troy a soltou levando uma das mãos ao lugar em que Samantha havia lhe acertado:

-Caramba, o que foi que lhe deu hoje?

-Você mereceu. – Disse, virando de costas para ele e voltando a andar.

-Por quê? – Disse enquanto terminava de vestir a camisa e voltava a andar.

A garota se virou. Seus olhos queimando:

-Você ia... Você ia... – ela não conseguiu terminar.

-Te beijar? – o vampiro a interrompeu, terminando a frase por ela.

Samantha não respondeu, apenas sentiu seu rosto corar mais ainda.

Troy sorriu:

-O que lhe faz pensar isso? Prendê-la contra uma árvore não implica necessariamente em querer beijá-la.

A garota deu as costas para ele voltando a andar em passos largos.

A risada do loiro a alcançou:

-Éh, eu ia te beijar – admitiu. - Você perdeu uma grande oportunidade.

Antes que se desse conta a vampira já havia voltado até ele e lhe aplicado outro tapa na cara.

A garota encarou o loiro que a encarava surpreso.

Samantha mordeu o lábio inferior, se dando conta do que havia feito:

-Desculpa... É que... Não sei. E você deveria esperar Jane, se ela está mesmo me procurando uma hora ou outra ela vai aparecer por aqui.

Troy deu de ombros:

-Primeiro iremos atrás de seus irmãos.

-Eu irei atrás de meus irmãos e você fica esperando por Jane.

-Esqueça, essa você perdeu.

-Troy... – tentou argumentar.

O vampiro a ignorou, seus olhos preocupados ao fitá-la:

-Você está preparada?

Samantha o encarou:

-Como assim preparada?

-Seus irmãos, eles estarão diferentes dos que você conheceu.

Ela deu de ombros:

-Sei disso E exatamente por isso que preciso encontrá-los. É meu dever ajudá-los. E de qualquer forma... Eles sempre serão meus irmãos.

Troy assentiu:

-E depois?

-Depois que o quê?

-Que os encontrarmos... Éh, bem... Não sei como seus irmãos irão me receber.

Samantha compreendeu o que ele queria dizer.

-Bem, eu não irei poder ficar muito tempo com meus irmãos. Não posso coloca-los em riscos novamente. E ainda tem o fato de que provavelmente eles não ficarão muito felizes em ver-me. Porém ainda acho que você deveria esperar por Jane.

Troy sorriu:

-Você vai mesmo continuar perdendo seu tempo falando sobre um assunto já resolvido?

A vampira revirou os olhos enquanto os dois voltavam a seguir caminho.

Agora ela estava perto. Agora ela os encontraria. Seus irmãos. Ela iria revê-los. Finalmente revê-los.

¨¨¨¨¨¨¨

Continua...

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